Caminhos Tortos escrita por La Loca


Capítulo 12
Capítulo 12 - Férias em Petrópolis


Notas iniciais do capítulo

Oii de novo amores, esse capítulo é o inverso do anterior, é grandinho, mas espero que vocês o leiam com atenção e gostem, porque ele promete fortes emoções, se é que me entendem.
Beijos e uma ótima leitura, vidas :* *--*



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Depois de alguns meses, meu pai cismou de fazer uma viagem em família para Petrópolis nas férias, porque ele queria fugir um pouco desse clima quente da Metrópole e se refrescar um pouco no interior daquela cidade que se localiza na região serrana do RJ. Eu peguei algumas roupas de frio e outras de clima normal, coloquei na mala e a fechei.

— Filha, você tem certeza de que vai querer passar esse mês inteiro com as... Você sabe quem? Perguntou minha mãe querendo ter certeza da minha decisão.

— Ah mãe, se fosse por elas eu nem ia, mas o meu pai insistiu muito para que eu fosse e eu nunca passei as férias com ele, talvez seja legal... Eu acho. Respondi olhando para o lado.

— Você é quem sabe. Disse ela com cara de quem não concordava nada com a minha decisão.

— Tá bom... Eu vou logo antes que você me convença a ficar. Falei pegando a minha mala, colocando-a no chão e indo até a minha mãe, dando um abraço bem apertado nela, porque mesmo ainda estando ali com ela, já estava sentindo saudades.

— Hum... Filha. Tenha uma ótima viagem, se divirta bastante e não se esqueça de me ligar, por favor. Disse ela ainda abraçada comigo.

Eu a soltei peguei na alça da bagagem e desci as escadas. Meu pai André estava na sala assistindo a um jogo de voleibol, que ele gostava mais do que de futebol.

— Pai, estou indo. Falei descendo as escadas, deixando a mala na frente da escada, indo até ele em seguida e dando um beijo no rosto dele.

— Tá bom filha. Boa viagem. Disse ele me dando um beijo na testa.

— Obrigada. Respondi indo pegar a minha mala.

— Já vai? Perguntou a Amanda.

— Já. Tchau maninha. Falei me agachando para que ela viesse me abraçar.

Ela veio até mim e me deu um abraço forte dizendo:

— Tchau Nina, vê se não demora a voltar, tá?

— Pode deixar que vou voltar rapidinho. Respondi sorrindo para ela e a enchendo de beijos na bochecha, até porque apesar de ser chata, às vezes, ela era uma fofa e nós duas erámos muito apegadas.

Eu me levantei, peguei a minha mala e fui até o portão esperar o meu pai. Olhei no relógio e já era 14h da tarde, sendo que tínhamos marcado de ele vir me buscar 13h50min. Eu me encostei-me ao muro e fiquei olhando para o relógio o tempo todo, cronometrando a minha espera. O portão da casa do Leo abriu e quando vi era ele colocando o lixo para fora. Ele olhou para mim e disse:

— E aí?

— Oi. Respondi secamente, porque depois daquele dia na biblioteca a nossa comunicação passou a ser quase impossível, pois brigávamos por tudo, como quando erámos crianças.

— Vai fugir de mim? Perguntou ele.

— Hã? Por que fugiria? Perguntei não entendendo a brincadeira.

— Sei lá, talvez porque você me odeie... Não me suporte, ou mais o que mesmo que você fala? Perguntou ele me provocando.

— Por favor, Leo, eu não quero viajar estando irritada não, poupe a minha paciência, pelo menos hoje. Pedi.

— Eu só estou dizendo verdades... Eu acho. Disse ele.

— Tá. Respondi.

— Você só vai me dar respostas curtas? É isso mesmo? Perguntou ele.

— Ai! O que você quer, caramba?! Exclamei.

— Isso. Respondeu ele sorrindo.

— Eu não entendi. Falei.

— Te irritar. Disse ele se aproximando de mim.

— Idiota! Falei.

— Estressada! Disse ele se aproximando mais de mim.

— Carente de atenção! Falei.

— Carente de mim! Disse ele de frente para mim, colocando as mãos na parede, me impedindo de sair dali.

Eu fiquei indignada e respondi:

— O quê? Você é quem vive correndo atrás de...

E então ele me interrompeu com um beijo. De estressada eu fui ficando zen e me derretendo toda, ele pôs uma mão na minha cintura e pegou no meu pescoço com a outra. Eu peguei na nuca dele o puxando mais para mim e ficamos nos beijando do mesmo jeito que quando estávamos no quarto dele no dia da festa. Os lábios dele nos meus me davam a sensação de estar voando, mesmo sem asas, meu coração batia tão rápido que parecia que ia sair de mim.

