Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 5
Capitulo 5




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Segunda de manhã. A casa se encontrava bagunçada e com muito agito. George e Brenda ajudavam Amelie a colocar as suas coisas no carro. Infelizmente ela não poderia ficar tanto tempo como imaginara, tinha sua vida lá fora e tinha de cuidar.

Calmamente Cindy andava pelos corredores de sua casa. Seus olhos ainda tentavam se adaptar com a claridade que se espalhava pela casa. Brenda se encontrava distraída enquanto arrumava a mesa do café da manhã. Não percebeu quando sua filha se aproximou. Um toque em seu ombro a fez se assustar.

— Menina que susto você me deu! — Disse a mãe aliviada depois do susto.

— Desculpa, minha linda. Não queria deixá-la assim. O cansaço foi mais forte do que eu.

— Com você e com todos.

— Que horas são? — Perguntou Cindy sentando-se à mesa.

— Sete e dez. Não precisa levantar cedo. Só irá ter aula na quarta-feira.

— Eu sei, mas faz parte da vida acordar cedo mesmo que não tenha aula.

— Sim, mas depois quando quiser dormir até tarde não poderá usar certos argumentos.

— Cadê o papai? — Perguntou ela olhando para a sala.

— Ele está no terraço, arrumando algo. Na verdade pegando algumas coisas que sua tia pediu.

— Cadê ela falando nisso?

— No quarto arrumando as malas. — Disse Brenda simplesmente.

Cindy deixou sua mãe e correu para o quarto de sua tia.

— Por favor não vai, tia.

— Oh minha amora! Preciso ir. Meus negócios dependem de mim. — Amelie tivera uma ideia — Vem comigo pra França.

Cindy sorriu sem animação.

— Não posso! Eu tenho a escola e a minha mãe ficaria com raiva caso eu viajasse sozinha.

— Vamos fazer um combinado, quando estiver confusa e precisando de um ombro amigo não pense duas vezes: me visite. Minha casa sempre estará aberta para você.

Cindy abraçou a senhora apertado.

Brenda e George pediram para que Cindy se despedisse brevemente de sua tia, pois o trânsito sempre era caótico e ela não poderia chegar atrasada no aeroporto, pelo menos não naquele dia. Cindy não queria deixar a sua tia partir de uma hora para outra. Seu coração se apertava cada vez mais em sua caixa toracica.

— Cuidem bem da minha amora. Não deixe que ninguém acabe com os seus sonhos ou a faça sofrer enquanto eu estiver longe.

Brenda e George assentiram juntos.

Em poucos minutos aquela que preenchia o seu coração de alegria partiu. Cindy se viu sozinha no mundo. Sua tia significava tanto para ela até mais do que conseguiria admitir para as pessoas. Talvez fossem unidas em outras vidas. Ficou olhando o carro se perder em meio ao nevoeiro da manhã. Aquela manhã cinza e sem graça que havia sugado a sua vontade de viver. Ao olhar para o lado se deparou com Jared a observando. Ele tinha um sorriso muito belo estampado no rosto, mas a única coisa que ela pode fazer foi retribuir com um aceno frio. Não conseguia esquecer as cosas que sua tia havia lhe contado.

Era certo que ele não havia entendido essa mudança repentina, mas não poderia culpá-la nem nada. Garotas tendem a mudar de uma hora para outra. Sem muito animo para sair de casa, Cindy preferiu ficar na sala assistindo aos seus seriados preferidos. Precisava manter a mente distraída a fim de não se contradizer a ponto de sair de sua casa para conversar com Jared. Os dois não tinham assumido um relacionamento sério e nem nada do tipo, mas também não poderia querer satisfações, não era necessário.

