Nosso Tempo é o Sempre escrita por Anjinha


Capítulo 5
Não importa, querido, viverei do nosso amor


Notas iniciais do capítulo

“Não importa, querido,
Viverei do nosso amor”
(Hino ao Amor - Maysa)



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Quando a música que dançavam chegou ao fim, e os acordes iniciais da próxima canção se seguiram, nenhum dos dois fez menção de se afastar. Continuaram dançando abraçados, mesmo durante as breves pausas entre uma música e outra, como se ouvissem uma longa e ininterrupta melodia particular, audível apenas para eles. Dentro daquele abraço perfeito, criara-se um mundo intocável pelo passar das horas, que se arrastaram, magnânimas, desviando-se do casal abraçado no meio do salão. Para Niko seria impossível saber quanto tempo se passou até que um sussurro rouco de Félix tocasse seu ouvido, provocando-lhe um pequeno arrepio.

– Vem comigo...

Niko afastou-se levemente de Félix para que pudessem se olhar nos olhos. O sorriso no rosto de Niko já dizia tudo, mesmo assim ele respondeu.

– Pra onde você for, eu vou, Félix.

Quando Félix estendeu-lhe a mão, Niko enlaçou a sua na dele. Em muda cumplicidade, eles se dirigiram à saída do salão de dança.

Enquanto andavam de mãos dadas pelo corredor, o som do baile ficava cada vez mais distante. Eles não precisavam de palavras para saber onde estavam indo. Quando passaram em frente ao quarto doze, não pararam de andar, apenas trocaram um olhar e um sorriso, continuando seu caminho em direção ao destino final. Em direção ao destino inicial de tudo.

A brisa fria da noite os recepcionou quando saíram ao ar livre. Acima de tudo, soberana, a lua reinava na abóbada celeste, enviando seus súditos de prata para beijarem cada pétala e cada folha do imenso jardim que se estendia a frente deles. Eles deram alguns passos despreocupados pelo jardim, as mãos dadas inseparáveis. A noite fazia-se presente e real em cada detalhe sob os sentidos atentos de Niko. A forma como o luar ressaltava tudo que os rodeava. O suave perfume que subia das fileiras de flores e os envolvia serenamente. A disputa que ocorria entre as estrelas e a lua para decidir quem brilhava mais intensamente.

E principalmente, a luz que incidia no perfil de Félix, tornando as linhas de seu rosto ainda mais perfeitas e etéreas. Com um suspiro, Niko voltou a olhar para o céu estrelado, antes de comentar.

– Dessa vez você conseguiu, Félix.

Ele voltou-se, surpreso, parando de andar e voltando-se de frente para Niko.

– O que?

– Subornou o céu.

Félix soltou uma pequena risada, antes de segurar o queixo de Niko delicadamente com os dedos.

– Faco qualquer coisa para ver o seu sorriso, Niko.

Niko mostrou-lhe que ele conseguira mais uma vez, com o amplo sorriso que tomou seus lábios, e que ali se manteve enquanto eles continuavam a andar pelo jardim.

De repente Félix parou de andar, voltando-se de frente para Niko, mantendo as mãos dadas.

– Foi exatamente aqui que a minha vida começou.

Niko não precisou olhar em volta para saber que era verdade. Encontravam-se parados exatamente no lugar onde seus lábios se encontraram pela primeira vez. A única diferença era a lua no lugar do sol. Niko mergulhou na profundidade dos olhos negros brilhantes que o fitavam.

– A minha também. – respondeu Niko, e quase instintivamente, levou uma mão à orelha direita. Seu olhar se entristeceu quando deu por falta da rosa branca que Félix ali colocara mais cedo.

– A rosa que você me deu... deve ter caído e eu nem senti... – Niko lançou um olhar de procura pelo caminho que haviam percorrido, na esperança de vê-la caída em algum lugar, mas antes que perdesse mais tempo nisso, uma nova e perfeita rosa branca surgiu diante de seu rosto.

Sorrindo, Félix depositou a nova rosa por trás da orelha de Niko, ajeitando-a delicadamente no lugar. Niko retribuiu o sorriso, agradecido, antes que se aproximassem para resgatar o momento inesquecível do passado com um beijo apaixonado e interminável.

