Caminhos Tortos escrita por La Loca


Capítulo 5
Capítulo 5 - Eles estão namorando




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Numa sexta feira, eu e minhas amigas Thayane, Luana e Bianca estávamos indo para a arquibancada do campo de futebol assistindo ao jogo dos intercolegiais que estava rolando na escola, a maioria dos meninos de nossa sala estava jogando no time da escola. Na verdade, eu não estava nem um pouco a fim de estar ali, até porque eu não era próxima de nenhum dos garotos do time. Quando chegamos aos lugares onde iríamos ficar, vimos que os meninos que nos simpatizamos na festa do Gustavo estavam sentados na arquibancada acima da nossa.

— E aí gatinhas. Disse o Thiago.

— Oi. Respondemos juntas e sorridentes.

— O que fazem aqui? Achei que odiassem tanto futebol, quanto os garotos que vão jogar. Disse o Luan nos caçoando.

— Ha! Ha! Engraçadinho você, em! — Respondi — Viemos forçadas, as coordenadoras da escola nos forçou a virmos. Que saco!

— Que barra. Disse o Guilherme.

— É mesmo. Disse a Bianca.

Os meninos chegaram ao campo e começou a partida. Eu estava entediada de estar lá até que rolou o primeiro gol que foi o do time da minha escola e inevitavelmente eu levantei comemorando o gol que o Leo fez. Ninguém entendeu nada, principalmente eu... Por que fiz aquilo? Sentei-me muito envergonhada e fiquei calada por um bom tempo. O jogo continuou e um garoto machucou o Bruno fazendo carrinho e acertando ao tornozelo dele.

— Ei! Será que ninguém vê isso não é? Exclamou a Luana.

— Calma amiga, o juiz vai dá falta. Disse a Thayane.

— Tem que dá mesmo. Disse a Luana meio preocupada com o Bruno.

— Acho que tem pessoas se importando bastante com esse “jogo idiota”. Insinuou o Luan.

— É o time da escola, o que você queria? Respondeu a Bianca tentando disfarçar a nossa preocupação com “certos garotos” do time.

— Ok. Desculpe-me, não falo mais nada. Disse o Luan.

— É gol! Exclamou o Arthur observando o gol do Gustavo.

Todos se levantaram e ficaram comemorando juntos se abraçando e tal, como se nós amássemos aquele time e ele fosse o nosso time do coração, só que não, não era.

O tempo foi passando e enfim terminou o jogo. Assim que o jogo acabou a Natasha foi correndo até o Leo e deu um beijo na boca dele na frende de todo mundo que estava lá e eu fiquei boquiaberta. Como assim? Minhas amigas ficaram assim também, exceto a Bianca que disse:

— Acho que agora eles resolveram assumir de vez.

— O quê? Exclamei sem perceber.

— Isso é sério mesmo, Bianca? Perguntou a Thayane tão impressionada quanto eu.

— É, vão me dizer que não sabiam disso? Disse ela mostrando que muita gente além dela sabia

Eu me senti muito mal mesmo de saber daquilo, justamente daquele jeito, naquele lugar. Eu senti um nó na garganta e uma dor fortíssima no peito. A Thayane percebeu que o meu semblante mudou e disse:

— Amiga, vamos beber uma água.

— Tá... Vamos. Respondi meio lerda.

Fomos até o bebedouro da escola e ela disse:

— O que você está sentindo? Você pode falar, eu não vou te julgar por isso.

— O quê? Do que você está falando? Perguntei.

— Amiga você sabe muito bem do que estou falando. Quer que eu diga alto o nome dele? Perguntou ela mostrando ter percebido bem que eu estava assim por causa do Leo.

— Tá, você venceu. Eu não sei direito o que é isso, é estranho. Uma dor muito grande na garganta e no coração e uma vontade louca de chorar. Respondi abaixando a cabeça com os olhos carregados de lágrimas.

— Você gosta dele, amiga. Agora você acredita em mim? Perguntou ela me abraçando e dizendo:

— Olha, não fique assim, tá bom? Eu vou dar um jeitinho de você esquecer isso, nem que seja um pouco. Porque não vale a pena chorar por aquele garoto idiota.

Eu continuei de cabeça baixa, mas sorri e falei:

— Obrigada amiga por existir.

