Um Sherlock bastante efusivo escrita por Gabrinola


Capítulo 2
Lembranças de um beijo


Notas iniciais do capítulo

Alouhis pessoas, trago o segundo capítulo da fic, esse ficou bem maior do que eu imaginava, por isso vou demorar mais um bocadinho para atualizar a fic, espero que gostem. Apreciem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616010/chapter/2

Meu despertador toca, meus olhos pesam. Que saco!. Não tenho nenhuma vontade de ir para a clinica hoje, sempre gostei do que faço, isso é certo, é como se ajudar as pessoas me fizesse esquecer da quantidade de pessoas que precisei matar quando estava na guerra, ver aquelas pessoas me agradecendo e sorrindo me fazia esquecer de todas as coisas horríveis que fiz.

John! Por favor desligue esse despertador senão acerto uma bala nele! – Gritou da cozinha.

Fiz como ela dizia, mesmo sendo ela minha mulher eu ainda temia o estrago que ela podia fazer com uma arma nas mãos. Mary havia se adaptado a uma vida “caseira”, mas o que ela fazia antes disso não é algo que se possa esquecer depois de dois ou três anos.

Tomei um banho e fui de encontro a ela na cozinha. Mary usava uma camisa azul, uma calça comum e um par de tênis esportivos.

Pelas roupas que está usando, tenho certeza em afirmar que voltou a correr. – Tentei imitar o sotaque mecânico que Holmes tinha. Sem sucesso.

Oh!- Ela deu um sorriso. – Parece que dormi com John Watson e acordei com Sherlock Holmes.

Não pude deixar de rir, mas ao ouvir aquilo, por algum motivo me lembrei da noite passada. Sim, a noite em que Sherlock Holmes me beijou. Uma onda de desconforto me invadiu.

*Lembranças da noite anterior*

A propósito, já que se interessa por esses probleminhas, o que você acha disso?

Lançou-se com delicadeza contra mim, encostando nossos lábios, nada muito forte, nem exagerado demais. Afinal o Holmes não era nada efusivo

Me assusto e o afasto.

O que você pensa que está fazendo? – O susto foi tanto que minha voz sai como um grito.

Não se exalte tanto meu caro Watson, não queremos chamar a atenção da vizinhança certo? – Ele estava calmo, sua expressão era a mesma de sempre, nem parecia que tinha acabado de beijar um homem, seu melhor amigo. – E quanto ao que estou fazendo, esperava que você soubesse, viveu tanto tempo comigo, me admira o fato de não me “conhecer”.

Conhecer esse homem era uma missão impossível, da qual eu já desistira havia muito tempo. Quando você pensa estar começando a entender o detetive ele se mostra muito mais complicado, e não para por ai, se for citar cada coisa que ele já fez em nome da ciência. Dizia ele ser em nome da ciência. Nada que pense pode realmente ser o que ele está pensando, quase impossível acompanhar o pensamento louco desse homem, mas eu havia me adaptado, e parado de tentar parecer tão inteligente, assim, eu o deixava pensar no que quisesse e depois o inundava de perguntas.

Um caso novo!? – Minha afirmação beirava a duvida, mas não perguntaria dessa vez.

Precisamente. – Deitou-se no sofá. Costumava fazê-lo sempre que analisava ou pensava alguma coisa seria.

Que droga Sherlock! Que tipo de caso o faria me beijar? O que está acontecendo desta vez? – Tentava manter a calma, mas o nervosismo era evidente, ainda sentia o sabor de seus lábios. Tinha um leve gosto de... – Não acredito que voltou a fumar!

Ele me olhou com certa surpresa, consegui ver um mínimo sorriso se formar em seus lábios.

Seus sentidos melhoraram bastante, achei que com seu cérebro normal não conseguiria detectar isso, apesar que admito ser erro meu ter fumado logo hoje, quando sabia que viria – O detetive se levanta e vai em direção a janela. –Não há motivos para ficar tão nervoso..John.

