De Repente Pobre escrita por Tay Pereira


Capítulo 13
Capítulo 13 - Festa da Camille


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem?



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Naquela noite só dormi depois de chorar muito. Se existe algo idiota nessa vida é se apaixonar por alguém. Não é legal você chorar por uma pessoa que só te vê como uma simples amiguinha, ou sentir ‘borboletas no estomago’ se a pessoa não sente nem um pouquinho disso. Adianta se apaixonar e não ser correspondida?

Não, não adianta. E se dependesse de mim, arrancava isso que estou sentindo e voltaria a ser a Yohannah que Gabriel conheceu naquele dia na casa de Amália: uma garota que acabou de descobrir que é totalmente pobre e que quase teve um treco ao saber que no banheiro não tinha banheira.

– Por que isso está acontecendo comigo, meu Deus? – questionei, depois de sentar em minha cama e encarar a janela.

Depois de pensar sobre a vida, resolvi tomar um banho. E quando estava no banheiro, encontrei uma lâmina e fiz algo que não fazia há muito tempo. Senti o sangue escorrer e um alivio me invadir, em seguida recebo uma mensagem.

“Oi Hannah, aqui é a Camille e hoje será minha festa de 21 anos se quiser ir ficarei feliz em revê-la. Será na balada de sempre ás 23:00 h”

Comecei a sentir a dor em meu pulso e começo a reler umas vinte mil vezes a mensagem.

– Realmente milagres acontecem – falei, sozinha.

Entrei no chuveiro e tomei meu banho, depois que me vesti fiquei encarando a mensagem de Camille que recebi mais cedo. Nós nunca fomos do tipo “melhores amigas”, mas sempre nos encontrávamos nas festas e ela sempre me acompanhava quando queria “botar pra quebrar”, ou seja, sensualizar para os caras e provocar Sebastian.

Sebastian. Com certeza ele estará nessa festa e se eu for terá grandes chances de eu o encontrar.

– Está na hora de dar a volta por cima disso tudo – falei. – Se tiver que encontra-lo, que seja. Mas essa festa é que não vou perder! – exclamei e abri uma das minhas malas.

...

Faltava meia hora para começar a festa e estou atrasada. Depois de encontrar um vestido branco que nunca usei, terminei a produção com um batom vermelho nos lábios, um salto nos pés e um cabelo enrolado.

– Vai aonde a essa hora, Hannah? – questiona Amália.

– Numa festa. Vou voltar tarde, beijos.

– Tome cuidado, menina. Não gosto que você vá a esses tipos de festas.

– Sei me cuidar, não se preocupe – e sai de casa.

O taxi demorou uma eternidade para chegar na festa e acabei chegando quase meia hora atrasada. O lugar estava lotado e a principio não consegui encontrar ninguém conhecido.

– Hannah! – uma voz conhecida, diz. – Você veio!

– Cami! Parabéns – a abracei.

– Obrigada. Você continua gata, hein.

Sorri para ela.

– Aceita um? – questionou, pegando duas taças de bebidas de um garçom que passava ali.

– Claro! – falei, depois de pensar em não pegar. Mas uma só não faz mal a ninguém, não é mesmo?

Como nos velhos tempos, Cami e eu começamos a dançar e a beber. Ainda estava sobrea, diferente de Camille, não abusei na bebida.

– Os caras estão babando pela gente – gritou, para que eu possa ouvi-la.

– Tudo que é bonito tem que ser admirado.

– Concordo plenamente – disse ela, se aproximando mais de mim até que me pega pela cintura. – Você está muito atraente, sabia?

Senti um frio na barriga. Não me agradava a ideia de ser xavecada por uma mulher. E graças a Deus – ou não -, alguém me puxa pelo braço e me livra das mãos de Camille.

– Ai! – falei e depois tomei um grande gole de champanhe.

– Você por aqui, boneca.

Só então percebo que é Sebastian, quem está na minha frente.

– Me deixa em paz.

– Que foi? Está com medo de mim?

– Só quero me divertir, será que posso?

– Com a Camille? Você não perde tempo mesmo.

Dei um tapa na cara dele.

– Você sabe muito bem que não sou dessas.

Ele sorriu.

– Sabia que me esqueci? Você poderia me provar.

– Nem morta.

– Por que não? Você já me beijou tantas vezes, esse só seria mais um beijo.

– Não quero me infectar com certos vírus – falei e sai dali.

Fui para o bar, pois já estava cansada de ficar de pé.

– Algo para beber? – perguntou o barmen.

– Vodka, por favor.

Sentada ali, comecei a relembrar da maneira que Gabriel e Kate se olhavam, a forma com que ele falava com ela.

– Problemas? – o homem pergunta.

– A vida é uma droga, sabia? – respondo e bebo o primeiro copo de vodka.

Não demorou muito para que eu ficasse mais alegre que o normal. Tentava acompanhar a música, mas estava mais interessada em ficar grudada em um cara que estava ali.

– Estava com saudades disso – disse ele.

– Sebastian... – murmurei. – Me tira daqui, por favor.

Vejo ele sorrir e saímos da balada. Sebastian me pega pela mão e me leva até o seu carro, quando chegamos lá ele me põe em cima do capô do carro e começa a cariciar meu rosto, depois desliza suas mãos em meu corpo fazendo-me fechar os olhos e arrepiar.

Estava sentindo falta disso.

– Sabia que eu te amo? – disse ele.

– Me diga algo que eu não sei? – questionei, gargalhando.

Em seguida, Sebastian termina com a distância que existia entre a gente com um selvagem beijo. Durante o beijo sinto ele acariciar meus seios e depois começar a erguer meu vestido.

– Para Sebastian! – exclamei, tentando me afastar.

– Prefere dentro do carro?

– Não.

– Eu te levo pra minha casa, Hannah – falou beijando meu pescoço.

– Eu não quero fazer nada com você!

Sebastian revirou os olhos.

– Está pensando o que? Que vai me provocar e depois eu fique na seca? – gritou. – Agora aguente as consequências, bonequinha.

Ele segura meus pulsos com forças e sobe em cima de mim.

– Sai daqui! – gritei. – Socorro! Alguém me tira daqui!

– Grita mais alto! Ninguém vai te ouvir mesmo.

Sinto as lágrimas caírem enquanto Sebastian beijava todo o meu corpo.

– Larga ela! – uma voz diz, tirando Sebastian de cima de mim e lhe dando um soco na cara.

Sai de onde estava e vejo Sebastian no chão, todo ensanguentado. E do outro lado, Gabriel me olhava de um jeito que nunca tinha visto antes, o que me deixou com medo.

...

– Que horas são? – perguntei, depois de algum tempo dentro do carro de Gabriel.

– Quase 2 horas da manhã.

– E você está acordado há essa hora?

– Queria o que? Que eu viesse te buscar dormindo?

– Estúpido! O que foi que te fiz pra me tratar assim?

– O fato de eu te encontrar nesse estado explica alguma coisa?

– Veio porque quis.

– Ah então você preferiria que eu te deixasse lá com aquele cara? – dessa vez, ele gritou.

– Não, mas...

– É melhor você ficar quieta.

O olhei de canto do olho e sinto algo embrulhar meu estomago, não demorou muito para eu vomitar tudo que bebi.

– Não acredito que você fez isso no meu carro, Yohannah.

– Desculpa, eu não queria...

– Cala a boca, Yohannah!


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Notas finais do capítulo

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