Elementary, my loved Joan escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 7
Capítulo 7 - Analisando as evidências




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Capítulo 7 – Analisando as evidências

Os pacientes e acompanhantes foram orientados a permanecer em seus quartos por motivos que a polícia e o hospital preferiram não esclarecer de imediato. Gregson, Bell, Kitty, Sherlock e outros agentes vasculhavam o hospital, câmeras de seguranças e o quarto de Joan.

– Você está certo – Kitty falou levantando-se com alguma coisa nas mãos enluvadas – Tem fios de cabelo aqui – Este é dela – mostrou-lhe um fio comprido e negro – E há este outro – Sherlock viu um fio curto e castanho.

– Vamos mandar pra análise o mais rápido possível – Bell colocou os fios em sacos plásticos lacrados e entregou a um dos investigadores, que se retirou.

Gregson voltou ao quarto.

– Tem alguma coisa muito estranha acontecendo. As câmeras não mostram nada de incomum. Joan não foi vista em nenhuma delas, em parte alguma, dentro ou fora desse hospital. Estamos estudando falhas nas fitas e verificando os demais quartos já que não há vigilância focada nos pacientes e acompanhantes.

– Capitão...

– O que mais descobriu? – Perguntou a Sherlock, que tinha os olhos vermelhos e a voz levemente trêmula.

– Notei que não há sangue se estendendo pelo corredor. E quem a levou teve o cuidado de fechar a porta. Creio que seja prudente checar as fichas de cada funcionário.

– Vou considerar isso. Já tentou ligar pro celular dela?

– Mais vezes do que possamos contar – Kitty lhe disse – Simplesmente toca, toca, e não temos uma resposta.

– Mensagens.

– Não responde também.

Gregson deixou o quarto novamente e Kitty se atentou a um detalhe no chão. Não pegou o objeto, pois a cena do crime ainda estava em análise, mas olhou para Sherlock e perguntou o mais baixo e discretamente que pode.

– Você pode explicar aquilo? – Ela apontou para a caixinha azul aberta e vazia no chão – Pertence à Joan?

Ele levou algum tempo para parar sua análise das manchas de sangue no lençol, absorver as palavras dela e responder.

– Sim... Eu dei isso pra ela antes de sair.

A garota ficou curiosa e um leve sorriso passou por seu rosto, mas deixou a questão de lado, pois lhe ocorrera outra hipótese.

– Escute... Se o anel estava no dedo dela... Se ela tiver deixado cair em algum lugar? A menos que tenha desmaiado ou sido apagada no exato momento em que foi levada, ela pode ter deixado mais pistas pra nós. Precisamos procurar rastros de sangue ou alguma outra coisa que nos mostre um possível caminho.

– Eu tenho uma hipótese – ele disse após alguns segundos em silêncio.

– O que? – Bell lhe perguntou.

– Os sinais de luta estão apenas no chão. Joan estava sentada de costas para a porta quando eu saí. Quando o sequestrador entrou ela deve ter pensado que poderia ser eu e não reagiu, mas eu sei que nós dois reconhecemos os passos um do outro. E ao perceber que se tratava de outra pessoa ela se alarmou e virou-se para olhar, puxando o lençol para este lado sem realmente intencionar – ele mostrou uma das dobras no tecido – Não acredito que a pessoa parecesse suspeita, pois acho que ela levou algum tempo para reagir – ele indicou o lençol puxado na direção do travesseiro – Isso indica que ela tentou descer da cama, mas antes disso o sequestrador a segurou aqui e de alguma forma fez o ferimento abrir, manchando o lençol de sangue. Acredito que não sabia que Joan estava ferida, pois não me parece que abrir o ferimento foi intencional.

– E como sabe disso? – Bell lhe perguntou.

– Se soubesse, creio que teria agido rápido, mas ainda a soltou, provavelmente surpreso e sem entender como a feriu apenas por segurá-la, mesmo que com força. Joan caiu para o chão, derrubando esta caixinha que estava ao seu lado junto – mostrou o lençol puxado para baixo e a caixinha do anel – E o manchou quando tentava se levantar. O sequestrador saiu de suas divagações e abaixou-se para pegá-la, ela reagiu tentando chutá-lo e acabou desprendendo os sapatos de seus pés ou ele mesmo os removeu. Se fosse acertado por esses saltos poderia se ferir gravemente. A quantidade de fios de cabelo que encontramos me leva a pensar que Joan os arrancou de propósito pra nos deixar uma evidência. Kitty, preciso de algo em pó que não nos mate. Surpreenda-me.

