De Repente Pobre escrita por Tay Pereira


Capítulo 9
Capítulo 09 - Almoço na Igreja




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Sinto o sol invadir meu quarto, impedindo-me de dormir mais.

– Sabia que se não viesse até aqui, você não acordaria! – exclamou Lily.

– Sua avó podia fazer isso – falei.

– Ela bem que tentou, mas você dormia como uma pedra.

– Estava cansada – justifiquei.

– Mas hoje tem compromisso. Trate de levantar!

Obediente, levantei da cama e analiso Lily da cabeça aos pés. Ela estava diferente: os cabelos ruivos-quase-laranjados estavam presos em um coque alto. E ela vestia uma saia preta, com uma camisa branca com mangas até os cotovelos e nos pés, calçava uma sapatilha.

– Você está bem diferente de como estou acostumada – falei.

– Hoje é dia de deixar a calça jeans de lado – diz, sorrindo.

– Vou tomar um banho, okay?

Sai do quarto e tomei um banho rapidamente. Quando voltei para o meu aposento, Lily já não estava mais ali. Então, decidi escolher a roupa que irei usar para ir à igreja depois de tantos anos sem ir em uma.

Fiz a maior bagunça no guarda- roupa para encontrar a roupa que eu tanto queria: um vestido florido e uma jaqueta jeans. E nos pés, assim como Lily; calcei uma sapatilha.

– Você está linda! – exclamou ela, entrando no quarto.

– Ficarei melhor quando colocar um pouco de maquiagem e arrumar o cabelo.

– Deixa ele solto – pediu ela. – Seu cabelo fica lindo solto.

Sorri e fiz o que Lily pediu. Coloquei uma pequena bolsa com o meu celular e sai de casa acompanhada por Lily.

– Amália já foi?

– Sim, ela precisa chegar mais cedo.

– Vamos a pé mesmo? – questiono.

– Sim, não é longe.

– E os seus pais já estão lá também?

– Devem estar chegando agora. Eu saí antes para vir com você.

– Obrigada.

Não demorou muito para Lily e eu chegarmos a igreja. O prédio é grande, mas não estava cheio nessa manhã.

– Você veio – fala Gabriel, se aproximando de nós.

– Ainda duvidava?

– Nunca duvidei – respondeu. – E como foi com a louça?

– Nada quebrado.

– Do que estão falando? – Lily quis saber.

– Nada de importante – falou Gabriel.

Gabriel se distancia de nós, estou distraída analisando o lugar quando alguém aparece para falar com Lily.

– Olá, Lily! – exclamou o cara.

– Thomas! – disse ela, sorrindo. – Quero que conheça Yohannah.

Sorri para ele, que me estendeu a mão e o cumprimentei com um aperto de mãos.

– Prazer em conhecê-la – diz, sorrindo.

– Digo o mesmo.

Thomas se distancia de nós e pergunto para Lily:

– Quem é ele?

– Sobrinho do Pastor Paulo.

Não disse mais nada, apenas observei as pessoas entrarem. Não demorou muito para quê um homem com alguns fios de cabelos brancos na cabeça, vestido com camisa social, começasse a reunião.

Estava sentada ao lado de Lily e ao lado dela estava seus pais, Gabriel ficou num lugar de destaque – o mesmo que o homem, que descobrira ser o Pastor -, tocando um violão.

Depois de cantar duas canções desconhecidas para mim, o Pastor começou a falar sobre um assunto que estava em uma revista que Lily dividira comigo. Estava me sentindo em uma escola, com direito a chamada e tudo, mas eu fui uma visitante.

Quando a tal Escola Bíblica – como disse o Pastor – terminou, várias pessoas vieram me cumprimentar dizendo para voltar sempre e que Deus me abençoasse, apenas sorria como resposta.

– Vem! Você tem que conhecer o Pastor Paulo! – Lily me puxou para ir ao encontro dele. – Pastor, essa é a Yohannah. Minha amiga que está morando com minha avó agora.

