Death And All His Friends escrita por fukkk


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Estava em um labirinto sem saída, em um ponto que não tinha mais escapatória. O que eu pensei que nunca fosse acontecer, aconteceu. Estava preparada para coisas piores, como um encontro com o demônio ou até mesmo com Deus, mas isso... isso era impensável! Estávamos a caminho do pequeno apartamento onde Sebastian estava instalado, durante o caminho todo nem uma palavra fora dita, mesmo entre mim e Bast. O ambiente cheirava a medo, a decepção e a angústia, eu não sabia o que fazer. Estava perdida. Quando chegamos ao hall do prédio, pedi para que Sebastian fugisse, que fosse correndo ao encontro de William e que se eu não estivesse voltado até meia noite, era uma emergência. Ele insistiu e disse que jamais sairia do meu lado, nem que a morte o rondasse, então subimos ao apartamento.

O choque é mais do que posso descrever, eu estava perplexa. Naquele cubículo estava todos aqueles que Rose um dia amara, todos que fizeram parte de sua vida. Em uma fração de segundos passou pela minha mente sair correndo e largar tudo, me entregar ao desespero e a nostalgia; mas tudo passou quando me dei conta de quem eu era agora. Entrei no apartamento atrás de Lissa, Dimitri e Bast austera e de cabeça erguida, como se eu não soubesse de maneira alguma quem eram aquelas pessoas. Todos esses anos de ensinamento e prática me ajudaram, pois eu não me comportei nem um pouco igual a Rose; eu era intocável, um diamante lapidado, uma rainha prestes a falar com seus súditos. O medo tinha ido embora. Quando todos me olharam, não pude bem decifrar os pensamentos deles, estavam maravilhados e petrificados (como todas as pessoas costumavam olhar para mim e William). "Bem, eu fui tirada da ópera e eu exijo saber o motivo", eu disse com a maior tranquilidade do mundo, intocável. "Ainda mais da minha ópera preferida! Ora, não tinha nem chegado ao terceiro ato!", continuei rindo. Talvez o choque tivesse os deixado mudos, porquê o silêncio perpetuou. Olhei para Sebastian que estava encostado na parede e acabara de acender um cigarro, tirei minhas luvas e fui em sua direção. "Já que os senhores, não querem dar nenhuma explicação", eu disse enquanto tragava o cigarro, "já podem ir embora. Medidas drásticas serão tomadas e... bom, garanto que meu marido não é tão bondoso e paciente como eu". Diante o silêncio, Adrian veio em minha direção. Seu andar, seus modos e seu cheiro ainda eram os mesmos e um sentimento estranho me atacou, mas não deixei transparecer. "Rose", ele disse, "o que aconteceu com você?". Eu olhei fundo em seus olhos e disse com toda a convicção de meu ser: "Não existe nenhuma Rose aqui". "Não seja ridícula!", uma voz maternal soou ríspida e bruta a minha frente, antes quem eu chamava de mãe estava por me enfrentar. "Nós passamos sete anos te procurando, sete anos te rastreando pelo mundo todo. Você tem noção do que a sua imprudência causou? Por sua causa muitas vidas foram tiradas, muito sofrimento foi causado... e ninguém te deu o direito de abandonar os seus deveres! Você envergonhou todos os Guardiões, levou a Rainha ao ridículo e nos transformou em pó. Viemos para cá tendo a certeza de que você estava precisando de ajuda ou que estava em uma situação muito ruim, mas olhe só para você", ela olhou de cima a baixo para mim, "sete anos foram jogados fora. Agora tenha a mínima decência de se curvar perante sua Rainha". Depois daquele ataque de fúria, continuei a olhá-la sem nenhuma reação, como se nada disso me afetasse. "Olhem só", Bast disse, "eu não sei que merda vocês são e nem mesmo que rainha é essa (da Dinamarca, talvez?). Só sei que vocês passaram de todos os limites, entraram em minha casa, ofenderam esta senhora, me ofenderam... vocês não acharam o que procuravam, então deem o fora daqui imediatamente! E eu nunca irei permitir que falem com ela deste jeito". A fúria que vi em Sebastian, eu nunca havira visto antes nem mesmo em suas piores crises de ciúmes, mesmo ele sendo indefeso perante eles, ele soou como um soldado em ataque.

