Akany - Trilogia - Jornada em Johto escrita por Kah Quetzalcoatl


Capítulo 7
Capitulo 7 – Regras para Amigos.




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Encostou as costas contra o dorso da árvore, transpirava ofegante, parou um pouco para pensar se era culpa do esforço desnecessário da corrida ou de seus devaneios. Acariciou sua têmpora buscando parar de pensar no que tanto temia.

Ela obteve a fobia ao fogo, para ela o cheiro, o calor, é simplesmente pavoroso.

Fora o mais próximo de uma lembrança clara daquele fatídico dia que tivera em anos.

Passou os dedos pelo bolso e pegou a recém adquiria Pokebola. Riu de si mesma da situação esdrúxula que havia posto. Sentiu que deveria acostumar-se, sua aventura, não seria nada tranquila.

Mas aonde sua vida fora tranquila?

– Vai descer Aipom?, não sou nenhum mordomo para ficar carregando suas coisas. Anda desce logo.

Ela olhou para baixo, pelo menos 6 metros de distancia do seu “salvador”.

– Não vai permitir aproveitar deixar-me, ver-lo em seu tamanho merecido? Parece um Nanico – Ria dele enquanto balançava as pernas.

– O que foi? Não consegue descer? – Ele havia acertado no alvo. Ela não sabia nem como havia subido.

– Por que, vai me segurar ? – Olhava o horizonte, não querendo mais discutir. Ela cogitou pedir ajuda. Mesmo que imediatamente sua consciência descartou a possibilidade.

Ele engolia mais um comprimido novamente, deve de ser seu quinto. Sua respiração estava silenciosa indicando que o período da sua rinite havia sessado.

Forçou olhar para o sol, por um instante recordou de como subiu.

Há galhos protuberantes do outro lado. Difícil seria ter coragem para segura-los novamente.

– Não tenho o dia todo. – Impaciente.

– Cumpra sua promessa. Que eu peço no seu caso. – tentativa de ganhar tempo e pensar como desceria.

– Não. – Seco e irritado – Se não fizer peço a ‘alguém’ para tira-la daí. – ele fez soar o “alguém” de maneira convencida e sutil, como se controla-se o desejo de mandar um de seus ‘alguens’ chutar-la.

– Por que será que eu já sabia. – Saltou para outro tronco com menos receios apenas segui-o seu extinto. Quando sua mente esta fraca, seu corpo reage sem receios.

Uma vez parte da floresta ela fará parte de você, se permitir que ela faça.

Ela desceu com os olhos vazios, as lembranças haviam fechado seus desejos e suas lamentações.

Medo é tudo que a consumia.

Em passos calmos saíram da Rota 34, não poderiam ficar ali, haveria o risco de serem detectados. A prevenção é um ato necessário para aqueles que não querem ser pegos.

Passava a mão sobre a cabeça entrelaçando os fios castanhos entre os dedos, olhou para o seu acompanhante improvável, analisava tentando deduzir o que se passava na cabeça dele, tinha perguntas, mesmo que ele responde-se; o que aderiu “coisas improváveis de acontecer”; teria que ir aos poucos, contudo ate ela evitava qualquer tipo de conversa.

Nunca diria a ninguém seus pesares, ao menos não pretendia isso. Tentou mudar o rumo de qualquer tipo de observação que pudesse ser feita nessas condições.

Pegou a mochila, e voltou a caminhar quase se esquecendo de seu rapto, queria que nunca tivesse ocorrido. Fez como havia planejado, talvez assim senti-se melhor com relação ao que havia feito, odiava-se por isso, seus dias insanos estavam a afetando.

Floresta de Ilex

11hr 23min

Ela deixou Vibrava fora de sua cápsula escura com faixas douradas paralelas e tirou um pote de comida que vibrava havia tanto esperneado para ter. Deixou a cápsula ao lado dele, sussurrou desculpas respeitosamente, seus olhos haviam se encontrado-se, ambos verdes. Em seguida retirando-se, como se aquele olhar fosse seu adeus.

Uma habilidade que a morena desconhecia herdada de seu pai:

A Empatia.

Ela ainda não compreendia isso. E o momento não auxiliou em absurdamente nada, vergonha a incomodava demais.

– Black, vamos? – O próprio estava sentado em uma pedra com Mikuo, Breloom estava brigando com o excesso de remédios, o Pokémon não estava dando conta na produção e isso causou a briga silenciosa pareciam códigos físicos e expressões. Era curioso observar-los daquele modo.

