Unbroken escrita por Kaya Holychild


Capítulo 1
The Calling, vodca e Roxanne Weasley


Notas iniciais do capítulo

Hey, amorecos! Essa é a segunda scorose que posto, mas a primeira long que escrevo! Eu tô muito ansiosa pra saber como estou me saindo, portanto, se quiserem, comentem. Eu conto com vocês!
A Rose é muito querida para mim, espero que vocês a amem tanto quanto eu. Ah, e a Rox, o Ted, a Hermione, o Rony e o Scorpius também! ♥ Enjoy it!



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Nada neste mundo poderia deixá-los tristes

Sim, eles são invencíveis, e ela fica no fundo

Eles dirigem carros rápidos

Mas não sabem onde vão

— Cool Kids, Echosmith

Antes de qualquer coisa, você precisa saber que sou uma ruiva de estatura baixa para alguém com arrastados vinte e três anos de uma boa vida. Meio gorda e magra; pagar pela metade a academia tem lá suas vantagens. Papai sempre diz que pareço saudável, embora na ceia de domingo mamãe sempre examine meticulosamente meu rosto à procura das invisíveis olheiras que conquisto graças às festas que continuamente minto sobre não ter comparecido. Olá, maquiagem!

Enquanto ouço This Is A Call no meu quarto na casa dos meus pais, esperando o jantar, o cheiro de porco assado decide brincar um pouco com o meu olfato, passando por onde não deveria até o meu quarto. Dona Hermione deveria fechar a porta da cozinha, às vezes.

— ROSEE, jantar, querida! Corra ou morra de fome; seu pai está quase alcançando a mesa. — Mamãe, sempre tão racional e paciente, grita da sala de estar.

Sentamo-nos os três, espremidos, no velho sofá bege. A tevê está na National Geographic, então troco de canal na lentidão de um tédio terrível para os Backyardigans. Isso nunca acaba? Acho que existe desde o nascimento da vovó Molly.

Depois determinar minha salada e lavar os pratos, arrasto-me na ponta dos pés até meu quarto. Minhas roupas já estão prontas, e as garrafas de Firewhisky também. Nesse momento, as tábuas de madeira que são os degraus da escada me parecem extremamente barulhentos enquanto tento fugir. Quando vejo que meus pais ainda estão na sala de estar, assistindo algum seriado parecido com Gotham, desisto:

— Tchau, pai! Tchau mamãe! — Uso meu tom mais adocicado, esperando que, ao menos dessa vez, as coisas deem certo e eles me deixem sair, embora eu vá fugir de qualquer modo.

— Onde pensa que vai, mocinha? — Ronald Weasley berra, por pura obrigação, do sofá, diante do olhar mortal da minha mãe.

Virando-me diretamente para ela, replico:

— Tenho vinte e três anos! Sou uma adulta! — Exclamo, exasperada, balançando os braços para dar mais ênfase à última palavra.

— Outra festa? — Hermione Granger Weasley pergunta em uma calma horripilante. Apenas assinto, tentando não morder o lábio e aparentar hesitação. — Só dessa vez, vá. Volte antes das dez e não apronte bastante, Rose!

Sorrio brilhantemente já do lado de fora da casa, trancando a porta, enquanto faço com os dedos uma auréola ao redor de minha juba ruiva e desgrenhada.

Roxanne Weasley é a melhor prima do mundo inteiro. Manicure, conselheira, repórter de plantão e alfineteira nas horas vagas, a loira tem o costume de chamar-me de Rosinha, apelido que me dá nos nervos.

Abrindo a porta do seu quarto com tudo, como sempre (tio Jorge ficou da cor de seus cabelos quando viu a marca da maçaneta na parede), deito-me na cama de Rox e observo-a enquanto escova os sedosos cabelos loiro-morango. Inteligente, bonita e audaciosa: Essa é da família.

Depois de alguns minutos, ela vira-se para mim, sem falar nada. Não precisamos de palavras. Revirando os olhos, tiro algumas roupas da mochila preta com a qual fugi.

— Ai, não acredito, Rose! Você usou essa legging na semana passada! — Roxanne praticamente grita, e eu me pergunto se minha mãe já está a caminho da casa de Tio Jorge, andando pela rua com seu pijama de coelhinhos e felpudas pantufas rosas.

— E daí, Rox? Eu já te falei: Não me visto pra agradar ninguém, visto-me para me sentir bem! E, olha só — Acrescento rapidamente, vendo que ela está prestes a me cortar em pedacinhos e enterrar-me no quintal da vizinha, Dolores Umbridge, uma velha agourenta e fofoqueira, que parece ter desenvolvido uma mágoa profunda por nós desde o dia em que trocamos leite por vodca para o seu gato, enquanto ela viajava. — Essa blusa eu só usei no mês passado, e, como você diz, é um arraso!

E é mesmo. Foi de um Meet & Greet especial do The Calling, e sou completamente e irrevogavelmente apaixonada por ela.

Roxanne suspira, inacreditavelmente derrotada.

Sorrio, dando pulinhos pelo quarto enquanto confisco sua maquiagem e provo todas as suas bebidas ilegais que encontro. Quando estou na metade da quinta (tenho uma resistência perfeita e quase nunca fico bêbada), minha prima interrompe meu maravilhoso passeio com os unicórnios do Central Park. Bufo, e, frustrada, começo a me vestir.

Quando termino, já são onze horas e não há nada que possa fazer com meu cabelo, pois tio George e tia Angelina dormirão em breve e precisamos sair rapidamente, visto que o Teddy, namorado da Rox, um roqueiro da escola e filho adotivo do tio Harry virá nos buscar em um carro que ele prometera ser menos chamativo que seu cabelo azul.

