Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 11
X: Curse


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, devo pedir desculpas por antecipação. Sou do tipo de pessoa que não se sente bem publicando um capítulo sem ter o seguinte pronto. No caso, hoje: estou colocando o capítulo 10, e gostaria de coração de estar com o 11 pronto. Não é o caso.
Por que estou falando isso pra vocês? Porque eu não posso prometer que vou conseguir cumprir esses prazos de duas semanas daqui em diante. A não ser que eu consiga tirar uma semana de férias e me dedicar somente a fic, é provável que eu não consiga terminar um capítulo desses a tempo de postar.

Em segundo lugar: O capítulo mais tenso até aqui, e por consequência foi o mais difícil de escrever. Sério. Não tem como falar sobre aqui nas notas. Basta ver o número de palavras para ter uma noção...

Em terceiro lugar... deixa eu parar de enrolar! Let the games begin!



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É aqui. Escola de Treinadores de Rustboro.

Himiko adentrou o prédio, um pouco ansiosa. Havia tomado a decisão sem realmente pensar nas consequências, mas algo dentro dela não descansaria caso não tentasse vingar a morte do Nincada de James. Poderia parecer um motivo fútil, porém não para a treinadora. Ela sentia-se com a necessidade de retribuir o favor que ele lhe fizera ajudando-a na floresta.

Considerando as circunstâncias, poderia ter se surpreendido ao encontrar a recepção vazia, mas ignorou o fato. Himiko foi direto até o quadro de informações, o qual continha as localizações das salas de aula. E considerando o motivo que levara a garota até ali, haveria apenas um lugar onde o professor poderia estar caso ainda se encontrasse na escola.

Rumou então à área destinada as batalhas, imaginando o que encontraria. A cena que ela presenciou ao adentrar o recinto não poderia ter sido mais parecida com o relato que ela acabara de ouvir.

Havia dois treinadores dentro do grande espaço que se destinava às batalhas. De um lado, aquele que Himiko julgou ser o professor substituto. Era relativamente jovem; seus cabelos loiros e ondulados não eram o suficiente para suavizar suas feições, ainda claramente masculinas. Usava um quimono preto, com detalhes em azul, reforçando sua aparência intimidadora. Na outra extremidade se encontrava uma garota, a qual deveria ter no máximo doze ou treze anos, de cabelos escuros e longos, cuja expressão de medo denunciava o que acontecia entre eles.

No centro do campo haviam dois Pokémon em batalha. Um deles, cinzento e rochoso, parecia bastante machucado. Alguns pequenos pedaços de pedra desprendiam de seu corpo, que começava a se desfazer à medida que era atingido constantemente pelos chifres do besouro azulado. Este parecia bastante determinado em deixar o adversário sem condições de combate, atacando com o chifre como se fosse um martelo. O pequeno Geodude já havia desistido de lutar, porém o Heracross continuava golpeando-o, sem a menor piedade, enquanto seu treinador comentava:

— A vantagem de tipos funciona para ambos os lados, Jess. Não espere que seja o suficiente usar um tipo rochoso contra meus insetos…

— Por favor, faça ele parar! — a desafiante se desesperava ao ver seu Pokémon sendo despedaçado. — Eu já concedi a batalha, você venceu!

— Que isso sirva de lição. Nunca subestime seu oponente. — o rapaz respondeu, voltando-se então para seu Pokémon, como quem achava graça da situação. — Você ouviu, Heracross, a batalha acabou!

O Pokémon sinalizou com um de seus braços para seu treinador, enquanto aplicou um último golpe em seu adversário, dessa vez atirando-o em direção à treinadora adversária. Ela foi obrigada a desviar para não ser atingida, enquanto o Geodude (ou o pedregulho disforme que sobrara dele) vinha em sua direção, atingindo a parede atrás dela e terminando de se desfazer. Não havia restado o suficiente para que ele pudesse retornar a sua pokébola, que tomava um tom cinzento nas mãos da estudante.

O absurdo da situação era tamanho que Himiko nem se fez anunciar. Ela fervilhava de raiva como em poucas situações havia sentido em toda a sua vida. Decidiu por intervir de um modo nada educado.

— O que você pensa que está fazendo?! — gritou.

O rapaz virou-se para ela com um olhar cínico.

— Como diz o ditado: no amor e na guerra, vale tudo…

— Como é que é?! Você acabou de matar um Pokémon indefeso! Qual a necessidade disso?

— Pergunte a ela! A culpa não é minha se ela não recuou o Pokémon enquanto teve oportunidade!