– Claro Hime-sama.

– Cala boca! – Seu rosto ficou rubro ate suas orelhas avermelharam, ela gostou daquilo, mas não foi bem como planejava gostar. Bruta quando pressionada e quando sente seus sentimentos misturam-se afetando seu corpo e reações, falando sem pensar muito. Mesmo que seu rosto denunciasse seu nervosismo continuamente. – Esqueça isso... – Se arrependera de ter dito isso, gosta e se sentir superior. Contudo não voltaria atrás, fora tão capcioso pensar naquele rapaz sem o menor carisma ou senso de limites alheios a chamar de “Hime”.

Aoi controlou-se para não rir da reação da menor. Breloom parecera com a morena naquele momento irritadiço fazendo sua produção de esporos descontrolar-se, não que isso o afetasse, apenas que teria que dar um jeito para limpar-se antes que aproximasse demais ou um vento levasse na direção errada.

[...]

Um pouco distante deles, o Pokémon alado deu início uma perseguição a distancia, pela morena. Algo os conectou naquele dia.

11hr32mins

Na floresta Ilex, é úmida de densa, mesmo na trilha as copas das árvores cobrem formando sombras e as raízes fariam tropeçar prendendo-se a elas.

Os Pokémons não são muito complexos, uma floresta densa que nunca aparentou ser cruel com visitantes. Mas na primavera, até a floresta era tumultuada.

Árvores crescentes tanto no alto quanto em sua base. Mudas impedem partes da trilha, mas sempre tem como seguir. A vida perambulava entre árvores, mas não os incomodaria, evitavam visitantes vigorosamente, e notaram o nível do Pokémon que os acompanhava e pela experiência, sabiam que não deviam mexer com eles.

Ouvir a vida na floresta é para aqueles que exercem o silêncio.

Aqueles dois estavam ouvido-a muito bem. Não dissera nada. A morena queria fugir de todo jeito e suas lembranças, mesmo que ainda quisesse perguntar sobre sua terra natal. Ela sabia que o Breloom não é de Jotho. Não é incomum ter Pokémons de outras áreas. Mas havia uma chance dele ter estado lá.

Ela tinha que tentar, amassava o short com seus dedos inquietos. Repetia mentalmente : “Fale pouco, Respira fundo, Fale apenas somente o necessário”. Talvez isso pudesse auxiliar para que ele não se irritasse e responder suas perguntas que a consumiam lentamente.

– Como é Hoenn? - ela parou de caminhar e olhou para a copa das árvores: tão leves e tão gentis. Aliviada, parando de conter a pergunta que estava presa em sua garganta.

Flores grandes caíram rodopiando ao vento e caiam gentis. Mesmo que para olhar ao solo, a maioria delas havia se decomposto.

– Úmida, tempestades marítimas e praias turísticas. – Olha pra ela dando os ombros.

– Não fale como se fosse um lugar para passar férias. Parece algo como qualquer comercial diria. – Suas expectativas foram em decadência. O que não diminuiu sua irritante insistência.

– Seja mais especifica. – Sentava em uma raiz protuberante. Interessou o assunto, já que não havia comentado aonde viera e por que estava ali. Por um instante acredito que ela sabia.

– Como é Fortree? – Parecia arrumar forças para fazer essa pergunta.

– Serio? Estamos em uma floresta e você só pensa em outra floresta? – levantava-se impaciente e irritado com o rumo que tomou a conversa. Por um instante jurou que teria um enigma melhor - Vamos.

– Por favor... – Segurava o short o amassando entre os dedos, abaixava a cabeça, não queria que ele a visse.

Aoi aproximou dela, não compreendeu o interesse em Hoenn.

– Esta interessada da onde eu vim, benzinho? – Debochado com um sorriso sínico.

– Ah? – Surpresa com a pergunta, era a ultima coisa que passara por sua mente, e não consegui-o pensar em uma resposta sem a denunciar diretamente o motivo. Mordeu o próprio lábio, ficou com as bochechas rubras quando levantou o rosto e notou que estava muito próxima do albino.

