Herdeiros - Destinos cruzados escrita por CAIA


Capítulo 14
Cap.14


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez peço mil perdões meus amores, sei que levei muito tempo pra postar e quero que saibam que em nenhum momento eu pensei em desistir da fic, ok?! Eu recebi algumas mensagens de leitores pedindo que eu desistisse, muito obrigado pelo incentivo a vocês que mandaram.



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Pov.Victor

A semana tem sido corrida e... Estranha em muitos aspectos, o clima, por exemplo, é difícil explicar, estava tudo ensolarado e morno alguns dias atrás e agora tudo é tão cinza e frio. Ah!E agora eu sou o confidente de Clair Herondale, fico feliz em poder ajuda-la, principalmente depois que se distanciou dos outros, Sophie está louca com isso, mas nada que o tempo não resolva. E eu vou ao baile com Helena,não sei bem como isso aconteceu quando me dei conta ela estava aceitando e seguindo para a biblioteca enquanto eu fiquei plantado no chão com um sorriso idiota,tenho que me lembrar de que isso provavelmente é novo para ela e que também é uma garota muito tímida.

Falando nisso, é exatamente ela quem esta ao meu lado agora, me olhando com seus olhos verdes profundos que me fitavam curiosamente enquanto seus lábios se moviam como se estivesse dizendo algo e... Ela estava dizendo algo eu é que não estou ouvindo!

–Perdão!Eu não estava ouvindo é que... – eu não posso dizer que estava devaneando sobre ela.

–Tudo bem. Eu perguntei se você estava se sentindo bem porque já faz uns quinze minutos que você ta me olhando desse jeito.

–Ah, sim esta tudo bem, é que eu tava pensando.

–Pensando em quê?

–Ah... no trabalho?! – digo quase sugestivamente.

–Certo, e no que você pensou? – disse erguendo as sobrancelhas.

–Que... Que eu deveria começar os slides e estudar um pouco mais porque eu nem sei o nosso assunto – indago e ela solta uma risada fofa.

–Também acho, falando nisso tenho que ir. Prometi que ajudaria Julie e Valery com o trabalho delas – ela informa se levantando e pegando a bolsa de cima da mesa.

–Tudo bem. Ah,eu já ia esquecendo...O que eu tenho que usar para ir ao baile?

–Um smoking.

–Tá!...E onde eu acho um?

–Na loja do shopping ou no armário Ethan, tenho quase certeza de que vocês tem quase o mesmo tamanho – ela se vira para ir em borá e eu lembro de uma ultima pergunta.

–Espera! – grito de onde estava e ela se vira ainda andando - De que cor?

–Azul! – ela grita de volta.

Pensando bem agora acho que não seria muito legal leva-la ao baile sem dar nenhum presente em troca e... Helena parece gostar de azul, mas antes, preciso achar um smoking azul!

Pov.Ethan

O sonho se repetia todas as vezes que eu dormia,assim como agora,nada de diferente, tudo exatamente igual até mesmo à sensação de frio continua quando acordo com batidas na porta, ainda me acostumando com a luz que invade o quarto levanto-me para ver quem é e encontro Dylan.

–Você, por acaso, não teria um smoking azul, teria?

–Na verdade sim, eu tenho. Mas para quê?

–Para o baile.

–Ah, sim, você vai com a Helena!Entra aí, vou ver se acho o smoking.

–Valeu – ele diz fechando a porta – E ai? Já decidiu quem vai levar?

–Já!

–Quem é? – pergunta enquanto reviro o closet.

–Ninguém!

–Como assim?

–Se não for ao baile não tenho como levar alguém – ouço-o soltar um suspiro e sentar em uma das acamas.

–Ethan você não pode ficar nessa de “se eu não fizer não terei que escolher”, mais cedo ou mais tarde isso vai ser inevitável.

–Então prefiro que seja mais tarde – digo vendo a peça que procurava – assim ninguém se machuca.