Os lábios se separaram muito lentamente, enquanto eles mantinham os olhos fechados, como quem não quer acordar de um sonho muito bom. Não muito longe dali, as notas tristes e melancólicas da primeira música que dançaram no baile chegaram até eles, o que fez com que enfim abrissem os olhos e se encarassem.

– Aquela música velha de novo, Niko. - foi o comentário falsamente amuado, pois ele sorria.

– Aquela música linda de novo. - corrigiu Niko com um sorriso.

– Sim, foi isso que eu quis dizer.

Niko balancou a cabeça, rindo. Sem que ele precisasse convidar, pôs os braços sobre os ombros dele.

– Sabe o que dizem... Quando repetem uma música, é obrigatório dançá-la de novo.

– Ainda que você tenha acabado de inventar isso... Não me importaria de dançar essa música velh... Digo, linda, com você mil vezes, Niko.

Com um sorriso divertido, Félix enlaçou a cintura de Niko. Na verdade não chegaram a dançar. Estava mais para uma imitação de dança, apenas uma desculpa para ficarem abraçados, se movendo levemente no lugar, de um lado para o outro. Niko sentiu a mão de Félix carinhosa e protetora segurando sua nuca, e segurou-se mais fortemente a ele, estreitando os braços por suas costas esguias. As faces permaneciam coladas se roçando suavemente. O perfume dele se misturava deliciosamente com o aroma das flores em volta, inebriando seus sentidos. As mãos passeavam uma sobre o outro, distribuindo leves carinhos. Com um suspiro Niko repousou um lado do rosto no ombro de Félix, e fechou os olhos. Tudo era tão sublime que Niko desejou ficar assim para sempre. Ele já começava a acreditar que seu desejo seria atendido quando a voz de Félix quebrou o encanto.

– Niko... Olha pra mim.

O tom de voz era solene. Um alarme soou dentro do peito de Niko. Lágrimas já queriam nascer antes mesmo que se afastassem um pouco e ele visse a mesma tristeza de sua voz refletida nos olhos de um negro tão profundo. Niko aproximou-se e beijou-o nos lábios entreabertos, antes que começasse a falar. A única maneira que possuía de adiar o que iria sair daqueles lábios. Era um beijo de leve desespero misturado com negação. Instintivamente apertou o abraço em volta dele, como se quisesse que se fundissem num só.

Félix correspondeu aos beijos desesperados e retribuiu os abraços com a mesma intensidade, mas em dado momento Niko sentiu as mãos dele em seus ombros, apartando delicada mas firmemente o enlace, para que pudessem se olhar nos olhos. Lágrimas já deslizavam pelo rosto de Niko, como se elas fossem mais sábias do que ele e mais capazes de prever um futuro certamente indesejável.

– Eu quero que me prometa uma coisa.

Niko seria capaz de prometer qualquer coisa, desde que isso significasse ficar o máximo de tempo possível com os braços dele ao seu redor. Por isso reuniu forças suficientes para vencer o bolo da garganta e responder.

– Claro, Félix... Quantas você quiser.

Um dedo longo e gentil acariciou sua face, limpando uma lágrima que foi logo substituída por outras.

– Me prometa que não vai mais chorar.

A única resposta possível naquele momento era justamente o contrário do que lhe estava sendo pedido. Naquele momento, e muito provavelmente, enquanto vivesse.

– Félix...

– Prometa, Niko. - ele insistiu, mais sério do que nunca. - Não suporto ver você chorando.

Em meio as lágrimas Niko exibiu um sorriso triste.

– Então somos dois...

Félix limpou outra lágrima teimosa com o dedo e beijou-o levemente nos lábios, um beijo doce e terno.

– Outra coisa... Quero que me prometa também que você vai ser feliz.

Niko sacudiu debilmente a cabeça, agora em ampla negação. Nem saberia dizer qual das duas promessas era a mais difícil de ser cumprida.

– Como posso ser feliz sem você? Eu não posso, Félix. Eu te amo tanto... Sinto tanto a sua falta... Eu não consigo.

– Você vai conseguir. Sabe por que?

Sem aviso a mão direita de Félix se depositou sobre seu peito. Niko continuou encarando-o, enquanto o calor daquela mão o massageava com carinho.

