Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 21
Capítulo 20




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Mellody sabia muito bem que Cindy estava longe de casa há uma semana. Fato este que eladetestava, pois em sua mente sabia o quanto estaria se divertindo ao lado de Jared, sendo tocada de um jeito especial por ele. Não conseguiam enganá-la tão facilmente. No tempo em que namorava com Jared ela nunca havia feito tamanha loucura, mas também não iria permitir que Cindy saísse ilesa de toda aquela situação. Queria de todas as formas que ela se desse mal e quem sabe sua mãe descobrisse sobre sua vida às escondidas. Tinha de pensar numa história convincente, afinal seria a sua única oportunidade e não poderia falhar.

Já havia especulado em sua mente maquiavélica cada um dos seus passos. Precisava e desejava conquistar a confiança de Brenda. Assim o seu estrago seria ainda maior do que desejava. Não mostraria as suas verdadeiras intenções, estudaria o campo alheio.

Era hora de colocar o seu plano em ação. Assim que começou a anoitecer, Mellody pegou o seu carro e se pôs a dirigir. Naquela noite Cindy deixaria de existir e o seu caminho ficaria livre novamente. Jared abandonaria aquela garota de vez. Brenda assim que a atende achou estranho, sabia quem ela era e tampouco sua filha gostava da figura que ali estava na porta de sua casa. Se fosse uma pessoa mais ignorante a expulsaria de imedito, mas Brenda acreditava que Mellody estava ali para se desculpar. O sorriso de Mellody conquistava qualquer pessoa. A confiança que ela exalava era impressionante, deveria ser assim quando ela desejava algo dos seus pais.

— Posso te ajudar em alguma coisa? — Perguntou Brenda cautelosamente.

— Gostaria de falar com a Cindy! — Disse ela simplesmente.

— Ela está na casa da amiga dela, a Roberta. — Lembrava-se Brenda — Afinal está lá há uma semana.

— Uma semana? — Mellody fingia o espanto — Pensei que ela estivesse doente.

— Doente? — Questionou Brenda assustada. Coisa boa não poderia estar acontecendo — Mas por quê?

— Porque ela não compareceu ao colégio esses dias. Todos os nossos colegas estranharam as faltas. Pediriam que eu viesse saber o que acontecia com ela. Algo de grave aconteceu?

Brenda sentiu o seu corpo esquentar de tanta raiva. Suas vistasficaram escuras a cada palavra que tentavaTinha de ser brincadeira de Mellody, a senhora não conseguia ouvir os sons ao seu redor.

— Entre, e quero que me explique direito e se for brincadeira sua me pagará caro. — Avisou Brenda rudemente — Não gosto de brincadeiras e muito menos de mentiras.

Pelo único fato de Mellody ter procurado Cindy tudo se tornava estranho para Brenda. Nada do que tinha ouvido se encaixava em sua mente. Pediu para que ela se sentasse e que lhe contasse sobre tudo que sabia.

Mellody foi contando tudo detalhadamente. Desde o término do namoro com Jared até o presente momento. As palavras feriam Brenda profundamente. Sua filha tinha passado dos limites. Era por esse e outros fatos que Brenda aproibia de sair para muitos lugares. Não havia dialogo entre mãe e filha. Tinha um pouco de conhecimento sobre os horários de chegada de viagem de Los Angeles até Londres. Esperou o momento certo para ir até a casa de Lucy. Roberta era a única pessoa que Cindy procuraria depois de ter feito qualquer coisa errada.

**********

Cindy ao voltar de viagem decidiu passar na casa da Roberta para que acertar os últimos detalhes do trato que fizera. Sentia-se bem por estar de volta a Londres. Roberta os recebeu de braços abertos. Estar no país de naturalidade, era um calmante. Sentia suas verdadeiras raízes, sem medo de ser ela mesma. Afinal uma parte dela havia ficado para trás. Não poderia ficar saindo para curtir a vida sem pensar nas responsabilidades que teria de enfrentar em breve.

Brenda estava a caminho da casa de Lucy acompanhada por Mellody, que mais e mais contava coisas desagradáveis. Estava fazendo a cabeça de Brenda contra a filha. Contar sobre a gravidez que estava sendo mantida em segredo foi o pior de tudo. Brenda havia ficado branca como papel. Seu sangue havia fugido de seu rosto.

— Vem comigo Mellody? — Perguntou Brenda saindo do carro.

— Não, ficarei aqui! Não quero ser um incomodo.