Sua mente poderia dizer uma coisa, mas o seu coração outra. O que ela deveria fazer? Quem deveria ouvir? Ou será que Jared queria apenas brincar com os sentimentos dela? Não poderia ser, ele não seria capaz de cometer tal erro. Gostava de assistir a comedias romanticas, mas seu dia pedia algo mais viceral,brutal e sanguineo. Procurou dentre os canais algo que pudesse lhe agradar, mas infelizmente naquele horário não encontrava nada. Se sentia perdida pois Roberta só voltaria no dia seguinte até lá teria de se virar sozinha.

Horas e mais horas começaram a se passar e o tédio parecia completar a voda de Cindy. Ouvir músicas não a deixavam calma, nada era o suficiente.

A campainha tocou e Cindy se arrastava para a porta. Se assustou ao ver quem era.

— Peter? — Perguntou ela se cobrindo com o roupão — O que faz aqui?

— Queria saber como você estava e se queria ir comigo numa livraria, depois comer uma pizza.

Cindy pensou a respeito. Até que não seria uma má ideia. Precisava distrair a cabeça.

— Você espera eu me trocar?

— Claro!

— Fique à vontade!

Não demorou para que ela retornasse totalmente trocada. Peter não conseguia disfraçar o encantamento que sentia por Cindy. Seus belos olhos castanhos brilhavam com uma intensidade nunca visto antes. Cindy estranhou de inicio, mas logo relevou.

— Estou pronta. Para onde vamos?

— Que tal irmos primeiro no cinema?

— Por mim tudo bem. — Concordou Cindy animada.

Peter era um garoto bom e responsável que tinha uma queda por Cindy, faria o que fosse necessário para ter a companhia da garota, não importava onde ou como. Vê-la sorrindo e respirando ao seu lado já se tornava uma grande vitória. Sonhava com uma vida (imposssivel) ao seu lado. Sonhar não fazia mal.

Ao sairem de casa, Evan os cumprimentou, o pequeno gesto foi retribuido. Ela sentia o seu rosto queimar pois tivera a impressão de que mais alguém a observava. Preferiu ignorar e logo se puseram a caminhar. Dali um pouco mais a frente pegaram um táxi para que pudessem ir mais rápido para o centro.

Durante o tempo em que Cindy passara com Peter foi o suficeinte para que ela se sentisse mais leve. Peter tentava investir em Cindy, mas ela o evitava. Fazia o que era necessário para mantê-lo longe de si. Sua mente ainda se voltava para Jared. Era impossivel não pensar nele. Mesmo que ela não quisesse a imagem de seu rosto chegava aos seus olhos transformando-o num belo sorriso. Jared conseguia causar esse efeito nela mesmo estando a quilometros de distância.

— O que está achando do nosso passeio, Cindy?

— Maravilhoso. Prescisava distrair a cabeça.

— Tem certeza? Teachei distante demais durante o filme.

Cindy pigarreou.

— Tenho sim. Minha tia foi embora e eu estava pensando nela.

Peter a olhou com desejo.

— Estarei a sua disposição se precisar. Seja para te distrair, te dar um abraço, principalmente para te fazer sorrir. A forma como seus olhos se apertam quando teu belo sorriso preenche seus lábios me encantam.

Peter a prendeu em seu braços. De certa forma Cindy se sentiu incomodada, não queria iludir ou sequer brincar com os sentimentos de seu amigo.

— Nós somos apenas amigos, Peter. — Declarou Cindy se afastando.

— Um dia você vai pedir para que eu te beije.

Cindy sorriu sem graça.

— Um dia... — Sussurrou a garota para si mesmo sabendo que não seria possivel.

— O que você quer fazer agora?

— Me surpreenda. — Respondeu ela simplesmente.

Peter sorriu maroto mostrando seus dentes brancos e perfeitos. Entrelaçou o seu braço junto ao de Cindy, desta vez não houve como ela recusar, tinha de ser gentil em algum momento com ele.

