100 coisas para fazer quando se é uma bruxa escrita por mity


Capítulo 4
Você vai se arrepender, queridinho




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Bruxa. Essa palavra se repetiu várias vezes no meu sonho. Bruxa, você é uma bruxa! Aquela voz... Eu conhecia ela. Era... Do Castiel? Sim, era uma voz masculina, aveludada e doce, não era grave nem fina. Uma voz que se te ninasse, você adormeceria e cairia no mais profundo dos sonos. Uma voz calma e tênue que se tornou alta e com notas de arrogância ao tempo que as letras foram se tornando palavras, e as palavras se tornando uma frase.

Outrora aquela voz teria me assustado, agora só fazia crescer ainda mais meu rancor. Por que Castiel tinha de ser assim tão canalha? Ele não conseguiria me seduzir de novo, eu juro!

Levantei e tomei um banho morno pra espantar aquele voz da cabeça, para que não me atormentasse o dia todo.

Vesti uma calça skinny escura e uma jaqueta jeans fina, com uma alpargata florida. Prendi o cabelo num rabo de cavalo alto e assim fui pra escola, para disfarçar um pouco o azul.

Não, minha vó não notou de novo - aquela carinha.

– Você fica ainda mais sexy de cabelo preso, sabia? – comentou Castiel, analisando meu cabelo. – Espera. Está azul! Pintou o cabelo?

– Urgh. É, pintei. E daí? Não te diz respeito. – Tentei sair, mas ele segurou meu braço, delicadamente, desta vez.

– Como posso me desculpar?

– Simples: não se desculpe. Não quero suas desculpas, não valem nada pra mim. Não mais. – Me soltei dos braços dele.

– Eu ainda vou provar que te mereço, Rebecca.

Você não perde por esperar, Castiel, pensei, ao sair de perto dele.

– Ei, Rebecca! – Paul, um veterano que jogava no time da escola, veio correndo em minha direção. – Tá afim de ir a uma festa hoje?

Pensei um pouco antes de responder. Pelos meus cálculos, nada me impedia.

– É, eu quero. – Sorri.

– Ótimo. Te falo por facebook hoje a tarde o endereço e tudo o mais. Te espero lá. – Ele saiu correndo de costas, rindo para mim.

Imbecis. Se achavam que tava caindo na deles e virando uma idiota feito tal, estavam muito enganados.

Quando cheguei em casa, Paul já havia me mandado o que disse que mandaria.

Bati na porta do quarto da minha vó e entrei.

– Vó, posso ir a uma festa? – pedi.

– Pode. Só não volte muito tarde. Espere um minuto. O que aconteceu com seu cabelo, filha?

– Ah, eu pintei. Espero que não se importe.

– Não é muito comum, mas ficou legal.

– Sério? – Ataque de histeria. Abracei-a. – Obrigada! – Dei um beijo e saí.

– Juízo, Rebecca! – gritou fraco, por conta da idade... Mas consegui ouvir.

Voltei ao meu quarto para me arrumar e liguei pra Daisy para ver se ela gostaria de ir comigo, mas ela respondeu que não poderia ir.

Coloquei um vestido preto sem decote com cintura justa e saia rodada e um salto não muito alto preto fechado e com cadarço. Fiz babyliss nos cabelos e deixei-os bem despojados. Me maquiei, peguei minha bolsa com celular e dinheiro e parti pra casa do Paul.

A rua onde ele morava tinha uma arquitetura como quase todas os lugares os bairros afastados de Nashville, Tennessee: casas feitas de um tijolo rosa-claro, portas de madeira pintadas com verniz, algumas não. Havia poucos prédios, e a maioria das casas era de dois andares, cercadas com madeira branca. Reconheci o local da festa mesmo antes de chegar na frente. Tinha vários carros estacionados e música alta, podendo ser ouvida a vários quilômetros.

Era a primeira vez que me convidavam para uma festa. O motivo de convidarem era óbvio.

– Rebecca, você veio – disse Paul, quando cheguei à casa.

– É, eu vim. – Dei uma olhada em volta. Pessoas dançando, bebendo, se beijando... – Bela festa.

– Obrigado. Divirta-se! – Ele foi falar com seus amigos.

Droga. Castiel estava lá, me observando, enquanto bebia cerveja. Vindo até mim... Mais próximo agora... Não consigo me mover... A magia pulsando dentro de mim...

– Olha quem apareceu. Está gostando da festa, meu bem? – O sorriso de sempre brilhava em seus lábios.

– Estava, até você aparecer. E à propósito, não me chame de meu bem, obrigada.

Saí de sua frente, mas ele deu um passo pro lado e voltou a ficar de diante de mim.

Sua mão tocou meu queixo, de forma carinhosa, obrigando-me a olhá-lo nos olhos.

Fitei sua mão em minha face, e sussurrei um sai para ela. Nada. Ande, saia. A mão macia de Castiel parou de tocar meu rosto.

– Minha mão... Você... Como...

Sorri pra ele e acenei, indo em direção à escada. Procurei por um banheiro. Uma porta... Trancada... Outra porta... Gente se beijando.

– Desculpe – pedi.

Mais uma porta... Banheiro. Ufa! Lavei minhas mãos – isso me acalmava. Sequei. Me olhei no espelho, ainda com o coração palpitando pelo acontecimento de dois minutos atrás.

Depois de me acalmar, saí de lá, e uma garota logo entrou no mesmo.

Retornei ao saguão, o centro da festa, e o cheiro de cigarro e bebida alcoólica estava afetando meu cérebro.

– Me deixe falar com você – implorou Castiel.

– Não é de bom grado pra você ter me deixado esperando por uma hora, tem que me incomodar aqui também? – Fiz cara de tédio.

– Nós dois sabemos que eu não te incomodo nem um pouco. Você está linda hoje. – Ele passou uma mecha de meus azulados cabelos por trás da orelha. Mantive expressão séria e os braços cruzados.

– Por favor, Castiel. Para com essa cena ridícula.

– Nós dois sabemos que eu não sou nada ridículo para você. – Ele se aproximou. Tentei ir para trás, mas ele me impediu, puxando-me para si. – Por que não cede logo? – Concentre-se. – Não se torture... – Ninguém está sendo torturado aqui além de você. – Se deixe levar... – Pare de tentar me seduzir, imbecil!

E...


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Notas finais do capítulo

O final da festa deixarei como surpresa para o próximo capítulo. E aí? Vocês acham que Rebecca vai se deixar ser beijada por Castiel? Deixem nos comentários!
E, ah, vejam o trailer da fanfict. Link nas notas da história.
XD