Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 12
Capítulo 11




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O fim de semana havia chegado e tudo o que as pessoas mais desejavam eram descansar e aproveitar o tempo com os seus familiares. A esperança preenchia o coração de Cindy, acreditava que aquele dia poderia ser melhor do que os anteriores. Não queria saber de nada, apenas de ficar em seu quarto trancada ouvindo as suas músicas. Pelo menos sua mãe não estaria em casa para impedi-la de ficar no quarto, com a porta da sacada aberta. Durante o fim de semana seria livre para fazer o que quisesse. O dia estava lindo. Encontrou seu pai na sala vendo tevê.

— Bom dia! — Desejou George animado.

— Quando ele acabar, eu digo se foi bom. — Murmurou ela.

— Tudo bem filha? — Perguntou George preocupado.

— Não, não estou nada bem.

— Quer falar a respeito? — Indagou ele.

— Não.

— Que tal fazermos algo juntos? Como pai e filha? — Insistiu ele em melhorar o humor da garota.

— Tipo? — Perguntou ela parecendo gostar da ideia.

— Arrumar os nossos livros, cortar a grama da frente ou simplesmente ficarmos dançando como quando você era menor.

— Que tal fazermos brownies e ficarmos aqui vendo tevê? — Sugeriu a garota.

— O dia está lindo pra ficar dentro de casa. Que tal irmos para aquele parque no centro que você tanto adora?

— Pode ser. — Concordou a garota.

Enquanto Cindy foi colocar uma roupa mais apropriada, George preparava alguns lanches para passar o dia fora. Seria divertido passar um tempo ao lado de seu pai, longe de toda confusão e tecnologia. Apenas os dois desfrutando do melhor da vida. Em pouco tempo os dois já estavam preparados. Um dia inesquecível seria vivido ao lado de seu pai.

Trevor estava do lado de fora conversando com Evan, seu pai a esperava do lado de fora. Jared apareceu poucos segundos depois, assim que Cindy saiu pra fora. Os três olhavam para ela, Trevor foi o único que acenou para ela e foi retribuído com um sorriso. Um dos melhores sorrisos que ela tinha. A vontade de Jared era de ir até ela e conversar, mas não faria isso mediante ao seu pai. Seria precavido faria tudo da maneira mais correta que pudesse. Lutaria para conquistar Cindy novamente.

— Vamos logo pai. — Pediu ela

— De carro?

— Não... — Fez uma pausa — De trem. É claro pai.

Mesmo sua voz não tendo uma altura adequada naquele momento, algo fez com que os garotos rissem da piada. Evitando mais olhares, Cindy entrou logo no carro. Em seguida o carro sumiu dando o alivio esperado.

O parque era um dos poucos lugares em que Cindy gostava de ir. Quando ainda criança seu irmão sempre a levava, mesmo quando estava com sua namorada. Gostava muito da companhia dele e infelizmente por uma briga na família, seu irmão fora proibido de aparecer na casa onde morava há tantos anos. Não tinha noticias e o parque sempre serviu de distração para ele. Agora era um dos lugares mais importantes para que Cindy pudesse refletir. Andavam de um lado para ooutro conversando animadamente. Eram verdadeiros amigos quando estavam juntos.

Como prometido Roberta foi até a casa de Jared. Estava empolgada com a investigação que iria fazer. Roberta estava mais próxima da casa de Jared, queria deixar tudo claro e ser especifica em relação a sua amiga. Bateu na porta, mas ninguém a atendia. Bateu insistentemente.Trevor a recebeu com um sorriso, retribuiu o mesmo e entrou como quem fosse da mesma família.

— Jared, posso conversar com você? — Pediu ela educadamente.

— Pode falar.

— A sós.

Seu pedido fora atendido. Foram para a sala e encaravam um ao outro estranhamente. Jared estava com o rosto abatido como quem não estivesse bem.

— O que você quer? — Perguntou ele rígido.

— Eu queria que você me explicasse o que REALMENTE aconteceu duas semanas atrás entre você e a Cindy.

Ele revirou os olhos. Seu dia já estava ruim e Roberta poderia torná-lo ainda pior, se assim desejasse. Após respirar fundo, ele começou a explicar.