Estávamos tão distraídos que nem vimos quando meu pai chegou, e então ele buzinou nos dando um grande susto e nos fazendo nos afastarmos. Eu fiquei muito sem graça, porque sabia que a Natasha estava no carro e ela é a ex-namorada dele.

— Então é isso mesmo garoto? Você troca uma filha minha pela outra? Perguntou o meu pai caçoando do Leo.

O Leo ficou muito sem graça e disse:

— É... Não exatamente.

— Sei... Vem Nina. Despeça-se do seu namorado e vamos logo. Disse o meu pai me apressando.

— Ele não é o meu namorado pai! Falei ainda estando vermelha de tão constrangida.

— Não é o que pareceu. Disse a Lívia tirando os óculos escuros.

— Tchau Leo. Falei pegando a minha bagagem com cara de tédio.

— Tchau... Espere, deixe que eu te ajude. Disse ele pegando a mala da minha mão.

— Não precisa. Falei querendo que ele se afastasse de mim.

Ele foi até o porta-malas do carro, abriu, colocou a mala lá e disse:

— Pronto! Boa viagem Nanica.

— Ai que saco! Murmurei entrando no carro.

O meu pai deu partida e seguimos viagem.

— Então quer dizer que você está pegando as minhas migalhas? Disse a Natasha mexendo no celular com um sorriso cínico.

— É claro que não, até porque eu fiquei com ele primeiro que você, ou seja, quem pegou as minhas migalhas foi você. Respondi a deixando mal.

— Hum... Querida, você já ouviu dizer que figurinha repetida não completa álbum? Perguntou ela.

— E quem disse que eu quero preencher algum álbum? E outra, não sou eu quem está correndo atrás dele, ele que vem até mim e eu nem preciso fazer esforços como você fez. Respondi rindo dela.

— Já chega não é? Eu quero chegar lá em Petrópolis com as minhas duas filhas vivas. Exclamou o meu pai nos olhando pelo retrovisor.

E nos calamos. A viagem foi longa e cansativa, porque subimos muitas serras e eu estava com muito sono. Assim que chegamos ao hotel onde ficaria hospedados eu não quis nem saber de nada além de onde ficava o quarto onde eu teria que dormir. Assim que eu soube fui até ele e me lancei de bota e tudo e apaguei.

No dia seguinte, acordei cedo, tomei o café da manhã e fomos dar uma volta na cidade. Fomos a vários pontos turísticos, Casa Blanca, no museu e etc. Andamos bastante por lá, tiramos muitas fotos e pela primeira vez me diverti junto com eles, ou melhor, com o meu pai, porque a Natasha e a Lívia ficaram longe de mim me olhando com cara de nojo e eu nem liguei para as duas. Depois de passarmos aquele dia inteiro passeando por lá, fomos para o hotel.

Assim que cheguei lá, vi que o meu celular estava cheio de chamadas perdidas. Droga! Esqueci-me de ligar para a minha mãe. Depois de ter dando essa mancada, disquei o número dela. Ela me deu uma hora de bronca e depois disse que estava morrendo de saudades, não só ela como o meu pai André e a Amanda. Depois que desliguei o celular, vi que a minha caixa de mensagens no celular estava cheia e fui ler as mensagens, havia muitas das minhas amigas e umas vinte do Leo. Ei! Espere aí! Quem deu o meu número para ele? Quando fui ler estavam escritas assim:

“Nanica, eu sei que você vai estranhar eu ter te mandado mensagens, mas foi a Bianca quem me deu o seu número, porque eu enchi para isso... Estar aqui sem ter você para perturbar está sendo um saco, ver se volta logo. Tchau”.

“Poxa, achei que você fosse me responder e me ignorou. É isso aí”.

“Responde-me!”

“Como está sendo passar o verão em um lugar frio?”...

Eu fiquei boquiaberta ao ver isso e mais outras bobeiras que ele escreveu para mim, até uma música dos Rolling Stones ele escreveu por saber que eu sou fã e tal... Nossa, ele queria mesmo chamar a minha atenção. Eu respondi a todas as mensagens dele e fiquei rindo sozinha dele, porque eu estava impressionada com aquilo.

— Não sei do que está rindo. Disse a Natasha.

— De nada que seja do seu interesse. Respondi.

— Não fale assim com a minha filha! Disse a Lívia.

— Tá, desde que ela não se intrometa na minha vida. Respondi me deitando na cama.