Passar o dia fora na companhia de um bom amigo sempre fez bem a Cindy, principalmente quando ela realmente pecisava. Roberta não precisava ter viajado para um lugar tão longe. O dia sem ela ficava tão chato, frio e sem graça. Até aquele momento Peter não tentara fazer certas investidas, pois se isso viesse a acontecer ela estava determinada a acabar com a amizade. Caminharam por todos os lugares que mais lhe chamavam atenção, brincaram, riram, mas ainda assim algo faltava.

Cindy voltou bem tarde do passeio com Peter. Afinal ambos esqueceram completamente da hora. Estavam tão envolvidos na diversão que não lembraram sequer de voltar para casa. Ao chegar em casa, ela aproveitou para tomar um bom banho relaxante. Logo mais estaria se deleitando com seus programas maravilhosos. Ao descer as escadas, procurou por sua mãe, mas não obtivera resultado. Por que sua mãe tinha de estar sempre na cozinha? Não fazia sentido algum.

Sutilmente ela foi se aproximando.

— Alguém me ligou ou veio me procurar?

— Ligar ninguém ligou, mas eu acho que o Jared veio aqui saber de você.

Ao ouvir o nome dele seu coração dispara, as lembranças retornavam com força. O ar fugia de seus pulmões. Suas mãos tremiam freneticamete como quem fosse desmaiar a qualquer momento. Sua cor havia fugido completamente de seu rosto. Olhava para o nada e num instante tudo parecia como se estivesse acontecendo naquele exato momento. Aconteceu em apenas uma noite. Um sonho havia se realizado,mas aquelas sensações não era a esperada. Não conseguia imaginar Jared indo procurá-la novamente, parecia tão fora de si.

— Querida,tudo bem?

— Sim,mãe. Acho que é apenas o cansaço, meu dia foi agitado demais.

— Tem que descansar, querida!

— Desculpa por te assustar, não sei o que aconteceu. Boa noite — Beijou-lhe o rosto de sua mãe.

* * * * * * * * * *

Depois de conversar um pouco com sua mãe, Cindy ficara sentada em sua cama observando o nada. Queria entender o porquê daquela reação inesperada. Jared já havia procurado uma noite antes e só poderia estar ficando louca de vez. Ou talvez fosse a sua insegurança em não aceitar que haveria algumas possibilidades de estarem juntos. Não iria acontecer nada demias entre eles, não passaria de uma doce ilusão. Cindy optou por ficar deitada lendo um livro, assustou-se quando ouvira algo atingindo a janela da sacada de seu quarto, provavelmente seria Jared. Já era tarde para arrumar algum tipo de confusão entre os vizinhos. Determinada levantou-se, pois seus pais poderiam acabar por chamarem a policia.

— Cindy! — Sussurrava Evan.

— Evan? — Perguntou ela estranhamente.

— Desculpa ter te incomodado, mas o Jared quer falar com você, não parou de falar um minuto sequer a seu respeito. Está me deixando maluco, nada contra você.

— Ele está ai?

— Tomando banho.

— Olha finge que não conseguiu falar comigo, está tarde e não quero fazer com que meus pais chamem a policia por algo que ele possa fazer.

— Tudo bem. Mas tente falar com ele!

— Vou tentar. Boa noite

Não demorou para que ela voltasse a atenção para o seu livro. Queria manter-se distraida por bastante tempo, esquecer de todas as suas preocupações, de suas loucuras. E um bom livro sempre conseguia deixá-la melhor. Durante algumas horas que se seguiram Cindy permaneceu envolvida pelo livro até acabar pegando no sono. Sua respiração era calma e tranquila.Nada parecia ser capaz de tirá-la daquele momento.

* * * * * * * * * *

Jared estava sozinho em casa. Esperou ter uma resposta positiva que pudesse vir de Cindy, mas não foi como esperava. Bebia todas as cervejas que encontrava em sua geladeira e quebrava objetos na tentativa de diminuir a raiva. Olhou-se diante do grande espelho da casa e sentia-se horrível. A raiva já fazia parte dele novamente. Não era do seu feitio ser ignorado ou rejeitado pelas pessoas que mais considerava. Socou o espelho com toda força, este que se partiu em milhares de pedaços, machucou-se bastante a ponto de sangrar sem parar. Aquela garota havia mudado ele. Só queria conversar um pouco e fora recusado. Que tipo de garota ela era? Uma conversa não iria matá-la. Não iria abusar dela.

