Battling The End escrita por Strange Bird


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

Ola, gente.
Espero que gostem de BTE.



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Seis horas, era o que o relógio apitando afirmava, apesar de cansada, Anastácia se jogou da cama como era de costume, calçou seus chinelos e antes de avançar para o banheiro, parou e observou a imagem de seu marido dormindo de bruços. A bunda levemente empinada, as cicatrizes sobre as quais nunca ouvira respostas, e seus fios cor de cobre. Sentiu pena por seus olhos estarem fechados, apesar de tudo, não havia nada naquele mundo que gostava de observar que aquelas orbes acinzentadas, mas também sabia que quando aqueles olhos estivessem abertos, não teria paz.

Começou a se mover, sabia que logo Christian acordaria, e se as coisas não estivessem perfeitas, seria um motivo a mais para um dia de ‘humor de cão’. Tomou um banho rápido, vestiu seu roupão de seda e seguiu para o closet, separou um terno, uma camisa, uma cueca, um par de meias, sapatos lustrados e a costumeira gravata cinza para Christian. Vestiu uma lingerie vermelha, um vestido leve e sapatilhas vermelhas.

Desceu para a cozinha do apartamento duplex onde encontrou Gail, a cozinheira e arrumadeira da casa, já preparando os cafés.

—Bom dia, Gail.

—Bom dia, senhora Grey.

—Já tem quase seis anos que insisto para me chamar apenas de Ana, Gail, a maior parte do meu dia passo ao seu lado, é tão difícil me chamar de Ana ou até mesmo Anastácia?

—Me desculpe, senho... Quis dizer, Ana. — a jovem mulher apenas riu da confusão da doméstica.

—Tudo bem, Gail. Vou ir acordar as crianças, tudo sob controle por aqui? — Gail assentiu. — Como sempre.

Subiu as escadas rapidamente e entrou no quarto rosinha da princesa da casa, Phoebe estava em seu sono doce e infantil, as mãos abaixo da cabeça de uma forma que a fazia parecer uma daquelas personagens de contos de fadas.

—Vamos lá, Ebe, tá na hora de acordar, meu amor.

A menininha abriu os olhos aos poucos e espiou a mãe através de apenas um olho, mantendo o outro fechado enquanto se acostumava com a claridade.

—Tá na hora mesmo, mamãe? Eu acho que dá tempo de dormir um pouco mais. — a pequena garota de olhos azuis e cabelos cor de cobre assentiu de modo sapeca e sorrateiro.

—Não dá, não, gatinha. Vamos lá, daqui a pouco seu pai acorda, você prefere que ele venha te tirar da cama? — Ana sabia a escolha da pequena e por mais que isso facilitasse as coisas para ela, o motivo a entristecia profundamente, a quebrava por dentro de uma forma que a cada movimento que fazia, os cacos de sua alma a cortava.

Separou o uniforme da garotinha e conferiu se seus sapatos estavam embaixo da cama, deixou tudo preparado enquanto a garota de 5 anos, que se considerava uma mocinha e era quase independente, tomava banho.

—Ebe, vou acordar o Teddy, tá tudo aqui arrumadinho.

Diferente de Phoebe, Theodore estava deitado praticamente como uma bolinha na cama cercada para que o menino não caísse. Apesar de ter pouco mais de 3 anos, ele ainda deveria usar um berço para evitar tombos noturnos, entretanto Christian dizia que ele estava ‘velho demais’ para usar berço.

—Teddy, bebê, vamos acordar. — Ana chamava sacudindo-o levemente, sabia que ele era mais complicado que Phoebe. — Vamos lá, Teddy. — continuou balançando-o, até que percebeu que ele estava acordado e fingia que não, resolveu mudar de tática. — Nossa, o Teddy não quer acordar, vou ter que dar esse docinho para Phoebe, uma pena, ele gosta tanto de doces.

—Teddy já acordou, mamãe! — o garoto se levantou rapidamente. — Quem falou que Teddy não acordou? Teddy acordou para ganhar doce. — o menino que de bobo não tinha nada, respondeu referindo a si em terceira pessoa, como tinha costume de fazer.

—Ah, que bom que o Teddy acordou, porque ele tem de ir para escola.

—Escolinha não, mama.

—Escolinha sim.

Anastácia deu banho no pequeno e o arrumou, vestindo-o com o uniforme que possuía uma gravata borboleta bonitinha, mas que irritava o menino. Arrumou o cabelo de Phoebe, fazendo um rabo de cavalo e conferiu a arrumação dos quartos.

Ela seguiu para a escada sendo seguida pelos dois, mas quando chegou à escada pegou Theodore no colo, pois ele não ainda não tinha segurança para descer a escada sozinho e a mãe temia que ele caísse. Foi quando Christian apareceu saindo do quarto, lindo como sempre, de cara amarrada como sempre.

—Desça do colo da sua mãe, Theodore! — ordenou. — Anastácia solte-o, ele já está bem grandinho, tem de saber descer sozinho.

—Mas, Christian... — Ana começou a contesta-lo, mas ele ergueu as mãos ordenando que se calasse e submissamente, ela se quietou, colocando a criança no chão e rezando internamente para que não caísse.

—Agora, desça, Theodore.

—Teddy tem medo. — a criança falou temerosamente.

—Apenas maricas tem medo, se não aprender logo a fazer nada por conta própria será um maricas. Você quer ser um maricas? — questionou rudemente e o menino negou com a cabeça baixa.

—Não fale assim, Christian, ele é apenas uma criança de 3 anos.

—E você não venha se meter, ele está assim graças à você que não sabe criar crianças. Filho meu não é maricas. Agora, desça, como mandei.

Com medo o menino abraçou as pernas das mães, que o pegou no colo novamente e desceu com ele. Ao chegar na cozinha Christian a fuzila com os olhos.

—Que seja a primeira e última vez.

Todos se sentaram à mesa e comeram silenciosamente. As crianças se mantinham comendo em silêncio, mesmo quando não gostavam de algo comiam à contragosto.

Às oito horas, Christian se foi, levando as crianças consigo, e tudo que Ana pode fazer foi finalmente chorar. Seu escudo havia caído. Ele funcionava apenas quando estava em público. Ana era uma mulher forte, mas a situação era difícil, no fim, ela possuía um escudo, uma arma, um disfarce, uma armadura. Nos momentos que estava em público, Ana possuía um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Acham que vale a pena continuar? Espero opinies.
Kisses!
Strange Bird