Você me faz tão bem escrita por Kathy, Sarah


Capítulo 2
Escola


Notas iniciais do capítulo

"Só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido." - Romeu e Julieta
Sam ainda está muito ferida com o passado.
Boa leitura, Beijinhos Kathy.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615888/chapter/2

Prov. Sam

Acordei com o toque do meu celular, pelo amor de Deus, mais 10 minutos, coloquei o celular no soneca, e quando tocou de novo não tinha mais jeito, tinha que levantar se não iria atrasar Lucas pra escolinha. Esse ano ele começaria a frequentar o primeiro aninho... como ele cresceu rápido. Levantei, fiz minha higiene e me troquei, coloquei uma saia lápis preta com uma blusa branca soltinha de gola canoa e um salto quinze preto. Fiz uma maquiagem bem básica, e fui acordar meu bebê.

– Lucas, meu amor, já está na hora de acordar. – falei sussurrando em seu ouvido e logo ele foi abrindo os olhinhos azuis escuros, graças a Deus ele não puxou pra mim na hora de acordar, na verdade as únicas coisas que ele herdou de mim foram os olhos azuis em tons mais escuros, a gula e a força, mas era super inteligente e educado como o pai.

– Ta bom, mamãe! –falou ele se sentando na cama, não aguentei comecei a fazer cosquinhas, ele ria de um jeitinho, que meu coração se enchia de emoção.

– Para... Para mamãe... Para mamãe. – pedia ele, já com as bochechas todas rosadas pelas risadas. Parei, e o peguei no colo levando para o banheiro, ajudei a fazer sua higiene e trocar de roupa. Descemos pra tomar café juntos, esse era um hábito do meu cotidiano que mais gostava, era o tempo que tinha pra ficar mais perto do meu bebe. Tirando isso só me sobrava os finais de semana com ele.

– NONA! – gritei para avó de Cat. Ela tinha me ajudado muito quando descobri que estava grávida. Ajudou-me a mudar pra Nova York, e a cuidar do Lucas enquanto ia para a faculdade e os estágios. Ela tinha se tornado uma mãe pra mim, já que a minha, sumiu com o novo namorado pelo mundo, e nem fiz questão de procurar.

– Sam, precisava mesmo gritar? – Perguntou ela.

– Você estava demorando Nona. – expliquei. Comemos juntos e conversamos, meu filho estava muito ansioso, fiz de tudo pra acalmar ele, mas pra falar a verdade eu estava mais ansiosa e nervosa que ele, um medo fora do comum, deixar meu maior tesouro nas mãos de estranhos, sabia que essa hora chegaria, e por mais que triste que seja, era o certo a se fazer.

– Vamos Lucas, não podemos chegar atrasados ao seu primeiro dia. – falei sorrindo, desfazendo todos os meus pensamentos. Fui até o escritório pegar sua mochila. Quando sai ele estava me esperando na porta, com uma carinha triste. O que estava pensando? Quando ia perguntar, ele mesmo falou.

– Mamãe, e se eles não gostarem de mim? – perguntou meu bebe, meu coração se apertou ainda mais.

– Claro que vão gostar, e se alguém fizer alguma coisa contra você, prometa que irá contar pra mamãe. – falei na sua altura, assim olhando bem em seus olhos e lhe passando toda a segurança que um filho precisa.

– Prometo.

O caminho pra escola foi o maior silêncio, Lucas tava tão ansioso que não parava de conferir o material, fiquei com medo de dizer algo e o deixar ainda mais ansioso. Estacionei o carro em uma vaga qualquer, olhei no banco de trás e vi que Lucas não tinha reparado que já havíamos chegado.

–Filho. – chamei, ele olhou pra mim –Já chegamos, vamos descer. – ele simplesmente acenou com a cabeça que sim. Então desci e abri a porta pra ele, o acompanhei até a entrada da sua sala, como hoje era o primeiro dia, isso era permitido, nos próximos dias só poderia deixar no portão.