–Se machucar é inevitável, acontecerá de uma maneira ou de outra. Sofrer não é uma escolha,mas é você quem decide superar ou não.

–Por favor, sem lições de moral agora – imploro e jogo o smoking em cima dele – apenas me deixe tentar dormir e caía fora.

–Te vejo depois – ele para abruptamente em frente à porta e se vira - Se você tivesse um tipo de garota qual seria?

–Eu não sei... porque a pergunta?

–É apenas uma pergunta.

–Talvez uma que... – faço uma pausa para pensar - Eu não sei, acho que não tenho um tipo.

–Todo mundo tem um tipo e, por alguma razão totalmente incompreendida pela ciência, você é o tipo de alguém – solto um riso abafado com sua analogia.

–Eu não sou tão ruim assim!

–Claro que não, tem alguma louca por ai que é afim de você.

–Falando em louca... O quê houve com a Clair? Ela meio que desapareceu. Ontem o Ictor comentou que Max e Soph estão loucos atrás dela assim como Victoria.

–É, mas eu já disse a eles que logo ela ira aparecer, é só as coisas se acalmarem e quando menos esperarmos ela estará lá sorrindo e discutindo com o irmão.

–É... – digo sorrindo de lado – Como você pode ter certeza disso?

–Tenho falado com ela – ele da de ombros.

–E os outros sabem disso?

–Não todos, mas é melhor assim, não quero que Helena fique com ciúmes.

–E como pode ter certeza de que ela ficaria com ciúmes? – pergunto e o vejo esrusbecer.

–Tendo, tenho que ir. Te vejo depois! – ele se apressa em fechar a porta me deixando só com meus pensamentos.

“Porque escolher afinal. Não tem o que escolher. Tem? E se eu tentasse... mas eu teria que escolher, e depois não vou poder voltar atrás e... é melhor voltar dormir, pensar não faz bem a todas as pessoas”. “Sofrer não é uma escolha, mas é você quem decide superar ou não”.

***

Mais uma vez o cansaço me dominava, eu estava a ponto de dormir novamente quando o sinal toca me fazendo sobressaltar na cadeira enquanto os outros levantam e se dirigem a porta. Exausto, abaixo minha cabeça encostando a testa na mesa e fecho meus olhos por alguns segundos até sentir uma movimentação ao meu lado, levantei a cabeça e dei de cara com Clair.
–Olá, Schreave – disse sarcasticamente com seu sorriso de canto.
–Olá... – comecei incerto - o que você...
–Não tenho tempo para perguntas, só vim trazer isso – ela me entregou uma garrafa térmica prata, assim que retirei a tampa senti um forte odor, não muito agradável, que exalava de um líquido verde escuro – percebi que você anda “meio” – ela fez aspas com as mãos - cansado então resolvi te dar uma ajudinha. Isso vai resolver seu problema, mas é temporário então guarda um pouco pra quando precisar – olhei novamente para a garrafa em minhas mãos e depois para a Clair, reparei que ela estava com a roupa de treino, uma regata preta colada em seus tronco e busto e a calça cinza de moletom. Um sorriso cínico dançava em seus lábios e os olhos castanhos esverdeados me fitavam aguçadamente enquanto minha cara era provavelmente semelhante a de alguém que não estava entendendo absolutamente nada o que era realmente o caso.

–Beba logo, Ethan! – ela soltou com a voz carregada de irritação e sem argumentar levei a borda da garrafa em direção aos meus lábios contestando seu gosto que condizia com o cheiro, uma mistura de chocolate, limão, alface e tequila. Senti o liquido descer rasgando em minha garganta e aquecendo meu corpo, que nesses últimos segundos pareceu ter recebido uma carga elétrica. Virei-me para agradecer a garota, mas ela já não estava mais sentada ao meu lado.

