Broken Wings escrita por Lunática


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie =) estou com o primeiro cap, ele é inteiramente narrado por Cobra. Obrigado pelos comentários e os dois favoritos :3 e as sugestões também, vou encaixar. Num próximo cap citarei o nome de todos nas notas como agradecimento o/ espero que gostem!



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6 anos mais tarde...

Cobra

Agora morava em uma pequena cidadezinha do interior de São Paulo. Eu e meu irmão Marcos, viemos embora quando o mesmo percebeu que estávamos em uma condição financeira muito complicada. Meus pais haviam morrido e deixado muitas coisas para trás, incluindo a nós dois. Desde então viramos nos trinta para sobrevivermos. Em nosso tempo no bairro do Catete no Rio de Janeiro, já tínhamos perdido a família inteira, e as coisas começaram a pesar imediatamente. Um ano após a morte deles, nosso estado ficou crítico e a única solução foi morarmos com uma tia durante um certo período de tempo. Relativamente meu irmão e minha pessoa vivem em paz, só que cada um no seu canto. Tínhamos mais proximidade quando pequenos. Somos totalmente diferentes em personalidade, e parecidos físicamente.

Marcos trabalha numa grande empresa de publicidade, e eu trabalho e treino em uma academia aqui do bairro. Sonho muito no estrelato, e o nome “ Cobreloa” ser dito por um juiz de lutas. Ouvir os gritos ensurdecedores da galera na plateia, gritando por mim. A parte financeira conta também, uma graninha extra e de bom tamanho e a qualquer hora.

O local que moramos é pequeno e ajeitado de qualquer forma, não precisamos do luxo, mas não daria para morar dentro de um muquifo qualquer né! Neste exato momento, estava deitado com a cabeça no travesseiro, repesando sobre velhas recordações. Nunca fui sentimentalista, e sempre escondi meus respectivos sentimentos. Ainda sim, me martirizo e condeno a mim mesmo por meus erros cometidos. Mesmo não mudando muita coisa, consegui amadurecer em alguns aspectos. Um deles e usar a dor que eu tenho, para causar dor a o outro, repreendia-me em pensamentos, por todas as vezes em que insisti no erro. Aquele maldito ato cometido, me machucava até hoje. Como pude magoar tanto a garota por quem me apaixonei?

Era ela com quem eu sonhava as noites, e sentia um formigamento em meu corpo todas as vezes as quais nossos olhares se cruzavam. Seu jeitinho marrento, e o sorriso que se entortava de canto, acabava comigo. É realmente a amei muito, mas nunca tive coragem e muito menos capacidade de dizer. Agora é tarde de mais.

Meu celular tocou de uma hora para outra, dei uma olhada no visor, era o numero de marcos.

— Oi. — Disse seco e entediado.

— Seguinte Ricardo, preciso que vá agilizando umas coisas ai em casa. E também quero confirmar se está disposto á se mudar comigo? — Ele fez uma breve pausa antes de continuar sua fala. — meu chefe fez uma bela proposta de emprego, e com um bom cargo. Garantindo um emprego pra você também.

Queria muito ter repudiado essa ideia, porém não ia impedir meu irmão de seguir seus sonhos.

— E onde é ? — Fiz a pergunta de imediato.

— Por conhecidencia do destino, a empresa fica bem perto do nosso velho bairro. — Resetei meu corpo. Não pudia ser logo ali?

Confirmei tudo no telefone e depois fui arrumar algumas coisas. Sem conter o nervosismo visível em mim. Ter de voltar ao lugar com sombras e imagens agoniantes do passado, deixava minha cabeça estérica. Abri o guarda-roupa todo empoeirado, homens realmente não tem ciência de organização e limpeza. Deixando isso de lado, fui pegando algumas malas e roupas minhas. Ia de carro daqui até lá, não demoraria tanto de São Paulo para o Rio de Janeiro.

°°°

Já estávamos na estrada rumo ao nosso destino. No volante meu irmão guiava na estrada escura, o céu estava chuvoso, até o pára-brisa ficava embaçado, e meus olhos mexiam no mesmo ritmo do limpador. Não tinha muito o que fazer, conversas eram impossíveis de rolar com Marcos. Primeiro: não sabia como ou qual coisa discutir. Segundo: A maioria de seus diálogos e para me recriminar das coisas que faço. Odiava isso nele, talvez seja o motivo principal para não conseguirmos nos entender efetivamente. O vi parar num posto de gasolina e se soltar do cinto.

— Vou pedir uma informação. — Ele me avisou saindo do carro.

Decidi arrumar alguma distração, antes que me sucumbisse inteiramente em tédio. Abri o porta luvas curioso, tinha uns papeis e várias tralhas sem necessidade. Mas uma delas me chamou a atenção. Era um papel com parte traseira branca e lisa, logo entendi que fosse uma foto. A virei curioso, e vi a imagem. Logo senti meu coração pesar, tinha Karina eu e Marcos. Sorriamos como bobos em frente á um parque de diversões. Eu segurava uma bola, Marcos um boneco de Super-herói e Karina segurava duas luvas de box. A sensação foi como se tivesse voltado a um passado bom, e entendesse que seus dias não pudiam voltar mais. Quando vi meu irmão voltar, guardei o retrato bruscamente.

— Vamo nessa? — Marcos perguntou já colocando a chave no carro e eu apenas assenti confirmando.

Foram duras horas de dor nas costas e cochiladas no banco do passageiro. Novamente nos mudamos, na realidade isso não é ruim, mudar faz parte da vida. Muitas pessoas por ai vivem as vidas sem diferenças, sempre as mesmas coisas. Admirava muito a grande capacidade desse meu irmão. Nunca obteve medo algum para fazer diferente, e eu devia seguir seu exemplo. Queria ter aprendido melhor o legado da nossa família, mas a magoa com a perca dos meus pais me deixou cego e revirou tudo, tirando de mim as poucas coisas restantes nessa vida.

Na virada de uma curva estreita, percebi o automóvel estacionar de novo:

— Ei Cobreloa, chegamos mano. — O mesmo dizia me cutucando e me despertando do sono.

Desci do carro encolhendo o corpo na jaqueta de couro. Estava um frio e nebuloso na noite, o ponteiro do relógio mostrava 3hrs30 da manhã. Maldita mania de Marcos de pegar a estrada a essa hora. Observei o bairro todo ao meu redor, e não tinha mudado quase nada, talvez uma pequena restauração foi feita. Entrei numa loja indicada por meu irmão. Olhei um balcão e alguns suplementos, isso ia ser meu novo emprego?

— Tá tudo ai, volto assim que puder. Vou me instalar num apé e aqui tá o endereço. — Falava me entregando um papel em mãos.

Uma enorme vontade de xingá-lo despertava em mim, me deixou aqui sozinho nesse lugar. Decidi levar minhas coisas para o fundo da tal loja, e cara, parecia um buraco de ratazanas, bela vida. Bufava irritado com o local, mas sabia que ali seria novamente um recomeço para mim.


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