Elementary, my loved Joan escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 6
Capítulo 6 - Quem a levou?




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Capítulo 6 – Quem a levou?

Ela riu enquanto o abraçava.

– Eu ainda não acredito que você fez isso – falou escondendo o rosto no peito dele, ainda sem jeito com a situação.

Ouviu Sherlock rir junto com ela e juntou forças pra encará-lo.

– Quando você falou sobre lembranças que te machucam...

– Você está certa. Irene não existe, nunca existiu. E eu me sinto seguro pra deixa-la pra trás e tentar recuperar a vida que ela tirou de mim. E antes que pergunte... Eu não quero tentar consertar nada do que aconteceu. Eu quero você, e não uma lembrança dela. Lembro de em uma das cartas pra Moriarty ter escrito que o amor é um jogo que não compreendo, por isso escolhi não jogar. Mas não era isso que eu tinha com Irene, por isso eu não sabia sequer o que realmente era. Até você aparecer.

Joan o olhou com gentileza, nunca o ouvira dizer nada tão doce.

– Sherlock... É muito mais que um jogo. É muitas vezes muito confuso e estranho, não conseguimos entender ou encontrar um sentido por mais que procuremos. Às vezes parece a chave pra tudo e às vezes nos assusta e queremos fugir. Eu não quero machucar nenhum de nós dois.

– Um enigma eterno, dois lados de uma mesma moeda. Sabe como adoro mistérios. E eu não quero só amor, todos aqueles discursos comoventes e articulados sobre amor são sempre cansativos e não vão muito longe. Quero você, Joan. E estou disposto a me arriscar num novo terreno por você.

– Eu quero casar.

– Eu pensei nisso. Obviamente precisamos de um tempo pra nos acostumarmos com isso e naturalmente temos tempo suficiente pra planejar um casamento. Não lhe dei esse anel somente pra firmar um compromisso.

Joan o olhou estática, com mil coisas passando por sua cabeça ao mesmo tempo.

– Está mesmo dizendo isso?! Vai deixar algumas loucuras de sua vida de lado e até mesmo desistir das garotas que você leva pro sobrado de vez em quando?

– Sim.

– Se eu pegar alguma delas com você eu mato os dois – ela falou baixo, mas em tom assassino, e ele sabia que era sério.

– Vai aprender a confiar mais em mim quando eu mostrar que posso fazer tudo que falei.

– Inclusive não me acordar grosseiramente?

– Sim... Ao menos não sempre.

Os olhos da oriental se estreitaram ainda mais ao ouvir aquilo.

– Kitty e Bell podiam ser nossos padrinhos. E Gregson e minha mãe nossas testemunhas.

– De acordo, mas como eu já disse, vamos dar um passo de cada vez.

– Como acha que Kitty vai reagir?

– Como todos reagem. Pessoas se comprometem e dormem juntas todos os dias. O fato de duas dessas pessoas morarem com ela não vai mudar muito. Ela vai se acostumar.

Joan se sentiu corar diante daquelas palavras e desviou momentaneamente o olhar. Estava acostumada a ouvir Sherlock falar certas coisas com naturalidade além da conta, mas nunca se referindo a ela.

– E sei que tem que mover suas coisas do apartamento, mas desde já vai ficar no sobrado. Nem pense em terminar sua recuperação sozinha.

Ela sorriu e tornou a abraçar-se a ele, surpreendendo-se bastante quando o sentiu afagar seu cabelo. Um toque desajeitado e um tanto hesitante, mas ainda assim uma grande conquista vindo de Sherlock. Sentiu o ferimento doer e fechou os olhos por um instante, o que não passou despercebido a ele.

– Você fechou os olhos por dois segundos, me apertou com mais força e pressionou mais sua cabeça contra mim, mexeu seu braço direito. Isso indica que seu ferimento está lhe causando dor – ele respondeu, automaticamente colocando a questão em termos investigativos.

– Estou bem. Daqui alguns dias isso vai fechar completamente e talvez não fique nem cicatriz. A dor durou apenas um segundo, vai acontecer de vez em quando.