Meu celular vibra, e eu desbloqueio a tela em instantes verificando um novo SMS:

“Stou na frnt d ksa da Umbge. Vnhm lg. Bjs Ted”

Eu desço as escadas correndo com minha prima no meu encalço, ambas descalças para não fazer barulho com nossos saltos enquanto me flagro em um dilema: O Teddy queria economizar seus créditos ou só foi preguiçoso, mesmo?

Enquanto observo a paisagem através da janela, dando o máximo de privacidade possível para o casal que praticamente se engole nos bancos da frente, enrolo distraidamente um dos cachos do meu curto cabelo vermelho, refletindo sobre a mesma cor das minhas madeixas que está presente em grande parte das folhas das copas das árvores pelas quais passamos como um borrão, por conta da alta velocidade.

Eu amo o outono aqui, a confusão que se estende por cada pequena folha: Marrom, vermelho, laranja... É lindo de se ver. Volto meus olhos rapidamente para Rox, que ri de algo que Ted diz, corando e desviando o olhar. Isso, no entanto, só faz com que ele se empenhe ainda mais em repetir o feito. Suspiro. Esses momentos costumam ser bem desconfortáveis para mim.

A verdade é que odeio ser um peso na vida social do casal, mas faz pouco tempo desde que comecei a sair e descobrir realmente o que é felicidade. Desde que meus primos foram transferidos para o último ano escolar, tenho passado cada vez mais tempo sozinha na escola. Não ligo para o que as pessoas pensam de mim lá, embora já tenha me magoado muito por conta de palavras rudes.

Eu só não quero machucar ninguém.

O lugar é bom, eu constato, embora esteja em uma localização perigosa. Papai costuma dizer que essa área sempre recebe muitas rondas policiais, o que me faz temer um pouco, mas Teddy, percebendo minha inquietação, passa seus longos braços por cima dos meus ombros e dos da namorada, gritando:

— SEX, DRUGS AND ROCK ‘N ROLL, QUERIDAS!

Eu reviro os olhos e rio, me sentindo estranha, mas tento aliviar a tensão assim que entro no grande celeiro, que está lotado e em cores fluorescentes, com uma batida que agita o meu estômago assim que tomo o primeiro gole de uísque.

Encontro Ravena Chang entre a multidão de pessoas que tenta pular o balcão do bar improvisado com alguns fenos e lascas de madeira. Sorrimos uma para a outra, e ela se aproxima:

— E aí, não vai cantar? — Ela pergunta, inclinando um pouco mais os cabelos para à esquerda quando um garoto passa. Eu costumava cantar em festas assim e uma vez até cheguei a ter uma banda, mas isso faz muito tempo. Tento não revirar os olhos, sorrindo brilhantemente e respondendo:

— Não, hoje não. Tô meio estranha e preciso beber algo para dançar.

— Ah, entendi. — Ela disse, embora não estivesse entendendo nada, presa como estava no olhar do rapazote. — Bem, Rose, eu vou ver o que Brian quer. Acredito que ele precise de ajuda com os botões da camisa... — Ravena completa, rindo bobamente enquanto sorri de forma sedutora para o garoto. Aceno, infeliz e sozinha novamente. Parece levar uma eternidade até que eu chegue à frente do menino de provavelmente 16 anos, pedindo uma vodca com gelo e nada mais.

Encosto-me à parede fria do lugar, sentindo meu corpo aquecer conforme bebo mais um pouco. Quando minha visão começa a ficar turva eu sorrio, procurando alguém conhecido por ali.

Acabo em um relacionamento sério com o meu dedo podre, percebo, enquanto observo tediosamente meu primeiro namoradinho aproximar-se infantilmente.

— E aí, Kurke? — Digo, antes que ele fale qualquer besteira e eu tenha que dar de novo um soco em sua cara, como aconteceu em nosso “rompimento” porque ele tinha me traído com uma garota um ano mais velha que eu, que não sabia usar maquiagem e achava que saltos altos combinavam muito com o seu cabelo loiro. Só pra constar: Não combinavam.

— Oi, Rose! — Ele respondeu, parecendo encantado por eu dirigir-lhe a palavra. Não nos falávamos muito. Quer dizer, eu não falava. — Você está linda!

— É o que me dizem. — Retruquei, sorvendo mais um gole da bebida. O mundo parecia mais colorido de repente.

Ele riu. Parecia bêbado também. Ou chapado.

— Faz tanto tempo que não nos vemos... — Ele disse, colando seu corpo ao meu, que já estava bastante prensado nas tábuas de madeira do grande galpão.

Eu ri dessa vez; estava mesmo doidona.

Serpeentei meus braços ao redor do seu pescoço, achando graça de toda a ironia da situação e pensando que, talvez, beijá-lo não fosse uma ideia tão ruim as...

Mal pude completar a frase em pensamento, mas meus olhos se arregalaram imediatamente ao som das sirenes. Meu corpo agia muito mais rápido do que minha mente, que ainda não conseguia acreditar que a polícia estava mesmo no lugar.

Por sorte ou não, depende do ponto de vista, eu estou perto da porta, portanto sou a primeira a escapar.

E ser pega pela polícia.

— Mãos ao alto! — Um dos policiais diz, e eu demoro alguns segundos para compreender. Fecho os olhos, mas mesmo assim consigo ver as luzes azul e vermelha varrendo todo o local. Pelo barulho que ouço, provavelmente algumas pessoas tiveram a mesma ideia que eu, em vez de correr pelos fundos.

Suspiro.

Eu estou completamente perdida.


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Notas finais do capítulo

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