De Repente Pobre escrita por Tay Pereira


Capítulo 5
Capítulo 05 - Noite do Pijama


Notas iniciais do capítulo

Oi tudo bem?
Muito obrigada pelos comentários, amo lê-los.
Boa leitura pra vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616351/chapter/5

Lily andava de um lado para o outro e eu a acompanhava – mais perdida do que cego em tiroteio.

– O que vai fazer? – pergunto, ao vê-la pegar um colchão do quarto de hospedes.

– Me ajude a levar o colchão pra sala?

– Pra quê?

– Nós vamos dormir lá.

– Uma noite de pijama é no quarto.

– Os quartos são pequenos. A sala é maior e ainda têm a TV lá.

– Tudo bem – concordei.

Depois de muito esforço, conseguimos colocar o colchão no chão da sala.

– O que estão fazendo, meninas? – Amália pergunta.

– Vamos dormir aqui, vovó. Assim podemos conversar e assistir um filme.

– Vão trocar de roupa, então – disse Amália. – Eu arrumo aqui.

– Mas vovó...

– Aproveitem que estou com bom humor pra ajudar. Vão trocar de roupa e colocar a pipoca pra estourar.

Lily corre abraçar Amália.

– Já falei que a senhora é a melhor avó do mundo?

Sorri ao ver a cena e fui em direção ao meu quarto. Depois de procurar um pijama de ursinhos que eu não usava fazia algum tempo, troquei de roupa e soltei meu cabelo. Peguei meu celular e um travesseiro, e voltei para a sala.

– Hum cheiro de pipoca! – exclamei.

– Minha especialidade – disse Lily.

– Garotas, vou dormir – anuncia Amália. – Não façam muito barulho, por favor.

– Pode deixar, vovó – fala Lily, trazendo dois potes cheios com pipoca.

Fui em direção a Amália e a abracei fortemente.

– Obrigada por tudo mesmo.

– O que é isso, menina? Você está em casa. Mudará algumas coisas, mas você irá sobreviver.

– Assim espero – murmurei.

– Boa noite!

– Boa noite, vovó. Durma bem! – disse Lily, a abraçando.

Em seguida, Lily apaga a luz da sala e deita ao meu lado no colchão.

– Quer assistir algum filme ou conversar? – pergunta ela.

Conversar. O que eu gostaria mesmo é desabafar com alguém. Será que esse alguém é Lily? Se não for ela, tenho Amália. Mas duvido que seja a mesma coisa. Pode ser cinco anos de diferença, mas Lily é a única que tenho nesse momento. E se eu não falar com ela, não suportaria guardar tudo para mim.

– Vamos conversar – respondi. – Que tal nos conhecermos melhor?

Lily bate palmas, animada.

– Você se importa se me contar como era sua vida antes de... Ficar pobre?

Abaixei a cabeça e respirei fundo.

– Que idiota da minha parte. Não deve ser fácil pra você. Desculpa!

– Como falei antes, meus pais morreram quando tinha a sua idade. No testamento, me deixaram com praticamente tudo o que tinham. Como era menor de idade, o braço direito de meu pai ficou responsável pelas as empresas. Nunca me importei com isso, afinal era rica, tinha muito dinheiro e jamais pensei que ele iria acabar – falei. – Conheci Isa antes de meus pais morrerem e continuei a amizade com ela, indo em festas todos os finais de semana. Um dia, ela me apresentou Sebastian que algum tempo depois virou meu namorado.

– Você tem namorado? Como ele é?

– Sebastian é moreno claro, alto com cabelos lisos e um corpo com um físico maravilhoso.

Lily suspirou como se imaginasse o quão lindo Sebastian é.

– Depois de tantas festas, sem se importar com nada. Recebo a notícia da total falência de tudo que meus pais lutaram pra construir – resmunguei. – Sem nenhum familiar, sem dinheiro, sem amigos e sem namorado.

– Como assim?

– Tentei ligar pra Isa ou pro Sebastian hoje. Acabei descobrindo que eles estão juntos – deixei as lágrimas caírem.

– Ai meu Deus! Que desgraçados. Por que fizeram isso?

– Não sei. Talvez seja porque nunca dei o que Sebastian tanto queria, ou porque agora não sou como eles. Eles continuam ricos e eu...

– Ser pobre não significa que você será infeliz.

– E quem disse que eu era feliz quando era rica? Pelo menos eu tinha um lar, meu próprio dinheiro...

– Amigos e namorados falsos que só se importavam com você quando você tinha algum status.

Abaixei o olhar. Ela estava certa. Sinto os braços de Lily me envolverem em um abraço.

– Minha avó te adora, por isso te trouxe pra cá. Esse é o seu novo lar. É aqui que você terá a chance de recomeçar.

– Recomeçar o que?

– Sua vida.

Depois de falarmos muito sobre mim, Lily e eu resolvemos assistir um filme.

– Você escolhe: A Culpa é das Estrelas, A Última Música, As Branquelas ou As Crônicas de Nárnia?

– Acho que preciso de um pouco de humor pra terminar o dia – respondi.

– Concordo plenamente – ela pega o filme de As Branquelas. – Prepare os travesseiros, se minha avó ouvir nossas risadas vamos levar bronca.

Assenti. Logo ela voltou para o colchão, para assistir o filme.

Os créditos já estavam subindo na tela. O filme tinha acabado. Já fazia um bom tempo que Lily tinha dormido enquanto a mim, parecia que o sono passou direto.

– Soninho apareça – murmurei. – Por favor!

Sinto uma vibração em baixo das cobertas. O celular de Lily recebeu uma nova mensagem.

– Garanto que a operadora – sussurrei e peguei o celular para ver a mensagem.

“Boa noite chatinha durma bem”

Era uma mensagem de Gabriel. Olhei a hora, já era meia noite. Resolvi responder:

“Boa noite”

“Não vai dizer pra eu dormir bem?”

Seguro o riso.

“Durma bem seu chato”

“Essa é a Lily que eu conheço rsrs”

Sorri ao ler a mensagem. Deixei o celular de lado e resolvi finalmente dormir.

Mas percebo o celular vibrar novamente. Peguei o celular de Lily, mas não era o dela. Deixei o dela de lado e vejo que a mensagem é no meu.

“Tenho certeza que quando você ler essa mensagem, vai apaga-la e fingir que nunca a leu. Mas imploro que não a ignore. Não lembro exatamente o que você ouviu mais cedo, eu estava fora de mim. Seja o que for que tenha falado, te peço uma segunda chance. Por favor, me deixe explicar o que aconteceu. Eu preciso de você, preciso te encontrar. Te espero no shopping do centro amanhã as 14 horas. Te amo, meu amor. Boa noite, Sebastian”

Ao terminar de ler a mensagem, deixei o celular cair de minhas mãos. Sinto algumas lágrimas caírem em meu rosto.

– Por que isso? Por que agora? – questionei.

Abracei o travesseiro e comecei a chorar em silêncio. Estava indo tão bem, por que ele tem que aparecer? Por que ao ver que a mensagem era dele meu coração acelerou? Não! Eu tenho que esquecê-lo e segui com a minha vida. Mas como?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Repente Pobre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.