— Eu me lembro que levei ela pro colégio, e voltei pra casa, resolvi uns assuntos da banda e quando deu um certo horário fui buscá-las. Fiquei um tempo na casa dela e vim pra minha. Comecei a discutir com o meu irmão, só que pra minha surpresa ela apareceu aqui meia hora depois com o meu celular em mãos.

Roberta parecia calcular algo em sua mente brilhante, levantou-se e começou a andar de um lado para o outro.

— Você e o Evan brigaram? — Perguntou ela assustada.

— Sim.

— Sobre o que discutiam?

— Virou investigação policial? — Perguntou ele estranhamente

— Não. — Ela riu — Tente cooperar, please?

— Ok. Ele começou a falar que eu não estava ficando muito tempo em casa, nem que eu me importava mais com a banda, que estou largando tudo, principalmente depois que a Cindy apareceu na minha vida.

— Agora — Roberta ainda andava de um lado para o outroesfregando as mãos uma na outra — Jared, me diz com mais detalhes. O que isso tem tudo a ver com a forma que minha melhor amiga está agindo? — Ela para em frente a ele olhando em seus olhos.

— Tem tudo a ver, porque o Evan me forçou a dizer coisas que não eram pra ser ditas...e segundo eu acho que ele está com ciúmes.

— Ciúmes? Como assim? Ele já teve ciúmes ou reagiu inesperadamente quando você namorava aquela galinha morena? Desculpa quero dizer, a Mellody? — Roberta dá um risinho leve.

— Na verdade — Ele coçava a cabeça — Ele tinha umas crises e dizia coisas sem nexo.

— Ele é meio psicótico, não é? — Indagou Roberta se esforçando pra não rir.

— Ah sei lá...ele é meu irmão.

O que era para ser uma conversa séria,estava tendo um rumo muito diferente.O olhar dele estava triste demais. Nem mesmo Roberta conseguia deixá-lo animado.

— Roberta — Sussurrou ele pesaroso.

— Que foi?

— Eu tenho que confessar... — Ele parecia perdido — A Cindy ia mesmo ser só mais uma na minha lista... — Roberta estava boquiaberta com tal declaração — Mas... — Continuou ele — Algo foi mais forte do que apenas uma intenção. Na hora da briga tudo veio à mente, não queria ter dito aquilo. É complicado...

— Jared? Como é que você pôde fazer isso? A Cindy sempre sonhou contigo e de repente me conta a verdade, não consigo acreditar.

— Acredite Roberta. Quando estou com ela sou completamente diiferente, não sou do mesmo jeito de quando estava com Mellody. Me permito sonhar com o meu futuro... com uma família de verdade. — Explicava ele sonhador.

Nada mais disseram. Trevor entrou na sala e à principio não soube se seria correto ou não interromper a conversa dos dois.

— Ei! — Ele entrou animado — Mas que cara de velório!Jared, está pronto pra jogar?

Jared virou o rosto para o amigo e assentiu.

— Espero que tenha te ajudado Roberta...vou jogar um pouco — Disse ele levantando. — Preciso me distrair um pouco.

— Ajudou e muito.

— Quer um suco? — Perguntou Trevor gentilmente.

— Quero sim, obrigado.

Roberta seguiu Trevor, enquanto Jared fora trocar de roupa. Roberta já estava de saída quando Jared e Evan apareceram com um a roupa mais confortável para um jogo bem descontraída.

— Vou esperar a Cindy lá fora, ela já deve estar vindo — Murmurou ela.

Roberta ficou sentada na entrada da casa, enquanto os rapazes jogavam no meio da rua, descontraídos e alegres. Nem parecia que tinham discutido. Jared fazia gracinhas, o que mesmo não entendendo Roberta ria. A disposição que eles tinham para jogar, era impressionante.

— Vem jogar, Roberta — Convidou Trevor.

— Deus me livre, sair toda suada é nojento.