— Que isso amiga, você tem que agradecer a Deus por isso, não só por mim, mas por todas as suas amigas de verdade. Disse ela sorrindo.

Horas depois, eu estava em casa, no meu quarto escrevendo em meu diário, lutando contra a lembrança do fim do jogo e contra os meus sentimentos, mas eu acho que acabei perdendo, pois as lágrimas rolavam em meu rosto e molhavam as páginas do meu diário. Eu desisti de fazer o resumo do meu dia, joguei o diário longe e me joguei de bruços na cama chorando para valer. Eu sentia falta do quanto ele era chato comigo, de como ele me enchia com as brincadeiras sem graça e implicâncias e percebi apesar de ele ser tão irritante e idiota, ele importava para mim. Mas achei que era tarde demais para notar isso, até porque ele já estava namorando a minha irmã e isso não importa mais, nem para mim, nem para ele.

— Marina, abre a porta. Disse minha mãe batendo.

Por que minha mãe sempre tem que saber que eu estou triste? Será que toda mãe é assim?

— Ah mãe. Respondi não querendo nem um pouco abrir, porque eu não queria que ela me visse assim.

— Abre logo. Disse ela parecendo saber que eu estava triste.

— Tá, espera. Respondi limpando o rosto e indo correndo ao banheiro lavar o rosto e tentar disfarçar a tristeza.

— Só não demora. Disse ela.

Eu sequei o rosto, me olhei no espelho e vi que meus olhos ainda estavam vermelhos. Fui até a porta e fiz de tudo para não olhar para ela, porque não queria que ela visse os meus olhos.

— O que houve? Por que está assim, filha?

É, não adiantou nada. Eu a abracei forte e comecei a chorar de novo.

— Nina, se você não me disser o que está acontecendo, eu não vou poder te ajudar. Disse ela preocupada comigo.

Eu tentei falar, mas a voz não saía por causa dos soluços que estavam me deixando irritada.

— Tá bom. Olha, quando você conseguir dizer o que quer dizer me fale, mas vamos entrar porque se o teu pai te ver assim, vai nos encher de perguntas e você sabe como ele é, não é mesmo?! Disse ela me conduzindo até o meu quarto.

Eu a soltei, ela encostou a porta, sentou na cama, me eu sentei ao lado dela e deitei minha cabeça em seu colo, enxugando o rosto. O soluço foi passando e eu consegui dizer:

— Ele está namorando ela, mãe.

— O quê? De quem você está falando? Perguntou ela não entendendo nada.

— O Leo e a Natasha estão namorando. Respondi ainda chorando.

— Oh meu Deus, é isso? Filha fica assim não. Olha... Eu não sei nem o que dizer sobre isso. Como assim eles dois estão namorando? Você nunca me falou que eles tinham alguma aproximação nem nada. Disse ela meio confusa.

— Não precisa dizer nada mãe, não vai mudar nada mesmo. Respondi.

— Precisa sim. Eu sabia que você gostava dele, mas nem tanto ao ponto de chorar assim por ele. Mas não precisa se desesperar, ela só é a primeira namoradinha dele. Quem te garante que eles vão ficar juntos para sempre? E se ficarem, existe outros garotos no mundo, o Leo pode até ser o seu primeiro amor, mas na vida a gente pode ter vários outros amores, seu pai é prova disso. Então enxugue este rosto e se arrume que hoje vamos ao shopping assistir ao filme que você quiser e comer muito chocolate. Disse ela me levantando e tentando me reanimar.

— Mãe, igual a você não existe, eu te amo. Falei abraçando ela.

— Eu também te amo, filha. — Respondeu ela me dando um beijo na testa, me soltando e se levantando — Vai se arrumar.

— Tá bom, tá bom. Respondi.

E realmente passamos o fim do dia no shopping, vimos um filme muito lindo que estava em cartaz, fizemos umas comprinhas básicas, lanchamos... Enfim, nos divertimos na base do possível. Sei que sair com a mãe não é a mesma coisa que com os amigos, mas é mesmo assim era muito bom, eu amei ter saído com ela e com a minha irmã, até porque me ajudou a me distrair daquela coisa chata de ficar triste por coisas que eu não costumava considerar importantes.


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