Macabro escrita por sonhadora girl


Capítulo 5
o começo


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora, mas agora ta ai espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/61729/chapter/5

- Eu não tenho idéia do que fazer nessa sexta à noite – Marco dizia olhando a programação do cinema.

- Nós podemos jo-jogar banco imobi-biliario.

- Gabi você já está enchendo o saco com essa gagueira.

- Deixa a menina em paz sua vaca.

- Olha aqui Lucas eu não tenho que aturar essa estupidez.

- Então vai embora Renata. Eu não ti quero aqui.

  O lugar onde eles passam quase todas as noites tem o apelido meigo de Casebre dos Condenados; antes tivesse saído da boca deles, mas não saiu quem deu esse apelido foi justamente a Renata com o Fabio (capitão do time de futebol que já citei antes). Não é um casebre e sim a um quarto encima da garagem da avó do Marco. O lugar é igual a eles: bagunçado, cheio de velas, livros jogados, rádio, televisão, uns sofás, e umas poltronas, resto de comida jogado pelo chão, computador e videogame. As pinturas já estão desgastando e os móveis são todos bem velhos.

- Tenho o lugar ideal para passar essa noite – disse a Nanda entrando pela porta de madeira – nós vamos com o grupo do Henrique para um ritual.

- Ainda prefiro o cinema.

- Não! Isso é coisa de nono ano. Quero que todos troquem de roupa. Ponham... Sei lá... Roupas pretas e nada de uma roupa preta alegre ponham uma de funeral. E priminho você vai junto. Tem que brindar com o sangue de uma virgem...

- Ele vai tomar seu sangue?

- Melhor que tomar o seu. Já deu pra todo mundo da escola, até pra lésbica da professora de francês. Olha Marco se eu fosse você pedia o DNA.

- Você ainda me paga.

- Encontro com vocês daqui uma hora. Bem aqui na frente da casa do Marco.

  Todos foram deixando o lugar menos Gabriela que excitou para falar com a amiga.

- Eu não acho que algo de bom vai acontecer lá.

- Não tem com que se preocupar. Eles têm tudo sobre controle. Não vai ser nada louco. Ele me garantiu. Agora vai se arrumar que eu te vejo aqui.

 

 

- Marco pega o carro. É meio longe e a sua “namoradinha” está grávida não é bom ela ficar andando tanto agora no fim.

- Ta, mas tem que ir me guiando eu não sei onde é esse encontro.

- Pode deixar eu sei o caminho muito bem. E onde está o resto da tropa?

- Chegando.

  Depois de um tempo de espera todos já estavam prontos e no lugar combinado. Foram de carro pela auto-estrada, deram uma volta por um bairro da zona norte e depois saíram em uma estrada de terra com uns 500 metros até encontrarem um portão de ferro bem antigo. Na parte superior do portão tinha a placa com o nome do lugar: Cemitério.

- Não acredito que você trouxe a gente pra um cemitério. Que festinha legal! Nós e os mortos.

- Não é uma festa e sim um ritual. E vai ter um monte de gente lá conosco valeu. Não tem com o que se preocupar gente.

- Eu... Eu quero ir pra casa.

- Você não vai a lugar nenhum! – falou Henrique saindo detrais de do portão.

- Oi. Henrique os trouxe como você pediu.

- Quanto mais gente melhor.

- Quanto mais gente pra que? – pergunta Gabriela

- Para presenciar o começo de algo superior as nossas vidas medíocres.

- Eu tenho medo de você cara. – Lucas

- Acho melhor irem entrando. Já vai dar a hora exata. – virou as costa e saiu ando, sumindo nas sombras.

- Hora exata de que? – Gabriela se assustava mais.

- Vamos entrar logo ou vamos ficar aqui olhando um pra cara do outro? – Fernanda sempre impaciente.