Voltaram para o jogo. Roberta não entendia nada do que eles aprontavam entre si, mais parecia uma guerra do que um jogo. Não fazia sentido algum aquele jogo, mais pareciam crianças correndo de um lado para o outro. A alegria que estampava o rosto de cada um deles era contagiante demais. Não havia como não rir da forma como Evan havia levado o tombo.

A vida passava de forma tão impressionante. Tantos lugares a serem aproveitados e visitados, pessoas por quem se apaixonar intensamente. Não era exatamente em tudo isso que Roberta pensava, mas um dia a sua vez chegaria e seria bom que estivesse preparada para as novas surpresas.

Depois de meia hora esperandoo carro do pai de Cindy vinha descendo a rua. Roberta levantou e foi esperar na calçada .Assim que o carro encostou, George foi o primeiro a descer. Estranho era que Cindy estava toda largada nos bancos traseiros. Parecia concentrada em algo muito importante, pois seus olhos se encontravam bem fechados.

Roberta bateu no vidro do carro.

— Rô? — Indagou ela estranhamente.

— Eu. — Ela se apresentava com graça.

— O que você está fazendo aqui, sua louca? Disse que não viria.

— É um tédio ficar em casa.

— E daí você veio ficar na minha?

— Sim — Respondeu ela cinicamente — Sai logo desse carro.

Cindy saiu do carro e ficou sentada no capô do carro olhando para o movimento que acontecia na rua, Roberta fez o mesmo. Começaram a conversar e de vez em quando olhava para o jogo, desejando que não acertassem a bola nela ou na amiga. Gostava de ver Jared sorrindo e fazendo brincadeiras com os outros rapazes, seus olhos sempre entravam em seu campo de visão e no entanto Cindy tentava disfarçar.

O jogo estava mais agressivo e a movimentação crescia com necessidade de cada movimento realizado. A bola atingiu em cheio a perna da Roberta. Jared fora o grande culpado por acertar a garota.

— Vocês estão afim de matar a Rô? — Dizia ela para todos — Ela tem problemas...

— Peço perdão, Cindy. Não foi a minha intenção acertá-la. — Desculpava-se Jared.

Cindy dava suas explicações a todos eles, principalmente para Jared, não diretamente, mas parecia que ele aceitava com facilidade. Roberta planejava algo que julgava divertido, não pra ela, mas sim para sua amiga. Iria fazê-la se divertir um pouco com o "inimigo".

— Por que vocês não jogam formando duplas? — Sugeriu Roberta

— Boa idéia! — Gritou Trevor.

— E quem vai ser seu par? — Indagou Evan.

— Eu não vou jogar, mas a Cindy participará no meu lugar.

Ela olhou incrédula para amiga. Sua vontade era a de matar Roberta naquele momento. Não poderia ter sugerido nada daquilo.vMas em tese seria uma boa idéia. Poderia descontar o pouco da raiva que sentia.

— Jared — Continuou Roberta — Você e a Cindy são uma dupla. Evan e Trevor outra. Será assim já que foi seu irmão quem me acertou a bola.

Não dava para negar a insatisfação de Cindy quanto ao seu par. Poderia sair correndo dali antes mesmo que a confusão começasse. Não iria correr o risco de se expor facilmente. Uma nova partido tinha sido iniciada. Evan tentava a todo custo acertar Cindy mais sempre errava, pois Jared entrava na frente e deixava-a furiosa. Arrumava a desculpa de que desejava protejê-la. A dupla adversária estava ficando cada vez mais ofegante, cansada. Cindy ainda sentia-se bem disposta. Usaria o cansaço da outra dupla como vantagem. Evan tacava a bola mais forte que podia. Acertava mais Jared do que Cindy. Estava ficando tarde e o jogo fora interrompido.

— Você me deve uma — Murmurou Cindy para Roberta.

— Claro! Agora trate de tomar um banho.

Cindy balançou a cabeça positivamente e entrou. Não iria protestar, afinal precisava relaxar o seu corpo e sua mente. Roberta fora cumprimentar os rapazes pelo grande jogo que realizaram. Não havia ganhadores ou perdedores. O que importava era a diversão.

— Gostei de ver! Belo jogo. Quero fazer um convite pros três.