E logo Brenda estava em frente à porta. Tocava a campainha insistentemente. Os jovens conversavam alegremente dentre sorrisos e piadas. De fato estavam completamente alegres por estarem reunidos novamente. Como Cindy era a que estava mais perto, abriu a porta,mas fora surpreendida por um tapa na cara de sua mãe.

— Mãe, o que foi isso?! — Disse Cindy colocando a mão no local onde queimava.

— Sou eu quem te pergunto sua... — Cindy a interrompe.

— O que?! Mãe, o que está acontecendo? Me fala...

Confusa, Cindy começa se alterar impaciente.

— Irresponsável. — Rosnava Brenda.

— Ah, meu Deus! — Ela rolava os olhos — É claro que eu pergunto mãe. Irresponsável? Por favor, me diga, o porquê de tudo isso — Passando pela mão no rosto.

— Irresponsável, sim. Acha que iria conseguir esconder de mim por muito tempo?

— Como assim? — Perguntou Cindy.

— E... E — Gagueja Jared — Esconder?

— Ai não! — Exclamou Roberta preocupada ligando um ponto no outro.

— Esconder sim! — Insistiu Brenda.

Todos estavam confusos. Jared era o que menos entendia toda a situação. Ele lutava para colocar os seus pensamentos em ordem.

— A senhora poderia ser mais clara, no que "esconder"? — Jared enfatizou a palavra fazendo o sinal de aspas com as mãos.

— Em tudo meu jovem — Disse Brenda friamente.

— Aaah chega! — Berrou Roberta dando por cansada daquele papo repetitivo — Mas tudo o que? O que a senhora descobriu?

— É mãe — Concordou Cindy — Ou então como iremos resolver essa situação?

— Essa viagem. Acha que eu não percebi a enrolação que faziam quando eu ligava? — A Jared — E você? Acha que minha filha é pra você? Pensaram mesmo que conseguiriam esconder a gravidez da minha filha?

— Como descobriu? — Perguntou Cindy pasma.

— Olha, a senhora vai me desculpar, mas foi uma necessidade essa viagem e iríamos escolher o momento certo para contar tudo — Disse Jared surpreso.

— Momento certo? — Ironizava Brenda — Contar quando a barriga já estivesse à mostra e todos falando da minha filha pelas costas? Ou talvez quando estivesse no hospital correndo risco de vida? Eu não acredito que foi com esse ai — Disse Brenda incrédula — Logo com quem sempre teve sonho de criança desiludida.

As palavras de sua mãe estavam lhe atingindo como uma lança. Essa discussão não poderia seguir em frente. Alguém ainda iria sair profundamente magoado. Ela não queria ouvir as ofensas que sua mãe fazia a quem ela amava.

— Esse ai, não. Por favor, respeite ele. — Seus olhos estavam começando a marejar, não sabia como continuar aquela "conversa" — E sim! — Respondeu ela com orgulho — Foi com ele. Uma hora iria acontecer, não é mesmo? Não ia haver como você me segurar até o dia da minha morte ou quem sabe ate você escolher um marido para mim. Não pode fazer tudo por mim.

— Você só pode estar louca...

— Porque não com alguém que eu ame? Não sou obrigada a atender os caprichos das pessoas. — Retrucou Cindy furiosa.

— Ele não te merece, nunca haverá alguém que seja bom para ti. — Esbravejou Brenda — Você me decepcionou Cindy Louise Harttman.

Decepção. Cindy agora não passava de uma simples decepção pra sua mãe. Processar aquelas mesmas palavras era difícil. Conter as lágrimas, era impossível diante das terríveis declarações de uma mãe. O que seria de Cindy sem a sua mãe? Já não contava com o seu apoio antes, agora seria ainda pior.

— Mãe... me desculpa por favor. Aconteceu, me entenda por favor — Implorava a garota.

— A senhora já foi adolescente tia, precisa entendê-la — Disse Roberta confiante.

— E ajudá-la, porque agora ela precisa muito de você — Pediu ele humildemente.

— Engraçado — Disse Brenda irônica — Na hora do processo não precisaram da minha ajuda. Agora ela lembra que tem uma mãe? Não posso ajudá-la. O erro é dela e não meu.

— Mas mãe, por favor. Fica comigo — Implorava ela — Me perdoa.

— Eu sei que fomos irresponsáveis dona Brenda, principalmente eu. Mas por favor, não desconte tudo em cima dela.

— Melhor do que bater nela, até se arrepender.

— Não! — Gritou Cindy,mais alto que antes — Mãe por favor...

Suas tentativas eram em vão. Jared a abraçou olhando fixamente para Brenda.