– Mas não vim de Fortree. Só covardes moram lá. Pessoas que querem fugir e esconder-se. – Deu as costas e pretendia caminhar para manter distancia para que continuassem o percurso. Impaciente e não estava a fim de conversar, as dores abdominais estavam incomodando, fazendo ter uma expressão nada agradável. Não, que não gostassem da dor. Apenas que não gostaria de ficar o dia todo, perde a graça se sentir toda vez, e estava virando um grande incomodo.

– Não tem o direito de julgar o que não conhece! – enfureceu repentinamente.

– Se conhece por que esta me perguntando. Você é muito irritante.

Engoliu a seco, suspirou pesadamente tentando evitar prolongar a conversa. Estava triste, ele no fundo tinha razão, e sabia sobre o que pensam de sua cidade natal. Sempre soube.

Os dias se passaram naquela floresta.

Todo caminho desconhecido, pode ser maior do que realmente aparenta.

Ele a ensinou a ser mais perspicaz e resistente. Sua força era seu ponto fraco, mesmo que não diminuísse sua coragem, Aoi via mais como uma garota irritante, do que corajosa. Ela ao contrario de seu pai, sua estrutura física lembrava mais de sua delicada mãe, mesmo que a personalidade tenha herdado mais de seu genitor.

Aoi Blackwood, passava boa parte do tempo com seus Pokémons e em especial Mikuo, Breloom. Ajudavam nos acampamentos, os mantinha-os em forma, A morena os observava cada movimento e vacilo. Acostumou-se analisar-los e encontrar erros, entre passos e saltos. Erros e acertos.

Seus olhos eram sua herança e seu talento: A Percepção.

Os olhos verdes lembravam a vida da floresta. E poderia se perder olhando para eles, como a floresta a tomasse para si.

Os exercícios que ele praticava diariamente, mantém a boa forma e deus Pokémons, notava-se a preferência dele em lutas corpo-a-corpo.

A morena não obtém força física e as características de seu corpo não ajudariam em nada, tão pouco agora nem no futuro. Mesmo que isso não a impediu de tentar.

Como civis que sempre viram a policia pelos noticiários e fardados, com o seu lema e orgulho. Não saberiam o mundo obscuro que eles enfrentam.

Alguns feitos acreditaria ser ate imoral. Mas o inimigo não segue regras e para enfrentá-los terá que passar por elas também.

Ter novos integrantes é essencial principalmente se tiver seu passado no escuro. Não escolheriam ninguém que participam de competições ou mostre-se demais. Todos são secretos. Quanto mais novos, mais bem adaptados para missões.

Não demoraria, para ela ter que provar seu valor.

[...]

Corriam, saltavam entre raízes e troncos caídos, a floresta úmida castigava a cada compasso, seus corações descompassados, respiravam mais calmamente possível, buscando amenizar-los.

Não era a primeira corrida, na verdade havia tantas marcas no percurso circular criado aos constantes passagens. Pegadas estavam sobrepostas, pelos próprios e por Pokémons que estavam apenas de passagem e as árvores foram marcadas com uma lamina fina, indicando o caminho.

O sol estava pondo-se.

O ventre da morena estava exposto, dava para notar sua respiração ofegante e o suor escorrendo em sua pele, seus lábios entre abertos, como ansiasse mais oxigênio. Suas pernas estavam doloridas e marcadas com filetes sendo esfoladas graças aos galhos e raízes que teve que passar. Cada dia ela treinará sua resistência, ela tentava acompanhar o albino, suado e com as mechas úmidas, sua calça jeans suja e com fios rompidos mostrando o excesso de desgaste do tecido.

– Cansei... Vamos tomar banho? - Sentindo o cheiro de suor da camiseta que havia levantado dobrando sobre o busto em uma tentativa falha de resfriar seu corpo.

– Cansou? – Sorriso superior brotava a cada corrida.

– é a 12º vez que fazemos esse percurso depois de descansar. Há três horas atrás. É serio. Você não é humano... - Expirou pesadamente - Além do que esta escurecendo vai ficar com seu problema se ficar tomando banho tarde vai piorar. – arrumou a desculpa perfeita para que ele parasse de demonstrar a superior a ela e o ‘diminuir’ em alguma coisa. Mesmo que ficasse parecendo mais uma senhora falando deste modo.

– Esta bem, mamãe. – Deu os ombros. Voltando ao acampamento enquanto retirava a camisa.

– Espera! – Pernas doloridas dando esforço para caminhar. Havia melhorado sua resistência, demoraria a chegar ao nível do albino de luta.

Provavelmente não iria chegar.