A jovem consultora correu para fora do quarto, levando alguns minutos para voltar com um pequeno vidro que parecia conter leite em pó e o entregou a Sherlock.

– Consegui com um dos funcionários que cuida da alimentação. Gregson estava lá, ele também confirmou que é seguro.

– Sua agilidade é encantadora.

Apesar de também estar abalada, ela ficou feliz com o elogio e observou Sherlock espalhar um pouco do pó pelo chão e soprá-lo, revelando novas marcas sobre as manchas de sangue, antes não percebidas.

– Veem? – Ele apontou o que parecia parte de uma pegada em uma das manchas – Quem a levou deve calçar 40 e logicamente é muito maior e mais forte do que ela. Essas marcas são de um típico calçado masculino e estão bem marcadas no chão pra terem estado em um pé no qual não se encaixariam bem.

– Ela luta bem, tive uma amostra disso quando nos conhecemos. Acho que teria resistido se não estivesse machucada.

– Sim, e provavelmente fugido. Mas apesar de só descobrir o estado dela quando chegou aqui, a pessoa se aproveitou disso.

– Mas como não encontramos nenhuma pegada ensanguentada fora daqui? – Bell questionou.

Sherlock espalhou mais pó pelo quarto, revelando uma trilha de marcas de sapato até o banheiro.

– O sangue no chão é pouco, apenas manchas, por isso marcou muito de leve os sapatos dele. E ele teve o cuidado de limpá-los.

Levantou-se e abriu a porta do banheiro, abrindo o box e vendo uma poça de água no chão, também pegando o tapete do chão e o virando para o lado oposto, revelando manchas distorcidas no tecido branco.

– Estava usando luvas. Não há uma marca sequer no inox da torneira. E entrou aqui carregando Joan, provavelmente para que não fugisse – Sherlock indicou marcas ensanguentadas de dedos do lado de fora da porta corrediça de vidro – Ela deve ter tentado segurar pra impedi-lo de seguir em frente.

– Vou fazer tudo pra agilizarem ao máximo a análise das amostras – Bell lhe disse.

– E faça mesmo – Gregson falou ao entrar no quarto outra vez – Nenhuma câmera a mostrou. Quanto mais demoramos, mais perigoso pode ficar.

Bell e os demais se retiraram aos poucos, deixando Sherlock, Kitty e Gregson sozinhos.

– Você pode recolher as coisas dela e as suas. Já temos tudo que precisamos, só vamos levar os sapatos de Joan pra procurar DNA e manter o quarto trancado pra preservar a cena caso precisemos dela. Sei que não adianta mandar você ir pra casa. Nós vamos te entregar em breve as fotos e dados que recolhemos. Atenda seu telefone se nós ligarmos.

Meia hora depois Sherlock perambulava pelo andar buscando qualquer coisa que tivesse deixado escapar, arrastando Kitty junto com ele. A menina começava a ficar realmente preocupada. Sherlock não dizia uma palavra fazia tempo e sua respiração estava pesada. Os olhos vermelhos evidenciavam as lágrimas que ele tentava conter quando pararam no fim de um corredor e se encostaram na parede. Já deviam ser quase quatro da tarde.

– Você devia comer alguma coisa e dormir um pouco. Está assim há horas.

Ele não respondeu. Kitty sabia do que ele estava com medo. Enquanto o tempo corria sem que soubessem do que se passava qualquer tipo de coisa poderia acontecer a Joan, poderia ser ainda mais machucada, ameaçada, ou até muito pior. Lembrou-se das coisas terríveis pelas quais havia passado antes de conhecer Sherlock e Joan, das lembranças horrorosas que a levavam a frequentar reuniões, e soube que aquilo era uma coisas que Sherlock tinha mais medo de que acontecesse a ela.

– Se quer ajudar se concentre em descobrir a relação do aroma de perfume infantil com tudo isso – ele disse simplesmente.

– Vou fazer tudo que eu puder.


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