— Que convite? — Perguntaram em uníssono

— Convidar vocês a irem ao jantar lá em casa, afinal meu pai conhece vocês —Ela entregou-lhe um cartão — Se decidirem ir este é o endereço.

Entrou para dentro da casa de sua amiga. Tinha esperança de que Cindy e Jared pudesse resolver as suas diferenças, primeiro porque ela precisava de sua amiga bem e segundo era pelo próprio bem de todos. Conversava seriamente com George, enquanto Cindy tomava um banho.

— Tio, vocês vão jantar hoje lá em casa, não é? — Perguntou ela quebrando o silêncio.

— Jantar? — George não entendia.

— Sim, vim avisar enquanto ainda tinha tempo. Coisa doida dos meus pais. Decidiram de última hora e eu queria muito que vocês fossem. — Implorava Roberta docemente.

— Acho que não tem nenhum problema, será bom para a Cindy sair um pouco daqui de casa. — Concordou George — Você sabe qual é o motivo dela estar tão triste ultimamente.

Roberta engoliu seco.

— Bem que eu queria saber — Mentiu a garota — Deve ser coisa dela. Ah quase ia me esquecendo... a Cindy vai dormir lá em casa, tudo bem? — Perguntou Roberta fazendo carinha de anjo

— Sim...espero que se divirtam bastante.

— Vou ver se ela já terminou.

Subiu as escadas contente por saber que teria mais que um jantar ao lado de sua amiga, teria uma noite que não teria hora para se acabar — pelo menos enquanto houvesse assunto e seriados para se assistir. Ela secava seus cabelos loiros compridos com delicadeza.

— Nem parece aquela garota que estava lá fora arrebentando enquanto jogava — Brincou Roberta sentando-se na cama.

— Muito engraçado — Ela forçava um sorriso.

— Como foi jogar com o "senhor perfeição"ao seu lado? — Ela ouviu as aspas em sua voz bem definida.

— Nada legal! — Afirmou ela desanimada

— Eu sei que você gostou mesmo não tendo desejado — Ela deu uma piscadinha.

— Claro que não, principalmente quando ele entrava na minha frente para impedir que o irmão acertasse a bola. — Ela sorriu torto — Poderia ter feito par com o Trevor assim eu poderia descontar minha raiva.

— Quem sabe na próxima? Agora eu quero que escolha uma roupa bem legal pra usar no jantar lá em casa.

— Que jantar? — Indagou Cindy desentendida

— Um jantar de última hora que meus pais decidiram fazer. Não me faça ter de explicar mais detalhadamente.

— Eu tenho mesmo que ir? — Cindy arqueava a sobrancelha.

— Tem. Ou melhor você esta sendo convocada a ir. Só vai ter gente velha e não gosto de me sentir sozinha no meio daquele povo. Na última vez que fiquei sozinha apertaram tanto minha bochecha que no dia seguinte não conseguia falar de tanta dor.

— Que exagero!!! — Comentou Cindy.

— Exagero, porque não foi contigo. Vou te ajudar com a roupa!

Começou a procurar uma roupa que mais combinava para se usar em um jantar. Roberta decidiu ligar o rádio para animar o quarto, assim seria divertido procurar por roupas interessantes. Era umas combinações bem loucas, mas por enquanto só estavam brincando com as opções. Roberta escolheu uma calça jeans com detalhes em strass, que realçava as curvas, uma camisa branca com detalhes em preto. Por fim o sapato escolhido foi um salto preto. .

— Tem certeza do salto? — Perguntou Cindy não aprovando muito a idéia. Gostava de se sentir confortável.

— Claro! — Respondeu a amigacom toda a certeza — Todas as pessoas só te vêem usar tênis ou sapatilha. Querida está na hora de usar salto. Mostre que você é sexy e poderosa.

— Sabe que não me sinto bem.

— Por favor! — Suplicava a amiga — Por mim, só esta noite.

— Tudo bem... mas se eu me machucar eu culpo você.

— Ai também não, Cindy. A culpa vai ser das suas pernas. Não posso ser culpada por tudo que dá errado.

As duas riram alto, mas foram interrompidas pelo toque do celular de Cindy. O número estava restrito. Ficou curiosa em saber quem era a pessoa que lhe ligava secretamente.