Ela se acostumou com as rotineiras desavenças entre eles, só não se acostumou com os Pokémons dele, tão instáveis quanto seu treinador, Exceto Mikuo, o mais calmo e passivo deles, mesmo que ate o próprio teve momentos instáveis.

Ficava quase sempre com um biquíni por baixo das roupas depois que chegara a floresta, colocava roupas mais confortáveis na hora de dormir.

No acampamento, dividido em duas barracas uma para que os Pokémons revezassem para não dormir apenas na Pokébola – Os que não se importavam em estar em suas cápsulas - mantendo a área segura, a outra os dois dividiam, com os mantimentos e mochilas guardados. A morena manteve distancia do rapaz, acolhida virando para o lado oposto.

Os Pokémons já estavam divididos entre encontrar mais comida, lenha e objetos possivelmente úteis, não precisavam procurar água, se alocaram próximo a uma nascente. Entre rochas, a água vinha do subterrâneo, mas é limpa, ou pelo menos ate começaram o banho.

Ela tirou uma garrafa de sabonete liquido e xampu, para a higiene básica e uma escova para limpar seus fios castanhos.

A água fria a fazia relaxar os músculos e diminuir a tensão. Ela odiava terminar o banho, fora uma das únicas noites que teve como mergulhar na água, retirava a espuma fora d’agua. Ela detestava ficar perto do albino nesses momentos.

Aoi pouco se importava, estava mais ocupado ajeitando o acampamento e auxiliando os Pokémons, aproveitando para terminar de sujar-se.

Seu corpo pequeno, pele branca, vestia biquíni azul, exalava o cheirando de pêssego, usando uma toalha envolta em seu corpo ela adentrou a barraca para se trocar mais apropriadamente. Aproveitando o afastamento do albino.

Ela evitava o fogo, odiava a fogueira. O calor e a fumaça, não importava o resultado a reação era a mesma: seu corpo estremecia inteiramente acuado, continha-se para não chorar com o desespero que isso a causava. Tentava relaxar escovava o cabelo, esfregava as coxas tentando fazer-las parar de estremecer, com seus batimentos descompassados.

[...]

Aoi esfregava o nariz graças a sua rinite enquanto lavava-se. O ferimento estava mais cicatrizado, não sangrava mais, mesmo que ainda o incomoda-se, relaxava, pensava em outros assuntos, olhando para a copa das árvores, seus pensamentos estavam distantes. A raiva tomou sua face, e para expor de algum modo socou uma vez a coxa, odiava pensar em sua mãe. Não que ela tivesse sido uma pessoa ruim. Ele é e sempre foi compreensivo com sua genitora, que o criou sozinho dês que se recorde. Culpava-se por não poder ajudar-la, e não estar presente ao seu lado. Porem, na época não teve escolha. Participou de disputas Pokémon são apostas se vencesse leva tudo. Seus atos passados eram forçados a ficar no passado. Respira fundo voltando ao tempo atual. Arrependeu de ter chamado a morena de “mamãe” acabou pensando no que o mais incomodava.

Akany saiu da barraca deixando o albino trocar-se mais adequadamente após o banho dele. Mesmo que ela ainda fique incomodada com ele semi-nu dormindo ao seu lado, ele é totalmente inofensivo nesse sentido. Mesmo que isso não muda-se o sentimento do momento.

Afastava-se do acampamento tentando acalmar-se. O fogo a assustava e havia encontrado muitos galhos secos então chamas estavam mais intensas.

Foi mais próxima a floresta afastando do acampamento, a brisa úmida e fria. Mesmo que estivesse escuro, ela sabia guia-se sozinha. Não tinha medo, não temia a floresta em nenhum momento.

Reencontrou um lugar que haviam passado mais cedo. Os ventos inquietos bagunçavam as folhas secas e misturavam a terra sobreposta o frio a envolveu, bagunçavam seus fios castanhos recém secados. Não se importou, gostava disso, os antigos anciões diziam que era quando a floresta os abraçava em sua forma mais simplória.

Área aberta, poderia ver melhor as estrelas ali, não havia equivoco.

Expirou profundamente enquanto aproveitava o momento, ouvia e observava em silêncio, algo incomum chamou atenção. Buscou aonde vinha o som e fixou nos olhos que a encaravam de cima de um tronco, verdes assim como os dela, brilhavam refletindo a luz dos céus escuros cheios de estrelas milenares.