–Eu não estou nervoso- Retruquei, mesmo sabendo que mentia e sabendo que ele tinha perfeita noção de que eu mentia.

Sabe que qualquer tentativa sua de mentir para mim vai falhar, gostaria de saber por que ainda tenta. – Continua olhando para fora pelo vidro meio embaçado da janela.

Como sabe que estou nervoso? – Não queria ter que responder uma pergunta que mesmo eu não sabia a resposta, então devolvi com outra pergunta, um tanto idiota eu diria.

Ele me encara desta vez, ele está visivelmente desapontado.

Esperava uma pergunta mais inteligente. – Começa a se aproximar de mim. – Todo esse tempo que passou comigo..não serviu de nada para você. – Ele estava perto o suficiente para que sua última frase parecesse um sussurro. Volta a se afastar. – Seu corpo me diz que está nervoso, você não consegue ficar parado, está balançando as mãos e elas soam um pouco, você evita olhar em meus olhos e quando chego perto seu coração bate tão rápido que mesmo sem encostar em você eu consigo ouvi-lo, e você que desde a hora em que chegou estava evitando falar meu primeiro nome, acabou por falá-lo e nem percebeu. Mais alguma coisa, John?

– Eu te odeio – Falei sorrindo. Por mais que não quisesse admitir eu sentia falta daquilo tudo, daquele lugar, do cheiro, e especialmente dele e de suas deduções perfeitamente certas e tremendamente irritantes.

Todos odeiam meu caro Watson – Ele sorria. – Agora preciso que você me ajude a terminar o experimento – Dizia ele se aproximando novamente.

Eu devia muito a ele, foi graças a ele e a sua vida extremamente movimentada que consegui parar de ter os pesadelos com a guerra, e foi graças a ele que me tornei uma pessoa “melhor”. Um beijo não te tornará gay. Raramente eu tinha uma oportunidade de realmente ajudar Sherlock Holmes e eu estava em divida com ele.

Não sei se posso fazê-lo, eu sou casado, você sabe disso. – Olho para o chão, na tentativa de desviar daqueles grandes olhos azuis que estavam tão próximos aos meus que eu podia ver sua enorme variação de cores.

Você não saberá se pode ou não, enquanto não tentar – Ele ergueu minha cabeça e olhou nos meus olhos. – Faça isso em nome da ciência John! – Ele sorria.

Poucas vezes vi Holmes tão empolgado. Aqueles olhos aquele sorriso me faziam sentir que eu podia tudo.

Sem dizer nada fechei os olhos e esperei que seus lábios tocassem os meus. Primeiro um toque confuso e tímido, logo foi se acostumando e ficando mais intenso. Pense na sua amada esposa John! Pense na Mary! Você consegue. Sem que percebesse já tinha me deixado levar, minhas mãos já acariciavam os cachos do detetive, enquanto sentia suas mãos puxarem levemente minha cintura, sentia seus dedos longos e frios entrando em contato com a pele de minha barriga, aquilo fez cada parte do meu corpo tremer e arrepiar. Mesmo eu não sabia que Sherlock beijava tão bem.

Num salto me afastei, ainda tentava recuperar o ar que havia perdido num beijo tão longo, a lembrança de que era o detetive que eu estava beijando me fez voltar atrás e sem nem dizer uma palavra, cumprimentei o detetive e saí “correndo” dali.

*Tempos presentes*

Querido? JOHN!! – Gritou Mary.

Oh! Oi, desculpe, estou um tanto distraído hoje.

–Pensando no Holmes com certeza – Ela piscou em sinal de provocação.

Meus pensamentos não são 100% Holmes!

–Escreva isso numa camisa John. – Ela o beijou e já passava pela porta. – Estou indo, da corrida irei ao mercado comprar algumas coisas que estamos precisando, se não for trabalhar aconselho que vá ver o detetive, mate um pouco a saudade. – Ela saiu.

Mary não sabia de minha visita ao Holmes, nas condições que cheguei ontem, não conseguiria falar dele sem que meu coração ameaçasse explodir. Mas, o que me intrigava no momento era a Mary.

