Macabro escrita por sonhadora girl
Notas iniciais do capítulo
desculpa a demora, mas agora ta ai espero que gostem
- Eu não tenho idéia do que fazer nessa sexta à noite – Marco dizia olhando a programação do cinema.
- Nós podemos jo-jogar banco imobi-biliario.
- Gabi você já está enchendo o saco com essa gagueira.
- Deixa a menina em paz sua vaca.
- Olha aqui Lucas eu não tenho que aturar essa estupidez.
- Então vai embora Renata. Eu não ti quero aqui.
O lugar onde eles passam quase todas as noites tem o apelido meigo de Casebre dos Condenados; antes tivesse saído da boca deles, mas não saiu quem deu esse apelido foi justamente a Renata com o Fabio (capitão do time de futebol que já citei antes). Não é um casebre e sim a um quarto encima da garagem da avó do Marco. O lugar é igual a eles: bagunçado, cheio de velas, livros jogados, rádio, televisão, uns sofás, e umas poltronas, resto de comida jogado pelo chão, computador e videogame. As pinturas já estão desgastando e os móveis são todos bem velhos.
- Tenho o lugar ideal para passar essa noite – disse a Nanda entrando pela porta de madeira – nós vamos com o grupo do Henrique para um ritual.
- Ainda prefiro o cinema.
- Não! Isso é coisa de nono ano. Quero que todos troquem de roupa. Ponham... Sei lá... Roupas pretas e nada de uma roupa preta alegre ponham uma de funeral. E priminho você vai junto. Tem que brindar com o sangue de uma virgem...
- Ele vai tomar seu sangue?
- Melhor que tomar o seu. Já deu pra todo mundo da escola, até pra lésbica da professora de francês. Olha Marco se eu fosse você pedia o DNA.
- Você ainda me paga.
- Encontro com vocês daqui uma hora. Bem aqui na frente da casa do Marco.
Todos foram deixando o lugar menos Gabriela que excitou para falar com a amiga.
- Eu não acho que algo de bom vai acontecer lá.
- Não tem com que se preocupar. Eles têm tudo sobre controle. Não vai ser nada louco. Ele me garantiu. Agora vai se arrumar que eu te vejo aqui.
- Marco pega o carro. É meio longe e a sua “namoradinha” está grávida não é bom ela ficar andando tanto agora no fim.
- Ta, mas tem que ir me guiando eu não sei onde é esse encontro.
- Pode deixar eu sei o caminho muito bem. E onde está o resto da tropa?
- Chegando.
Depois de um tempo de espera todos já estavam prontos e no lugar combinado. Foram de carro pela auto-estrada, deram uma volta por um bairro da zona norte e depois saíram em uma estrada de terra com uns 500 metros até encontrarem um portão de ferro bem antigo. Na parte superior do portão tinha a placa com o nome do lugar: Cemitério.
- Não acredito que você trouxe a gente pra um cemitério. Que festinha legal! Nós e os mortos.
- Não é uma festa e sim um ritual. E vai ter um monte de gente lá conosco valeu. Não tem com o que se preocupar gente.
- Eu... Eu quero ir pra casa.
- Você não vai a lugar nenhum! – falou Henrique saindo detrais de do portão.
- Oi. Henrique os trouxe como você pediu.
- Quanto mais gente melhor.
- Quanto mais gente pra que? – pergunta Gabriela
- Para presenciar o começo de algo superior as nossas vidas medíocres.
- Eu tenho medo de você cara. – Lucas
- Acho melhor irem entrando. Já vai dar a hora exata. – virou as costa e saiu ando, sumindo nas sombras.
- Hora exata de que? – Gabriela se assustava mais.
- Vamos entrar logo ou vamos ficar aqui olhando um pra cara do outro? – Fernanda sempre impaciente.