Um som parecera familiar, Vibrava tentava aproximar-se. Segurando a cápsula que o prenderá.

A pequena estranhou ele estar por aqui, estavam afastados da Rota 34.

Sem compreender o porque, e sinceramente não a importava tanto assim.

Sorriu e ofereceu uma fruta, ela obtinha um gosto meio amargo e adocicado equilibradamente perfeito, ao paladar humano, o esverdeado sentia mais o gosto amargo, ele gostava deste modo. Ele aceitou de bom grado, deixando em troca a ultra-ball na mão da morena.

Não compreendeu inicialmente, mas queria que fosse simples assim ter um Pokémon que ela gostasse e que ele gostasse dela, isso seria loucura, afinal não se conheciam, não é?.

Não precisa muito para sentir simpatia por alguém,

Se não importa da onde veio ou quem seja.

A incerteza deixou à ansiosa, com um sorriso esperançoso escapando. Conteve-se novamente, sussurrando.

– Esta bem, digo... – Apreensiva com a sua decisão, afinal ele não foi efetivamente pego por ela, então não devia ser assim, não é? – Quer mesmo me acompanhar? – incrédula, contudo feliz

O esverdeado consentiu, vibrando levemente suas asas enquanto devorava parte do fruto.

– Serio? Mesmo? Quer dizer... Bem, - Deixou transpor sua ansiedade, contudo compreendia que era mais adequado conter-se ao notar, em seguida acalmando sua fala, mudando sua postura, mesmo que sua gesticulação denunciasse sua infantilidade.

– Vou ser uma boa treinadora. – tornou-se mais autoritária, queria compensar a maneira que isso começou ele é de nível elevado, poucos acima de sua Growlithe que fora treinada insistentemente durante dois anos. Pensou que devia mostrar mais autoridade, dispondo de sua gentileza do mesmo modo, diminuindo seus movimentos - Peço que quando acordar verifique a área para mim. E nos guie. Sei que não deve este acostumado a áreas com tantas árvores. Contudo, será ótimo se puder fazer isso. – Compreendia que ele auxiliaria para encurtar o caminho. Olhou para a direção das barracas e pediu para ele a acompanhar e o levou ate a Aka, dando permissão para ficar próximo as redondezas sem ser atacado pelos Pokémons deles.

Akany se controlava excessivamente quando estava próxima a Growlithe, - ;adorava ficar próxima ao fogo e limpar sua pelagem felpuda; - . Mas como poderia explicar que temia o fogo, e que ainda sim amava a canina? Concluiu que a avermelhada não compreenderia com facilidade a situação a qual ela se encontrava.

Não pensava muito próxima as labaredas, queria apenas esconder-se.

Adentrou a barraca e entrou tentando evitar não olhar para baixo, com ele sentado. Com os ferimentos expostos, ele fica sem as ataduras à noite, os ferimentos se estendiam ate as costas - havias outros mais superficiais, dado aos exercícios com seus 'aprendizes' ele ocasionalmente se animava e ia longe de mais. A morena sempre ficava desconfortável, estava com as mãos tremulas graças a seu medo do fogo, só queria afastar-se e ficar no canto sentindo o cheiro apenas do seu corpo limpo em baixo do lençol, mas teve que auxiliar o rapaz, e isso foi sua ruína.

Acariciava as costas dele limpando os ferimentos, mordia o lábio inferior como um castigo tentando amenizar a instabilidade dos seus movimentos.

Ele estava irritado, sua mente odiava coisas que não pudesse compreender, não doía ou que ela a ferisse agindo como se estivesse acariciando um Qwilfish. Não estava tão feio e ela não se importou com isso na primeira vez. Não compreendia o por quê ela agia assim, estava mais incomodado com a expressão que ela fazia todas as noites.

E como raras vezes entre eles, o albino deu início à conversa. Na verdade parecera mais um interrogatório que uma conversa.

– Qual seu problema? – De costas para ela, com o lençol cobrindo as coxas.

– Hum? – Estava tão envolta em pensamentos pavorosos para a morena que quando voltou a si estava com a respiração afetada pelo nervosismo.

– Responda. – Ele a encarava por cima do ombro seus olhos azuis pareciam que viam através de sua alma.

– Não é da sua conta. – Desviou os olhos e colocou um liquido transparente no ferimento, forçando a arder como aviso para que ele não a força-se. Ela sabia que quando estava com medo, agia e falava o que não devia.