— Alô?

Ninguém respondia. Apenas podia se ouvir a respiração do outro lado. Insistiu em tentar, para que alguém dissesse algo, mas era sem resultado. Poderia se alguma pegadinha. Desligou o telefone.

— Quem era amiga? — Perguntou Roberta curiosa.

— Sei lá! — Deu de ombros — Vamos ver o que meu pai está fazendo.

Ficaram um tempo no andar de baixo conversando animadamente,sobre vários assuntos com George. A tarde era agradável. Não demorou e Roberta já havia partido. Cindy e George esperaram na sala até Brenda chegar para dar a noticia. Ela estava empolgada para ir. O que era bom. Principalmente depois de um dia agitado.

Os Harttman's estavam todos preparados depois de se dedicarem a usarem algo mais apropriado para a ocasião. George olhava incrédulo para sua filha. Não conseguia creditar que ela estava se tornando uma bela mulher. Alguns rapazes acabariam desejando-a.

— Está linda filha! — Elogiou o casal em uníssono.

— Obrigado...eu acho.

Senti-se um pouco estranha com aquela roupa, não era algo que estivesse acostumada a usar no seu dia-a-dia. Com medo, Cindy pediu que sua mãe saísse primeiro para certificar de que não havia ninguém conhecido na rua — pelo menos não naquele momento. Entrou no carro e se pôs a olhar as casas vizinhas. Cada uma daquelas famílias eram felizes e unidas. George deu partida em direção à casa dos Mehllich. Não era tão longe, mas usar o carro para Brenda era um luxo, do qual ela não abria mão.

Ao chegarem a casa dos Mehllich o nervosismo tomava conta de todos, Lucy foi quem os atendeu. Roberta estava bem atrás da mãe, sorrindo feito uma boba, por ver que Cindy aceitara sua opinião em questão a roupa. Um ponto para a moda.

— Que bom que vieram, peço mil desculpas pelo convite de última hora. — Desculpava-se Lucy sorridente.

— Até parece que deixaríamos de vir. Logo vocês que são os padrinhos da Cindy. — Declarou Brenda.

— Entrem. — Convidou Lucy.

Entraram e cumprimentaram-se com abraços calorosos.

— Cindy Louise Harttman! — Exclamou Lucy admirada — Como você está gata.

— Obrigada madrinha... essa produção toda teve a ajuda da Rô.

— Ela sempre sabe escolher bem as roupas. Fiquem à vontade... vou trazer uns drinques.

As pessoas mais velhas encaravam Cindy de cima a baixo. Deixava-a corada, aquela roupa estava chamativa. Não gostava de ser o centro das atenções. Cindy e Roberta conversavam em outro cômodo da casa à pedido de Cindy. A campainha tocou e Roberta pediu para que Cindy atendesse enquanto ela ia falar com sua mãe. Até que o clima estava agradável. Uma noite animada.

Passou sorrindo para as outras pessoas. Chegou até a porta e sorriu como quem quisesse espantar os olhares.

— Olá! — Disse Trevor percebendo a expressão que ela tinha feito ao vê-los.

— Olá... — Observava o rosto de cada um,tentando encontrar uma razão por compareceram lá — É...me desculpe queiram entrar — O nervosismo estava aparente, mas mesmo assim ela os tratava com formalidade — Com licença.

Evan estava admirado com o que viu.

— Agora, eu entendo tudo — Murmurou Evan.

— Entende o que? — Indagou Jared confuso.

— O porquê de você gostar dela.

Jared não estava a fim de discutir, até porque estavam na casa de Charlie. Como disfarçar o que sentia por aquela garota? Ela era o motivo de suas noites mal dormidas.

— Muda de assunto que o Charlie está vindo! — Exclamou Trevor animadamente.

— Rapazes... eu não os esperava aqui. Sintam-se à vontade.

Permaneceram todos juntos. Roberta teve de dar atenção ao trio, queria que Cindy estivesse por perto, mas ela insistira em não estar ali. Decidira ficar perto de seus pais, assim qualquer conversa seria evitada de todas as formas.

