Nathaniel andava de um lado pro outro no pequeno apartamento que residia no centro de L’Sucré. As contas estavam em cima do balcão e algumas no chão, todas diziam “Pagamento Urgente”.

O pai de Nathaniel havia desistido dele quando o mesmo decidiu fazer faculdade de Pedagogia. Segundo ele: “É um desgosto na família não ter um advogado.” E tudo que Nathaniel mais queria era esquecer-se disso tudo por um momento, esquecer as contas, esquecer tudo.

Amber morava em uma mansão na parte mais rica de L’Sucré junto com seu novo marido – Dakota – com seus dois filhos. Todos grandes idiotas, segundo Nathaniel.

O loiro aproximou-se do balcão e suspirou, pegou a ultima carta e a leu atentamente, com medo de tudo que pudesse acontecer de tudo que ele mais temia pudesse acontecer. Suas pernas tremeram e ele apoiou-se na parede, focando o olhar na carta que dizia: “Pagamento de aluguel atrasado, risco de despejo em Vermelho”.

Suas mãos começaram a suar e então ele soltou a carta, foi andando até o telefone e pegou-o, colocou os números e ligou para a pessoa que ele sabia que podia o ajudar neste momento.

Nyares sabe as coisas, ela pode me ajudar. Tenho certeza que ela não iria se negar a isto, já que passamos por tanta coisa no colégio. Pensou Nathaniel.

– Quem está me ligando? – murmurou uma voz do outro lado do telefone.

– Seu loiro favorito! Quem mais seria? – Nathaniel riu e encostou-se a parede. – Oi boneca, como vai à vida?

– Hn... Nathaniel? Mas que merda... Porra representante são 05h47min da manhã, o que diabos você quer seu idiota? – Nyares estava irritada do outro lado do telefone.

– Eu estou... Ferrado Nya! Não consigo emprego, meu pai não me quer nem pintado de ouro na frente dele... Estou pensando em me prostituir, tá 50 euros duas horas, topa? – Nathaniel tinha um tom de voz brincalhão, mas ao mesmo tempo em que parecia que falava sério.

– Eu acho que... Posso te arrumar um trabalho, loiro. Boa noite, não me acorde antes das 09h30min, ok? Obrigada! – então ela desligou.

Nathaniel sorriu e sentou-se ao chão, olhando pro teto e sentindo-se bem, querendo que ela achasse mesmo o emprego para ele. Ou torcendo que ela achasse algum cliente pra ele.

~x~

– Cassy, volte pra sua cama! – gritou Castiel para a filha.

Cassandra saiu de trás do guarda-roupa e suspirou, indo até a cama e deitando-se esperando que ele se aproximasse e a abraçasse, lhe desse boa noite e um beijo na bochecha, porém Castiel somente falou um seco e amargo “Boa Noite e apagou a luz.

– Pai... – ela o chamou, sussurrando.

– O que foi Cassandra? – Castiel acendeu a luz e a encarou, esperando que ela falasse.

– Será que a mamãe vai voltar pra casa logo? – Cassandra enrolou uma mecha de cabelo no dedo e observou Castiel.

A boca de Castiel secou, sua mão ficou gelada e ele somente balançou a cabeça, desligou a luz e fechou a porta do quarto, logo de direcionando ao bar da casa; quando chegou ao bar ele sentou-se no banco que tinha ali perto ao balcão e serviu-se de uísque.

Debrah tinha fugido do país com algum cara qualquer ai e deixou Castiel cuidando de Cassandra quando ela tinha apenas dois anos. Hoje, Cassandra já tendo cinco anos – quase seis –, Castiel pouco tempo passa com a filha e ele se arrepende muito disto.

Se não fosse tudo culpa da Debrah, hoje em dia Cassandra teria boas noites de sono.