Perigo Real e Imediato escrita por SWD


Capítulo 46
Capítulo 46: Kai




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Nascha, vó Lang e Kai. Todas notaram, estranharam e não gostaram do tom de despedida de Jason quando deixara o quarto do hospital. Nascha, principalmente, ainda sob o impacto do sonho da noite anterior, tão cheio de maus augúrios. Mas nenhuma comentou o fato. Um pouco para não preocupar as outras, mas, principalmente, para não dar realidade àquela possibilidade, pelo poder da palavra.

A fonte de preocupação voltou a ser, então, Kai e a inexplicável hipotermia que a trouxera ao hospital.

- Querida, o que realmente aconteceu com você?

- Vó Lang. Mãe. Eu não lembro de tudo. Sei que o que eu fiz foi imprudente, mas não pensei que fosse ser perigoso.

- Filha, o que aconteceu? Você usou alguma droga?

- Não, mãe. Claro que não. Nem mesmo as plantas e os ingredientes que usamos em nossos rituais.

- O que houve, então?

- Eu tentei um contato com o fantasma. Com Tristan.

Vó Lang lembrou o rosto de pavor da enfermeira Janet e de John falando o quanto o fantasma podia ser perigoso. Estremeceu.

- Ele atacou você, querida?

- Não, ou melhor, não sei. Eu senti sua presença no corredor, deixando o quarto de Jason, e pedi que me acompanhasse até o escritório.

- Continua, filha.

- Eu montei a câmara de vídeo num tripé, ajustei para minha altura sentada e pedi que Tristan tentasse fazer contato através de mim.

- Meu Deus. Você não devia ter feito isso, menina. Muito menos sozinha. Vó Lang estava horrorizada.

- Filha, que loucura. Você podia ter morrido. Você quase morreu. O que seria de mim sem você. Nunca mais faça algo parecido. Nascha abraça Kai, chorando.

- Nascha, se acalma. Assim você mata a coitada sufocada. E você, mocinha, ouça sua mãe. Chega de loucuras.

- E aí, o que aconteceu?

- Eu tentei um estado de meditação. Tentei esvaziar minha mente. Senti quando ele tentou entrar da primeira vez. Era como se estivesse empurrando minha alma para fora do meu corpo. Foi uma sensação horrível, eu tive muito medo e creio que o empurrei para fora. Tive que dar um tempo para me acalmar antes de tentar de novo. Na segunda vez, ,..

- Segunda vez? Você enlouqueceu completamente. Menina, você não recebeu o treinamento. Você não é uma xamã. Sra. Lang, essa menina vai me levar pro túmulo.

- Deixa eu terminar, mãe? Posso?

- Da segunda vez, eu estava mais preparada. Fiquei com medo, mas tentei não resistir quando senti aquela presença invadindo meu corpo e minha mente. Mas novamente não deu certo. Resumindo, tentamos uma terceira vez e aí algo deve ter acontecido, mas não lembro de nada.

- Querida, você falou que foi tudo filmado?

- Foi.

- Eu estava muito nervosa, mas acho que vi sim a câmara montada. Espera. Vou pedir que tragam a câmara aqui. Se passarmos mal, vai ter quem nos socorra.

Uma hora depois, o técnico da nova equipe responsável pela segurança da propriedade dos Lang traz a câmara e todo o aparato para a projeção e monta no quarto do hospital.

Antes de começarem a projeção, Kai é mais uma vez examinada. O médico assegura que ela está bem e que poderá ter alta após mais um dia de observação.

Depois de garantir que não seriam interrompidas, vó Lang  faz o sinal e o técnico liga o projetor. Faz pequenos ajustes de foco e de som e, a pedido de vó Lang, deixa o quarto. Aquele era um assunto de família.

 

A primeira hora mostrava ao vivo e a cores o que Kai já contara. Mas mesmo assim era muito mais suspense do que é esperado que uma mãe e uma avó suportem. Mesmo Nascha, com todos os seus anos de magia aplicada, agia como qualquer mãe de subúrbio. Vó Lang parecia que iria cair dura a qualquer momento.

 

Mas não era nada comparado ao que a fita mostraria depois.


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