Seguia pelo pátio quando avistei Max na fonte do jardim ao lado e me aproximei dele com o intuito de descobrir se ele sabia algo sobre o liquido que sua Irma havia me entregado.

–Max, preciso dos seus conhecimentos sobre sua Irma e sobre essa coisa...estranha...que ela me deu.

–O quê?

–Eu vi sua Irma hoje e ela me entregou isso – levantei a garrafa em minhas mãos – E disse que iria ajudar – ele tomou a garrafa de minhas mãos e a abriu fazendo careta quando sentiu o cheiro.

–Não acredito que ela fez isso...

–Isso o quê?

–Isso – ele balançou a garrafa – eu ainda não sei o que é, mas... O que aconteceu quando você tomou?

– Nada de mais, eu só me senti mais disposto e sem sono.

–Não faço ideia do que ela fez, parece ser algum tipo de tônico revitalizador, mas é muito diferente dos que eu conheço. Na verdade não parece com nada que eu conheça.

–O que quer dizer com isso?
–Não quis te assustar. Minha irmã sempre foi ótima preparando chás e poções para qualquer tipo de doença, envenenamento ou mal estar, mas é preciso fazer testes antes de se dar para que alguém beba já que não sabemos se pode ou não haver efeitos colaterais, é claro que com os chás raramente acontecem mas é sempre bom se precaver. Tinha gosto de quê?
–Huh...chocolate, limão, alface e tequila. Acha mesmo que algo possa acontecer?
–Eu não sei, sua descrição não ajuda, não tem como saber se ela fez um chá ou uma poção.
–E como não? As poções não são mais coloridas e...e espumantes – digo fazendo gestos com as mãos.
–Depende da poção – ele balança a cabeça negativamente.
–E sobre o papel, o que está escrito?
–“Eímai kalá, mi
̱n ani̱sycheíte.Filiá,Clair”.Está em grego, significa: "Eu estou bem,não se preocupe.Beijos,Clair”.
–Pelo menos ela tem suas maneiras de avisar se algo realmente acontecer. E ainda tem Dylan que pelo que eu sei tem falado com ela ultimamente.
–Eu sei, mas só acredito nisso se puder vê-la. Ela tem mania de dizer que está bem mesmo se estiver destruída. Ela poderia estar vomitando sangue, mas ainda diria que está tudo bem – pude sentir angústia em sua voz enquanto sua cabeça balançava negativamente.
–Ela está bem, tenho certeza. Eu a vi e ela tinha um grande sorriso cínico estampado no rosto – ele solta uma risada abafada.
–Então ela realmente está bem.Obrigado por me entregar...
–Se conseguir falar com ela diga que eu vou querer mais disso – digo pegando a garrafa de suas mãos e balançando-a.
–Acho que ela já sabe. Tenho que ir, hoje o treinador lançou a lista do time de basquete... Acho que seu nome estava lá, deveria conferir - ele se levanta e segue rumo a quadra de basquete enquanto eu sigo para o quadro de avisos.

