Meu trabalho é um parto! escrita por Pixie Hale
Notas iniciais do capítulo
Eu amo leitores, e amo ainda mais leitores que comentam ♥
“Ótimo!” Pensou Lily, assim que percebeu que tinha esquecido a chave de casa no escritório.
- Petúnia! Abre essa porta! – Ela gritou batendo freneticamente na mesma.
- Só quando o Valty sair aberração! Não vou obrigá-lo a ver sua cara feia, se não ele vai acabar terminando comigo! – Lily conseguiu ouvir do outro lado da porta.
- Se ele consegue se olhar no espelho todo dia, olhar para mim vai ser fácil, Petúnia. ABRE ESSA PORTA! – Depois que gritou isso, Lily pode escutar um barulho de descarga, o que deveria significar que o namorado nojento de sua irmã caçula estava saindo do banheiro. Depois disso só silêncio.
Percebendo que não iria conseguir nada ali, ela subiu mais um lance de escadas e foi tocar em outra campainha.
- Já vou, já vou! - Ela ouviu a voz de Marlene do outro lado da porta. – Ah Lily, é você – Disse sua amiga, que segurava uma lixa de unha, assim que abriu a porta. – Esqueceu a chave de novo?
- Pois é. Aquele emprego está danificando minha memória. – Falou Lily enquanto jogava sua bolsa no sofá da amiga.
- Ainda bem que você chegou. – Marlene disse enquanto encaminhava Lily para a cozinha. – Desastre culinário.
O que Lily viu foi mais que um desastre culinário. A cozinha estava um verdadeiro caos. Tinham cacos de vidro e pipoca no chão, e na pia se encontrava resquícios de alguma coisa queimada, enquanto se viam pedaços de batata entre as bocas do fogão.
- O que foi isso? – Ela perguntou enquanto se aproximava cautelosamente da pia. – Quer dizer, é por isso que você nunca cozinha.
- Eu fui tentar fazer frango grelhado com purê de batatas. Deixei o frango no forno e as batatas cozinhando e fui atender meu celular. Por acaso, você sabia que a Mia vai ser transferida? - Marlene perguntou numa tentativa de mudar de assunto.
- Lene, a Mia trabalha no 3º andar. Eu nem sabia quem ela era até ontem, pode continuar se explicando.
- Ah, pois é. Então, eu fiquei conversando com a Dorcas e acabei esquecendo a comida no fogo. Quando senti o cheiro de queimado e fui ver, o frango já estava torrado, e as batatas se misturando com a água. Peguei minha luva de cozinha e fui tirar o frango tostado do fogo. Eu preciso continuar? - Ela perguntou com um olhar envergonhado.
- Não. Já sei onde isso vai dar. – Disse Lily olhando ao redor. – Afinal de contas, porque você decidiu cozinhar hoje?
- Eu prometi a mim mesma que não iria contar antes do jantar, eu prometi. – A morena falou com uma careta tentando se conter.
- Não teremos nenhum jantar mesmo. Isso quer dizer que você já estava me esperando? – Perguntou a outra ficando curiosa.
- Claro que iremos jantar, eu já pedi uma pizza! – Disse Lene com cara de indignação. – Você acha que eu ficaria aqui morrendo de fome? E mesmo se você não viesse, eu lhe chamaria. E a Dorcas já deve tá chegando. E eu não vou te contar agora. Eu não vou. – Ela falou decidida.
Ding-dong. A campainha tocou. Marlene foi correndo atender a porta enquanto a ruiva se jogava no sofá.
- Dorquinhas sua linda, ainda bem que você chegou. – Disse a morena tirando o casaco da amiga e pendurando-o.
- Você sabe que ela tem uma novidade que não quer nos contar né? – Perguntou Lily a Dorcas, enquanto ligava a TV.
- Ah, mas ela vai contar sim. – Falou a loira enquanto pegava uma almofada do sofá, como quem não quer nada. – Você sabe por que Lily? – Continuou, dando a amiga o recado, que também pegava uma almofada.
