Yoo He Yi ficou paralisada, ela não sabia o que dizer. Go Mi Nam não ajudou, resolveu parar de encará-la e virou-se para observar as crianças brincando em volta do lago, tentando pegar peixinhos que tinham ali. De repente ele ouviu um barulho de risada e virou-se para o lado na mesma hora e viu que Yoo He Yi estava com a mão na frente dos lábios segurando a risada, ela olhava para baixo.

–Go Mi Nam não faça piadas. Acho que nós deveríamos voltar...

–Acho melhor não. Acabou de descer um paparazzi de uma bicicleta velha bem ali, estranhamente é o mesmo que venho me importunar no aeroporto.

–Será que ele sabe que estamos aqui?

Eles observaram que o repórter tomou um rumo diferente, passou em frente aos dois e foi direto. Go Mi Nam sem que Yoo He Yi percebesse abaixou os óculos de propósito e o paparazzi ficou muito curioso, mas seguiu seu caminho. A intenção de Go Mi Nam era essa.

–Que bom que ele já foi — disse ela tirando os óculos escuros, Go Mi Nam fez o mesmo. Ele não suportava usar óculos, ao contrário do capuz que podia passar o dia todo com uma blusa de frio escondendo seus belos cabelos negros e lisos. — Acho melhor nós irmos...

–Você tem razão, mesmo sabendo que eu ainda tenho um tempo, se ficar aqui está te incomodando vamos voltar... — ele se levantou no mesmo instante e ofereceu sua mão para que ela também se levantasse.

–Não é isso, eu só... eu só não quero te atrasar para a sua entrevista.

Ela segurou na mão dele e se levantou. Yoo He Yi não entendia a si mesma na frente de Go Mi Nam, ela realmente parecia frágil na frente dele, isso a deixava inteiramente irritada, não era de seu feitio ser frágil.

Caminharam em direção a moto, ela caminhava cada vez mais lento para que ele chegasse mais rápido à moto, mas parecia que quanto mais ela diminuía, ele diminuía mais ainda. Eles diminuíram tanto que chegaram a ficar parados por um tempo.

–O que você está esperando? — disse ela com o tom estranhamente alterado.

–Não quero que você ande atrás de mim.

Ela simplesmente acelerou o passo e largou-o para trás. Go Mi Nam continuou caminhando calmamente com suas mãos no bolsos da frente da calça. Yoo He Yi parou em frente à moto, mas resolveu andar em torno dela para avaliar a moto em que ele a estava carregando para lá. Era uma ótima marca, para ela era uma moto respeitável para se andar com a Fada Nacional.

Go Mi Nam abaixou seu capuz e preparou-se para pegar os capacete, quando percebeu que uma moto vinha em direção a Yoo He Yi, a moto na realidade estava longe dela, mas ainda vinha em sua direção, ele puxou-a pelo braço fazendo-a se desequilibrar e cair totalmente nos braços dele. Go Mi Nam segurou-a como em um filme de cinema, ele curvou todo seu corpo e ela estava deitada sobre os seus braços como se eles fossem uma cama, segura e confortável. Ela estava assustada, nunca ninguém a havia segurado daquela forma, seus olhos estavam arregalados, enquanto os olhos dele estavam firmes e se fixavam somente em olhar para os olhos dela. Yoo He Yi desviou o olhar para o transito, no mesmo instante Go Mi Nam sorriu e ajudou-a a se levantar. Ele pegou o capacete dela e entregou-a. Ela ficou séria e pegou o capacete das mãos dele com dificuldade. Para ela, por mais que Go Mi Nam estivesse se esforçando, ela ainda não parava de pensar em Tae Kyung, mas estava realmente pensando na possibilidade de dar uma oportunidade a Go Mi Nam.

À noite o show foi incrível, Go Mi Nam cantou tão bem quanto sua irmã, a música preferida da plateia era Still (As Ever). As vozes deles são muito parecidas, mas claro que a dele não deixa de haver algo masculino. A turnê estava oficialmente aberta e à partir de agora os garotos mal teriam tempo para respirar, quem dirá descansar.

Após o show os meninos iriam viajar para Ansan, depois e Swon para continuar a turnê. Tae Kyung sempre ficava irritado com turnês, pois odiava dormir fora de casa, pois os hotéis nem sempre eram tão organizados quanto seu quarto, mas ele sempre superou esse incomodo pelo seu amor pela música.

No jatinho, Go Mi Nam estava pensativo durante a viagem. Ele sentava-se ao lado da janela com Jeremy ao seu lado, Shin Woo e Tae Kyung estavam em frente a eles. Jeremy e Shin Woo resolveram tentar adivinhar no que ele estava pensando. Shin Woo e Jeremy observavam Go Mi Nam e diziam em voz alta o que ele poderia estar pensando como se fosse uma narrativa.