Sim, meu nome estava lá. Segui correndo em direção á quadra encontrando o treinador dando as posições de cada um e explicando sobre os trabalhos de um capitão. Takashiro estava ao meu lado e tinha cara de não se importar, James também, ele parecia mais concentrado nas bolas e nas cestas.
_Bem!Vamos lá meninos, vou anunciar primeiro o sub-capitão... Leigh.
–O quê? – perguntou o garoto loiro e alto relaxadamente, provavelmente não estava prestando atenção a nada – O que tem eu?
–Você é o novo sub-capitão.
–Eu?
–Sim.
–Achei que eu fosse continuar como o capitão!
–Infelizmente, ou felizmente há pessoas que, com toda certeza, aparentam se esforça mais que você. E já estava na hora de alguém novo no comando, o senhor foi capitão por dois anos seguidos, já me cansei de ver sua cara todo santo dia. Agora vamos ao capitão – ele parou para olhar a prancheta e voltou seu olhar risonho de volta para a plateia de meninos – Ethan Schreave! – ouvi meu nome e fiquei atônito – Ethan? Ele está aqui?
–Sim senhor – Taka disse apontando para mim – está aqui.
–Certo...ele é mudo?
–Não senhor – respondi – desculpe, eu não estava ouvindo.
–O que está acontecendo com vocês hoje?
Ele soou o apito e mandou que todos se trocassem para começar primeiro treino. Leigh me lançou um olhar não muito alegre e logo a bola foi lançada ao ar.
Pov. James
Após o treino o sono tomou conta de mim, durante o caminho até o quarto usei Max como meu encosto e assim que adentramos o mesmo me joguei na cama com as mesmas roupas. O treinador nos disse que daqui a duas semanas chegariam os novos uniformes, Ethan como é o capitão ficou encarregado de pegar os nomes e os tamanhos, os números seriam escolhidos pelo professor, mas se alguém quisesse trocar poderia falar com ele e juntas ao novo uniforme chegariam nossas jaquetas do time.

***


O solo árido e rachado de um lugar totalmente desconhecido dificultava nossa caminhada até um destino improvável e também desconhecido. Nosso grupo de sempre, todos aqui menos Clair como tem sido ultimamente, tenho sentido falta de seu humor sarcástico.
–Ainda não entendi qual o nosso objetivo... – comentou Max com seu cenho franzido.
‘Não precisa entender Max, apenas executa-lo’
–Executar o que Sr.Vinz? Se não sabemos o objetivo não temos como executar a tarefa. – Continuou a discussão pela escuta.
–Faz sentido – Argumentou Helena – O senhor não disse o que temos que fazer, estamos apenas vagando perdidos pelo deserto.
–Na verdade aqui é tudo tão seco que acho que não pode ser chamado de deserto – Ethan deu voz a seus pensamentos.
‘Tenho certeza de que saberão o que fazer na hora certa’ concluiu e senti nossa conexão ser cortada.
Mais alguns minutos que mais pareceram horas e o chão sob meus pés começa a tremer e esquentar demasiadamente em uma temperatura insuportável.
–Alguém mais esta sentindo os pés tremerem e queimarem? – pergunto.
–A insolação deve estar começando a afetar seus sentidos Jem – Lena me olhou preocupadamente.
–Acho que não Lena – se pronunciou Dylan – Não sou o melhor neste assunto, seja ele qual for, mas acho que não tem como todos sofrerem os mesmos efeitos da isolação.
–Mas eu não estou sentindo nada – a mesma se contrapôs.
–Nem eu – Enzo disse mais ao fundo.
–Bem,meus pés estão um pouco quentes de mais mas não sinto nada tremer – Max também revela.
–Alguém mais está sentindo um ou os dois fenômenos ? – Lena pergunta e todos os outros levantam a mão – mas como isso e possível? – conclui com um sussurro. De repente vapor surgi das rachaduras como se algo estivesse queimando abaixo de nós e alguém tivesse jogado gelo para tentar amenizar.
–Acho que agora sei o que ele quis dizer quando disse que saberíamos o que fazer – Ictor se pronuncia e todos se voltam para ele – que tal tentarmos correr?! – sugere puxando Victoria pela mão e nos o seguimos. Um grito agudo soa atrás de mim, assim que me viro vejo Helena no chão e Dylan tentando ajuda-la, mais atrás no local onde estávamos momentos antes havia apenas um abismo com vapor subindo do fundo.
–Vamos querida, precisa levantar logo... – ouço-o dizer e vou ajudá-los.
–Jem! O que está fazendo aqui? Vá andando nós podemos resolver– Lena implica.
–Não, você parece ter se machucado, um braço a mais vai com certeza ajudar – digo e por fim conseguimos levanta-la.