— Sua abusada! Por isso não se deve dar asas a cobras... Disse a Natasha.

— O que disse? Repete vai! Exclamei jogando o celular na cama e me levantando.

— E se eu não quiser? Perguntou ela me desafiando.

— Então você vai amarelar? É isso?! Perguntei a provocando.

— Você acha mesmo que tenho medo de você garota? Enxerga-te, ridícula! Exclamou ela.

Eu comecei a rir, peguei o meu celular e sai do quarto dizendo:

— Eu me recuso a escutar isso.

Assim que cheguei à sala, vi o meu pai no celular andando de um lado para o outro, parecia preocupado com algo. Quando me viu disse:

— Vou desligar, quando eu chegar ao Rio resolvemos isso, está bem?

Eu me sentei no sofá do apartamento e continuei a usar o meu celular. Ele se sentou ao meu lado com uma cara nada boa e disse:

— Filha, você se importa de ficar aqui só um dia sem mim? É que eu tenho que resolver alguns assuntos na empresa... Mas prometo voltar depois de amanhã. Disse ele olhando para mim com cara de pidão.

— Ah pai... Reclamei já querendo dizer que não, porque ninguém merece ficar com aquelas duas, ainda mais sem o meu pai por perto.

— Por favor, filha. Vai ser só um dia, vou ir para lá amanhã bem cedo, resolvo os assuntos rapidamente e depois volto. Eu não vou demorar, nem dormir por lá vou dormir. Insistiu ele.

— Poxa pai... Eu quero voltar também. Daí você me deixa em casa, eu fico lá até você resolver tudo, depois você me pegar e voltamos juntos... Vai ser bem melhor. Sugeri.

— Não filha. Poxa, você tem que se adaptar a ficar junto com elas duas. Disse ele.

— Pai, se nesses quatro anos junto com vocês eu não consigo aturar, quem disse que em um dia isso vai mudar? Perguntei protestando a decisão dele.

— Está bem, mas eu vou para o Rio e você vai ficar aqui com elas. Assunto encerrado. Finalizou ele.

— Isso não é justo! Protestei.

— A vida não é justa. Disse ele indo até o seu quarto.

— Que saco! Murmurei bufando de raiva.

Eu fiquei tentando bolar um jeito de ir para o Rio junto com ele, mas não conseguia pensar em nenhuma maneira, até porque de qualquer jeito ele me pegaria. Droga! O jeito foi ficar e aturar aquelas duas cobras.

No dia seguinte, quando acordei o meu pai já havia ido embora. Eu me levantei da cama e fui até a cozinha preparar o meu café da manhã. As duas estavam dormindo, o que era ótimo para mim, pois teria mais alguns momentos de paz naquele lugar. Eu estava entediada, pois lá não tinha computador, nem TV e muito menos internet. Ainda estava cedo para que eu pudesse mandar mensagens para minhas amigas, porque sabia que elas estariam dormindo, então eu fui até a minha mala e peguei o livro que eu tinha trago e fiquei lendo.

— Ora, ora, a intrusa já está acordada. Disse a Lívia me insultando.

Eu a ignorei e continuei a minha leitura.

Ela foi até a cozinha, preparou o café dela e da Natasha dizendo:

— Bonitinha, a louça é sua, ok?

— Oi? Falou comigo? Perguntei olhando para ela com cara de deboche.

— Com quem mais estaria falando? Minha filhota ainda está dormindo. Disse ela.

— Eu não vou lavar coisa nenhuma. O que eu sujei, eu lavei, portanto, não tenho obrigação alguma de fazer o que você manda, sacou? Perguntei olhando para ela ainda com cara de deboche.

— Eu não perguntei se você lavou ou não o que você sujou não me interessa. Você vai lavar o que eu sujei e pronto. Bradou ela se achando senhora autoridade.

— É isso o que vamos ver. Respondi a desafiando.

Ela me fuzilou com os olhos e eu dei os ombros, revirando os olhos e continuando a minha leitura.

O tempo foi passando, as duas cismaram de sair e eu tive que ir junto. A Lívia nos levou numa lanchonete de estrada que ficava há horas de distância de onde nós estávamos hospedadas.

— Mãe, eu não vou comer nada nesse lugar horrível e nojento. Disse a Natasha fazendo cara de nojo.

Eu nem liguei, até porque não havia comido nada desde o café. Entramos e nos sentamos em uma mesa próxima à janela. Esperamos um tempo até que veio uma garçonete e fizemos os pedidos. O meu celular começou a vibrar e quando fui ver eram mais mensagens.

“E aí, como está conseguindo sobreviver amiga?” Perguntou a Thayane.