— Tia — Começou Roberta pensando nas palavras — A senhora já foi jovem, sabe como é. As coisas acontecem e depois de feitas não dá pra consertar.

Ele se controlava para não se exaltar demais. Ofender uma mãe não era uma coisa que ele aceitava.

— Acha que desprezando sua própria filha, vai ajudar? Eu acho que não. Uma mãe de verdade fica do lado da filha e não a julga só pelos seus atos. Perdoe-nos.

— Ela não pode ser minha filha — Murmurou Brenda.

Soltando-se um pouco de Jared, Cindy se pronunciava.

— Mãe — Sua voz saiu num sussurro — Perdão — Gaguejava a garota — E... eu... sou sua filha sim, saí de você, fui criada somente pela senhora. Não diga uma coisa dessas.

— Pode ter saído de mim, mas não sabe o que é pra uma mãe ver sua filha se tornando algo que não se pode distinguir. Fiz tudo o que pude por você e olha como foi me retribuir, engravidando, viajando as escondidas e mantendo um relacionamento passageiro que daqui a pouco pode acabar da pior maneira e ai se lembrará de mim.

Brenda se dirigia para a filha como se falasse de um monstro. Cindy apenas chorava. Não tinha mais forças. Estava perdida, não sabia o que fazer, o que dizer. Apenas abraçava Jared o mais forte que podia. Brenda estava diferente. Muito mudada. Alguém tinha de estar por trás. Alguém que tivesse "um dom" de manipular as pessoas sem muito esforços. Rapidamente Cindy, soltou-se de Jared. Enxugou vestígios de lágrimas. Caminhou até a porta.

Cindy abriu ainda mais a porta e avistou Mellody rindo, parada diante do carro. Saiu de dentro da casa, acompanhada por Jared e Roberta. Não poderiam permitir que Cindy se exaltasse ainda mais. Brenda saiu um pouco depois deles. Ao aproximar-se lhe deu um tapa. Mas nem mesmo a força de seu tapa fora o suficiente para que Mellody se irritasse.

— Vadia, seu tapinha de merda não doeu. Nada se compara ao te ver infeliz, acabada, no fim do poço.

— Como você pode ser tão baixa ao ponto de ver a minha desgraça? — Sua pergunta era retórica, mas cheia de raiva.

— Sou tão baixa como você... que tirou — Ela dá um piscadinha pra Jared — O que era meu.

— Eu não tirei nada de você... ele é quem me quis. — Murmurou Cindy, fechando sua mão com força.

— Mellody... — A voz dele lhe atingia as costas — Acabou. Eu não quero mais nada com você. Nunca mais. Entenda isso. Eu amo a Cindy.

— Querido mais saiba que eu ainda te quero. — Mellody deu uma piscadinha.

— Mais eu não — Jared se exalta — Some da minha vida. Deixa a Cindy em paz.

Ela se aproxima agarrando Jared pela gola da camisa. Uma forma que ela usava pra "tentar"seduzir os rapazes com quem ela se relacionava.

— Me solta, não quero te machucar.

— Machuca que eu gosto — Disse Mellody ofegante.

— Vadia! Solta ele — Cindy gritava e tentava tirar as mãos de Mellody de Jared, mas Roberta a segurava com força.

— Amiga, calma. Você não pode se estressar.

— É, Cindy deixa comigo — Disse ele olhando-a.

Jared empurrou Mellody para longe de si com um pouco de força para se soltar. A garota apenas se abala mas não cai, gargalhava como quem se divertia em um parque de diversões. Tudo era motivo de festa para ela.

— Como é gostoso te ver assim Jared, nem lembro da última vez que me tratou assim... Cindy não percebe que só você atrapalha a nossa vida?

— Você que junto com a sua loucura e inveja, atrapalha a minha, coloca na sua cabeça, ele não está comigo forçado, e sim porque ELE me ama. — Disse Cindy seriamente.

— Desiste garota! Ele só está com pena de você. Ele vai te largar quando menos esperar... — Jared a interrompe.

— Para Mell — Gritou Jared — EU NÃO TE AMO.

Roberta logo se altera e tenta tomar controle da situação

— Ta bem garota, chega mano. Você não entende? Não acha que está bom de showzinho por hoje? Sai daqui, não vê que já tem desgraça demais acontecendo?TCHAU.

— Some — Cindy tenta se controlar .

— Saiba que a guerra ainda não terminou.

Cindy tenta correr atrás da garota para estapeá-la mais um pouco, mas é segurada por Jared.

— Deixa, não vale a pena... — Ambos a seguem com os olhos enquanto ela se distancia .