Pov. Antonieta

Paramos pouco tempo depois quando notamos que três de nós ainda estavam um pouco longe.
–O que aconteceu? – perguntei assim que chegaram. Dylan e Jem estavam particularmente muito suados e pegajosos, as roupas da simulação que usavam estavam cheias de areia assim como os cabelos, Helena parecia sentir dor, mas se recusava a receber qualquer tipo de ajuda.
–Sabia que deveria ter trazido ambrósia – a mesma lamentou.
–Por favor, deixar eu te ajudar – Dylan implorou, ela pareceu ponderar sobre seu pedido e encenou positivamente com a cabeça. Dylan apenas envolveu suas mãos no tornozelo da loira e entoou algumas palavras logo a expressão de dor que ela tinha já não existia – Não vai durar muito, no máximo umas três horas.
–Acho que podemos concluir essa missão em menos de três horas – Victoria disse com um meio sorriso.
–Tenho certeza - Victor afirmou.
–Então vamos lá...Por onde começamos? – Perguntei.
–Que tal investigando a cratera gigante? – meu irmãozinho sugere.
–Não dá! Não temos como chegar perto sem sentir algo devido às condições do solo e do que há debaixo dele – Lena explica.
–Bem, já que Enzo não sentiu a queimação ele poderia tentar ir – Sophie que até então estava calada sugere.
–Enzo seu idiota! Você é descendente de Efesto, por isso não sentiu o calor...Na verdade você deveria ter detectado isso! – Julie também resolve se impor.
–Foi mal, é que eu não estava pensando...quer dizer eu estava, mas...Ah! Esquece, eu tô indo lá!
–Já que o Enzo está indo por não sentir o calor Max deveria ir por não ter sentido o terremoto... – Valery menciona e todos se voltam para o mesmo.
–Ok,ok...Eu já estou indo, nem precisa falar duas vezes – ele diz jogando os braços para cima em rendição.
–Céus! Porquê haveria uma cratera com magma no meio do deserto?! – replico.
–Para que jovens com poderes e de linhagens divinas como nós tivéssemos o que fazer – Ethan respondeu com seu tom sarcástico.
–Pessoal acho que tem alguma coisa errada acontecendo com os meninos – Valery comentou – olhem!
Eles vinham correndo em nossa direção, ofegantes e amedrontados.
–É melhor...que tenham...trazido...armas – Max disse tomando fôlego.
–Por que... a coisa... vai ficar...feia...e quente – Enzo concluiu no mesmo ritmo.
–Muito quente – Max concordou.
–Da para falar logo o que vocês viram – Soph exigiu.
–Nos até gostaríamos mas é um pouco complicado. São coisas muito estranhas, tanto que não sei dizer se são mecânicas ou não... – Enzo frisou.
–Max, será que você consegue nos contar sobre o que tem naquele abismo? –Victor vociferou.
–Bem...para começar parece que tem um redemoinho de lava no fundo, mas se não me engano redemoinhos deveriam sugar e este expeli...criaturas esquisitas para fora, como Enzo disse não podemos diferencia-las de autômatos, são quase idênticas. É como se fossem aranhas ...
–Opa, espera aí.Você não quis dizer aranhas do tipo...aracnídeos? Aqueles bichos de oito patas muito peludas e que muitas vezes podem te matar com uma mísera ferroada mesmo que ela seja menor que um botão? Por favor, me diga que aranhas é só uma maneira esquisita de falar! – Lena implora em um sobressalto.
–Eu disse que se parecem com aranhas,não disse que são – ele escolhe as palavras minuciosamente.
–Ah,claro,desculpe...
–Tudo bem pessoal, acho que já chega de conversa – Dylan atrapalha se levantando da areia quente e pegando o punhal em seu cinto – Acho que as criaturas metade aranhas estão subindo.
Ao longe pude vê-las, realmente pareciam aranhas do tamanho de um leão cobertas por bronze e prata mas sua cabeça era semelhante a de um gato e possuía uma cauda cheia de esporões com uma bola na ponta que continha um jogo de espinhos.
–Eu disse que era estranho – Enzo alertou.
–Muito bem pessoal, parece que vamos precisar usar alguns de seus dons – Ethan refletiu.
–Mas e os seus dons ? – perguntou Jem.