Roberta conseguia ser atenciosa quando era necessário. Passara a conhecer um pouco sobre cada um dos integrantes, a forma como pensavam e desejavam o mundo. Se tornava mágico. Conversavam tão animadamente, que perceberam quando Cindy passou por eles subindo as escadas rapidamente. Roberta pediu licença e seguiu a amiga.

Ao chegar no quarto a viu sentada na beira da cama.

— Cindy? Tudo bem?

— Sim...

— Não parece.

— Estou bem, amiga. Sério. Só estou cansada de ter que ficar olhando para a cara dessas pessoas que eu mal conheço.

— Vamos ver se adivinho — Ela deu uma piscada — Bom, seus pais não podem ser, os meus nem na China. Está com cólica? — Cindy negava tudo com um sorriso — Já sei deve ser essa roupa... ah não agora que caiu a ficha... deve ser por causa de um rapaz branco dos olhos azuis e com um sorriso gamante que te deixou assim.

— Muito engraçado Roberta. Vim pra cá porque não estou nada legal. Minha cabeça está doendo. As pessoas falam demais.

— Ai ai ai...minha amiga está sofrendo por amor. Que coisa mais... — Fez uma pausa como quem estivesse pensando — Fofa?

— Não tem nada de fofo. — Defendia-se a amiga.

Alguém bateu na porta. Permaneceram em silêncio, evitando que desse sinal de sua conversa. Era Jared. Que merda, porque ele tinha que aparecer nas horas e nos lugares errados?

— O que foi? — Perguntou Roberta rapidamente.

— Seu pai, pediu para que eu te chamasse. — Ela estava olhando para Cindy enquanto despejava as palavras. — Precisa da sua ajuda lá embaixo.

Um breve plano passou pela mente de Roberta. Sorria de um jeito estranho, mas nada que a entregasse.

— Jared? — Ela dizia lentamente — Pode ficar aqui com a Cindy enquanto eu vejo o que meu pai precisa?

— Claro! — Ele ergueu a sobrancelha ao concordar..

— Vou fechar a porta, para evitar de alguém mais entrar aqui.

E logo saiu trancando os dois no quarto. Estavam ali olhando um para o outrosem imaginarem que de lá não sairiam tão cedo. O ambiente estava muito sério. Sobrecarregado.

— Podemos conversar? — Perguntou Jared cauteloso.

— Olha… eu não quero ser grossa, mas acho que agora não é hora. Meus pais estão lá em baixo e podem me procurar a qualquer momento. — Levantou-se da cama caminhando até a porta. Girou a maçaneta, mas tudo era em vão. — Eu não acredito, que ela fez isso — Sussurrou ela para si mesma.

— Algum problema com a porta?

— Sim... eu acho que a Roberta não quer que eu saia daqui. Talvez possamos conversar... agora.

— Sente-se! — Ele apontava para a cama.

Ela sentou-se mantendo a seriedade de braços cruzados olhando para ele. Jared pegou uma cadeira que estava perto sentou-se de frente para ela. Era um jogo de olhares desconcertantes. Olhar para ele e não perceber o quanto ele estava lindo era impossível. Tinha de manter-se concentrada ou acabaria cedendo aos encantos dele.

— Eu queria te pedir desculpas pelo que você ouviu na última semana que nos vimos. Sei que aquelas palavras te magoaram e tudo é culpa minha... — Ela o interrompeu.

— Por favor isso de novo não. Sério. — Pediu ela

— Me escuta. — Seu olhar era suplicante — Só preciso que você me escute... e se quiser não precisa nem olhar mais ou falar comigo depois. Eu vou entender e respeitar a sua vontade.

Ele estava determinado a acertar tudo, mesmo que ela não quisesse ouvi-lo. Cindy engoliu em seco. Nunca o vira falar daquele modo. Estaria ela diante de um novo Jared?

— Olha eu sei que vai parecer imbecil e idiota, mas essa distância e desprezo está me fazendo bem.

— Bem? — Perguntou ela incrédula — Era só o que faltava... — Ela fora interrompida.