“Nem eu sei, sinceramente.” Respondi.

“Comprei alguns livros hoje, quando você chegar venha e me chame aqui em casa, quero mostra-los para você” Disse o Leo.

“Tá, espero que não sejam os seus famosos gibis” Respondi.

Lanchamos e depois fomos embora. Estava anoitecendo e eu estava olhando a paisagem dentro do carro quando a Lívia disse:

— Droga! A gasolina está acabando.

— Acho que ali na frente tem um posto, mãe. Relaxa. Disse a Natasha lixando as unhas, sentada no banco da frente.

— Hum, que bom. Eu já tinha me esquecido. Disse ela parecendo estar aliviada.

Depois de alguns minutos chegamos ao posto, o carro foi abastecido e as duas disseram juntas:

— Precisamos ir ao banheiro.

— Tá... Eu espero aqui no carro. Respondi.

— Você está maluca? E se roubarem esse carro? Estamos perdidas! Vem com a gente. Disse a Lívia.

Eu pensei bem e resolvi acompanha-las, afinal, eu também estava com vontade de ir ao banheiro e a viagem seria longa até onde estávamos hospedadas. Abri a porta traseira e saí, fechando-a em seguida. E fomos até o banheiro. Quando chegamos lá, eu até me espantei, porque o banheiro era muito bonito e limpo, era de se admirar. Entrei em uma das cabines e fiz tudo o que tinha que fazer. Assim que terminei, sai e fui lavar as mãos. Fiquei esperando as duas terminarem e achei estranho, porque elas demoraram até demais. Quando fui bater nas cabines ao lado da onde eu estava, as portas estavam encostadas e abriram mostrando não haver ninguém lá.

— Droga! Murmurei.

Fui correndo até a porta do banheiro e quando fui tentar abri-la, estava trancada. Eu comecei a me desesperar e fiquei batendo nela e gritando “socorro”. Fiquei um bom tempo gritando e parecia que não tinha ninguém para me ouvir. Eu me encostei à porta já perdendo minhas esperanças e fui deslizando com as lágrimas rolando em meu rosto. Depois de um tempo eu fui me lembrar de que o meu celular está no bolso do meu casaco, então o peguei e liguei para a minha mãe.

— Filha! Achei que não fosse me ligar hoje... Como você está querida? Perguntou minha mãe nem imaginando o que eu estava passando.

— Mãe... A Lívia e a Natasha me passaram a perna. Elas me abandonaram num posto de gasolina em lugar nenhum e eu não sei o que fazer — Respondi chorando e enxugando o rosto — Elas me prenderam no banheiro e eu não consigo sair daqui. Eu já gritei aqui pedindo ajuda e ninguém me ouve. Eu estou com medo.

— O quê?! E cadê o irresponsável do seu pai? Hã?! Cadê aquele filho da mãe! Exclamou a minha mãe começando a ficar nervosa.

— Ele está no Rio, ele foi resolver algumas coisas na empresa, sei lá, e me deixou no hotel com elas duas... Mãe me tire daqui, eu quero ir embora! Falei soluçando.

— Calma filha! Eu... Eu nem sei como chegar aí, eu nunca fui para Petrópolis. Eu vou ligar para o seu pai. Por favor, continue pedindo ajuda, eu vou dar um jeito de ir aí te buscar. Pediu ela tentando me passar confiança.

— Tá bom mãe. Eu te amo — Falei desligando o celular, me levantando e começando a bater novamente na porta e a gritar — Socorro!

Depois de alguns segundos gritando, percebi que havia alguém do outro lado da porta que parecia estar abrindo-a.

— Tem alguém aí? Perguntou esse alguém, com uma voz masculina.

— Sim! Por favor, me tire daqui! Pedi ainda desesperada.

Afastei-me da porta e o rapaz, que parecia ser um frentista abriu a porta dizendo:

— O que aconteceu aqui?

— A minha madrasta me prendeu aqui. Respondi parando de soluçar.

— Como assim? Perguntou ele não entendendo.

— Você viu uma mulher alta com cabelos curtos e repicados e uma garota dos cabelos longos e pretos e olhos azuis claros? Perguntei.

— Ah, eu vi sim, elas foram embora há quase 20 minutos atrás. Respondeu ele com uma cara nada boa, pois percebeu que eu havia realmente sido abandonada naquele lugar desconhecido.

— Eu não acredito que ela fez isso comigo! Falei pegando nos meus cabelos desesperada e andando de um lado para o outro.

— Calma! Nós podemos ligar para a polícia, ou alguém mais próximo de você. Disse ele tentando me acalmar.