–Bem, eu e minha irmã não temos nenhum como os seus, na verdade Antonieta mal sabe lutar, então tudo o que posso fazer e usar o que eu aprendi e muito bem! – meu irmão disse convencido.
–E o que é? – Sun indagou se pronunciando pela primeira vez desde que havíamos chegado.
–Tática Militar.
–Você deve estar brincando não é? – Dylan ponderou.
–Não! Eu acho que sou o único aqui que tem experiência em um campo de batalha com mais de sem homens em território desconhecido – Ethan disse convicto.
–Mas e eu? Só porquê sou garota não conta? – Clhoe exclama.
–Desculpe, eu não quis dizer isso. Mas acho que a maior diferença entre nos é que você com certeza se sai melhor na pratica do que na teoria.
–Ele está certo ,mas não temos tempo para discutir, precisamos pensar em algo e rápido, eles estão se aproximando – Helena argumentou.
–Ethan?! – Max chamou.
–Estou pensando...Eu gostaria de saber mais sobre essas...coisas – ele responde.
–Schreave eles estão perto de mais – Dylan alerta.
–Eu sei...Vamos apenas atacar de direções diferentes, quero que Max e Sophie fiquem no centro por terem mais agilidade. Lena e Dylan, vocês ficam aqui na frente.Valery tenho certeza de que não se importaria de atacar de cima – ela assente – Ótimo. Ictor e Vic quero que tentem fazer uma barreira em torno deles, não os deixem sair dela. Enzo você literalmente tem o poder de fogo então fique perto da minha irmã e Antonieta fique de vigia na retaguarda dele.Chloe ataque pela esquerda e Sun pela direita. E eu vou tentar acompanhar todos vocês, acertem a cabeça e o coração, se esse bicho tiver um. Entenderam? –Explicou seriamente.
–Sim senhor, comandante – Sun Hee brinca.

Pov. Sophie

Chegar ao centro de todo aquele mar de criaturas foi com certeza a coisa mais complicada a se fazer, tínhamos que começar a atacar pela frente e ir abrindo caminho até o ponto em que deveríamos estar. Tentávamos ao máximo,mas parecia que para cada um que conseguíamos matar três surgiam no lugar, de perto as criaturas tinham cerca de um metro e meio de altura mas eram fortes e ágeis, sua pele parecia uma carapaça de ferro e bronze o que tornava nossas armas quase inúteis, por sorte as lâminas serafim pareciam surtir um efeito maior, pois sempre que atravessavam as aranhas soltavam vapor, e isso com certeza significava que eles não eram qualquer tipo de demônio.

–Tem certeza de que você nunca viu esses bichos em nenhum livro? – Max perguntou enquanto atravessava outro dos bichos.
–Tenho. Quem talvez tenha visto é sua irmã – menciono e com o canto dos olhos vejo seus ombros tencionarem – desculpe.
–Sem problemas, eu também pensei que ela poderia saber algo sobre isso.
–Max... – Não pude terminar minha frase, pois fui subitamente sugada para baixo da areia, a última coisa que ouvi foi o grito abafado de Max dizendo meu nome e depois disso a escuridão tomou conta de todo espaço eminente no entanto eu ainda respirava normalmente, algo gélido e viscoso se envolveu em mim e depois eu já não sentia mais nada.