Sentou-se na poltrona,com o braço estirado para não manchar o móvel. O álcool estava tendo efeito sobre ele,deixava-o mais sonolento. Até que lutava para não fechar os olhos, mas a vontade de ver e ouvir a voz de Cindy crescia a cada segundo. Não queria que a garota se sentisse pressionada ou sequer obrigada a lhe dar atenção. Acima de tudo ela era livre para fazer as suas escolhas.

Jared se levantou tropego de sua poltrona e foi andando em direção a porta. Caira algumas vezes até chegar na porta da casa dos Harttman's. Ele desferia chutes e socos na porta. Estava completamente fora de si.

Com o barulho ecoando pela casa, Cindy fora desperta assustada com o seu pai invadindo o quarto.

— Tem alguém aqui?

— Não pai. o barulho está vindo lá de baixo.

— Fica aqui, por favor.

Cindy sentia seu coração se apertar, não queria que seu pai corresse algum risco sozinho.

— Não, eu vou com você.

Calmamente os dois desceram as escadas. Cindy tentava ser mais rápida do que seu pai, mas seus braços eram mais rápidos e a colocavam para trás. Os golpes contra a porta ficaram ainda mais violentos.

— Pai, abre logo essa porta! — Implorava Cindy reconhecendo a voz.

George a obedeceu.

— Cin...dy... eu te ....

Cindy ficou paralisada ao ver Jared desmaiado no chão de sua casa. George correu para pegar um pouco de água para ajudá-lo a se recuperar.

— Filha, fique de olho nele por favor.

Cindy se sentou no chão, puxando Jared para mais perto de si. Seu semblante estava triste e frio, mas foi ao notar que sua mão estava machucada que a vontade de chorar se intensificou dentro dela. Tinha de segurar as lágrimas, não poderia sequer permitir que seu pai soubesse o porque de suas lágrimas. George tentou ser o mais breve possivel trazendo compressa de água gelada. Passava por todo o rosto do jovem rapaz, precisava que ele despertasse logo.

Olhara para a sua filha e notou que ela lutava contra os seus sentimentos. Foi uma sensação estranha ao vê-la daquele jeito.

— Volte para o seu quarto querida. Eu vou levar o Jared para a casa dele. — Disse George ao ver Jared se recuperando.

— Tudo bem pai. Eu logo irei, mas posso acompanhá-lo para fazer um curativo decente na mão do Jared? — Perguntou ela cautelosa com um brilho nos olhos.

— Tudo bem.

George ajudou Jared a se levantar jogando os braços dele por cima de seus ombros. Jared mal conseguia se manter de pé, com um pouco de esforço olhou para Cindy antes de ser retirado por completo daquela casa. Ela por sua vez permitiu que os dois fossem na sua frente, assim evitaria entrar no campo de visão do Jared.

— O que deu em você, hein rapaz? Não sabe que beber pode acabar estragando a sua vida e te levar até a morte?

— Virou minha mãe? — Resmungava ele.

— E ainda é ingrato. Eu poderia ter deixado você morrer, sabia?

— Pode me deixar aqui... consigo me virar.

Cindy estava toda encolhida na porta da sala. Assim que seu pai lhe deu privacidade, Cindy resolveu se aproximar cautelosamente dele. Não havia como saber se ele oferecia algum risco a ela naquele momento.

— Pode se aproximar, Cindy! Eu não vou te machucar.

— Isso quem diz é você — Murmurou Cindy inquieta.

— Eu poderia...ter feito isso... algumas noites atrás e não fiz.