— Eu já liguei para a minha mãe. Respondi tentando me acalmar.

— Venha, vamos para a loja, você precisa se acalmar. Disse ele tentando ser prestativo comigo.

— Tá... Obrigada. Respondi indo com ele até a loja.

Ele me levou até lá, pegou uma cadeira para mim, um copo de água e pediu que eu ficasse lá esperando. Eu fiquei um tempo lá, fui me acalmando e meu celular tocou, era a minha mãe. Graças a Deus! Eu atendi mega empolgada e ela disse:

— Filha, você já conseguiu sair do banheiro?

— Sim mãe. Eu estou aqui na loja do posto. Respondi.

— Graças a Deus! Tem alguém aí com você que possa dizer exatamente onde você está? Eu estou indo com os seus pais e a Amanda aí te buscar. Disse ela.

— Ah... Tem sim uma moça aqui, espere — Pedi colocando a mão no celular e chamando a moça que parecia ser vendedora — Ei, por favor, você pode me dizer onde estamos exatamente?

— Claro... E ela explicou direitinho onde estávamos rua, a cidade e o bairro, sendo que de bairro, aquele lugar não tinha nada, só mato para todo o lado.

Eu tirei a mão do celular, o levei ao meu ouvido e expliquei a minha mãe onde estávamos e como o meu pai Marcos estava no carro, ele soube como chegar até onde eu estava. Fiquei esperando 1h30min bem mais calma, pois todos que trabalhavam naquele lugar estavam sendo prestativos comigo, até me deram biscoitos e suco para que eu me alimentasse e ficasse esperando os meus pais. O lado bom de ter passado por aquilo, foi descobrir que ainda existiam pessoas boas no mundo. Meus pais chegaram ao posto e foram correndo até a loja abrindo a porta, quando os vi, abracei os três chorando de alegria e alívio, por saber que vou para casa.

— Elas fizeram alguma coisa com você, meu amor? Perguntou a minha mãe procurando qualquer machucado em meu corpo.

— Não mãe, elas só me prenderam no banheiro e foram embora. Respondi.

— Eu não acredito que elas duas fizeram isso com você. Disse o Marcos ainda perplexo por não ainda acreditar que vivia com duas cobras.

— Acreditem elas fizeram pai. Respondi tirando qualquer esperança de ele de que isso poderia ter sido um engano.

— Vamos para casa. Disse o meu pai André.

— Não! Ela vai ficar comigo aqui, em Petrópolis. Disse o Marcos.

— Mas não vai mesmo! Protestou a minha mãe.

— Eu não quero ficar! Eu quero ir embora... Por favor, pai. Falei fazendo cara de choro.

Ele me olhou e disse:

— Está bem... Desculpem-me, é que eu queria...

— Nós já entendemos que queria passar mais tempo com ela, mas ela precisa descansar e tentar esquecer isso. Enquanto a sua mulher e sua outra filha... Isso não vai ficar assim. Disse a minha mãe com um tom de voz firme.

— O que quer dizer com isso? Perguntou Marcos.

— O que elas fizeram é caso de polícia! Abandonar crianças é crime. Disse a minha mãe.

— Vamos esquecer isso, Laura... Por favor?! Pediu o meu pai Marcos.

— Ah, é claro, você não quer manchar sua imagem, não é mesmo? Mas não esqueça que poderia ter acontecido o pior com a sua filha! Seja pelas mãos da sua querida esposa ou de qualquer pessoa que fosse nesse lugar onde não conhecemos ninguém! Pense nisso — Disse minha mãe me pegando pelo braço e me conduzindo até o carro — Vamos embora daqui.

O Marcos ficou paralisado dentro da loja nos olhando irmos embora. A Amanda deu-me um abraço mais que apertado e disse:

— Nunca mais faça isso de querer viajar com essas loucas!

— Pode deixar baixinha, isso não vai se repetir. Respondi fazendo cócegas nela.

E assim foi aquele fim de dia, o meu retorno para casa.

Depois daquele dia, eles também voltaram para casa, o Marcos acabou com as férias da Natasha a deixando de castigo e sem cartões de créditos, e Lívia também não teve colher de chá, ficou sem seus “preciosos cartões de crédito” e sem poder participar de seus “fabulosos leilões” onde ela comprava coisas desnecessárias por pura ostentação. Quanto a mim, fiquei um bom tempo sem ir ao menos à casa do meu pai, por trauma e nojo de ver aquelas duas Nádias.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Não deixem de comentar dizendo, por favor!
Beijos e até o próximo capítulo :* *--*



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