- GUERRA DE ALMOFADAS! – Gritaram as duas ao mesmo tempo, enquanto atacavam Marlene.
Depois de algum tempo, risadas e cosquinhas, as duas já estavam quase conseguindo o que queriam. Elas encaravam uma Lene descabelada que ainda ria.
- Tá! Certo, eu falo! Mas saibam que vocês não parecem nada com mulheres civilizadas de quase vinte e cinco anos desse jeito. – Disse a morena, indo até o espelho e arrumando o seu cabelo. – Preparadas?
Ding-dong. A campainha tocou de novo.
- Só um momento. – Marlene pediu enquanto colocava o dinheiro da pizza no decote.
Ela foi abrir a porta, e todas puderam ver um entregador de pizza, que aparentava ter uns dezenove anos.
- Muito obrigada. – Falou Lene fazendo uma voz sensual enquanto tirava o dinheiro do decote. Ela se abaixou um pouco para pegar a pizza, já que era bem alta, deixando quase tudo aparecendo. – Me liga – Sussurrou ela no ouvido do entregador, apesar de não ter dado nenhum número para ele.
Depois disso ela fechou a porta deixando o cara com cara de bocó do outro lado.
- Adoro esses pirralhos. – Falou Lene – São tão inocentes...
E todas nós começamos a rir, enquanto pegávamos uma fatia de pizza.
- Eu não aguento mais aquele Nicholas enchendo meu saco. Ele jura que só porque está substituindo o Sr. Potter é o editor-chefe. Ainda bem que ele vai sair semana que vem. – Lily disse entre mordidas.
- Tem uma vaga para analista em aberto não é? – Perguntou Dorcas, também entre mordidas. – Porque se tem alguém que merece essa vaga, é você Lily. Você se mata naquela editora.
Lily trabalhava em uma editora. Sabe, editora de livros. Ela era a assistente do Sr. Potter, o dono da empresa. No momento tinha uma vaga em aberto para analista, que tinha basicamente que ler todos os projetos mandados pelos escritores, e ver qual desses poderiam ter futuro se publicados.
Não entrou nem em seus sonhos mais doidos a ideia de conseguir a vaga. Contanto que ela continuasse no emprego, ela não teria do que reclamar, pois aquele salário a sustentava e a irmã, que ainda estava no ensino médio.
Dorcas era âncora do Morning Daily, um jornal matinal. Graças a ela a audiência tinha crescido imensamente, todos gostavam de ver sua espontaneidade e o domínio que ela exercia no público. Ela estava muito bem no seu emprego.
Marlene no momento trabalhava meio turno como secretária junto com Lily e como modelo de provas da VS. Apesar de tentar a carreira de modelo oficial, ainda não tinha tido sucesso.
- E aí Lene? Qual é a novidade? – Lily perguntou enquanto ia lavar suas mãos.
- Vocês estão encarando a mais nova modelo da Victoria’s Secret.
- AAAAAAAAAAAAAAH! – As mulheres gritaram enquanto se abraçavam. Dorcas e Lily sabiam que isso era chance que a Lene tanto merecia, e o quanto ela tinha se esforçado para aquilo.
Elas passaram um tempo conversando, até que a ruiva lembrou de que teria que trabalhar e acordar cedo no outro dia. E com uma dúzia de ameaças, conseguiu entrar em casa e dormir na sua tão preciosa cama.
James acordou com o barulho do seu celular tocando. Desde que resolveu se aposentar, seu pai não o deixava mais em paz.
- Alô. – Ele disse com a voz ainda sonolenta.
- James, cadê você? Já era para estar aqui há dez minutos! – O pai dele falou meio irritado.
- Droga. – James disse enquanto desligava o celular e se levantava correndo.
Em quinze minutos ele já estava pegando o elevador. Dirigiu como um doido até estacionar na galeria próxima à editora, mesmo sabendo que era proibido.
- Cheguei, cheguei. – Ele disse quando viu seu pai vindo em sua direção.