–“Será que amanhã eu posso me machucar no show”? Pensa Go Mi Nam enquanto está olhando para o nada dentro de um avião — narrava Shin Woo.

–“Acho que a Yoo He Yi pode estar me vendo a qualquer momento. Devo ser sensual em todos os meus shows para roubar as fãs do Tae Kyung” — dizia Jeremy. Go Mi Nam já estava se esforçando para permanecer sério.

–“Acho que estou me apaixonando...”

–Parem! — gritou ele tentando permanecer sério, mas não conseguia. — Vocês deviam procurar algo melhor pra fazer? — cruzou os braços e recostou-se no encosto do banco para ficar mais confortável.

–Ainda bem que Ansan fica perto de Seul, não vamos demorar muito para chegar — dizia Jeremy entediado. Ele era o único ali que não parecia estar cansado. — Go Mi Nam! — chamou-o de repente com uma empolgação estranha. — Hyung e Tae Kyung Hyung por que nós não jogamos alguma coisa.

Tae Kyung deu um jeito de se aconchegar na poltrona e fechou os olhos, mas o notebook que ele estava jogando permaneceu em seu colo.

–Eu estou muito cansado para isso — disse ele com seu mau-humor evidente.

–Shin Woo?

–Quando chegarmos ao hotel!

–Go Mi Nam?

–Não!

Jeremy resolveu ficar emburrado com os braços cruzados e com as bochechas infladas. Faltavam apenas alguns minutos para o jato parar. Tae Kyung acordou e após perceber que os outros estavam dormindo resolveu nesse tempo pesquisar algo sobre Mi Nyu. Jeremy estava deitado sobre o ombro de Go Mi Nam e ele encostado na janela no jatinho. Shin Woo estava com os braços cruzados e com a cabeça tombada para o lado do corredor.

Tae Kyung digitou o nome dela mas ele não conseguia encontrar nada. Não adiantava o que ele pesquisava, as buscas nunca se mantinham nela e por terem nomes parecidos, as buscas iam direto para Go Mi Nam. Ele resolveu fechar a tela e pesquisar algo sobre o pai deles, mas antes que fizesse isso, algo chamou sua atenção: “Novo romance A.N.Jell!” — leu em voz alta.

–O que pode ser isso? — perguntou a si mesmo, olhando para a janela, como uma forma de imaginar se já tinha visto aquilo antes. Ele clicou no link e viu as fotos de Go Mi Nam e Yoo He Yi enquanto ele a segurava para não cair. A legenda mostrava aquela foto e a foto dela com Tae Kyung. — Será que o Go Mi Nam está mesmo sério sobre isso? — observou o garoto que dormia como um anjo e pensou consigo mesmo sorrindo sem vontade: — Não pode ser verdade. Ele mesmo disse que não estava, assim como eu... mas eu não estou apaixonado... e negar não é uma evidencia de que eu estou apaixonado... eu não estou apaixonado pela Go Mi Nam... Droga, ainda não me acostumei com o nome dela...

–Tae Kyung Hyung? — uma voz rouca parecendo que estava saindo debaixo da terra chamou por ele. Ele se assustou, pois para ele, o que estava dizendo era um assunto complicado.

–Go Mi Nam! O que você está fazendo acordado?

Ele sorriu como se tivesse algo na manga, Tae Kyung sentiu-se incomodado com aquele sorriso, realmente parecia um sorriso maligno.

–O que você está fazendo?

–Nada! — fechou a tampa do notebook e virou-se para a janela com o punho fechado apoiando seu queixo.

–Você estava falando de algo de eu estar apaixonado... não, de você estar apaixonado!

–Go Mi Nam! Pare de se meter no que não é da sua conta!

–É fácil fugir! — disse ele, recuperando a atenção forçada de Tae Kyung. — Por que você ainda tem dúvidas?

–Do que você está falando?

–Sabe por que eu deixei que eles registrasse essa foto com a Yoo He Yi mesmo colocando na cabeça dela que não podíamos ser vistos juntos?

–Por quê? — Tae Kyung não tinha paciência para o jeito que Go Mi Nam falava, ou talvez olhar para o rosto dele o deixava inteiramente irritado.

–Porque eu sei que ela vai vir atrás de mim para brigar comigo!

–E o que tem de bom nisso?

–Porque é divertido... — ele sorriu para Tae Kyung, o outro permaneceu sério. — Acho que eu estou começando a gostar dela e você é o meu maior rival nessa história.

–Eu já disse que o que nós tivemos foi falso, eu não tenho nenhum interesse naquela mentirosa...

–Mas ela tem total interesse em você — ele sorriu, mas desviou seu olhar para a janela.

–Eu não sei do que você está falando e... a única pessoa que me interessa é a sua irmã! Então, me deixe em paz.