Caminhando a passos rápidos,

No extenso corredor,

E os olhares concentrados,

Na minha inevitável dor.

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O rosto vermelho e molhado

Chama os curiosos

Para verem o inesperado

Dos meus olhos chorosos

E ninguém entende o porquê.

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Tranco-me e escondo-me

Só quero deixar de existir,

Deixe-me sozinha,

Não sei se vou voltar a sorrir.

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Ninguém entende,

Ninguém passa igual,

A pressão é surreal,

Toda essa dificuldade é anormal.

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Sufocada por todo mundo,

Sufocada por mim mesma,

Vou caindo num poço sem fundo,

E já não sei o que esperar.

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Não aguento mais nada,

Tudo querem de mim,

Não me sinto mais amada,

E já estou no meu fim.

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Riem da minha cara,

Eu finjo rir também,

Finjo não me importar,

E digo que está tudo bem.

~~

Mas na minha pele

Ninguém consegue ficar,

São todos fracos de mais

Para conseguir aguentar.

~~

Vou me matando,

De pouco em pouco,

Estou me sufocando,

Não minto. O mundo está louco.

~~

Não tenho mais suporte,

A esperança acabou,

E o que me restou de sorte,

Também me abandonou.

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E saiba que tentar se acalmar,

Não é uma opção,

Quando tudo ao seu redor

Perde o chão.

~~

Fica difícil respirar,

No meio disso tudo,

Não consigo mais sonhar,

Com meus pensamentos mudos.

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Sou obrigada pela sociedade,

A colocar uma máscara,

Perder minha identidade

E fingir felicidade.

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E quando tudo que eu queria era gritar,

Vem alguém e me cala,

Impedindo-me de dizer,

Tudo que todos precisam saber.

~~

E cá estou novamente,

Sozinha no mundo,

Num poço sem fundo,

Sufocada e doente.