Guilty Angels escrita por ZodiacAne, Indy


Capítulo 1
Capítulo 1 - O bias que queria ser um deus do rock


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, pessoal!
O Niels é divertido!



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Deixem eu me apresentar! Eu sou o Niels Kruse, tenho dezessete anos. Tem cerca de dois anos que eu estudo na Academia Von Elfstein. É uma escola que forma novos cantores e novos grupos.

Eu sempre tive talento para música e era um prodígio nos estudos. Por conta disso sempre conciliei bem o meu hobby musical com a escola.

Meu pai viu o que eu realmente queria para mim e que tinha potencial para tal. Por termos um bocado de dinheiro a mais, eu consegui me adiantar no colégio e terminar mais cedo. Assim, com quinze anos eu entrei na Academia.

Os primeiros seis meses foram maravilhosos. Tínhamos aula de música, piano, violão, dança. De tudo um pouco. Era o tempo em que eles observavam nossos talentos e montavam o que achavam que seria melhor para nós. Foi ai que eu tive a maior decepção da minha vida!

No dia da grande escalação, que é onde eles finalmente dizem para você o que acham com o que será melhor no mercado musical, acabei indo parar numa boyband. Sim, uma boyband. Com mais três garotos: Stefan, Joseph e Athos.

Sério, na boa? Onde que eles viram que eu sirvo para uma boyband?

Eu tenho algo que vai muito além de um rosto bonito. Eu sei cantar e eu sei tocar. A minha dança que é bem mais ou menos.

Desde então, meus colegas de grupo, que se tornaram meus amigos, e eu continuamos treinando para ser uma boyband de sucesso. Nós somos o Vollux.

Só que não é isso que eu quero! Eu quero ser um deus do rock, se é que me entendem.

Sempre gostei de escutar e também de tocar este estilo. Eu o conheço muito bem e sei como funciona.

E, escondido, eu escrevo algumas letras. Elas falam da vida, amizade, amor.

Quem disse que não se pode falar de amor com uma guitarra no fundo?

O problema é que ninguém sabe que escrevo essas coisas. Nem aos meus amigos eu mostro, mesmo sabendo que eles compartilham de sentimentos iguais aos meus.

Acho que só não surtei ainda porque eu tenho essa válvula de escape. Mas não sei quanto tempo mais vou aguentar. Eu tenho que encontrar alguma forma de mudar isso.

Enquanto não posso, tenho que ficar suportando um monte de meninas chatas da Academia que amam a Vollux e sempre estão presentes nas apresentações e sabem tudo sobre nós.

Estou cansado de ser o líder do grupo, cansado de ter essa aparência que não combina comigo. Realmente cansado de tudo isso!

***

E mais um primeiro dia de aula, e do meu último ano nesta academia também. Quanto tempo será que já perdi?

Em breve, Vollux irá debutar e isto será a minha vida, justamente o que eu não quero.

Cheguei e falei com meus amigos. Mesmo tendo nos encontrado algumas vezes durante as férias, estava com saudade deles.

Tivemos alguns períodos de aula, que para nós é com um foco maior do que os calouros. Nosso professor apenas discursou quais seriam os tópicos do semestre. Seria o nosso último semestre de estudos. O próximo é a preparação para o nosso debut. Ou melhor dizendo, nosso “lançamento”.

E como em todos os anos, eles foram fazer a famosa apresentação dos calouros. Daqueles que fizeram um esforço tremendo, inclusive eu na minha época, para conseguir entrar esta escola. Não basta ter dinheiro, também tem que ter talento.

Eu não estava com muita vontade de assistir, queria era ir para o meu quarto no dormitório e ficar lá. As apresentações do último ano me desanimaram bastante, eu estava sentindo falta de algo que me agradasse pessoalmente. Todos os talentos estavam fora disto.

Sentei com Stefan, Joseph e Athos em uma das últimas fileiras do teatro, ou melhor, o local dos shows da Academia.

