Elementary, my loved Joan escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 10
Capítulo 10 - Enfim tudo acabou


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu agradeço com todo o coração a todos que acompanham e comentam essa e outras das minhas fanfics. Possivelmente o próximo capítulo será o último. Muito obrigada a todos que apoiaram e se divertiram com a história. E vamos torcer pra o diretor realizar JoanLock, nem que seja só no final. xD Me surpreendi ao saber que no início ele era completamente anti JoanLock, por seus próprios motivos, mas parece que tem mudado de ideia (para o futuro). E me comoveu saber que Kitty foi enviada a eles para que os dois fossem uma espécie de pais substitutos para ajudá-la a encontrar seu caminho.



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Capítulo 10 – Enfim tudo acabou

– Você! Acorde! Vamos ligar agora.

Joan podia ouvir a voz distante. Abriu os olhos, vendo Thomas a sua frente, mas não se sentia nem um pouco bem para se levantar.

– Você dormiu por vinte e cinco minutos. Fui bonzinho demais. Já chega! Quer voltar pro seu noivo? Então vamos acabar logo com isso.

Ela fez o máximo de esforço que pode e conseguiu se sentar, sentindo o corpo todo doer.

– Quem é Kitty? Sua filha? Irmã?

– Não, nenhum dos dois... Embora eu fosse ficar feliz caso ela fosse. É uma amiga e também é consultora. Nós três somos parceiros.

– Vocês duas e aquele Sherlock? Dois não conseguiram achar você ainda. Estou com sorte.

Ryder colocou o telefone nas mãos de Joan de novo, no preciso momento em que o toque de mensagens de Kitty soou, embora a mensagem tivesse sido obviamente escrita por Sherlock, e o homem olhou para a tela verificando o que dizia o sms.

“We r see u2.”

– Traduza.

– Não precisa ela traduzir, senhor Ryder! – Ouviu-se claramente a voz de Gregson através de um pequeno alto-falante portátil.

– Somos da polícia de Nova Iorque – Joan identificou a voz de Bell – Nós temos a planta deste depósito. Não importa o quão grande ele seja, nós vamos encontra-lo onde você estiver.

– Não vou perder a chance de salvar minha filha – o sequestrador dizia raivoso – Vamos fazer isso de um jeito ou de outro! Vamos pessoalmente encontrar Jane William.

– Está louco?! Não haverá tempo sequer de chegar à saída. Se você se entregar podemos ajuda-lo.

– Se quer me ajudar, salve Jasmine! Não há outro jeito.

Ryder parecia louco, seus olhos mostravam medo, raiva, nervosismo, apreensão, dor, tristeza... Ele agarrou o pulso de Joan, sem se importar em tomar seu celular novamente, mesmo quando ela o guardou no bolso da calça, e a puxou para o chão, forçando-a a dar passos vacilantes em direção ao caminho visível em frente. Ele a puxou por o que parecia um extenso labirinto formado por paredes e colchões, enquanto ouviam incontáveis passos se deslocando a certa distância, alguns pareciam tão perto que Joan esperava ver alguém a qualquer momento. Ela tentava identificar o som dos passos de Sherlock ou de Kitty, mas com todo o barulho e sua mente confusa pela tontura e dor, não conseguia.

– Assim não vamos conseguir, ande mais rápido!

Ele ainda a puxava pelo braço tentando alcançar a saída quando a detetive foi vencida pela dor e caiu de joelhos, apoiando-se com as mãos para não bater no chão. Ryder voltou alguns passos, intencionando carrega-la para fora do depósito, mas Joan agarrou a mão estendida com toda a força que lhe restava, puxando o sequestrador para o chão. Ele caiu com tudo, mostrando uma expressão de extrema dor quando suas costas bateram no chão, e pensava em levantar-se quando Joan o imobilizou torcendo seus braços num ângulo estranho e o segurando. Mas além de estar fraca, o homem era muito maior e mais forte do que ela, e não demorou para se recuperar e soltar-se, jogando-a contra uma grande pilha de colchões e caixas Ele tentava remover as caixas que havia derrubado para chegar até ela quando foi surpreendido com todas as luzes em volta se acendendo e um soco fortíssimo acertou sua cara.

Ryder caiu no chão, não desacordado, mas gemia de dor e cobria o rosto com as mãos. Joan pode ouvir sons que claramente se tratavam de policiais invadindo o local e alguém sendo algemado. Pode escutar as vozes de Gregson e Bell dando voz de prisão ao homem caído, e depois seu coração se encheu de felicidade ao escutar Kitty chamando por ela.