Ele sorriu, gostava da dor e pouco se importou com a punição. Aquilo havia a intimidado, odiava se sentir fraca. Mas não deu para evitar. Aka brincava com o fogo e acabou saído labaredas, a morena saltou para trás. Isso denunciou o motivo dos seus tremores.

– Você tem medo de.. – entre risos arrogantes fora impedindo quando ela cobriu os lábios dele com as mãos. Surpreendendo com a aproximação repentina.

– Não fale... Aka não ia ficar mais perto de mim se soubesse... Por favor... – Seu rosto estava rubro, seus olhos brilhantes estavam prestes a deixar escapar as lagrimas insistentes, a respiração descompassada, os dedos estavam tão trêmulos que não teve forças para cobrir os lábios dele aponto de impedir a fala e tão pouco que respirasse.

Ele a encarou, por vencido, não iria falar ou caçoar da situação.

Mesmo que agora ela estivesse entre as suas coxas pondo-os em uma situação comprometedora, não precisou caçoá-la por isso, apenas percorreu seus olhos de cima a baixo e ela não demorou a compreender a situação, as orelhas dela avermelharam.

– Pro-Prometa... - Engoliu a seco retirando as mãos tremulas da face do albino.

– E se ela já souber? – Aoi estava em uma seriedade simplória.

– Em? – Por uns instantes esqueceu a situação em que se encontrava.

– Toda vez que olha pra sua mochila, fica com um olhar distante colocando-se em um canto. Você tem uma pedra do fogo não é?

– Tenho... – Seguia a linha de raciocínio oferecida.

– Ela quer evoluir, e sabe que tem nível o suficiente. Só não faz isso ou insiste. – encarava sem receios - Agora entendo o porque. Você sempre vai ser um bebe chorão?. O que foi, se queimou quando era menor e agora chora quando vê fogo.. – Tom debochado ainda com a voz calma.

Uma situação estranha os dois conversando com ela sentada sobre as coxas do albino. Ela notou isso e afastou-se.

– Não... Nunca me queimei. Talvez uma vez, - Encarou o chão com pesar - Mas um acidente, não tenho medo por causa disso...- seus lábios trêmulos, um sorriso triste brotou em seus lábios rosados, passou os dedos sobre os fios castanhos, sentava-se ao lado. – Apenas esqueça.

– Conte sem devaneios, estou com sono. – deitava. Não estava a fim de conversar, pousava o lençol sobre os ombros.

– Ocorreu uma coisa... - Mesmo que tente encontrar palavras, não conseguiria descrever e nem desejava fazer isso, encurtava tentando fazer seus pensamentos ficarem no tempo atual, sempre acabava tendo relances do passado. – Em Fortree. – o cheiro de carne queimada nunca esquecida e mesmo agora enquanto contava o cheiro voltava a sua mente, revirando seu estomago -. eu estava longe e quando senti o cheiro eu voltei... Só me recordo... – ela tentou olhar pro rosto dele tentando saber se estava ouvindo. Ele estava sereno, parecia que dormia. Ela suspirou pesadamente em desistência. – Você perguntou... – tentou contestar, desistiu não valeria mesmo que Aoi estivesse acordado. Quando levantou ganhou um baque, levara um chute no calcanhar desequilibrando a menor, batendo o ombro contra o chão, virou o corpo para o lado dele olhando nos olhos, deitada parecia ser mais alta que ele.

– Enfrente isso ou vai destruir você. – Parecia que ele diria isso a si mesmo do que para a morena. Ela compreendeu, entre tanto revidou dando um peteleco na testa dele como castigo pelo golpe baixo.

– Se queria deitar comigo era só ter pedido. Bruto. – Um sorriso compreensivo – Vamos chegar à cidade amanhã. Quer fazer algo antes? – mudou de assunto, pensando em amenizar o clima.

– Te deixar aqui para nunca mais se encontrada. Esta em primeiro lugar dos meus afazeres.

– Claro. – Sorria soltando uma risada contida. – Vou para o meu canto. – aproximava a mão da testa dele gentilmente, e com a aproximação por reflexo natural: fechou os olhos. A morena passava a ponta dos dedos sobre a franja do albino. Como um breve afago - Fica mais agradável de boca fechada.

Akany saiu da barraca depois de um tempo. Não havia conseguido adormecer.


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