A raposa foi trazida à presença do rei Minato e de sua corte, sendo escoltada por quatro guardas que a puxavam com a corda de ouro. A criatura se aquietou e não demonstrava hostilidade. Então Minato perguntou:

- Kyuubi, mandei te trazer à minha presença porque quero saber o motivo de suas risadas.

- Muito gosto terei em satisfazer sua curiosidade, majestade - respondeu a fera - Mas com uma condição.

- Qual?

- Liberte o caçador Arukas da prisão.

Foi um murmúrio geral entre os nobres, mas o rei concordou. Então a raposa explicou:

- Bem, vossa majestade deve se lembrar que passávamos diante de uma execução quando ri pela primeira vez. Aqueles pobres homens estavam sendo julgados de serem ladrões e são os próprios juízes e executores ladrões que roubam os impostos destinados ao povo. Ri da ironia, ladrão que julga ladrão.

Todos ficaram pasmos com a declaração da raposa. Esta continuou:

- A segunda vez em que ri foi porque passávamos diante de um cortejo para o cemitério e era o enterro de um rapaz cujo pai se derramava em lágrimas. Duas coisas me fizeram rir: uma que era o velho que conduzia o jovem ao seu descanso eterno e a outra que o jovem estava livre de seu sofrimento, já que teve uma grave doença, e o pai se desesperava porque desejava seu filho vivo mesmo este sofrendo.

Novamente todos estavam assombrados com a sabedoria da raposa.

- A terceira vez que ri foi porque quando chegamos aqui, todos aclamaram Arukas como um grande caçador. Mas na verdade, ele não é caçador e nem se chama Arukas. É a princesa Sakura do Reino das Flores disfarçada.

Mais assombro dominava o rei e a corte.

- E agora eu ria porque ouvi os comentários dos guardas sobre o incidente com a princesa Ino e a princesa Sakura, esta acusada de ter desrespeitado vossa filha, meu rei. Mas agora deve saber que não passa de uma mentira armada pela princesa porque esta tentou seduzir o suposto caçador sem sucesso.

Dessa vez, o espanto de todos chegou ao seu limite. A princesa Ino estava tão surpresa que nada negou e encontrou o olhar repreensivo de seu pai. O príncipe Naruto, por sua vez, não cabia em si de tanta curiosidade e confusão. O rei, imediatamente, mandou soltar a princesa Sakura do calabouço e que a trouxessem diante dele. Assim que os guardas a levaram para o salão do palácio, Minato declarou que já sabia sua origem e mandou que ela revelassse sua face e explicasse o motivo por se passar por um simples caçador. Esta, sem alternativa, tirou o chapéu que cobria seu rosto e soltou seus longos e rosados cabelos. Todos a olharam admirados de sua beleza, sobretudo o príncipe. Daí, ela disse:

- Perdoe, majestade se eu o enganei, mas foi a única forma que encontrei de me aproximar porque queria muito conhecer o príncipe Naruto por quem me apaixonei só de ouvir comentários sobre sua pessoa e coragem. Eu estudei, de fato, um pouco de magia com a famosa maga de meu reino Tsunade, e assim que eu soube do seu problema com a raposa de nove caudas, vi aí um motivo para chegar até seu reino e oferecer minha ajuda. Queria ver por mim mesma o cárater de seu filho e estou feliz em comprovar que o que disseram era verdade.

O rei ficou satisfeito com essas explicação. Quanto a Naruto, não pôde deixar de trocar um olhar intenso com Sakura e alargar um sorriso. A jovem corou.

Então o rei mandou seus emissários darem notícias da princesa aos pais dela, que a esta altura estavam desesperados com o seu sumiço. Logo o rei e a rainha Haruno reencontram sua rebenta e lhe deram muitos sermões. E não demorou que o príncipe Naruto e a princesa Sakura se acertassem e fosse celebrado seu casamento no Reino dos Ventos com a bênção de seus pais e a aclamação do povo.

Quanto à princesa Ino, como punição de suas mentiras, ficou encarcerada em seu quarto por tempo indeterminado sem direito a nenhum tipo de diversão. E teria ficado sem assistir ao casamento de seu irmão se não fosse pela intervenção de Sakura que rogou ao rei Minato que perdoasse à filha. Assim, ele o fez e Ino pediu perdão à sua futura cunhada e as duas ficaram amigas pelo resto de suas vidas.

Minato também ordenou a prisão e execução dos juízes após comprovar que, de fato, roubavam as verbas destinadas ao povo.

E a Kyuubi?

Bom, a raposa foi solta a pedido de Sakura e passou a ser a guardiã do Reino dos Ventos, trazendo prosperidade e sorte a todos os habitantes. Nunca mais foi temida e era querida por todo o povo do Reino, inclusive as crianças se tornaram suas amigas e todos os dias era comum ver a raposa brincando com elas.

FIM