– Sherlock! Ela tá aqui! – A garota gritou olhando para trás quando ajudou Joan a sentar-se e se apoiar em seu ombro.

Joan sentiu um leve tremor através do chão com os passos rápidos e pesados que tanto ansiava ouvir. Sherlock as alcançou e se ajoelhou a frente das duas, sem conseguir dizer uma palavra. Tinha os olhos arregalados, assustados, apavorados, do mesmo jeito em que Joan o vira pela primeira vez ao ser libertada pelos sequestradores envolvidos com Mycroft.

– Eu tô bem – disse o encarando.

– Não tá não – Kitty lhe disse.

A garota tremulava ao falar e parecia querer chorar de alívio, mas não o fez. Apesar da aparente tranquilidade, estava tão nervosa quanto Sherlock.

– Você tá com febre, deve estar sentindo dor – ela falou – Isso pode virar uma infecção, temos que voltar lá pra cima.

Sherlock ergueu o anel para que ela visse, embora qualquer pessoa não pudesse notar Joan percebeu facilmente como ele parecia satisfeito.

– Muito esperta... Em deixar isso aqui pra trás – ele falou.

Sherlock pegou um agasalho que carregava no ombro e o colocou em volta dela. Kitty deixou Joan com Sherlock e levantou-se para falar alguma coisa com Gregson a certa distância.

– Fique calmo – ela pediu quando ele a abraçou – Já está tudo bem.

Sherlock tinha a respiração ofegante e pesada, claramente muito nervoso. Após alguns segundos ficou mais calmo e tomou sua mão direita entre as dele, recolocando o anel em seu dedo e voltando a encara-la ainda em silêncio. Não era preciso dizer nada, tudo havia sido falado com aquele olhar. O consultor se levantou com Joan no colo, e finalmente sentindo-se tranquila ela recostou-se a ele e fechou os olhos numa tentativa de reduzir sua dor de cabeça, sentia-se sonolenta.

– Vou acionar o socorro lá em cima – Gregson falou ao ver Sherlock se aproximar – Leve-a depressa, encontramos um elevador aqui. E a mantenha acordada.

Bell e um monte de outros policiais levavam o homem detido pelas escadas enquanto Gregson guiou seus três consultores para o elevador e os quatro seguiram direto para o primeiro andar, onde o socorro já aguardava.

– Joan – Kitty a chamou dentro do elevador, vendo a consultora entreabrir os olhos – Fique com a gente – ela pedia enfaticamente.

– Eu juro que estou tentando – a chinesa respondeu baixinho.

– Chegamos! – Sherlock falou tentando animá-la quando saíam do elevador e logo encontraram uma equipe médica.

Podiam ouvir barulhos distantes, devido à proximidade das escadas. Passos, vozes, choro, provavelmente da senhora Ryder, mas as informações a respeito da prisão e confusão na família Ryder ficariam para segundo plano.

– Joan! Joan! – A mãe da detetive surgiu de algum lugar num estado de pânico – Minha garotinha! Ainda bem que está aqui! – Ela dizia entre lágrimas beijando o rosto da filha, que ainda nos braços de Sherlock, acabou despertando com o contato da mãe.

– Eu estou bem, mamãe – respondeu com um sorriso para a mulher chinesa – Acho que também gostaria de saber que Sherlock quebrou a cara dele, literalmente.

A mulher acalmou-se aos poucos e conseguiu abrir um sorriso, encarando Sherlock em seguida.

– Muito obrigada. Conversaremos melhor depois – ela conseguiu dizer antes de se afastar para permitir o socorro da filha.

Sherlock levou Joan até uma maca trazida até ali e a equipe a levou para outro lugar, onde momentos após ser examinada e estabilizada, ela estava novamente dormindo em um novo quarto. A senhora Watson a havia ajudado a tomar banho e se trocar. A febre praticamente havia desaparecido após o contato com a água fria. O ferimento fora tratado e protegido com um novo e reforçado curativo e um tubo de soro levava medicamento para sua mão direita. Sherlock, Kitty e a mãe da detetive estavam sentados no sofá, todos com um rosto claramente exausto.

– Você pode ir descansar, eu posso ficar com ela hoje – a senhora disse para Sherlock.

– Eu agradeço, mas quero ficar com ela.

– Ele não vai dormir se for pra casa, acredite – Kitty falou.