Himiko chocou-se mais com a naturalidade dele ao dizer isso do que com a resposta em si. Estava claro que a atitude dele não era lá muito sensata, mas ao mesmo tempo ele estava tão seguro de si ao dizer isso que ela questionou se esse tipo de atitude podia ser esperada de alguém na posição dele.

— Pena e compaixão são sentimentos de fraqueza. — ele continuou. — Mostre a seu adversário o seu ponto fraco e ele irá atingi-lo.

— Pois você está enganado.

— É? Então me prove! O Heracross aqui está morrendo de vontade de ver seus argumentos!

Himiko comprou o convite para a batalha. Não é como se ela não estivesse com raiva o suficiente. Ela inclusive já segurava a pokébola que considerou mais adequada para aquela situação.

— Taillow, você está pronto? É hora de uma batalha!

O Pokémon andorinha olhou para sua treinadora assim que fora liberado do encapsulamento. Se estava ainda receoso por conta dos acontecimentos anteriores, não demonstrou. Mostrava-se disposto a dar uma nova chance para que sua treinadora mostrasse do que era capaz.

— Nosso adversário é o Heracross ali! — indicou a treinadora. — Tome cuidado, pois ele já mostrou ser bom no corpo-a-corpo.

— Ora, ora, um tipo voador… Que previsível… — O rapaz parecia entediado ao ver seu adversário. — Que conveniente de nós termos derrotado um tipo pedra ainda agora, Heracross! Pode enterrar esse Taillow!

O Pokémon inseto pulou segurando alguns pedaços de pedra, ainda enquanto o pássaro se aproximava, desviando-se do primeiro ataque. Himiko imaginava o que aconteceria a seguir, ordenando:

— Abortar ataque, Taillow! É uma armadilha!

Himiko estava certa. O Taillow acabou demorando um instante a mais do que o necessário para desviar e foi atingido de raspão pelas pedras que o Heracross atirara de cima para baixo. Era certo de que ele se machucaria bastante caso o golpe fosse certeiro. Ainda assim, foi o suficiente para causar algum dano ao Pokémon voador, enquanto o inseto voltava à segurança do solo.

— Taillow, Rajada de Vento!

— Proteja-se, Heracross!

Himiko observava enquanto o pássaro criou um pequeno redemoinho com o bater de suas asas. Por outro lado, o Pokémon besouro enrolou-se em sua carapaça, de modo a evitar os danos causados pelo ataque. Era o momento em que um golpe direto e bem colocado do pássaro poderia pegá-lo desprevenido, mas ela não tinha como ordenar o golpe sem alertar também seu adversário. Ao contrário de Futa, o Taillow não conseguia perceber o que a garota pensava. Porém ela tinha um plano mesmo assim, ao libertar silenciosamente o Pokémon psíquico. O Ralts respondeu imediatamente.

— Não é assim que funciona, Himiko. — Futa explicou, telepaticamente. — Eu e você temos um vínculo, é por isso que eu vejo o que pensa. Mas não consigo fazer o mesmo com outros Pokémon…

Droga!

— Minha vez! — disse o rapaz. — Heracross, mostre a eles sua perícia aérea!

— Manobra evasiva, Taillow! Ele não é tão ágil quanto você, deve haver uma brecha, mas preocupe-se em evitá-lo!

Ao contrário do que fizera parecer pelo primeiro golpe, o Heracross mostrou sua capacidade de voar. De fato, não possuía a mesma agilidade de um pássaro, mas mostrou ser rápido o suficiente para que o Taillow não tivesse oportunidade de contra-atacar. Os braços do inseto podiam ser finos, contudo cortavam o ar com muita facilidade, de modo que o pássaro não teve opção a não ser manter sempre uma distância que considerou segura, enquanto Himiko gesticulava intensamente.

— Rajada de vento ao meu sinal, Taillow! Continue se defendendo!

— Hora da pancada, Heracross!

O inseto mostrou um súbito de velocidade, de modo que o pássaro mal teve tempo de se esquivar. Himiko deu um assovio enquanto fez um gesto em direção ao chão, ao que o Taillow pareceu compreender. Ele então rumou até o solo, como quem pretendia pousar para criar outra rajada de vento, mas tornou a alçar voo ao imitar o novo gesto da garota, que apontava para cima. O inseto, que tentava acertar seu golpe, não se recuperou a tempo, atingindo o chão bruscamente.

— Taillow, investida!

— Use a defe…

O Pokémon andorinha foi rápido demais em seu golpe, atingindo o adversário antes que seu treinador conseguisse ordenar o golpe defensivo. O inseto agonizava no chão, sem a menor condição de combate.