Mellody olha pra trás e faz sinal de beijo pra Jared, que se enfurece mais se mantém no mesmo modo. Brenda se aproximava deles e os encarava com a mesma frieza. Nem mesmo uma outra briga particular a abalara. Parecia que era uma estátua. Não havia como reconhecer Brenda.

— Mamãe — Chamou Cindy carinhosamente.

— Não acredito no que vi. Minha filha se tornou um mostro.

— Por favor não diga isso dona Brenda, a culpa é minha, e já não resta o que fazer, se não darmos a volta por cima.

— Mãe você não sabe como essas palavras me doem aqui dentro — Cindy batia em sua caixa torácica — Eu não sou um monstro!

— É pior do que isso. Nunca pensei que fosse presenciar uma cena dessas. Quanto desgosto para uma pessoa só.

— Não — Cindy se acaba em suas lagrimas procurando seu chão que se perdeu, tudo agora estava virado de cabeça para baixo.

O que havia no lugar do coração daquela mulher? Pedra? Nem mesmo diante de todas as declarações ela sentira"pena" de sua filha. Brenda deu uns passos antes de continuar. Olhava seriamente para os três em sua frente.

— Esqueça que você tem casa, não é mais bem vinda lá.

Sai de cabeça erguida da forma mais fria que alguém poderia ser.

— Não mãe, volta por favor ! — Cindy soluçava.

Brenda não olhou para trás para ver o estado que tinha deixado sua filha. Foi abraçada por Roberta e Jared naquele momento onde não sabiam mais o que fazer. Tudo o que Cindy mais desejava era a sua própria morte. Suas lágrimas saíam como uma cachoeira. Seu namorado e sua amiga que eram as únicas pessoas que ela tinha tentavam acalmá-la. Tudo em sua volta, não tinha mais cor nem som. Nada mais fazia sentindo. Não conseguia ouvir o que diziam, apenas queria sumir. Viver sem sua mãe era muito dificil.

— Cindy, você pode ficar na minha casa — Disse Roberta, tentando confortá-la.

— Ou na minha, amor! — Disse Jared com calma — Não vamos deixar nada faltar pra você e estamos juntos nessa.

— Minha mãe também pode ajudar amiga.

— Obrigada — Cindy só sussurrava tentando se acalmar — Mas quando isso irá acabar? E agora?

— Logo mais, ela só esta de cabeça cheia. — Murmurou Roberta.

— É amor, muita coisa ao mesmo tempo pra ela — Ele escolhia as palavras — Você é filha dela. Logo mais ela volta .

O vento da noite soprava forte e violento. Permanecer ali por muito tempo não seria uma boa ideia.

— E você volta pros braços dela. Agora Jared, vamos tirar a Cindy daqui ela precisa de um banho, uma sopa e uma cama pra repousar.

— Eu...não quero nada Roberta — Recusava-se Cindy.

— Mas você não tem que querer, você precisa. — Insistiu Jared.

— Da pra perceber só de te olhar, agora não banque a marrenta mocinha, vamos.

Estava tão mal assim? A garota não conseguia enxergar o caminho que se estendia a sua frente. Suas lágrimas insistiam em rolar em seu rosto. Entrelaçaram a cintura da garota e caminharam para dentro da casa. Roberta fez Cindy subir para tomar banho. Enquanto ela se banhava Jared e Roberta, preparavam algo para ela comer. O clima estava muito tenso. Eles suspiravam tentando se acalmar. Enfrentaram o pior de seus pesadelos juntos, um defendendo ao outro. Jared nunca fora defendido daquela forma por ninguém, devia sua vida a Cindy para sempre.

Ao chegarem em casa, Lucy e Charlie estranharam a presença de Jared. Na sala Roberta explicava tudo a seus pais. Ouviam incrédulos. Não imaginavam que Brenda pudesse agir de tal forma. Jared fazia companhia para Cindy. Não estava a fim de comer. Talvez até a vontade de viver tivesse sumido de dentro dela. Todos estavam na cozinha, observavam a garota frágil e sem vida, tentando se alimentar.

— Precisa se alimentar, Cindy — Murmurou Lucy.

— Desculpa, pessoal...mas não está descendo nada. — Desculpou-se Cindy.

— Talvez ela devesse ir repousar um pouco — Sugeriu Charlie.

— Ótima ideia,C harlie. — Concordou Jared — O dia foi cheio de surpresas.

Lucy, Charlie e Roberta se entreolharam como se estivessem pensando na mesma coisa.

— Para que a Cindy se sinta confortável... pedimos que você passe a noite aqui com ela.