Pov. Max
Quando a vi sendo puxada para debaixo da areia fiquei desesperado e desnorteado, em pouco segundos Sophie não estava mais ao meu lado porém fora enterrada viva subitamente enquanto lutávamos para sobreviver e ganhar uma nota idiota.
–Sophie! – gritei desesperadamente esperando que ela respondesse – Sophie Jessamine! – continuei, a essa altura já estava ajoelhado na areia onde ela desaparecerá, um misto de raiva, ansiedade e tristeza invadia cada célula do meu corpo, lágrimas escorriam pelo meu rosto sem permissão. Em desespero gritei e soquei o chão que se abriu em uma fenda de no mínimo cinco metros de largura, muitos dos aracnídeos que estavam em volta caíram no abismo enquanto eu o encarava atônito, a profundidade era impossível de se estimar pelo grande vácuo escuro que se propagava alguns metros abaixo. Mesmo ao sentir um toque familiar no ombro não me movi um centímetro sequer.
–Max, como você fez isso? – a voz de Ethan soou distante.
–Eu não faço a mínima ideia – respondi debilmente.
–Nós vamos ajudá-la, vamos encontrá-la não se preocupe. Tenho certeza de que ela está bem – ele tentou me acalmar, mas pude perceber tensão em sua voz. Talvez nem tudo acabasse bem,eu prometi a mim mesmo que a protegeria sem se importar com as circunstâncias e eu falhei indubitavelmente.

Podia ouvir os sons da batalha que ainda ocorria atrás de mim e sentia que os monstros começavam a se aproximar de mim de tal forma que poderia ser envolvido por eles mais que facilmente, Ethan se esforçava para se livrar dos que vinham por trás porém minhas laterais estavam expostas e vários vinham em minha direção, vi o vulto de uma lâmina serafim cortar o ar e retalhar três dos aracnídeos mais próximos, pensei que Soph poderia ter conseguido voltar a superfície e eu não tivesse visto por conta do choque, mas me surpreendi ao ver que se tratava de minha irmã.
–Max – ela veio em minha direção e se agachou para me olhar nos olhos – Max por favor me escute – ela me chacoalhou segurando meus ombros com suas mãos finas e ágeis – Ela está bem,mas vai precisar de você e sua saúde mental intactas, certo? – Eu assenti com a cabeça – Ótimo.Escute,você terá que descer pelo abismo e tem que procurar Sophie pelo ninho das Polýtimas téras métallo e tirar a Soph de lá, no momento ela deve ser um casulo roxo e grande.
–O que?
–Só faça o que eu disse, ok?
–E como espera que eu consiga descer sem me estatelar ou morrer?
–Você tem um poder diferente, você mesmo disse que moveria terras, ilhas, o que fosse pela Sophie não é?! Pois agora você literalmente pode fazê-lo, é só pensar e vai acontecer.
–Você é a pior irmã do mundo – balancei a cabeça negativamente – Me abandona com um bando de malucos, me deixa louco de preocupação e quando aparece é só pra dar ordens e me dizer que eu tenho poderes esquisitos que eu não fazia ideia que tinha, mas mesmo você sendo essa pessoa horrível eu ainda te amo – beijei o topo de sua cabeça e me encaminhem para a beirada sabendo que deixei um sorriso singelo em seus lábios.

Tentei fazer como ela disse, usei o resto de força que me restava para fazer com que uma ponte de pedras fosse formada no desfiladeiro de modo que em pouco tempo eu estaria lá em baixo, a sensação foi diferente, era como se um fio fosse puxado dentro da minha mente e quando ele é solto as coisas estão lá, ao chegar a metade do caminho as pedras haviam acabado e fiz com que as que estavam no inicio fossem descendo. Fiquei extasiado com o que podia fazer, entretanto a maior parte de meus pensamentos estavam ocupados pela preocupação com a morena que fora engolida pela areia.