Todos entraram e se perdiam nas sombras igual ao Henrique. Passaram por túmulos que tinham estatuas de anjos, belas mulheres seminus e crianças. O cemitério era mal cuidado e não tinha uso desde 1948. O mato estava alto e as lapides rachadas, algumas tinham bustos que provavelmente eram de seus respectivos mortos. O lugar tinha um cheiro estranho que lembrava velas e cravo da índia. Uma luz vinha do fundo do cemitério, uma luz fraca, porém bastante clara. Eles foram se aproximando e quando chegaram encontraram um circulo iluminado com velas e rodeado de incensos. Os amigos do Henrique estava lá com latas de cerveja e vários baseados. Ferramentas como pás e pé de cabra jogados ao lado de um tumulo e uma coisa estranha e coberta estava esticada no chão ao lado do mesmo tumulo, também tinha um punhal e um cálice dourado posto sobre um pano vermelho, um livro de encadernação de couro repousava no colo de uma garota pálida e magrela que estava sentada de pernas de chinês no chão de frente pra tumba. A própria tumba tinha uma estatua de mármore de uma mulher que aparentava ser muito sedutora e libidinosa. Nas inscrições lia-se:
Sofia Augusta Pelitz
Amada filha, irmã e noiva.
Sempre lembraremos de você.
De 1902 a 1922
Com uma foto preta e branca que mostrava uma garota provavelmente loira, com cabelo channel e uma tiara com uma pluma presa na lateral. Bonita e com cara de sapeca. Morreu muito nova e não deve ter aproveitado a vida direito.
- Você vai ser usada no ritual. – dizia o H. para a Nanda.
- Sabe que eu faço tudo que meu senhor pede.
- Não estou pedindo e sim ordenando.
- Afinal de contas, que ritual é esse? – Paulo
- O ritual do ressurgimento.
- Bem, agora que temos varias pessoas tão distintas podemos dar inicio ao nosso ritual. Eu sou a portadora da chave da porta que liga as almas aos seus corpos – quem falava era a garota que tinha o livro com capa de couro, levantando o mesmo – e preciso que todos prestem atenção. Façam um circulo e dêem as mãos. Fernanda venha até a mim. – enquanto ela se encaminhava para o meio do circulo onde estava à garota dois rapazes abriam à sepultura da mulher.
Ouvia-se uns sussurros que vinham das aproximadamente vinte pessoas que estava no cemitério, coisa parecidas com: “é agora”, “o melhor momento da minha vida”,”a Fernanda sempre poinhe a gente em roubadas” e etc. A garota que era uma espécie de sacerdotisa mostrava a todos o livro intitulado:” Livros dos rituais demoníacos”. Ela usava uma roupa totalmente preta e estava descalça. Seu cabelo era de um vermelho intenso e seus lábios eram cor de carmim, pele sedosa e olhos de um verde penetrante. Estatura mediana e corpo curvilíneo; sua voz era aveludada e transmitia segurança e confiança a quem ouvia.
- Com um corpo e uma alma eu trago de volta do fogo que queima as almas pecadoras a vida de Sofia – eles retiraram o caixão e o abriram, não restava quase nada, pedaços de roupa e pó – ela não tem mais um corpo, mas isso já foi providenciado – descobriram o objeto coberto por um coberto e ele se revelou um corpo de mulher vestido com um vestido branco de seda. O espanto poderia ser geral, mas só se assustaram os amigos da Fernanda que não sabiam de nada até então. – aqui tenho uma moça, de 20 anos, que estudava para ser freira, virgem, e morreu muito recentemente, 10horas para se mais exata. A alma de Sofia agora habitará o corpo da jovem moça e poderá reviver os velhos tempos de gloria.
- Por que não trás de volta essa moça e não essa tal de Sofia? – perguntou um rapaz no circulo.
- Sofia era uma boemia, vadia de corpo e alma. Morreu muito nova e não pode viver tudo que tinha pra viver.
- Essa aí também.
- Ela era uma freira! Não queria aproveitar a vida e sim arruiná-la. Sofia morreu injustamente. Tão bela tão jovem e com um noivo ciumento. Ele a encontrou aproveitando a juventude e a enforcou com as próprias mãos.
- Por que quer tanto essa tal de Sofia? – agora era a voz de uma garota.
- Motivos particulares que no momento não lhe desrespeitam.
