Eu e Jack saímos do nosso quarto e procuramos o lugar que estava escrito na mensagem. Não tinha recebido nenhuma mensagem desde aquela e estava checando meu telefone constantemente.

– Maldição, nós nunca vamos achar a maldita casa! – murmurei

– Você sabe que existe uma pessoa que pode nos ajudar, não é? – Jack levantou uma sobrancelha, sorrindo levemente.

– Ah, não! Nós não vamos falar com ela, Jack!

– É a nossa única escolha. Além do mais, ela é a pessoa que mais sabe as informações dos lugares daqui. – Jack colocou as mãos nos bolsos do casaco

– Eu não quero pedir uma informação para ela! – Cruzei meus braços – Ela vai me chamar de imbecil por não saber a localização.

– Ah, cara, não liga. Ela é assim mesmo. Vai ver ela nem está trabalhando hoje, a diretora contratou outra assistente bem simpática e gentil. Uma loirinha que usa um vestido verde, curtinho e prende o cabelo em um coque loiro! – Frost começou a me empurrar – Vamos, pois eu não quero me atrasar. Mexa-se, Palito de Dente! – ele riu

Chegamos à secretaria e me aproximei do balcão, esperando ser atendido pela bela jovem que Jack tinha me contado. Ele ficou sentado em uma cadeira do lado de fora, provavelmente jogando Angry Birds em seu iPhone. Distrai-me por um momento, e alguém tocou no meu braço.

– Com licença? – Ela parecia com a menina que Jack descreveu.

– Sim! Uh... – li o nome dela no crachá – Tinker Bell?

– Essa sou eu! – ela riu – Como eu posso te ajudar?

– É, eu e meu amigo Jack estávamos procurando pela Vidia...

– Veja se ela está no estande de café daqui! Acredito que você já saiba aonde é, certo?

– Sim, sei sim. Obrigada, Tinker Bell! – fui andando até a porta

– Pode me chamar de Tink... – ela me olhou

– Soluço! – sorri

– Tchauzinho, Soluço!

Jack tirou o capuz da cabeça e arregalou os olhos quando saí emburrado da secretaria, desligando o joguinho.

– E aí, já sabe onde fica a Oozma Kappa?

– Não, eu não sei. – grunhi, com a cara amarrada– Nos vamos ter que ir falar com a mala da Vidia agora.

– E onde diabos ela está, cara? – ele se levantou e começou a me seguir

– Na porcaria do estande de café. – andei com meus punhos cerrados em direção ao pequeno quiosque

– Vai que é tua, Palito de Dente! – Jack me deu uma tapinha nas costas – Eu vou ver se acho o lugar, e caso eu achar, te mando uma mensagem.

Andei pelo pátio, procurando pela maldita barraca de café. Após alguns minutos visualizei a tenda e dei passos largos até chegar lá. Não tinha ninguém lá e eu já estava morrendo de frio. Embora que ele estava sempre reclamando do frio, quem me dera se Jack estivesse comigo... Iria amar ter ele perto de mim para me esquentar um pouco, ou talvez dele me emprestar o casaco quentinho dele.

– SOLUÇO HADDOCK! – A Vidia apareceu no meio do nada, berrando o meu nome para basicamente todo mundo do colégio ouvir. - Que café eu posso te servir hoje?

– Jesus, existe algum lugar daqui que você não está, ninja psicopata?

– Na verdade isso é chamado de “Trabalhos”, uma coisa que um babaca como você não sabe nada sobre... E eu também não acredito que você falou com a Merida, se enturmou e vai ir à Oozma Kappa depois de eu ter pedido especificamente para NÃO fazer isso! O que você tem para se defender?!

– Uh... Posso tomar um chocolate quente?

– NÃO! Agora caí fora daqui, Palito de Dente.

– Obrigada. Espera aí, como você sabe sobre minha visita na Oozma Kappa?

– ESQUEÇE E VÁ EMBORA, Soluço! Você está segurando a linha do café! Eu tenho mais clientes para servir essa coisa DO QUE VOCÊ!

– Mas não tem ninguém aqui... – O pátio em que estávamos estava vazios

– Urgh, eu vou ter que chamar a diretora, peste? – Vidia revirou os olhos, bufando

– Não, não! E-eu já estou indo.

Virei de costas, balançando a minha cabeça. Como ela sabia tanto de mim? E o que ela tinha contra mim? Não importava agora. Eu tinha perdido muito tempo falando com ela e tempo não podia ser desperdiçado na minha vida.

Eu decidi que não iria ir à fraternidade hoje. Eu não iria para lugar nenhum sem ser meu quarto para descansar. Tenho muita coisa que resolver e ir conhecer a Oozma Kappa poderia ser para outra hora.

Andei de cabeça baixa até meu quarto, nem me preocupando se a Vanellope iria reclamar comigo amanhã, ou se Jack iria me mandar uma mensagem me dando alguma referência do lugar.

Eu só queria ir descansar.

Quando notei já estava retirando o meu sapato e me jogando no meu colchão, me escondendo debaixo dos meus lençóis, tentando me esquentar. Coloquei meus fones de ouvido verdes e ajustei no volume máximo do meu iPod e comecei a ouvir a música “So Young” e sem reparar já tinha abraçado o meu descanso, adormecendo.

We're so young and so gone

Let's chase the dragon, oh.