- Que parte das 8 horas você não entendeu? – Seu pai perguntou enquanto o encaminhava ao escritório.
James sabia que tinha passado da hora na noite passada. Também sabia que agora que o pai queria que ele assumisse seu papel na editora, e que precisava ser mais responsável, mas esse não era James Potter.
Quando entrou na sala que era do seu pai, viu um homem carrancudo sentado, e uma ruiva muito, muito gata de pé ao seu lado.
- James, esse é o senhor Nicholas Perkins, que continuará me substituindo durante essa semana, em que você ficará aprendendo a lidar com tudo aqui. – Ele pôde reparar o pai apontando para o senhor carrancudo de meia idade. - E essa aqui é a senhorita Lílian Evans, - Ele disse apontando para a ruiva – minha secretária, e companheira mais fiel. Qualquer coisa é só falar com ela, que agora lhe levará para sua nova sala.
Quando seu pai terminou de dizer isso, James foi seguindo a ruiva, que saia da sala.
- Então senhorita Lílian Evans, qual é a daquele cara? – Ele perguntou enquanto passava a mão pelo cabelo.
- Ele me odeia. Só uma dica: não siga nenhum conselho dele. Ele não tem muito bom senso. – Ela disse fazendo uma careta enquanto entrava em uma sala. – Sr. Potter, essa é sua nova sala.
James pensou no que teria que fazer para tornar aquele lugar agradável. Tinha realmente a cara do seu pai. Uma estante que parecia conter pelo menos metade de todos os livros que a editora já havia publicado, ao lado de um frigobar. Sem falar na cadeira de couro.
Lily estava no banheiro feminino, encerando os sapatos do seu maravilhoso chefe substituto e sonhando com o final desse pesadelo de uma semana.
- Além de faxineira virou engraxate também, foi? – Disse Marlene aos risos enquanto adentrava o local.
- É muito engraçado né? – A ruiva falou parando e olhando para a sua amiga. – Tudo é muito engraçado aqui, quando é a sua última semana de trabalho.
- Lils, calma. Aquele velho está realmente fazendo seu espírito ruivo aflorar. – Ela disse enquanto sentava ao lado da amiga.
- Ele fuma, é nojento, tem uma cadela nojenta, sapatos nojentos e é um idiota. Além de quase me escravizar, mesmo eu sendo uma humilde secretária. – Lily disse em um suspiro. – Se aquele moleque do filho do Sr. Potter não conseguir assumir a editora eu vou me demitir. Não aguento mais de uma semana com aquele diabo velho.
Foi aí que as duas escutaram a porta se abrir em um estrondo e um Nicholas Perkins entrando com uma cara não muito feliz no recinto.
- Srta. Evans, na minha sala. AGORA.
Depois de uma caminhada que parecia infinita, eles chegaram à sala. O Sr. Perkins sentou na cadeira antes pertencente a Charles Potter e começou a falar:
- Srta. Evans, a senhorita deve saber muitos infortúnios ocorridos com a minha pessoa desde que entrei nessa empresa. – Ele disse enquanto a encarava.
- Sim, senhor.
- E por isso você sabe que não posso manter você como minha secretária sabendo a sua horrível opinião sobre mim. – Ele continuou devagar ao ver a confiança de sua secretária se esvair.
- Mas senhor, o senhor Potter nunca aprovaria minha demissão! – Ela falou citando o único argumento válido que pôde pensar no momento.
- O problema Srta., é que agora quem é o chefe aqui, sou eu.
- Mas o senhor não pode me demitir! – Ela falou quase desesperada.
- Posso saber o motivo de eu não poder demitir uma das minhas funcionárias?
Foi aí que Lily observou melhor a sala do chefe. Ele tinha mudado a decoração de sua mesa, e uma coisa chamou sua atenção. Do lado de um porta retrato, tinham três figuras entalhadas de madeira de três mulheres grávidas. Então, como um apelo final, ela disse:
- Porque eu estou grávida!
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Se continuo ou não, é por conta de vocês. Comentem, opinem e me transformem em uma autora melhor!