— Pode descansar um pouco, Taillow! Foi uma ótima luta!

O treinador do outro lado do campo pareceu surpreso com a atitude da garota. Apesar de condizer com o que ela havia dito, a oportunidade que ela dera para que ele retornasse seu Heracross para a pokébola não fazia parte da expectativa dele.

— Não é pena. É bom-senso! — Himiko mostrava-se ligeiramente furiosa. A treinadora do Geodude ainda chorava ao seu lado, mas tentou esboçar um sorriso ao notar que estava sendo observada. Himiko sorriu de volta, tentando demonstrar uma confiança que nem mesmo ela sabia se tinha.

— Você teve vantagem nesse primeiro round, garota! — O treinador do outro lado exclamou, retomando a atenção de ambas as garotas.

— Como assim, primeiro round? — Himiko pareceu confusa com a afirmação do rapaz.

— Você entrou no ginásio e me desafiou, então estamos sob as regras oficiais de batalha da Liga Pokémon. E de acordo com elas, cada treinador pode usar até dois Pokémon.

Himiko fitou-o. Ele está levando isso mais a sério do que pensei… Que seja!

— Vá embora. — disse Himiko para a outra garota. — Deixe comigo.

— Espero que esteja pronta, pequena! Não costumo usar esse aqui contra iniciantes, mas no seu caso já virou pessoal!

O treinador liberou um Pokémon crustáceo desconhecido para Himiko. Ele possuía uma forma ovalada, na qual se destacavam formações avermelhadas que lembravam barbatanas em suas laterais. Possuía duas garras bastante avantajadas, grandes o bastante para partir um Pokémon como Taillow ao meio. Sua característica mais marcante, porém, era o exoesqueleto em um tom verde brilhante, que ao olhar parecia ser bastante resistente. Definitivamente, o Pokémon andorinha não seria páreo para ele.

A estudante parecia um pouco relutante em seguir o conselho que recebera, mas ao ver o Pokémon liberado pelo rapaz, mudou de ideia quase que instantaneamente, assustada, correndo para a porta de saída.

Anorith, o Pokémon trilobita. ­— Dizia a pokédex de Himiko. A garota também desconhecia o oponente que a intimidava. — Considerado extinto, este Pokémon tem sido criado em colônias visando a sua reintrodução no ecossistema de Hoenn. Supõe-se ter sido um grande caçador bentônico cerca de 250 mil anos atrás, porém suas habilidades de batalha ainda não foram documentadas.

A garota engoliu em seco. Nem mesmo a pokédex poderia lhe ajudar naquele momento. A pouca informação disponível informava que Anorith possuía muitas características em comum com o tipo inseto, porém ignorava as características defensivas que Himiko presenciava.

— O que houve, garota? Ficou com medo do Agnos? — disse ele, ironicamente. — Ele não morde… se eu não mandar…

Um calafrio passou pelo corpo de Himiko. Algo naquela frase a fez sentir-se desconfortável. Não era por conta da provocação do treinador, mas sim por ter tido uma sensação estranhamente familiar ao ouvi-lo. Talvez fosse o tom da voz, ou a entonação, o fato era que a treinadora se desconsertou.

— V-vamos logo com isso, Himiko!

A voz de Futa, trêmula, fez com que Himiko voltasse a se concentrar na batalha. Pensou em colocar o pequeno Ralts em combate, porém percebeu que ele estava com medo do Pokémon artrópode. Considerando a dúvida, decidiu por quem ela acreditava ter vantagem naquela situação.

— Beautifly, sua vez!

O inseto analisou sua treinadora, como quem questionava a escolha. Himiko tinha uma expressão bastante determinada apesar das circunstâncias. O Taillow, que no momento se encontrava em seu ombro, gorjeou, como quem incentivasse o Pokémon borboleta, que voou suavemente para o centro da arena.

— Não sabemos o que ele pode fazer, Beautifly. Tome cuidado! Tente a rajada de vento!

— Agnos, mostre a eles seu poder pré-histórico!

O crustáceo começou a brilhar, enquanto uma esfera de energia se formava alguns centímetros acima de seu corpo. A borboleta começou a bater suas asas com força, gerando um redemoinho de vento, porém não foi capaz de impedir que o adversário continuasse carregando seu ataque.

— Patético — disse o rapaz. — Eu esperava mais de seu Pokémon, garota!

— Mantenha distância dele, Beautifly! Não deixe ele atingi-lo!

Tanto Himiko quanto seu Pokémon esperavam que a esfera de energia fosse ser lançada pelo Anorith. A borboleta estava a uma distância bastante considerável, o suficiente para desviar do golpe caso ele fosse projetado.