— O que deu em você? Precisava beber todas? Bater na minha casa a essa hora da madrugada?

— Desculpa, mas você não queria falar comigo.

— Não posso falar com você, entenda isso. Meus pais não entendem.

Jared a puxou para perto de si.

— Eu não gosto de ser rejeitado por mulher ou garota alguma. — Sussurrou ele.

— Sério? — Indagou ela erguendo a sobrancelha — Apenas observe eu fazendo isso.

Antes mesmo que ela pudesse chegar até a porta, Jared conseguiu correr e a segurou forte pela cintura. Os olhos dele brilhavam com intensidade, como quem estivesse lutando contra a vontade de chorar. Calmamente Jared pousou o seu rosto sob o ombro da garota respirando profundamente o seu perfume.

— Não faz isso comigo, Cindy.

— Jared...eu não acredito que você está chorando. — Brincou ela.

— Estou sim e a culpa é sua... Não quero te perder Cindy, nem de brincadeira.

Cindy engoliu em seco após essa declaração. Era algo que lhe agradava, mas que ao mesmo tempo lhe trazia insegurança. Essa doce ilusão acabava aos poucos com ela e ninguém sabia de suas dores. Principalmente em saber que Mellody corria atrás dele. As palavras nem sempre demonstravam certeza do que as pessoas queriam, tinha de provar com as atitudes ou gesto, só assim poderia funcionar.

— Jared, em primeiro lugar eu não sou sua, não temos sequer algum relacionamento. Não pode perder aquilo que nunca teve. Passamos algumas noites juntos, mas não foi nada demais. A Mellody vai sempre querer te reconquistar e eu não quero ser vista como inimiga para ela.

— Lute contra esse seu sentimento, Cindy. Bem lá no fundo, eu sei que você também quer ficar comigo.

Ele mantinha o rosto da garota entre suas mãos. O toque calmo e quente.

— Não sei se devo, Jared. A competição com a Mellody vai ser grande demais. Agora chega de papo e vamos cuidar desse corte.

Pacientemente Cindy começou a limpar o machucado evitava o máximo que podia olhar para o rosto dele. Jared poderia fazer alguma loucura se o encarasse demais. A vontade que tinha era de dar um soco ele para que parasse de cometer tanta idiotice. Ele não era mais nenhuma criancinha e não precisava se comportar como uma.

— Pronto. — Disse ela ao terminar — Agora vê se não faça mais nenhuma gracinha. — Murmurou ela irritada.

— Onde você vai?

— Pra casa e nem pense em vir atrás de mim — Declarou ela firme.

Cindy saiu da casa dela a passos largos deixando-o boquiaberto. Não queria saber dele naquela noite. Sua paciência já havia se esgotado a muito tempo. Se ele não sabia se comportar como um adulto, ela sabia. Obviamente que o seu pai lhe faria perguntas de todos os gêneros e formas, mas daria as respostas que não seria tão esperada. Havia muita coisa que seu pai não iria entender tão facilmente, principalmente se descobrisse que passara a noite com Jared. Sua vida mudaria completamente se alguns desses eventos acontecesse, talvez seu pai pudesse compreendê-la, diferente de sua mãe que acabaria julgando-a.

Ao chegar em sua casa, Cindy praticamente correu para o seu quarto. Trancou a porta e ligou as suas músicas no último volume. Precisava e desejava apagar o episódio daquela noite tão conturbada. Queria esquecer Jared Colleman pelo menos durante uma noite, mesmo que isso acabasse lhe machucando seriamente. Dali em diante levaria a sua vida sem lembrar que ele existia, iria crescer independente de suas escolhas.

Algumas horas depois Evan retornou para casa e ao entrar avistou a bagunça que seu irmão fez. Ficou horrorizado ao deparar-se com o espelho da casa e com sangue espalhado por toda a casa. Por sorte Jared já estava dormindo quando foi até o seu quarto. Assim evitariam discussões.