– Pensei que fosse mandar uma nova enxurrada de mensagens pra Joan após as últimas horas, Mary – Sherlock disse após uma longa pausa – Se tivesse tido tempo.

– Sobre vocês dois? – A senhora emitiu um risinho simpático – Nem tive tempo de pensar quando eu soube, até agora.

– Não precisa sair Kitty – ele falou ao perceber que a garota pretendia se levantar – Você mora com a gente, não há problema em ouvir isso.

A jovem deteu-se e continou sentada, porém fitando o teto, e apenas escutando.

– Acredito que não lhe agrada a vida que Joan leva agora.

– Não, de fato. Qual mãe não se preocuparia? Mas Joan sempre foi teimosa e acho que nunca vai deixar de ser. Quando ela encontra um caminho e se ajusta a ele não há como fazê-la voltar. Mas dessa vez ela encontrou algo muito maior. Você devolveu a vida a ela, a vida que eu vi se esvair dos olhos dela anos atrás quando aquilo aconteceu. Ela diz que te conheceu pra consertar você, mas os dois concertaram um ao outro – ela ficou um tempo em silêncio e voltou a falar – Nossas conversas nos últimos tempos tem sido turbulentas às vezes, mas eu posso notar claramente o quanto ela fica feliz quando falamos de você, mesmo quando ela está falando das brigas bobas que vocês têm ou de como fica irritada quando você a acorda ou invade o apartamento dela. Eu não desejo de forma alguma ver minha filha em perigo, mas sinto que ela sempre estará segura ao seu lado. Você tem a minha aprovação, Sherlock.

– Eu farei tudo que puder por ela.

Ele sorriu simpaticamente e os dois voltaram a ficar em silêncio. Era quase meia noite quando as coisas no hospital se acalmaram, e devido ao horário não muito amistoso para se caminhar pela cidade, Bell levou Kitty e Mary Watson para casa. Os assuntos pendentes ficariam para o dia seguinte.

– Sherlock...

Ele abriu os olhos e verificou as horas no celular. Duas e meia da manhã. Apesar do quarto estar escuro, a luminosidade de fora era suficiente. Levantou-se e caminhou até Joan, sentando-se na beirada da cama.

– Que horas são?

– Duas e meia da manhã. Sua mãe e Kitty foram pra casa por volta de meia noite. Bell as levou. Está tudo bem.

– Como está meu soro? – Ela olhou para cima tentando avaliar a quantidade do líquido transparente.

– Ainda tem suficiente pra durar até amanhecer, então você poderá se livrar dele – Meus sentidos dizem que você não está mais tonta ou com dor.

– Não... Só bem cansada. Espero poder ir pra casa amanhã.

– O dano no seu ferimento causou um certo estrago...

– Eu sei... Mas eu sei o que estou dizendo, não é necessário me manter aqui mais tempo. Posso cuidar disso por mim mesma agora.

– Mas não pode sair daqui sem uma alta médica, então descanse pra estar bem amanhã.

– Como me encontrou? A garotinha correndo risco... Aquilo era verdade?

– Sim. Prometo contar tudo de manhã, agora quero que volte a dormir e repousar.

– Muito obrigada, Sherlock.

– Me chateia o capitão não ter me deixado bater mais nele – ele falou ao se aproximar.

Ela riu e afagou o rosto dele com a mão livre. Sherlock chegou mais perto e a beijou mais demoradamente do que Joan esperava, como se aquilo selasse o fim de todo o desespero que havia passado.

– Boa noite – lhe disse ao afastar-se.

– Boa noite – ela sussurrou.

Sherlock arrumou os lençóis sobre ela e acomodou-se na poltrona ao lado da cama, onde acabou por adormecer pouco tempo depois de Joan.


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Notas finais do capítulo

Completando o que eu queria dizer porque não coube tudinho lá em cima. xD

Hoje senti aquela dor enorme de quando você conheceu uma personagem sabendo que ela não ficaria por muito tempo, uma personagem que lhe deixou com raiva no começo, mas a cada episódio ela arrebatou seu coração e o emocionou de tal forma que quando finalmente chega a hora de se despedir dói como se fosse de verdade. Ç_Ç

Gente... Essa série me surpreendeu. Tudo que eu sempre esperei foi não esperar nada, pois Sherlock e Joan são extremamente imprevisíveis e indecifráveis, mas eu esperava menos ainda que uma personagem temporária fosse me deixar tão triste com sua saída. Espero do fundo do coração que Kitty volte um dia, nem que seja apenas por um episódio.



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