  Todos entraram e se perdiam nas sombras igual ao Henrique. Passaram por túmulos que tinham estatuas de anjos, belas mulheres seminus e crianças. O cemitério era mal cuidado e não tinha uso desde 1948. O mato estava alto e as lapides rachadas, algumas tinham bustos que provavelmente eram de seus respectivos mortos. O lugar tinha um cheiro estranho que lembrava velas e cravo da índia. Uma luz vinha do fundo do cemitério, uma luz fraca, porém bastante clara. Eles foram se aproximando e quando chegaram encontraram um circulo iluminado com velas e rodeado de incensos. Os amigos do Henrique estava lá com latas de cerveja e vários baseados. Ferramentas como pás e pé de cabra jogados ao lado de um tumulo e uma coisa estranha e coberta estava esticada no chão ao lado do mesmo tumulo, também tinha um punhal e um cálice dourado posto sobre um pano vermelho, um livro de encadernação de couro repousava no colo de uma garota pálida e magrela que estava sentada de pernas de chinês no chão de frente pra tumba. A própria tumba tinha uma estatua de mármore de uma mulher que aparentava ser muito sedutora e libidinosa. Nas inscrições lia-se:

Sofia Augusta Pelitz

Amada filha, irmã e noiva.

Sempre lembraremos de você.

De 1902 a 1922

  Com uma foto preta e branca que mostrava uma garota provavelmente loira, com cabelo channel e uma tiara com uma pluma presa na lateral. Bonita e com cara de sapeca. Morreu muito nova e não deve ter aproveitado a vida direito.

- Você vai ser usada no ritual. – dizia o H. para a Nanda.

- Sabe que eu faço tudo que meu senhor pede.

- Não estou pedindo e sim ordenando.

- Afinal de contas, que ritual é esse? – Paulo

- O ritual do ressurgimento.

- Bem, agora que temos varias pessoas tão distintas podemos dar inicio ao nosso ritual. Eu sou a portadora da chave da porta que liga as almas aos seus corpos – quem falava era a garota que tinha o livro com capa de couro, levantando o mesmo – e preciso que todos prestem atenção. Façam um circulo e dêem as mãos. Fernanda venha até a mim. – enquanto ela se encaminhava para o meio do circulo onde estava à garota dois rapazes abriam à sepultura da mulher.

  Ouvia-se uns sussurros que vinham das aproximadamente vinte pessoas que estava no cemitério, coisa parecidas com: “é agora”, “o melhor momento da minha vida”,”a Fernanda sempre poinhe a gente em roubadas” e etc. A garota que era uma espécie de sacerdotisa mostrava a todos o livro intitulado:” Livros dos rituais demoníacos”. Ela usava uma roupa totalmente preta e estava descalça. Seu cabelo era de um vermelho intenso e seus lábios eram cor de carmim, pele sedosa e olhos de um verde penetrante. Estatura mediana e corpo curvilíneo; sua voz era aveludada e transmitia segurança e confiança a quem ouvia.

- Com um corpo e uma alma eu trago de volta do fogo que queima as almas pecadoras a vida de Sofia – eles retiraram o caixão e o abriram, não restava quase nada, pedaços de roupa e pó – ela não tem mais um corpo, mas isso já foi providenciado – descobriram o objeto coberto por um coberto e ele se revelou um corpo de mulher vestido com um vestido branco de seda. O espanto poderia ser geral, mas só se assustaram os amigos da Fernanda que não sabiam de nada até então. – aqui tenho uma moça, de 20 anos, que estudava para ser freira, virgem, e morreu muito recentemente, 10horas para se mais exata. A alma de Sofia agora habitará o corpo da jovem moça e poderá reviver os velhos tempos de gloria.

- Por que não trás de volta essa moça e não essa tal de Sofia? – perguntou um rapaz no circulo.

- Sofia era uma boemia, vadia de corpo e alma. Morreu muito nova e não pode viver tudo que tinha pra viver.

- Essa aí também.

- Ela era uma freira! Não queria aproveitar a vida e sim arruiná-la. Sofia morreu injustamente. Tão bela tão jovem e com um noivo ciumento. Ele a encontrou aproveitando a juventude e a enforcou com as próprias mãos.

- Por que quer tanto essa tal de Sofia? – agora era a voz de uma garota.

- Motivos particulares que no momento não lhe desrespeitam.

- Paremos de importunar a nossa sacerdotisa – Henrique

- Fernanda quero que você vá até o corpo e suba encima dela. Corte sua mão e deixe um pouco do sangue derramar na boca dela e depois esfaqueie o coração. Passarei de mão em mão essa taça de vinho e todos beberam menos a garota grávida aí.