Joan sentiu uma pontada de raiva quando ouviram batidas na porta e Sherlock irritou-se ao ter que soltá-la pra destrancar o quarto. Uma enfermeira entrou olhando desconfiada para Sherlock por a porta estar trancada às dez horas da manhã, mas não perguntou nada.

– Vai receber alta em breve, senhorita Watson – disse verificando uma ficha que carregava – Seu curativo está em ordem e já checamos que está bem. O acompanhante pode me acompanhar rapidamente até a recepção do nosso andar? Não vai levar mais que dois minutos.

Sherlock assumiu um olhar preocupado, não lhe agradava nem um pouco a ideia de deixa-la sozinha, mesmo por apenas alguns segundos.

– Eu vou ficar bem, não vou sair daqui. Vai lá.

Sherlock a olhou uma última vez e seguiu a enfermeira para fora, fechando a porta ao passar. Levou algum tempo, considerável na sua opinião, cuidando de alguns assuntos relativos à liberação de Joan, e voltou praticamente correndo para o quarto, sentindo seu coração quase parar ao entrar e não vê-la no lugar onde a deixara, além dos lençóis da cama, antes impecavelmente arrumados, estarem bagunçados. A caixinha do anel que acabara de dar à noiva estava jogada no chão ao lado de seus sapatos, haviam pequenas manchas de sangue nos lençóis e no chão. Os pertences de ambos continuavam no lugar onde os haviam deixado. Procurou pelo celular de Joan, não o encontrando. Olhando rapidamente para a cena deduziu que ela havia caído de cima da cama. De alguma forma o ferimento havia sangrado antes disso. A porta do banheiro estava fechada. Bateu algumas vezes sem ouvir nada em resposta.

– Joan? – Perguntou tornando a bater – Joan!!

Não aguentando esperar mais decidiu abrir de vez a porta, esperando encontra-la desmaiada por algum motivo, mas não havia nada. Sentiu uma sensação terrível crescer dentro de si e correu de volta para a recepção, questionando cada médico ou enfermeira que encontrou, fazendo todos causarem um alvoroço no andar na busca pela paciente. E temendo consequências, decidiu não esperar para chamar Kitty, Gregson e Bell.

– Isso mesmo!! – Falava nervosíssimo para Kitty – Joan sumiu!! Ninguém a encontra. O corredor em frente ao quarto esteve vazio por toda a manhã, há enfermeiros e médicos correndo pelo andar nesse momento.

A garota não precisou ouvir mais para desligar e correr para o hospital.

– Há sangue nos lençóis e no chão, há fios de cabelo também – Sherlock explicava a Bell pelo telefone – O ferimento deve ter aberto. Achei que ela tivesse caído e estivesse no banheiro, mas não há nada lá. Alguém a derrubou e levou daqui já faz vinte minutos!! Talvez tenham lutado. Estranhamente senti cheiro de perfume infantil no quarto. Mandaram interditar as saídas, mas não tenho notícias até agora, por que ela sairia assim?!

– Tente se acalmar! Você falando alto assim vai fazer os outros pacientes entrarem em pânico.

– Eu pensei nisso, a porta está fechada.

– Tem certeza que o perfume não é dela? Algumas pessoas adultas usam perfume infantil.

– Por favor! Eu convivo com Joan há mais de dois anos, sei que ela não costuma usar perfume, e se usasse não creio que escolheria esse.

Bell estranhou a forma como o amigo chamou a parceira, mas não havia tempo para pensar nisso e entregou o telefone a Gregson.

– Holmes, aqui é Gregson. Nós estamos indo pra aí agora. Não saia do hospital, nos espere.

– Como podem me pedir calma?! – Ele falou num tom irônico, deixando o quarto e o trancando para evitar alterações na cena do crime, e dirigindo-se aos elevadores – Cheguem depressa! Vou encontrar Kitty lá embaixo.

Desligou e não querendo esperar nem meio segundo a mais pelo elevador, praticamente voou para as escadas e as desceu numa velocidade surpreendente para o primeiro andar e em seguida para o térreo, sentindo o desespero toma-lo mais a cada segundo.


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