"Bast," eu lhe disse segurando em sua mão e em seguida me virei à eles, "ele está certo, vocês não acharam o que procuravam. Não acharam porque Rose está morta. E você tem razão," me dirigi a Janine, "vocês perderam sete anos vindo à procura dela. Voltem para casa antes que as coisas fiquem fora de controle". Em minha voz doce, havia o perigo; a ameaça indireta fora percebida por todos e eu falava sério. "Sebastian, busque William. Imediatamente". "Já disse que não vou lhe deixar", sem tirar os olhos de Janine e Lissa eu disse: "Se você me ama, vá. Explique tudo à ele. Tome cuidado". Sebastian hesitou por um tempo antes de me deixar, mas logo percebeu que o melhor para mim é que ele fosse buscar William. Quando ele finalmente saíra, Lissa que estava se segurando, veio em minha direção e se jogou em meus pés: "Rose, Rose... Você está aqui, esta é você! Por favor, volte conosco. Eu preciso de você!". Que cena lamentável para uma Rainha, ajoelhada aos pés de uma outra pessoa. Depois de uns segundos, puxei-a do chão (Dimitri, como seu eterno guardião, ficou na defensiva). "Minha querida", disse como se eu estivesse consolando Charlotte por uma boneca perdida, "já lhe disse, Rose está morta. Aceite isto, doce Rainha". "Nos já sabemos de tudo Rose, sabemos que está vivendo na Inglaterra, que viaja a cada três meses e tudo o mais. Só queremos saber o porquê disto", disse Abe calmamente. "O por quê? Bom, tédio! Viajar é sempre bom", disse sarcasticamente. "Vocês sabem", eu disse, "vida de casada e de uma senhora da nobreza pode ser muito tediosa. Ossos do ofício", sentei tranquilamente na poltrona de canto esperando pela chegada de William e Sebastian. "Bem, sentem-se. Devem estar cansados da viagem, afinal sete anos é muito tempo". "Meu deus," continuei: "como vocês são mudos! Jura que é só isso? Devo confessar que a vida dos camponeses é muito mais interessante".

Séculos se passaram quando, finalmente, Sebastian veio junto de William. Bast ainda estava irritado mas William, bem, ele ainda era ele. Nem se o mundo estivesse à beira do colapso ele mudaria seu semblante, ele entrou no apartamento com tamanha naturalidade, beijou minha mão e disse: "Pensei que vocês fossem demorar um pouco mais", sentou-se ao meu lado relaxado, "que mesquinho de minha parte não me apresentar. Sou William Lancaster e vocês já devem conhecer minha esposa, Margot". Mesmo ele tendo esse jeito debochado, ele ainda continuava botando medo em muita alma por aí. "Senhor, desculpe-me a nossa intromissão, mas viemos levar de volta a sua esposa para casa, para a corte Moroi, que é onde ela pertence", disse Christian. Se o apartamento pegasse fogo, não seria novidade. "Ora, que eu saiba o lugar de uma esposa é do lado de seu marido. Já que é assim, eu insisto que venham conosco para Wessex. Sabe, relaxar um pouco, falar mal dos strigois, tomar sol e tudo o mais. Vai ser divertido!". Ninguém achou graça, exceto ele. "Você está falando com a Rainha Vasilisa Dragomir, tenha mais respeito!", depois de sete anos ouvi a voz de Dimitri. Confesso que tentei ao máximo não me abalar e nem tomar conhecimento disto, mas aquele sotaque russo era nostálgico e um pouco triste. A Rose poderia ter vivido tanto, ter amado tanto, passado os anos com Dimitri, Lissa e ter sido feliz. Mas o destino é cruel. A risada estridente de William me tirou do meu transe: "Por que você acha que eu devo respeitá-la? Sendo ela uma mulher, é claro que sim, mas... rainha?", o seu tom jocoso deu espaço a um sombrio, "aqui vocês não são nada. Aprendam um pouco. Bom, já está mais do que óbvio que vocês não conseguirão levar ninguém à corte de vocês... mas eu poderia levá-los até a minha?".

Ninguém imaginara que tamanha proposta fosse feita, mas William era ousado e sabia exatamente como jogar. A negação logo veio, Janine estava mais vermelha que seu cabelo, Abe coçava a barba sem parar, Adrian agarrava Sidney tentando a proteger, Christian dizia para Lissa desistir, Eddie e Jill afirmavam que isso era uma besteira e Dimitri estava com sua máscara de guardião habitual, como se ele apenas obedecesse ordens de Lissa. "Não vamos a lugar nenhum!", disse Christian. "Acho melhor você vir conosco", disse Abe. "Chega!", gritou Lissa de repente, "Chega. Você está certo, não podemos voltar para a corte com Rose, ou quem quer que seja, agora. Por isso que... por isso que vamos com vocês". Ninguém esperava por essa. Muito menos eu.


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Notas finais do capítulo

Comentem, leitores. Me deixem saber sobre o que estão achando. Beijos.



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