– Por causa disso. – Félix respondeu a própria pergunta. – Eu confio em você, Niko. Confio na luz que está aqui dentro. Tem muito amor e felicidade ainda aí. Tem tanta gente que merece receber isso. Seus filhos, seus netos...

Ainda com o olhar preso no dele, Niko cobriu a mão de Félix com a sua.

– Você está aqui dentro. - ele lutou com alguns soluços para conseguir falar.

– Eu sei. E é por isso que você vai ser feliz. Porque eu estarei aí dentro, sendo feliz junto com você.

O olhar de Félix fixou-se em outra direção. Niko acompanhou seu olhar. A alguns metros dali, o portão do asilo estava aberto. Do lado de fora, uma tênue claridade acenava um convite. Niko voltou o olhar para Félix, que exibia um meio sorriso melancólico. Niko soltou um suspiro entrecortado pelo choro. Subitamente a compreensão era inegável demais. Seu peito pesou. A mão de Félix não o abandonou, reforçando o carinho sob a mão já trêmula de Niko.

– Não... Não, Félix... - novamente agarrou-se a ele, uma súbita agonia avultando em seu peito. - Não me mande embora... Quero ficar aqui com você... Quero ficar aqui com você... - repetiu aos sussurros.

Os braços de Félix continuavam protetores e confortadores a sua volta, mas a voz continuava firme, muito embora deixasse escapar um tom velado de tristeza.

– Não, Niko. Seu lugar não é aqui. Você precisa ir.

– Eu não sei te dizer adeus, Félix. Não sei e não posso. Não me peça isso, por favor.

– Então não diga. Diga apenas... “Até breve”, ou “até qualquer dia”... Ou melhor ainda. – Félix sorriu. O sorriso largo, generoso, que Niko sempre amara, com lado torto ou não. – Diga “até logo”.

– Até logo... - Niko tentou esboçar um sorriso em meio as lágrimas. De uma maneira estranha, achava que começava a compreender o que ele queria dizer. Um até logo que duraria até a próxima vez que olhasse para uma rosa branca... Ou até quando olhasse para a foto dele, na festa de aniversário de oitenta anos, emburrado com o chapéu engraçado de festa... Ou mesmo quando alguém repetisse alguma frase ou piada que ele costumava usar... Havia tantas coisas que o trariam novamente para perto. Tantos tesouros guardados em sua memória. Bastava uma lembrança para que a próxima se seguisse, ativando uma preciosa e infindável corrente de amor.

Félix sempre estaria presente. Dentro dele e fora, em toda parte. Viveria e respiraria junto com Niko. A cada manhã ao abrir os olhos. A cada lufada de ar entrando em seus pulmões. A cada bater de seu coração, e até o último deles.

Niko o encarou. Os olhos negros brilhavam, mais vívidos do que as estrelas acima deles. Talvez pelas lágrimas que também nasciam neles. Talvez pela satisfação em ver que Niko entendia o que ele queria dizer.

– Você entende agora?

Niko assentiu, pois entendia, e por isso se esforçava para engolir as últimas lágrimas, mesmo que elas já começassem a rarear.

– Posso só te pedir uma coisa?

– Quantas você quiser... – o sorriso de Félix era algo divertido, algo triste.

– Vamos ficar aqui mais um pouquinho... – Foi a súplica sussurrada de Niko. Como se receasse uma resposta negativa, ele escondeu o rosto no refúgio entre o pescoço e o ombro de Félix. A resposta veio na forma dos braços longos que reforçaram seu aperto em torno de Niko.

Não foi preciso que pedisse também por um beijo. Ele aconteceu naturalmente quando os lábios ansiosos se buscaram e se uniram. Era como se tivessem todo o tempo do mundo. Como se pudessem viver para sempre. Talvez não pudessem, mas o amor que os envolvia os tornava imortais e pretendia à eternidade, mesmo que esta durasse apenas o singelo momento de um beijo.

Não muito longe de onde o tempo pausou para um beijo, os acordes finais da música no salão do baile quase não os alcançava. Os lábios finalmente se afastaram. Quando abriu os olhos, não pareceu estranho para Niko ver que o Félix jovem desaparecera, dando lugar ao Félix real... Aquele que conhecera, amava e com quem convivera durante dois anos. As rugas estavam de volta. O luar incidia sobre as mechas lisas de seu cabelo acentuando sua brancura. O lábio ligeiramente torto que tanto adorava voltara também, e se erguia no sorriso irônico de sempre.

