Uma noite misteriosa escrita por Rebeccake


Capítulo 2
Capítulo 2: Constrangimento


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou meio curtinho. Como eu falei antes ainda está meio devagar mas logo melhora.



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Ian está na sua frente, ele a olha de cima a baixo por um momento e diz:

—Nossa! - Ele sorri. Amy sente uma onde de irritação e vergonha e o fuzila com o olhar. Ele percebe que foi um pouco rude e diz:

—Você... Hm... Ahn... Podemos entrar? - Ele diz e aponta para Natalie. Ian está com um terno e uma gravata borboleta e Natalie está com um vestido preto com um casaco de pelo branco.

—Bela roupa, Cruela. - Dan diz para Natalie.

—Você? Me criticando? - Natalie revida e aponta para a camisa roxa de Dan.

—Pelo menos a minha roupa é confortável. Vou jogar Xbox, não me siga, até porque você nem deve saber jogar...

—Eu não perco tempo com jogos e essas coisas inúteis, mas isso me parece um desafio. - Ao escutar esse diálogo Amy sorri por dentro. As vezes Dan e Natalie se comportavam como crianças e ela suspirava de alívio por notar que mesmo depois de tudo ainda existiam momentos em que ser infantil era aceitável, claro que isso não compensava o passado, só a deixava mais tranquila em relação a todo o impacto emocional causado em Dan.

—Vamos tomar algo? - Amy interrompe e fala com Ian.

—Vamos. - Ele dá de ombros.

Amy e Ian ficam na cozinha, o que gera certo clima tenso:

—Onde você está estudando? - Pergunta ele.

—Eu estou em um colégio particular, e você?

—Eu estou em um internato em Londres. Natalie simplesmente odeia o uniforme de lá. - Ele começa a pensar no surto inicial de Natalie ao entrar para o colégio.-Simplesmente épico. -Ele ri.

Amy também ri e eles se encaram por um momento. Um momento meio tenso em que os dois parecem fazer um jogo de quem vai baixar a cabeça primeiro. Ultimamente ela se sentia mais confiante e repensava muitas coisas em relação ao próprio comportamento.

—Você está linda. - Ele diz.

Amy fica um pouco vermelha, ele sorri e a campainha toca. Algumas coisas não mudam. Ela e Ian vão atender.

—Hamilton! - Ela o recebe e dá um abraço.

—Amy?! Que bom te ver... Desculpa ter esquecido de você ultimamente, sabe como é... Muitas coisas pra fazer, não vai acontecer de novo . Aliás, minhas irmãs estão ali atrás brigando, acho que depois vou ter que buscar gelo. - Ele aponta para trás.

Atrás de Hamilton, Reagan e Madison estão puxando os cabelos uma da outra. E gritando insultos. O motivo do conflito parecia ser quem tinha pego o casaco de quem. Todos resolvem ignorar.

—Dan está jogando Xbox... Quer jogar com ele?

—Playstation 4 é melhor que Xbox. - Ele grita para Dan.

—Nem em um milhão de anos. - Dan replica.

Ele vai para a sala e dá apenas um oi para Ian. No caminho até a sala Hamilton explica que seus pais estão manobrando o carro, e que desta vez não trouxeram Arnold. Na sala, Natalie parece estar se matando para vencer Dan. Amy sobe para seu quarto e Ian a segue.

—O que vamos fazer? Eu não estou a fim de jogar videogame até o jantar.

—Ver um filme? - Amy se sente um tanto desconfortável em ficar conversando sozinha com Ian, passado é passado, mas as escolhas das pessoas em momentos difíceis definem elas. E, digamos assim, Ian nem sempre tinha feito as melhores escolhas.

—Hmm... Pode ser.

Ian fica observando o quarto dela por uns instantes, a mobília é branca com detalhes dourados. As paredes são da cor azul, sem nenhuma decoração a não ser um quadro grande de uma mulher séria. A cama dela ficava no meio do seu quarto, em frente á televisão de tela plana, ao lado de sua escrivaninha. Na escrivaninha haviam alguns papéis, uma caixa pequena, uma luminária, um copo de água e cartelas de remédios. Remédios? Pelo que ele lembrava Amy sempre havia sido perfeitamente saudável. Enfim, um quarto simples e humilde demais na opinião dele.

A garota põe algumas almofadas no chão e o convida para sentar. Realmente, Amy parecia mais adulta, mais responsável e mais confiante, mas ele tinha a impressão de que ela não havia realmente mudado. Eles dois iriam assistir um filme sozinhos? Amy acaba com sua dúvida ao falar para ele perguntar aos outros se todos iriam querer assistir até a hora do jantar. Dan, Reagan, Madison e Natalie respondem que no momento, não.

Claro, Hamilton sobe e estranhamente isso o deixa meio irritado. O clima entre eles sempre fora e aparentemente sempre iria ser frio como gelo. Eles assistem por um tempo, mas logo os outros se juntam a eles e todos (Ian, Amy, Hamilton, Reagan, Madison, Natalie, Dan) assistem um filme sobre samurais no quarto de Amy. Reagan faz pipoca e o chão fica uma bagunça. Todos estão com roupas formais e um tanto entediados. O clima estava bem leve, eles conversavam sobre todo tipo de coisas e brincavam como um grupo normal de adolescentes. Nem parecia que depois, na reunião, eles iriam conversar sobre coisas extremamente tensas como o assunto Vespers.

Seria no mínimo inusitado, se ele soubesse que algum dia ele iria estar no mesmo cômodo em que estivessem Thomaz, Lucians e Madrigais sem nada brutal acabar acontecendo.

Nellie passa algumas vezes no quarto e anuncia que Jonah chegará atrasado e que todos já estão lá embaixo.

Eles descem e caminham em direção ao salão. O salão da mansão é grande, há quatro mesas, em que cabem mais ou menos 10 pessoas. Os lugares estão marcados com plaquinhas de papel. Está decorado fantasticamente com pinturas douradas na parede branca alguns empregados estão preparando o jantar, há cerca de 38 pessoas no salão, alguns rostos já conhecidos. Entre eles estão Cahills importantes, madrigais amigos de Fiske, representantes dos clãs, Cahills influentes, apenas pessoas confiáveis. Era o que eles esperavam.

Ian as vezes percebia o quanto era viciado em analisar quem estava a sua volta. Talvez fosse hereditário. Ele não pôde deixar de notar o quanto Fiske sempre parecia estar mais velho, porém, sempre menos cansado. Apesar do vigor da alma, o corpo tem uma data de validade, e ele julgava Fiske como alguém perto de expirar. Esse tipo de pensamento cruel as vezes surgia espontaneamente na cabeça, e ele se convencia de que só estava pensando no bem estar de Dan e Amy e se eles não estavam se apoiando demais em dois adultos que podiam facilmente desaparecer de um dia para outro. ''Assim como meus pais...''Ele pensou, amargurado.

Independência nunca fora um grande fardo antes, no entanto, as vezes parecia muito mais uma punição. Ser responsável pelo próprio dinheiro, educação e imagem podia causar estresses incontáveis. ''Que bela forma de desperdiçar a juventude'', ele terminou o pensamento, com ironia. 

—O jantar vai começar. -Fiske anunciou.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pra quem comentou e está acompanhando. Até o próximo cap.



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