— Sim...porque sinto que não posso ficar longe de você, mas... quero que saiba que o que eu disse naquela noite, não foi exatamente porque eu quis dizer.

— Não brinca? — Disse ela irônica — Vai dizer que foi por impulso.

— Foi... na primeira noite que passamos juntos eu pensei que seria apenas aquela noite... — Ele suspirou — Mas dentro de mim dizia que tinha que ser mais do que uma noite. Tinha de ser uma vida inteira ao seu lado. Nunca que irei achar uma garota parecida com você. Os meus sentimentos por ti são puros e verdadeiros.

As palavras eram verdadeiras que os emocioou. As lágrimas dos olhos deles estavam escorrendo pelo rosto e secando-se ao tocar no chão. Ela estava confusa e não sabia o que fazer naquele momento. Sentia-se perdida diante de tal situação. Ele a abraçou, seus braços a envolveram com tanta vontade que ela apenas pôde retribuir.

— Me perdoe Cindy, por tudo. Não quero te fazer sofrer, essa nunca foi a minha intenção. Não sabe o quanto me doí saber que as suas noites são triste e tudo por minha culpa. Eu te amo, Cindy.

— Jared...

Sua mão tocou o rosto dela levantando-o pelo queixo fazendo com que ela olhasse para ele. A mão dela tremia, assim como seu coração batia aceleradamente quando estava perto dele. Estavam muito próximos para trocarem um beijo. O toque do celular dele foi suficiente para quebrar o clima.

— Cara, onde você está? — Perguntou Evan apavorado.

— Estou aqui em cima, pede pra Roberta subir, por favor.

Desligou. Não demorou para que Roberta destrancasse a porta. Jared olhou para as duas e desceu. Roberta não entendia nada do que estava acontecendo. Cindy desabou na cama. Mordia o lábio querendo feri-lo.

— Cindy? — Chamou Roberta — Cindy? — Amore não fica assim.

— Eu sou uma idiota, Rô.

— Não. Você não é... às vezes, mas todo mundo tem um defeito, mas você é a exceção. — Brincava Roberta.

— Ele se abriu comigo e não fiz nada para que pudesse deixá-lo melhor.

— É... mas pelo menos conversaram civilizadamente. Agora muda essa cara e desce comigo.

— Não.

— Como é?

— Não quero descer.

— Cindy Louise Harttman, para de ser uma criança birrenta e desce já.

Ela mostrou a língua.

— Tá bom, mamãe.

Ao chegaram à sala de estar, Cindy teve de dar explicações para sua mãe, não revelou nada que fosse comprometer a sua vida. Brenda pensava que sua filha pudesse estar dando atenção demais para alguma daquelas pessoas desconhecidas. Lucy chamou os convidados para a sala de jantar. Acomodaram-se nos lugares que lhes fora reservado. Jared sentou-se ao lado de Brenda, enquanto Cindy tinha de ficar de frente para os dois. Um lado poderia se julgar como o paraíso e o outro o inferno. Sua mãe fazia sinais de que estava gostando da companhia ao lado. Parecia até uma adolescente querendo fazer inveja.

Durante o jantar houve muita conversa. Ter um pensamento próprio parecia um desafio. A todo momento olhares se cruzavam e premaneciam estáticos por tempo suficiente para sair de órbita. Era dessa maneira que Cindy ficava quando sentia o olhar de Jared sobre ela. Sua pele queimava intensamente.

Cindy e Roberta retiravam a mesa, enquanto seus pais se despediam de alguns convidados. Jared encarou o desafio de ajudá-las em silêncio. Não forçaria nehum tipo de conversa exceto se ela desejassem. Evan e Trevor foram embora depois de esperaram mais de uma hora. Infelizmente algumas pessoas queriam converesar eternamente com cada um deles.

Charlie e Lucy apareceram na porta da cozinha para impedir que o rapaz continuasse com o trabalho.

— Pode deixar, que eu e as meninas limpamos tudo — Interrompeu Lucy.

— É Jared...vá pra casa. Já é tarde. — Concordou Charlie.

— Só vou guardar as louças, pode ir pra casa — Murmurou Cindy delicadamente

— Tudo bem — Concordou ele — Cindy, me acompanha?

