Perigo Real e Imediato escrita por SWD


Capítulo 71
Capítulo 71: John x Ross




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Sam acordou somente na manhã seguinte, quase 18 horas depois de cair desacordado na sala de Kim Walker.

Abriu os olhos e bocejou. Sentia-se moído. O corpo doia nos mais diferentes lugares. Que diabo, estava acontecendo. Dor no corpo, sensação de cansaço, garganta seca, estômago vazio, um pouco de enjôo. Será que tinha tomado um porre? Não lembrava. Qual era a última coisa que lembrava? Lembrava de estar voltando para o quarto depois das aulas da manhã. Depois, simplesmente apagara.

8:30 no display do rádio-relógio. Estava atrasado para a primeira aula. Tinha ainda que tomar banho e comer alguma coisa. Qualquer coisa. Estava faminto. Jordan já devia ter ido para a faculdade. FDP. Nem para acordá-lo.  

John acompanhou com os olhos Sam deixar o alojamento e correr para a faculdade. Velara o sono de Sam por toda a noite, mas não se sentia cansado. Estava feliz por ter feito as pazes com o filho, mesmo que unilateralmente, mesmo ele não soubesse disso. John desaprendera a demonstrar seus sentimentos. Ninguém mais diferente de John que o jovem John.

John se prepara para confortar Kristin. Não acredita que Ross tenha sobrevivido a ferimentos tão profundos. A lembrança do estado e do sofrimento do rapaz faz com que mude radicalmente de humor. Sam estava vivo graças à ação de Ross e ele não conseguia evitar o sentimento de culpa por não ter chegado a tempo de salvá-lo. John caminhava cabisbaixo pensando no triste destino de Ross, quando dá de cara com o próprio, com a aparência mais saudável do mundo.

- Oi, John.

- JASON????

- Você mais que ninguém deve estar surpreso de me ver inteiro.

- Jason, eu podia jurar que você não sobreviveria. Eu estava indo ver a sua avó. Imaginava que teria que confortá-la pela SUA morte. Jason, o que ACONTECEU com você?

- Calma, John. Garanto a você que não me transformei em uma coisa maligna. Você não vai precisar enterrar uma estaca no meu coração, ou algo que o valha. Ainda sou a mesma pessoa.

- Será mesmo, Jason?

- Vai me dar o benefício da dúvida ou vai atirar primeiro e perguntar depois?

- Desculpe, Jason. Eu devia estar feliz, eu estou feliz de ver você bem, mas a que preço?

- Não sei ainda. ... Mas é verdade que me sinto o mesmo. Eu ia ver com o Sam está.

- Ele está bem. Graças a você. Não tenho como agradecer tudo que você fez por ele.

- Pode começar a agradecer não me matando.

- Se importa de tomar um gole?

- O que é?

- Água benta.

- E ainda diz que não vai me matar?

Ross bebe todo o conteúdo do frasco e depois leva a mão à garganta e faz que está morrendo.

John recebe Ross num abraço.   

- Estou feliz que não será preciso.

Seguiram conversando enquanto caminhavam na direção da faculdade. 

- Fez as pazes com Sam?

- Fiz. Mas acho melhor que ele não saiba que estive aqui.

- Ele não viu você?

- Não. Sai do quarto quando percebi que estava para acordar.

- E o Jordan?

- Quem?

- O companheiro de quarto do Sam.

- Não vi. Não apareceu no alojamento esta noite.

- Estranho. Deve ter dormido com a namorada.

- Sam passou correndo naquela direção.

- Estava indo para o prédio da faculdade. Também estou indo para lá.

- Precisamos saber o que ele lembra de ontem. Falei com o diretor financeiro do risco de pagarem uma gorda indenização e acho que ele vai fazer de tudo para manter o nome do Sam fora da mídia.

- O diretor financeiro? Foi uma boa sacada. Não se preocupe, vou tentar descobrir o que Sam lembra e do que ficar sabendo hoje.

- Vou fazer uma visita à sua avó. Espero você lá e conversamos.

- ok. Até lá.

- Até.

 

Menos mal, pensou John. Pelo menos não está possuído por um demônio. Mas Kristin me deve uma boa explicação.

Ross se volta e acompanha John com o olhar. Quando este se afasta, dá um sorriso indescifrável.

- Não, John. Decididamente não vou deixar que me mate.  

 

Ao se despir em seu quarto na noite anterior, Ross encontrara em seu bolso o molho de chaves de Kim Walker e, entre elas, uma chave numerada de um guarda-volumes de aeroporto. Passara por lá antes de seguir para a faculdade e encontrar John. Encontrara, além de duas malas cheias de roupa, uma passagem só de ida para a Costa Rica e documentos, inclusive passaporte, em nome de Samuel Winchester. Estavam neste momento bem guardadas no porta-malas do carro de Ross. Era melhor que ninguém mais ficasse sabendo.

 

Ross havia perdido as duas primeiras aulas e, quando entrou na aula de Direito Tributário I, esta já tinha começado há 5 minutos. Deu uma geral com os olhos. Sam e também Jordan. Sam parecia bem e, pelo jeito, não lembrava nem sabia de nada.

Nenhum olhar estranho em sua direção também. Universitários dificilmente assistiam ao noticiário da meia-noite ou liam jornal assim que acordavam. Geralmente acordavam atrasados para a primeira aula e mal tinham tempo de tomar café. Mas acabariam sabendo. Precisava desarmar os boatos.

Estava se sentindo como novo. A tensão da reunião na SPN e a batalha com o skinwalker pareciam um pesadelo que tivera em outra vida, há um século atrás. Nada como voltar à normalidade, ao dia-a-dia conhecido.

Nascha e vó Lang já tinham lido todos os jornais antes mesmo dele acordar. Os jornais o identificavam com “o jovem empresário Jason Lang” ou como “Sr. Lang” e, na faculdade, todos o conheciam como Ross, mesmo que seu nome aparecesse completo na lista de chamada.

Um único jornal fizera menção a um “estagiário de nome ainda não divulgado”.

Até o momento, tudo bem.


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