– Diga que ainda continuo lindo, Niko.

Niko riu e soube naquele momento que a cada vez que ouvisse a própria risada, ouviria também a dele, já que uma era consequência da outra, como se fossem um só som.

– Sempre, meu amor. – Para reafirmar o que dizia, Niko beijou o canto direito de seu lábio levemente. Félix riu junto aos seus lábios, e retribuiu o beijo segurando a face de Niko com a mão direita, já que a esquerda era usada para se apoiar na bengala. Niko repousou uma mão sobre a mão trêmula que tocava seu rosto. Com a outra, segurou firmemente sua cintura. - O mais lindo, sempre. – ele completou.

– Não... O mais lindo sempre será você. – um novo beijo leve nos lábios encerrou a doce discussão. Parados no meio do jardim, eles se olharam longamente, os narizes quase colados, os hálitos misturados produzindo pequenas nuvens de vapor na noite fria. Nesses olhares compartilhados cheios de amor e compreensão, promessas que não precisavam ser formuladas eram trocadas. A música terminara e o silêncio cobriu todo o jardim. Em volta deles, tudo era feito de luar e botões de rosa à espera da manhã para poderem desabrochar. O portão do asilo continuava aberto, aguardando pacientemente.

– Agora vai, criatura amada... - Félix apontou com o olhar para o portão. - Vai ser feliz...

Niko sorriu antes de dar-lhe um selinho. Já ia se afastar quando, parecendo mudar de idéia, voltou e deu mais um. Félix riu novamente.

– Já vou. – Niko tentou brincar, mas havia um fundo de verdade que o fazia querer ficar.

– Vai logo... – Félix sorria brincalhão, mas seus olhos estavam marejados.

– Tô indo... - Niko começou a afastar-se andando de costas, sem querer desviar o olhar dele. Sorridente, Félix levou a mão esquerda aos lábios e beijou a ponta dos dedos, em seguida jogando-lhe um beijo. Seu sorriso dava a impressão de brilhar mais que a lua bem acima dele. Niko sorriu de volta. Nunca o achara tão lindo quanto agora. Se alguém lhe disesse que ele perderia todas as suas memórias, mas lhe fosse dada a escolha de um único momento para recordar para sempre, não teria dúvidas em escolher este.

– Olha o degrau! - avisou Félix com uma pequena risada.

Niko abaixou o olhar para trás e desceu um pequeno degrau a tempo, impedindo-se de tropeçar e cair. Enquanto se distraiu com isso ouviu a voz de Félix em um último pedido.

– Quero muito que você seja feliz.

Niko voltou-se. Pela primeira vez, não sentiu-se triste por não se voltar a tempo.

Quase tudo permanecia igual... Na casa de repouso, a música recomeçara a enviar pelo ar suas notas, agora bem mais alegres. O luar iluminava tudo quase como se fosse dia. Era possível até ver o brilho das minúsculas gotas de orvalho deixadas pelo ar frio da noite sobre as pétalas das incontáveis flores do jardim.

Mas Félix não estava mais lá.

Niko inspirou profundamente, já à espera das lágrimas, mas não chegou a estranhar quando elas não vieram.

Talvez houvesse chegado a hora dele começar a cumprir algumas promessas.

Decidido, ele virou-se de frente para o portão, e saiu do asilo sem olhar para trás.


* * * * * *


A claridade do sol da manhã invadindo o quarto pelas frestas da persiana o fez abrir os olhos, lentamente. Niko olhou para o teto, em seguida virou a cabeça para o lado. A foto de Félix que encontrara escondida atrás do porta-retratos caíra de sua mão e repousava sobre o edredon ao seu lado. Ainda deitado, Niko virou-se de costas para o sol que entrava pela janela e pegou a foto, erguendo-a diante dos olhos.