   Fernanda foi até o corpo e se sentou encima com uma perna de cada lado do corpo. Pegou o punhal e começou a cortar a mão deixou umas gotas de sangue caírem na boca da falecida ao mesmo tempo em que a garota dizia coisas que não davam pra entender. Nesse momento o corpo desfalecido embaixo de Nanda voltou a respirar ganhando vida e se mexendo abriu os olhos mostrando duas íris cor de safira. A garota se assustou e no intuito de sair dali logo tentou, em vão, se levantar, mas algo, uma força não a deixava e a única alternativa seria ir até o fim.

- É agora! Grave a adaga no coração. No Coração! – sem pensar duas vezes enterrou até o cabo fazendo assim o sangue escorrer quente e liquido para fora do corpo. Em um ultimo momento de vida a jovem noviça vomitou sangue em Fernanda a deixando escarlate da cabeça aos pés.

    Todos se espantaram com o acontecido, não era de esperado, pois a garota estava morta. O circulo foi desfeito de imediato e o ritual interrompido.

- NÃO! Vocês não podem parar um ritual assim. Voltem. VOLTEM! – o pânico subia na voz dela – As conseqüências serão catastróficas e vocês serão punidos.

    Eu um frenesi geral as pessoas gritavam e saiam assustadas as pressas do cemitério. Ficou apenas os amigos de Fernanda que tentavam sem sucesso acalmá-la, Henrique que esbravejava para amenizar a situação e os dois rapazes que haviam aberto a sepultura. A sacerdotisa estava inconformada aos prantos ao lado do corpo.

- Tinha que dar certo. Estamos esperando isso há tanto tempo. Não podia ser assim.

- Você está louca? Essa garota ainda estava viva! – falava o Marco que estava enraivecido.

- Não, não estava. Ela voltou no começo do ritual, sua amiguinha, a virgem tinha que matá-la pra Sofia entrar no corpo.

- Você usou a Nanda pra matar essa garota. – Renata falava aterrorizada.

- Já está na hora de alguma coisa boa acontecer – falava se aproximando dela.

- Do que você esta falando? – Pela primeira vez em um bom tempo a Gabi abria a boca pra falar.

- Logo saberão.

    A profecia não demorou muito pra se realizar e em cinco minuto a Renata entrou em trabalho de parto e não poderia dar a luz naquele lugar. Marco por muito não entrou em pânico, mas ele não dava a mínima para o que acontecia e quase não parecia estar prestes a ser tornar pai. Marco, Lucas e Gabriela levaram a Renata pro hospital no carro do Marco. A Fernanda ficou a cargo do Henrique que também estava motorizado. Os dois rapazes foram com eles deixando sozinha a mulher arrumando as coisas. Ela folheava as páginas amareladas do livro e com uma lufada de vento as folhas correram e pararam na primeira página onde se lia em letras bem desenhadas e pretas: Sempre que começar um ritual vá até o fim.

  Ele se resignou a limpar a bagunça feita em vão, não que ninguém fosse ver, mas era uma falta de respeito para com os mortos. O plano não dera certo, ela não poderia enfim trazer de volta sua companheira, sua amante. Já estava na última vela a ser apagada quando ouviu uma voz fraca, porém sexy atrás de suas costas.

- Ia embora? Acorda-me e iria me deixar aqui? Como você é vil.

  O plano deu certo, o ritual tinha sido concluído, mas como? O final não tinha sido feito, faltou sacrificar uma virgem. Só que os deuses do submundo haviam lhe agraciado com esse milagre. Ela estava ali com a roupa ensangüentada e com aquele olhar cor de safira. Esse novo corpo era ainda mais belo que o original, as feições eram delicadas e muito atraentes o cabelo negro pendia até o meio das costas e as curvas eram perfeitas como a de uma deusa. Os lábios rosados formavam um sorriso de felicidade e nos olhos dava para ver que ali guardava um ódio eterno a quem a condenou a morte.

- Eu voltei!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

comentar não mata, mas faz um autor feliz



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Macabro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.