— Claro.

Os três ficaram cochichando enquanto a garota saía do cômodo. Charlie e Lucy não sabiam que eles tinham um certo envolvimento e no entanto aprecia que estavam vivendo um conto de fadas. Demorou um pouco para que o silencio fosse quebrado. Imploraram para Roberta contar-lhes tudo.

— Vou ter que ligar para que o Evan venha me buscar.

— Posso pedir pro Charlie o carro e te levar até em casa.

— Vai correr o risco?

— Não gosto de correr esse risco, mas a oferta é tentadora , não acha?

— Tudo bem.

— Já volto.

Cindy entrou e não demorou a retornar. Charlie liberou o carro sem nenhum problema. Ele adorava Cindy e faria o que fosse necessário para vê-la feliz. .Ela tirou o carro da garagem e abriu a porta do carona para que ele entrasse. Ele queria dirigir, mas ela não deixou. Estava tudo sob controle. O controle dela.

O caminho para casa fora silencioso. Ela tinha uma facilidade para chegar rápido a um lugar que ela bem conhecia. Dominava o carro com facilidade.

— Nossa! Você é rápida! — Exclamou ele aao estacionar o carro.

— Obrigado.

Ele desceu do carro, fez um sinal para que ela também descesse. Não exaltou em descer. O modo como ele mexia nos cabelo nervoso, era simplesmente encantador.

— Obrigado... por me trazer. — Agradeceu ele colocando a mão no bolso.

— De nada.

— Vai passar a noite com a Roberta? — Perguntou ele curioso.

Ela assentiu balançando a cabeça devagar.

— Sua mãe é bem divertida. Tem uma empolgação de adolescente. Não imaginava que ela fosse desse jeito. Sempre em pareceu ser uma mulher séria.

Ela revirou os olhos. Ele encostou-se no carro ao lado dela. A noite estava gelada e ela não tinha pego nenhuma blusa ou jaqueta. Ela abraçava os próprios braços, tentando amenizar o frio.

— Frio? — Jared perguntou e sorriu, quando ela afirmou com a cabeça. Então ele tirou a jaqueta que estava usando e colocou nas costas dela.

— Não precisa — Ela ia tirando, mas ele segurou as mãos impedindo.

— Fica! Eu já estou em casa e você não.

— Tenho que ir...

— Espera...posso te dar um abraço?

— Um abraço não mata.

Jared a puxou para mais perto e abraçou com força. Cindy respirou fundo sentindo o perfume do pescoço dele.Pousou sua cabeça sobre o peito dele o segurando com toda força que podia. Jared afastou-se o suficiente para olhar o rosto dela. Com os rostos próximos ele a beijou. Era um beijo cheio de saudade, mas nada desesperador.Jared a envolveu mais perto de seu corpo. Precisava senti-la mais uma vez perto de si, uma prova de que nada daquilo era fantasia da sua cabeça.

Ao partir do beijo, Cindy estava corada. Sentia borboletas no estômago. Sentia-se estranhamente bem.

— Espero que isso te faça mudar de ideia... depois de tudo. — Desejou Jared.

Cindy entrou no carro e logo deu partida. Esperou que ela virasse a esquina, para enfim entrar. No caminho de volta pra casa, recebeu uma mensagem, o número ainda estava restrito.

"Estava linda...estava é a palavra errada,você é linda.Boa noite...Espero que saiba quem seja.xoxo"

Cindy soltou uma risada baixa. Estacionou o carro na garagem. A casa encontrava-se escura, mas o quarto de Roberta ainda estava com as luzesacesas. Roberta encarava a amiga com os olhos cheios de perguntas. Torcia pelos dois, mesmo sem saber que tinha outras pessoas que estavam a fim de não permitir que isso acontecesse. Contou tudo o que havia acontecido para a amiga. Roberta ouvia sem interromper. Por fim Roberta apenas a abraçou por em partes terem se acertado. As duas estavam tão exaustas que dormiram sem trocar de roupa. Aquele dia havia guardado surpresas. A noite fora encerrada com a melhor forma que se poderia desejar.


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