– Estou contente por conhecê-la, Yohannah. Amália sempre me falava de você!

Sorri para ele.

– E falava bem? – pergunto.

– Claro que sim! Seja bem vinda sempre. Ficará para o almoço?

– Que almoço? – olhei pra Lily.

– Todo mês tem um almoço para as pessoas quem vem na Escola Bíblica. Vovó é uma das cozinheiras, duvido que você queira voltar pra casa.

– Se você ficar, eu fico.

– Ótimo – ela bate palmas. – Vem! Vou te apresentar para os outros.

Lily me puxa como se fosse uma criança sendo puxada pela mãe. Olhei para trás e vi o pastor sorrir e fiz o mesmo.

Chegamos ao pátio da igreja, onde estava cheio de pessoas conversando uma com as outras. Lily me leva até um grupo onde estava Gabriel e Thomas.

– Oi pessoal! – exclamou Lily.

– Cansada de correr com a Lily? – perguntou Gabriel.

– Não estávamos correndo – protesta a mais nova.

– Mas garanto que vai fazer Hannah conhecer todo o mundo daqui.

– Você é um chato exagerado! – reclamou ela.

– Hannah, essas são Brenda e Monique – Gabriel apresenta as garotas que estavam ali. – O Thomas você já conhece.

Sorri para as garotas.

– Prazer – falei.

– Irá congregar aqui? – a morena, Brenda perguntou.

Olhei para Gabriel, visivelmente confusa com o que ela quis dizer com aquilo.

– Ela está começando agora – responde ele, e olha para mim. – Mas garanto que ficará aqui, pelo menos enquanto mora no mesmo teto que a dona Amália.

– Já estão entrando na fila – diz Monique, observando os outros. – Vou lá também, vamos Brenda? – convidou a outra.

– Quer ir junto, Yohannah? – perguntou Brenda.

– Não, obrigada.

– Eu vou – disse Lily. – Estou morrendo de fome.

Então, ficou apenas Thomas, Gabriel e eu.

– O que achou daqui? – Thomas pergunta para mim.

– Legal.

– Acho que deveria ir pra fila – afirmou Thomas. – Ela está aumentando e, aliás, o cheiro está ótimo.

Sorri para ele. Não sabia bem como dizer que odeio que me pressionem.

– Por que não vai guardar nosso lugar? – tento não ser grosseira, mas não acho que fui bem sucedida.

– Pretende roubar a fila? – perguntou ele, rindo.

Dei de ombro.

– A vida é dos espertos.

O moreno sai em direção a fila, me deixando a sós com o loiro.

– Confesso que não entendi o motivo desse almoço – comecei a falar.

– É mais para unir as pessoas, entende?

– Acho que sim – olhei em direção a fila enquanto Gabriel tomava um refrigerante. – E quem vai dar banho nas louças depois?

Gabriel riu engasgando com a bebida que tomava. Dei uns tapas nas costas dele e ele parou de rir já com o rosto vermelho.

– Nunca mais fale isso enquanto alguém bebe refrigerante.

– Bom saber, vou até anotar isso – falei, segurando o riso.

– Ah e obrigada pelos tapinhas. Quase levou meus pulmões junto.

– Por nada. Sempre que precisar – dou um tapinha no ombro dele.

– Não vai ir almoçar? Desse jeito, Thomas ficará decepcionado.

– O que quer dizer com isso?

– Não reparou o jeito que ele te olhava?

Dei de ombros. Onde Gabriel queria chegar com aquela conversa?

– Ele gostou de você.

– Também gostei dele.

– Não do jeito que você está pensando – ele me encara. – O conheço e sei quando ele se encanta com uma garota.

– Se encanta? Ele mal me conhece. Não viaja, Gabriel.

– Ah! Está duvidando de mim? – questionou.

Desviei o olhar de Gabriel para olhar para Thomas. Ele estava distraído conversando com as pessoas que estavam em sua volta, mas logo nossos olhares se encontraram e ele sorriu para mim.


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