Encosto na bancada e pego uma xícara de chá que ela havia deixado para mim antes de sair.

Havia algo de diferente, uma sensação estranha tomava meus pensamentos. Será que algo aconteceu a ela? Será que ela descobriu do meu encontro com ele? Parando para pensar a Mary é a Mary, ela pode muito bem ter descoberto e agora está jogando comigo... Não pode ser.

Meu celular vibrava em sinal de mensagem.

Sherlock!

Tinha esperanças de que fosse o detetive, talvez quisesse me ver para falarmos sobre ontem, eu sentia uma enorme vontade de me desculpar, afinal era só para fins científicos e mesmo assim me deixei levar e depois fugi sem nem dizer uma palavra, eu precisava ao menos esclarecer as coisas.

Dr. Watson, estamos com poucos doutores aqui na clinica, então poderia vir trabalhar hoje?

Sandra. “

Sem ao menos responder a mensagem, me arrumei e fui ao trabalho. Eu cochilava sobre minha mesa vez ou outra, os pacientes sorriam de forma gentil para mim e me agradeciam ainda mais, por perceber meu cansaço acho que eles se sentiam obrigados a demonstrar mais gratidão, não que fosse necessário, além do mais a culpa pela minha falta de sono foi culpa deles, nem minha e sim daquele detetive pervertido.

Meu celular vibrou, era uma mensagem.

Passe em Baker Street hoje, estarei esperando.

S.H.”

Quem ele pensa que é? Fica dando ordens assim? Ele devia era me mandar um pedido de desculpas por ter me seduzido completamente ontem.

Meu celular vibra em sinal de outra mensagem.

A culpa não foi minha se você se empolgou no experimento e me agarrou, seu pervertido.

S.H.”

Sinto meu rosto ir do normal ao vermelho em questão de segundos. Começo a digitar uma mensagem.

Eu não sei como fez isso, mas quando chegar ai, eu vou te matar.

J.W.”

Segundos depois recebo outra mensagem.

Então você vem. Ótimo.

S.H.”

Antes que eu pudesse perceber já havia um sorriso em meu rosto, e eu estava me divertindo com aquilo, mesmo sendo meros sms’s , aquilo era agradável e me fazia esquecer do dia tedioso de trabalho que eu estava tendo.

Sua namorada parece ser uma ótima mulher. – Olhei e percebi que havia uma senhora sentada na cadeira que estava logo depois de minha mesa.

Perdão?

–Sua namorada, é uma ótima mulher, te fazendo sorrir com um pequeno aparelho. – Ela sorriu gentilmente pra mim.

Oh não! Não é minha namorada, é apenas um grande amigo idiota que eu tenho. – Expliquei.

Por alguns minutos comecei a imaginar como seria ter Sherlock como “namorada”.

*Imaginação de John*

Johnnnn! – Falava ele de forma manhosa. – Me leva ao cinema.

Eu não estou nem um pouco afim de ir ao cinema, mas é tão difícil negar algo a ele.

Me arrumo e já saía.

John, de acordo com a forma que você está andando, seu rosto está expressando tédio, se eu te olho você automaticamente me lança um sorriso suave e logo desvia o olhar, fora que suas roupas estão amassadas e você esqueceu de amarrar os cadarços, está muito frio lá fora mas ainda assim você não colocou luvas, diria eu na esperança que eu fosse desistir do cinema, e com base nisso tudo, afirmo que você não quer ir. Sendo assim, não vamos. – Ele entra em seu quarto chateado e tranca a porta.

*Realidade*

Que tragédia. Como deve ser difícil namorar alguém que percebe tudo.

Sorrio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chegamos ao final do cap :v espero que tenham gostado. comentem pelo amor de deus, e para mais noticias sintam-se livres para acessar gabrinolafics.blogspot.com é lá onde posto os rascunhos e até o capítulos antes de trazer pra cá... enfim, só peço que comentem e me ajudem.
até a próxima ♥ flws



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Sherlock bastante efusivo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.