Porém, o orbe cinzento acabou culminando não em um projétil, mas sim em uma explosão sólida. Dezenas de rochas foram atiradas em uma grande área, de modo que o Beautifly não teve como desviar do golpe. Uma de suas asas foi bastante danificada pelas pedras; a borboleta teve dificuldade até mesmo para pousar sem se machucar ainda mais.

— Agnos, finalize com as garras envenenadas!

Himiko levou uma fração de segundo para reagir. Era claro que o Beautifly não sobreviveria a um golpe direto das garras em forma de pinça do Anorith. Contudo, ao tentar chamar seu Pokémon de volta para a pokébola, esta escorregou de sua mão.

O treinador adversário sorriu. A garota tinha certeza de que ele iria até o fim, como fizera com o Geodude anteriormente. O artrópode aproximava-se rapidamente da borboleta; a garota, ao atrapalhar-se, percebia que o destino de seu Pokémon seria selado com um requinte de crueldade.

— Não!

O Taillow, que estava em seu ombro, saiu voando em direção a arena antes mesmo de Himiko se abaixar. Com toda a velocidade que conseguiu, chegou a atingir o Anorith, porém não a tempo de evitar o golpe de misericórdia aplicado ao Beautifly. Himiko ainda conseguiu chamá-lo de volta, a tempo de ver a pokébola piscar sinalizando o estado crítico do Pokémon por alguns segundos, antes que ela fosse inutilizada, perdendo a cor.

Enquanto isso, no campo de batalha, o Taillow gorjeava, sinalizando dor. Seu bico começava a adquirir uma coloração avermelhada, tanto quanto a sua face.

— Quem diria… — o rapaz comentou, sarcasticamente. — Com um só golpe, consegui atingir seus dois Pokémon…

— VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO! — Himiko mostrou-se furiosa. Não sabia o quê ou como poderia fazê-lo, mas iria fazer ele sofrer por ter matado seu Pokémon. O Taillow parecia compartilhar da indignação. Parecia até mais disposto a batalhar, sua dor mascarando-se com a raiva que se mostrava em sua face.

— Ele foi atingido pelo veneno das garras do Anorith. — explicou Futa. — Espero que saiba o risco que está correndo!

Himiko não estava preocupada com isso. Ela não iria parar agora, não enquanto o adversário não fosse derrotado. E o Taillow, mesmo sofrendo com os efeitos adversos, parecia compartilhar da mesma opinião.

— Faça-o pagar por isso! Tente virá-lo com a rajada de vento!

O Taillow pareceu ignorar a treinadora. Considerando que ainda estava próximo o bastante de seu oponente, ele usou suas asas em um golpe direto contra o artrópode, que foi virado de cabeça para baixo, revelando um abdome desprotegido de carapaça.

— Giro rápido, Agnos!

O Taillow havia tomado a iniciativa de atacar antes do Anorith reagir. Com uma bicada forte em sua cauda, o Pokémon voador começou a girar o adversário com uma força inesperada para seu pequeno tamanho, atirando-o de cabeça contra a parede lateral do ginásio.

— Mas o quê!?

O Taillow voou em direção ao Pokémon crustáceo, que tentava se recompor.

— Parece que o jogo virou, não foi? — disse Himiko, assumindo o mesmo tom sarcástico que ouvia de seu adversário.

— Você me derrotou, é verdade… — respondeu ele. — Mas valeu a pena?

Himiko abriu a boca, incrédula. Ele está insinuando que…

— Olhe para você, garota! — o rapaz se aproximava, lentamente. — Seu Beautifly morreu; seu Taillow também não deve aguentar até chegar ao centro Pokémon. Você acha mesmo que isso é vencer?

A treinadora não respondeu. Não conseguia imaginar que uma pessoa pudesse ter tanto sangue frio.

— Não pense que pode fugir de sua culpa. Vo… — Ele abria a boca para dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido por um forte tilintar que vinha da extremidade oposta do ginásio. Ambos se viraram para olhar, encontrando um Taillow, ainda ferido, devorando pedaços do Anorith. Fragmentos da carcaça verde-esmeralda do artrópode se encontravam estilhaçados no chão.

O rapaz olhou para a pokébola em sua mão, agora cinzenta.

Nesse momento, Himiko percebeu que o sangue dele não era tão frio quanto poderia parecer. A expressão dele mudara naquele breve instante, fazendo com que a treinadora se assustasse, quase perdendo o equilíbrio.

— Você pode ter me derrotado. Eu te respeitei. Mas matar o Agnos… isso não tem perdão!