Atravessei muitos arcos escuros e cheios de gosma roxa e vermelha, até me deparar com uma redoma gigante e cheia com pedras negras como carvão que estavam encrustadas de pequenos diamantes e tinham um formato oval e achatado, mais a frente vi um casulo que batia exatamente com a descrição que Clair havia dito. Decidi que seria melhor perguntar a ela o que fazer, mas ela provavelmente estava sem escuta.
–Ethan?
–Oi, algum problema ai em baixo?
–Sim, na verdade ao que parece há milhões deles. Preciso falar com Clair, pode passar a escuta para ela?
–Claro...
–Conseguiu? – a voz dela soou pelo aparelho.
–Sim, porém não. Há milhares de ovos aqui e eu não faço ideia do que fazer para tirar Sophie desse...coisa roxo.
–Tente não esbarra em nenhum dos ovo certo?!Eles eclodem com o calor e é por isso que estão tão próximos ao rio de lava, depois eu explico tudo detalhadamente. Quanto a Sophie, se você tiver uma adaga de bronze por ai ela seria mais indicada, seja o mais breve o possível ela só deve ter mais alguns minutos de ar até sufocar com o ácido e cuidado quando for abrir, ela deve estar de cabeça para baixo então é melhor que corte de baixo para cima, mas cuidado com a cabeça dela, não quero vê-la machucada quando vocês voltarem.
–Certo, obrigada.
Caminhei cuidadosamente até a parede onde ela parecia estar presa,por sorte esses...seja lá o que forem, não fizeram mais reféns. Procurei a adaga em meu cinto, ela sabia que eu tinha uma, apesar de não ser necessário para caçadores de sombras foi um presente e gosto de mantê-lo por perto, cortei como ela havia indicado e minha irmã provou que mais uma vez estava certa, pois assim que o casulo foi aberto e consegui tirar metade de Sophie de dentro dele ela puxou o ar com tanta força que parecia que haviam se passado dias desde que respirara pela última vez.
–Como chegamos aqui? – ela perguntou sonolenta – E porque eu estou coberta de gosma?
–É uma história bem esquisita, mas não temos tempo para isso, precisamos voltar à superfície.

Pov. Julie

Bichos nojentos, como se não bastasse Helena ter fobia de aranhas eu também acabei de adquiri-la. Perdemos dois de nossos “soldados” e ganhamos uma que sabia tudo sobre essas coisas.
–‘Pessoal, temos um novo plano tático ’ - Ethan nos informou pela escuta - ‘Clair nos disse que ela são atraídos pelo calor, então...Enzo, deixe Antonieta o mais próximo o possível de Dylan, siga para a borda e atraia os...’ - houve uma pequena pausa e o som de cochichos - ‘Polýtimas, esse é o nome dos bichos, atraia eles para a borda do lado oposto’ - ele explicou
–‘E como espera que eu chegue lá?’ perguntou Enzo.
–‘Val vai te dar um carona’.
–‘Certo, já estou indo’ – ele encerrou e começou a caminhar com Antonieta ao seu encalço enquanto os dois tentavam recuar de golpes das caudas afiadas de cada Polýtimas que passavam.
–‘Victor, Vic podem descansar assim que Enzo chagar ao outro lado. Hels,agora tenho um trabalho um pouco pesado pra você, preciso que tente resfriar a lava no abismo e tenho uma pergunta pra você...’
–‘Manda’– ela respondeu.
–‘Você conseguiria fazer gelo?’
–‘Sou neta do Deus da água não da neve, mas posso tentar. Só tem mais uma coisa, eu nunca tentei fazer brotar água do nada, ela sempre esteve lá.
–‘E ela está aqui’ – Dessa vez à voz de Clair soou no lugar da de Ethan – ‘sei que você consegue’.
–‘Julie’ – Ouvi Ethan me chamar assim que retomou a escuta – ‘preciso que ajude a Helena’.
–‘Pode deixar’ – Caminhei na direção em que Lena também estava indo, não sabia ao certo como, mas eu sentia que isso daria certo.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso. Espero que tenham gostado e saibam que eu tenho muitas ideias para essa fic e uma outra também... Não esqueçam de comentar!!!



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