– Boa aula, e faça muitos amigos. – falei sussurrando para que só ele ouvisse, andou tímido entre os coleguinhas de sala e assim que achou uma carteira vazia se sentou e deu um tchau pra mim.

Caminhei até o carro, tentando convencer a mim mesma que ele estava em um lugar seguro, pesquisei muitas escolas, até achar essa que por sinal era a melhor escola de Nova York, e não me importava com os preços das mensalidades, já que tinha jurado pra mim mesma, dar para o meu filho tudo o que eu não tive, isso inclui o principal, o amor de uma mãe, já que eu sei como é triste não ter isso.

Quando cheguei ao estacionamento do escritório, peguei minha bolsa retoquei a maquiagem, e vesti a máscara da antiga Sam, a forte, a valente e até a mau educada, a que não tinha medo de nada, mas como toda heroína, existe sua kriptonita.

E minha kriptonita era Lucas, quando ele nasceu minha vida mudou muito, ele é o bem mais precioso da minha vida. Fruto de um amor lindo, pois seu pai foi o único homem que amei de verdade.

Coloquei meu andar de prepotente, e segui até o meu escritório, lutei tanto pra virar sócia majoritária, e mesmo assim ainda recebia encaradas e cantadas discretas dos outros advogados e até dos clientes, mas nenhum deles se atrevia a mexer comigo, pois tinha medo de ser dispensado ou processado.

– Bom dia Senhora. – cumprimentou Lucy, minha secretária, apenas dei um aceno de cabeça. Quando sentei em minha mesa vi um monte de documentos para analisar, percebo que o dia vai ser longo.

– Licença Samantha.

– O que é? –Lucy já estava acostumada com o meu humor, e nem ligava se tratava bem ou mal.

– Me desculpe, mas Nona deixou um recado. É para senhora ir almoçar no restaurante de sempre e na hora de sempre, ela vai te esperar lá, e é pra você realmente ir, o assunto é urgente. – falou ela, já fechando a porta, o que a Nona quer? Desde que Lucas nasceu ela sempre almoçou em casa... Pode ser isso, agora que ele está na escolinha, ela ficou sem companhia na hora do almoço, e quer me ver.

Voltei minha atenção para os documentos na minha mesa, alguns eram fáceis de resolver, mas tinham outros que me dava uma dor de cabeça, os únicos casos que eu não pegava eram os de divórcio, não tinha coragem, pois sempre tinha algum casal com história parecida com a minha, acabava me lembrando do meu passado, e isso ainda era uma ferida não cicatrizada.

Quando olhei no relógio vi que já estava em cima da hora, ainda bem que o restaurante era três quadras do escritório, assim dava pra ir andando. Quando entrei no restaurante não vi só Nona me esperando, Cat e Roddie estavam junto com ela, fazia alguns meses que tinha os encontrados, pois Cat ainda mora em Las Vegas. Que surpresa boa, adoro minha amiga bobinha, Lucas ia amar saber que seus padrinhos estavam na cidade.

– Que Surpresa! –falei abraçando os dois. –Vocês demoraram pra voltar! –falei fazendo carinha de cachorrinho abandonado.

– Para Sam, assim eu vou chorar. –Falou a Ruiva, me dando um abraço de urso.

– Adorei a surpresa Nona.

– Mas quem disse que é só essa? – Nona falou, com um grande sorriso na cara.

– Tem mais? – Perguntei super curiosa.

– Muuuito maissss. – respondeu Cat.

– Por favor, falem, vou ter um treco de curiosidade. – estava mais que ansiosa pra saber sobre as novidades.

– EU VOU SER MAMÃE!!!- Falou Cat gritando e chorando ao mesmo tempo, eu na hora a abracei e comecei a chorar também.

– Parabéns mamãe, to super feliz, você e o Robbie merecem muito. – falei de coração, os dois já faziam quatro anos de casado, um bebe só os traria mais felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai gostaram?!
Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você me faz tão bem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.