— Claro. Não iria conseguir deixá-la sozinha. Muito obrigado mesmo, pessoal. Para todos os efeitos boa noite.

Jared foi para o quarto, levando Cindy consigo. Ela estava muito quieta. Apenas ouvia-se o som da respiração pesada e lenta. A garota vagava em pensamentos.Ele sentou-se ao lado dela, observando o rosto inexpressivo da garota. Abraçou-a, afagando-lhe os cabelos. Não havia palavras a serem ditas, a briga tirou-lhe todas.

— Cindy... — Sussurrou ele.

— O que?

— Por que você, não dorme um pouco? Precisa descansar.

— Não vou conseguir dormir... não com essas palavras martelando meu cérebro, me dilacerando por dentro, como se uma faca trabalhasse sozinha dentro de mim.

— É complicado... — Ele suspirou fundo — Só preciso que descanse um pouco, tudo bem? Pelo seu bem e pelo bem dessa criança descanse.

— Sim.

Cindy se acomodou na cama, ele permanecia ao seu lado. Não queria abandoná-la.

Aquela garota o defendeu com unhas e dentes, assim como ele fez o mesmo. Havia algo nela, que o prendia na realidade. O sentimento que ela tinha por ele, era grande e o suficiente para que se sentisse bem. Cindy o ajudara a crescer em aspectos, a ter uma nova visão do mundo no qual viviam.

**********

Charlie e Lucy não conseguiam acreditar no que havia acontecido. Queriam ajudar a garota de alguma forma. Cindy, era como uma segunda filha para eles. Iriam ajudar Cindy de alguma forma, não ficaria desamparada num momento tão complicado pelo qual ela estava passando. Temia que a garota acabasse fazendo alguma besteira. Nunca viram aquela garota tão abalada. Ficaram um tempo observando a forma como Jared e Roberta cuidavam de Cindy. Não imaginavam que Jared pudesse ter esse lado protetor, para Charlie ele era como qualquer outro artista que tinha o ego inflado, mas ali diante de seus olhos era tão diferente. A todo momento perguntava se ela precisava de algo, pedia para que ela descansasse. Uma nova pessoa que acabaram de conhecer.

Decididos chamaram Roberta e foram para a casa dos Harttman's. Não havaia conversa dentre eles. Lucy iria ser clara com Brenda, a faria enxergar o erro que estava cometendo ao abandonar sua filha. Ao chegarem na casa, tiveram de implorar para entrar, pois Brenda estava com muita raiva e não queria ninguém em sua casa.

— O que fazem aqui tão tarde? — Perguntou George.

— Queremos ter uma conversa muito seria com a Brenda — Anunciou Lucy destemida.

— Fiquem à vontade. Vou chamá-la.

George saiu deixando a família a sós. Charlie olhava preocupado para sua mulher e filha. Entendia que queriam fazer o melhor, mas era dificil convencer Brenda voltar atrás. Anos de convivência o fez perceber o quanto aquela mulher era complicada demais.

— O que vocês querem? — Perguntou Brenda rispida.

— Precisamos conversar sobre o que está acntecendo com a Cindy.

Brenda revirou os olhos.

— Acha realmente que eu precise ter uma conversa com quem mentiu pra mim? Lucy, o fato é que a minha filha está grávida e todos sabiam, menos eu. Isso é traição.

— Não é traição. A Cindy temia o pior e não se sentia segura, afinal você quase não tem tempo pra ficar com ela, desconta sempre nela. — Explicava Lucy — E se fosse o Damon?

— Seria diferente. Ele é um homem.

— Mas são seus filhos, não pode virar as costas para eles no momento em que mais precisam de você. Nós já passamos por isso. Não seja tão cruel com a Cindy.

— Vou pensar.

— Pensar? — Indagou Lucy indignada. — Coloque a mão na consciência, Brenda. Você tem apenas a Cindy por perto, uma hora vai perdê-la para sempre e não poderá fazer nada para fazer com que ela volte.

— Vai dar lição de moral, Lucy? Não preciso disso e acho que sei como criar a minha filha. — Explicava Brenda.

— Não, você não sabe como cuidar da sua filha! — Lucy falava mais alto — Uma mãe de verdade nunca abandona o seu filho. O monstro de toda a história é você. Deveria saber que a sua filha pode fazer algo contra a própria vida. Não venha chorar quando não tiver mais ninguém ao seu lado.

E assim a conversa se encerrou, não havia como continuar, Brenda estava muito fria em relação ao que havia acontecido. Lucy e sua familia voltaram para casa. Empouco tempo a vida se ajeitaria dentro dos seus conformes.


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