- Paremos de importunar a nossa sacerdotisa – Henrique
- Fernanda quero que você vá até o corpo e suba encima dela. Corte sua mão e deixe um pouco do sangue derramar na boca dela e depois esfaqueie o coração. Passarei de mão em mão essa taça de vinho e todos beberam menos a garota grávida aí.
Fernanda foi até o corpo e se sentou encima com uma perna de cada lado do corpo. Pegou o punhal e começou a cortar a mão deixou umas gotas de sangue caírem na boca da falecida ao mesmo tempo em que a garota dizia coisas que não davam pra entender. Nesse momento o corpo desfalecido embaixo de Nanda voltou a respirar ganhando vida e se mexendo abriu os olhos mostrando duas íris cor de safira. A garota se assustou e no intuito de sair dali logo tentou, em vão, se levantar, mas algo, uma força não a deixava e a única alternativa seria ir até o fim.
- É agora! Grave a adaga no coração. No Coração! – sem pensar duas vezes enterrou até o cabo fazendo assim o sangue escorrer quente e liquido para fora do corpo. Em um ultimo momento de vida a jovem noviça vomitou sangue em Fernanda a deixando escarlate da cabeça aos pés.
Todos se espantaram com o acontecido, não era de esperado, pois a garota estava morta. O circulo foi desfeito de imediato e o ritual interrompido.
- NÃO! Vocês não podem parar um ritual assim. Voltem. VOLTEM! – o pânico subia na voz dela – As conseqüências serão catastróficas e vocês serão punidos.
Eu um frenesi geral as pessoas gritavam e saiam assustadas as pressas do cemitério. Ficou apenas os amigos de Fernanda que tentavam sem sucesso acalmá-la, Henrique que esbravejava para amenizar a situação e os dois rapazes que haviam aberto a sepultura. A sacerdotisa estava inconformada aos prantos ao lado do corpo.
- Tinha que dar certo. Estamos esperando isso há tanto tempo. Não podia ser assim.
- Você está louca? Essa garota ainda estava viva! – falava o Marco que estava enraivecido.
- Não, não estava. Ela voltou no começo do ritual, sua amiguinha, a virgem tinha que matá-la pra Sofia entrar no corpo.
- Você usou a Nanda pra matar essa garota. – Renata falava aterrorizada.
- Já está na hora de alguma coisa boa acontecer – falava se aproximando dela.
- Do que você esta falando? – Pela primeira vez em um bom tempo a Gabi abria a boca pra falar.
- Logo saberão.
A profecia não demorou muito pra se realizar e em cinco minuto a Renata entrou em trabalho de parto e não poderia dar a luz naquele lugar. Marco por muito não entrou em pânico, mas ele não dava a mínima para o que acontecia e quase não parecia estar prestes a ser tornar pai. Marco, Lucas e Gabriela levaram a Renata pro hospital no carro do Marco. A Fernanda ficou a cargo do Henrique que também estava motorizado. Os dois rapazes foram com eles deixando sozinha a mulher arrumando as coisas. Ela folheava as páginas amareladas do livro e com uma lufada de vento as folhas correram e pararam na primeira página onde se lia em letras bem desenhadas e pretas: Sempre que começar um ritual vá até o fim.
Ele se resignou a limpar a bagunça feita em vão, não que ninguém fosse ver, mas era uma falta de respeito para com os mortos. O plano não dera certo, ela não poderia enfim trazer de volta sua companheira, sua amante. Já estava na última vela a ser apagada quando ouviu uma voz fraca, porém sexy atrás de suas costas.
- Ia embora? Acorda-me e iria me deixar aqui? Como você é vil.
O plano deu certo, o ritual tinha sido concluído, mas como? O final não tinha sido feito, faltou sacrificar uma virgem. Só que os deuses do submundo haviam lhe agraciado com esse milagre. Ela estava ali com a roupa ensangüentada e com aquele olhar cor de safira. Esse novo corpo era ainda mais belo que o original, as feições eram delicadas e muito atraentes o cabelo negro pendia até o meio das costas e as curvas eram perfeitas como a de uma deusa. Os lábios rosados formavam um sorriso de felicidade e nos olhos dava para ver que ali guardava um ódio eterno a quem a condenou a morte.
- Eu voltei!
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