Ia começar mais uma sessão infinita de coisas que não me agradavam e não estava errado quanto a isso.

Vi pessoas que tocavam violino, piano, violão. Alguns arriscaram só o vocal, mas nada que não fosse muito impressionante. Foi uma hora torturante e ainda faltava mais uma outra longa hora.

Entrou mais uma menina, carregando apenas um microfone. Não pude evitar de pensar: “Ai, que saco, mais uma voz de taquara rachada”.

A música começou a ser tocada pelos alunos da banda oficial da Von Elfstein. Eu a conhecia, era Madhouse da Little Mix. A garota ruiva começou a cantar:

I feel a strange sensation taking over from my head to my toes

I got the shakes, body rippling, it's enough to shatter my bones”

E eu me surpreendi com a voz dela. Era potente! Algo que meus ouvidos sentiam falta de ouvir naquele lugar. Apenas me concentrei nela e me deixei levar. Ela se movia conforme a intensidade da música e eu podia ver que ela sentia a música com ela.

Ao final, todos aplaudiram, inclusive eu. Athos comentou, surpreso:

-Niel batendo palmas? O que deu em você?

-Só gostei da voz dela, cara. Só isso! - falei rindo – Tinha tempos que não chegava uma voz assim por aqui.

-Sou obrigado a concordar. - completou Stefan

-E ela também é uma gata! - Joseph se meteu

E todos nós rimos, concordando entre si.

Aconteceram mais algumas apresentações, mas nada que me fosse muito interessante. Fomos dispensados em seguida.

Meus amigos foram na frente para o dormitório enquanto fui procurar algo novo para ler na biblioteca. Já estava escuro quando eu sai.

Fazendo o trajeto para ir ao meu quarto, passando em frente ao prédio dos dormitórios femininos, um papel voando com o vento me chamou atenção. Não pude controlar o impulso de não pegá-lo.

E o que havia nele era uma letra de música totalmente cifrada para violão. O título dizia Stars in your heart, e tinha o nome Shayera Salem também escrito.

A letra era bem bonita, por seus desenhos e pelo nome no papel, supus que pertencesse a uma menina. E por não conhecer o nome, também supus que era uma das calouras deste ano.

Decidi que levaria o papel comigo, depois dava um jeito de devolver a ela. A letra tinha me atraído muito para que pudesse devolver agora.

Assim que cheguei ao meu quarto, que divido com meus amigos, peguei meu violão e comecei a tentar tocar e cantar a música.

Toquei as primeiras notas e fui tentando encaixar tudo. Não demorou muito e conseguir decifrar a música toda.

Os garotos estavam ocupados demais com seus afazeres para me dar atenção. Exceto Joseph que parou e perguntou:

-Cara, que música massa! Você que escreveu?

-Não. É de um papel que eu encontrei no chão. Alguém o perdeu.

-Seja lá de quem for, devolva. Sabe como rolam as tretas de direitos autorais aqui.

-Sim! Devolverei o mais rápido que puder. Quem sabe não anuncie na rádio do colégio.

-É uma boa ideia! Mas tem nome ai?

-Tem sim. É Shayera.

-É um belo nome. Obviamente, é uma das calouras.

-Espero que não seja difícil encontrá-la. Sabe como os calouros são tão ocupados quanto nós.

E o assunto se encerrou por ai.

Antes de dormir, fiquei com a melodia daquela canção na minha cabeça. Não conseguia esquecê-la.

Na manhã seguinte, pouco antes da minha primeira aula e também era hora da rádio da Academia, resolvi ir até lá para poder devolver o papel que eu encontrei.

Só que no caminho, passei por diversas salas dos calouros e no meio de muitas melodias acabei reconhecendo uma delas. Foi justamente a da canção que aprendi na noite anterior, sozinho, só com a companhia de uma letra cifrada.

Conhecia aquela melodia e tinha que ir atrás dela.


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Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem-vindos. :3



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