**********

No dia seguinte, George evitou que Cindy saisse de casa. Estava irritado a ponto de querer esmurrar a cara de Jared. Sem que esperasse vinha alguém chamar sua filha, e Jared sempre estava por trás.

— Tudo bem! Pode me contar o que está acontecendo. Aquele idiota do Jared nunca veio te procurar com tanta frequência. O que está acontecendo entre vocês?

Cindy sorriu amarelo.

— Sinceramente eu não sei, pai. Não consigo entender o que se passa na cabeça daquele imbecil. A mente dos homens é tão complicada quanto a de uma mulher.

— Posso confiar em você? — Perguntou George fitando-a em seus olhos.

— Pode pai. De pessoas idiotas na minha vida tem de sobra. Se o Jared é um deles eu não tenho culpa.

**********

Mellody ainda estava irada com a decisão de Jared sobre querer continuar lutando pela Cindy. Não fazia o menor sentido em terem um relacionamento em tão pouco tempo, de forma tão inesperada. Nunca conversaram e de repente foi a maior loucura, todo um antigo relacionamento foi jogado pelo ar como se não valesse nada. Ela não iria desistir tão fácil de Jared. Iria provar que ela vale mas do que qualquer outra garota no mundo.

Decidida Mellody dirigiu até a casa de Jared toda animada. Não queria transparecer as suas decisões e loucuras sem antes ter uma conversa civilizada. Tocou a campainha e esperou ser atendida, a sua sorte foi ao ver Jared sem camisa. Aquele corpo másculo a deixava entorpecida de desejos intensos.

— O que você quer aqui Mell?

— Só vim fazer uma visita.

— Suas visitas são uma surpresa.

Mellody o olhou desejando.

— Sempre fui, Jay... mas quero conversar seriamente com você.

Jared gargalhou baixo.

— Toda vez que você dizia que queria conversar comigo acabavamos na cama.

Mellody sorria maliciosa. Aproximou-se de Jared sussurrando em seu ouvido.

— E você gostava de tudo isso. Sentia prazer ao me ouvir gemer pedindo por mais.

Cautelosamente ele foi se afastando. Mellody conseguia provocá-lo com a sua voz, mas em sua mente via Cindy agindo daquela forma. O que não era nada correto a ser feito. Diante de seus olhos a viu linda e sedutora. Passou a mão no rosto para esquecer aquela visão constrangedora. Cindy era pura perto de Mellody.

— Fala logo o que você quer... — Mellody o interrompeu.

— Quero saber se já tomou alguma decisão a respeito da minha proposta.

— Mell, não faça isso com a garota, eu lhe imploro.

— Desculpa Jay, mas eu disse que você iria se arrepender de ter me deixado. Sempre conquisto o que eu quero... e se você não fizer o que estou lhe pedindo com jeitinho, o seu segredo virá a tona em plena rede mundial. Ninguém vai gostar de saber do seu passado, todas as suas conquistas serão destruidas. A sua vida vai se tornar um verdadeiro inferno... aquelas perseguições voltarão com mais força.

Jared se aproximou encarando-a furiosamente.

— Gostaria que fosse com você?

— Já estou sofrendo por não estar com você, Jay. A diferença é que eu não vou ficar chorando, me acabando. Luto pelo o que eu quero... — Jared a interrompeu.

— Acabando com a vida de outras pessoas. Isso não se faz.

— Seu prazo está acabando amorzinho. Só tem até amanhã para colocar as suas ponderações finais. A partir de amanhã, Cindy Harttman não fará parte da sua vidinha. Mesmo que não voltemos a ficar juntos... quero te ver livre.

Mellody estava se dando bem relação a Jared. Infelizmente ele temia que o seu segredo do passado fosse revelado. E ainda seria da pior forma. Não poderia decepcionar os seus fãs. Jared respirou fundo.

— Tudo bem. Tem a minha palavra. Amanhã resolvo tudo.


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