Niko precisou fechar os olhos por um momento, enquanto resquícios do sonho tão vívido lhe assaltavam. Poderia jurar que podia sentir o aroma suave das flores do jardim do asilo, que se misturava com o perfume de Félix em uma deliciosa e nostálgica combinação. Ainda de olhos fechados, Niko passou a língua nos lábios. Era como se trouxesse do sonho o sabor dele, um precioso souvenir roubado que resistira à passagem do mundo dos sonhos para o mundo desperto.

Um suspiro encheu seu peito. Abriu os olhos. O Félix jovem da foto parecia sorrir para ele.

Niko sorriu de volta sem sentir.

Por alguns momentos, esperou sentir o velho peso no peito, como um amigo íntimo já esperado. Mas esse amigo não veio, o que não era para ser lamentado. Ainda com a foto na mão, Niko levantou-se calmamente da cama e dirigiu-se até a cômoda, onde abriu uma gaveta, de onde resgatou um porta-retratos vazio. Niko releu a dedicatória no verso, e novamente sorriu, antes de abrir o porta-retratos e delicadamente posicionar a foto do jovem Félix nele, fechando o encaixe traseiro.

Ele olhou para a foto agora emoldurada por alguns instantes, antes de pegar de cima da cômoda a outra foto, do aniversário de Félix. Com um porta-retratos em cada mão, Niko gastou alguns minutos comparando as duas fotos, lado a lado.

Em ambas, Niko via uma mesma pessoa, e uma mesma alma. E o amor que preenchia a sua própria era exatamente o mesmo. E sempre seria. Isso não mudaria jamais, nem que vivesse mais cem anos.

Niko levou primeiro a foto do Félix jovem aos lábios para um beijo, em seguida, beijou o Félix emburrado de chapéu de festa da outra foto. Depositou ambas as fotos de volta na cômoda, em seguida dirigiu-se à janela.

O sol da manhã invadiu todo o quarto de Niko, sem mais reservas, quando ele puxou o cordão da persiana, abrindo-a completamente.

Aquela era uma nova manhã, e nela não havia mais espaço para lágrimas. Não quando Niko sentia a presença de Félix mais viva do que nunca, em tudo que tocava seus sentidos. Em cada respiração que inspirava e expirava. Em cada raio de sol matutino que agora aquecia sua face cansada pelo tempo. Ele partira e nunca partira. Niko sentia-se envolvido por ele, em um abraço caloroso feito de amor e saudade.

Alguém um dia disse que quem amamos nunca realmente nos deixam.

Eu não sei se é verdade, Félix, mas eu sei que você não me deixou. Porque você ainda está aqui, ali, em toda parte. Você está em tudo.

Eu tive você por dois anos.

Eu tive você eternamente.

Eu tenho você.

Qualquer um diria que nosso tempo foi curto. Que foi pouco demais e chegou tarde demais. Mas eu discordo.

Eu sinto como se tivesse passado minha vida inteira com você.

Nós tivemos o nosso "para sempre" particular. Um delicioso e perfeito infinito, só nosso. Ainda temos. Pois você ainda está aqui dentro de mim.

E aqui você ficará para sempre.

Nosso tempo é o sempre.

Eu te amo, Félix.

Até logo.



~ FIM ~



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Notas finais do capítulo

A música que Félix e Niko dançaram, no baile e no jardim, é a do título desse capítulo: “Hino ao Amor”, cantada por Maysa. (a versão que gosto mais).

Agradeço muito a todos que leram essa fic. Espero que tenham gostado de seu final e principalmente, da mensagem implícita nela: A que o amor quando é verdadeiro é capaz de vencer tudo, até mesmo o que parece invencível.

Quero dedicar essa fic a três pessoas. A primeira delas está fazendo aniversário hoje, e é para mim uma amiga muito querida e especial: Marcele Dresch. Parabéns, minha linda, que todos os seus aniversários sejam sempre repletos de felicidade, saúde e principalmente, muito amor.

As outras duas pessoas são meus pais. Eles não estão mais aqui, mas antes de eu lhes dizer “até logo”, eles foram casados por 39 anos. Acredito que eles tiveram seu próprio infinito de amor, e onde quer que estejam agora, isso perdura, como sempre acontece com as almas gêmeas. Eles são os responsáveis pela pessoa que sou hoje, e eu devo tudo a eles. Então, essa fic também é pra eles.

Muito obrigada mais uma vez. “Até logo”. :)