Ele atirou uma pokebola para cima, liberando uma Butterfree.

Nesse momento, foi como se um tijolo de pensamentos acertasse a cabeça da garota.

“Quando eu cheguei para a aula hoje, quem estava lá era o professor substituto.”

“O jogo acabou. A partir de amanhã, sou eu quem vai assumir as coisas por aqui”

Himiko finalmente entendeu o que havia de errado, reconhecendo de onde vinha a estranha sensação familiar. Era ele o rapaz que vira em seu sonho, o que perseguia uma garota em uma floresta.

“Se fosse a Roxanne, tenho certeza que ela faria isso. Mas não o Bugynus.”

“Não pense que pode fugir de mim, Roxy!”

Ela recuava, ainda com medo do que poderia acontecer. Considerando que o sonho tivesse alguma ligação com a realidade (e as atitudes dele condiziam com tal), Bugynus não teria escrúpulos. Ainda mais considerando que estavam apenas os dois no recinto.

Himiko tropeçou em um dos pedaços do Geodude que ainda pairavam pelo local, perdendo o equilíbrio e só não deu com as costas no chão por ter conseguido apoiar-se com as mãos a tempo.

Bugynus sorriu ao vê-la caindo. Himiko engolira em seco, fechando os olhos. Acabou. Ele vai me matar.

— Butterfree, pó…

Surpreendentemente, ele não conseguiu concluir a frase. O rapaz caíra de joelhos, levando as mãos à cabeça enquanto gemia.

Himiko tomou coragem de olhar novamente para a cena enquanto se levantava, ainda com as mãos doloridas pelo impacto.

Olhou primeiro para Bugynus, que se contorcia no chão, agora gritando de dor. Entre ele e a treinadora, a Butterfree caía suavemente ao chão, enquanto uma grande andorinha pousava para bicá-la. Aparentemente, o Taillow havia evoluído.

Mas a explicação que a garota procurava estava ao seu lado. Futa estava com uma expressão bastante séria, algo que Himiko nunca havia presenciado. Uma aura lilás envolvia seu corpo; o ar em sua volta parecia distorcer-se…

Então foi isso que aconteceu na floresta…

A treinadora levou alguns instantes para voltar a si. Quando se deu conta, percebeu que Bugynus estava desmaiado no chão. O Swellow ainda gemia de dor, seu bico tão avermelhado quanto antes da evolução.

— Vamos sair daqui. — Futa dizia à garota. — Antes que seja tarde.

Himiko chamou imediatamente seus Pokémon de volta. Sabia que tinha que chegar ao Centro Pokémon antes de qualquer outra coisa.

Dando uma última olhada ao corpo desfalecido do treinador no chão, lembrou-se de que ele era tecnicamente o líder do ginásio da cidade. Decidiu por pegar a insígnia que ele carregava como um pingente no pescoço antes de sair.

Ela então saiu do ginásio, apressada, enquanto as imagens daquela luta passavam novamente por sua cabeça, fazendo com que ela voltasse a tomar consciência da morte do Beaufifly.

Mas o que a fez se sentir mais culpada não foi se lembrar da morte de seu Pokémon, mas sim dar-se conta do estado em que havia deixado seu adversário.

Mal sabia ela das consequências que isso lhe traria.


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Notas finais do capítulo

Fuck. My. Life.

O que parecia ser uma luta tranquila acabou virando problema. Com três pokémon voadores no time, era de se esperar que eu pudesse ter uma luta fácil. E assim, subestimei Bugynus...

Notas do in-game.

Como já adiantei, subestimei o primeiro líder de ginásio de um hack. O preço a se pagar foi imediato. O time de Bugynus continha, além do Heracross e do Anorith; Volbeat, Beautifly, Dustox e Scyther.

Tecnicamente, o Volbeat era pra ser o mais importante, mas mesmo dois níveis acima, ele não fez estrago. Não mais que o Dustox, que acertou um Sludge crítico no Beautifly, matando-o, e logo em seguida envenenou o Taillow com o mesmo golpe. Mas vendo pelo lado bom, ainda tinha HP o suficiente para matar o resto do time dele com Wing Attack e o Guts ativado.

Status do time:
Pokémon: 5
Ralts Lv. 17; Bold, Synchronize.
Bellsprout Lv. 18; Bold, Chlorophyll
Swellow, Lv.23; Mild, Guts
Hoppip, Lv.15, Lax, Chlorophyll
Igglybuff, Lv.16, Bashful, Cute Charm

Mortes: 2 +1 = 3
Beautifly, Lv.7~21; Serious, Swarm



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