*Coloquem para tocar* -Flyin High

Você me vê voando alto, oh

Porque eu escolho viver a minha vida, oh

Fazia uma semana que eu estava me preparando para viajar a Londres com Dressy e Daniel. Não vejo mais Thyago, ninguém sabe dele ou tem qualquer informação, nem a puta que vivia o fazendo se arrastar. A família dele veio atrás de mim pedindo informações, eu só vi a mãe dele assim no dia em que ele estava em coma, eu espero que esteja tudo bem.

Tento não pensar em como a minha vida mudou mas é difícil, minha vida se tornou um caos desde que conheci Dressy, Daniel e Thyago. Não que eu não goste, mas as vezes tenho vontade de voltar ao que era, principalmente a calma que havia em meu coração.

É difícil entender como as coisas mudam tão depressa, sem um aviso, sem uma conversa... Elas simplesmente mudam e não há nada que eu possa fazer, apenas aceitar e seguir em frente. Vamos viajar hoje, eu realmente estou precisando desse tempo, preciso pensar, esquecer e mudar...

É difícil para o coração aceitar mudanças tão drásticas, eu ainda penso em Thyago, mas dizer que o amo seria demais, não que eu não ame, mas a confusão em minha mente é tão grande que meu coração não sabe o que sentir.

Você me vê voando alto, oh

Porque eu escolho viver a minha vida, oh

Meus sonhos são um caminho ao céu, oh

Verdadeiro longe dos inimigos

Me erguendo para os majors, sim

E você nunca vai me derrubar.

Dressy tem os problemas e preocupações dela, assim como Daniel, eu seria muito egoísta se os preocupasse com como me sinto ou o que penso; seria como jogar uma bomba em uma pessoa ferida. A verdade é que Thyago não pensou em ninguém antes de partir.

Flashback

Minha mãe deixou Thyago posar aqui em casa, não sei como me sentir, eu deveria por um pijama?

–An, não se preocupe, se quiser posso dormir no chão.

–Não é isso...

–Vem aqui -ele sorriu.

Eu me deitei ao seu lado em minha cama, ele me puxou pela cintura, eu virada para a parede e ele para mim.

–Pode encostar seu corpo em mim, eu não mordo -ele riu baixinho.

Eu sorri aliviada quando percebi que não era tão esquisito. Ele me abraçou pela cintura, eu fiquei ouvindo sua respiração que esquentava minha nuca e ele ficou fazendo carinho em minha mão, até que eu cai no sono. Nós dormimos juntos, eu de blusinha fina com calça jeans e ele de camisa xadrez de flanela e calça jeans. Essa foi a primeira noite que dormimos juntos.

Flashback off.

Terminei de fechar minha mala e me dirigi até o quarto de minha mãe lentamente, só de vê-la e ver meus irmãos, já era um alivio pro meu coração.

–Oi -minha mãe sorriu.

–Como me viu parada aqui? -perguntei entrando em seu quarto e meus irmãos abraçaram minhas pernas.

–Eu senti -ela sorriu.

–Oi pestinhas -abracei os dois.

–Sabe, você é linda, mas hoje tem algo te deixando mais linda ainda -minha mãe falou e meus irmãos voltaram a correr.

–Eu posso ficar em casa se quiser... -eu comecei com a ladainha, mas no fundo eu e ela sabemos que é medo e tristeza que estão querendo me prender.

–Você costumava reclamar que só ficava presa em casa, agora você tem onde ir, vá.

–Vou sentir sua falta -eu a abracei.

–Não mais do que eu a sua -ela retribuiu o abraço e meus irmãos se juntaram a gente.

Flashback 1

–Você está linda -ele passou o nariz no meu.

–Para Thy, estão olhando -eu corei violentamente.

–E o que tem?

–Vão achar que estamos casando ou sei lá...

–Bem que eu queria, mas por enquanto essas alianças são só de namoro -ele sorriu.

–São lindas -eu disse olhando meu dedo.

–Não mais que você -ele pegou minha mão depositando um beijo e eu corei de volta.

–Você é impossível -eu sorri e ouvimos um coro de awns das vendedoras.

Flashback 1 off.

O que houve com as alianças? Eu e Thy terminamos de vez, a minha eu joguei nele, a dele eu não faço ideia.

Flashback 2

–Vai se atrasar preguiçosa.

–Eu não vou hoje.

–O que faz sentada aqui nesse jardim enorme? -ele se sentou ao meu lado.

–Gosto daqui, me traz uma sensação de calma e paz, coisa que eu não tenho com você e esses poderes.

Ele olhou para o céu como eu.

–Anya?

–Sim?

–Você gosta ou se arrepende?

–Do que?

–De mim, de nós... Você acha que sou um caos na sua vida?

–Não Thyago, você sempre vai ser a melhor coisa da minha vida. Eu queria poder te mostrar o que sinto, sabe? Deixar você sentir o mesmo...

–Basta me manter aqui e eu ficarei satisfeito -ele pôs a mão em meu peito e eu sorri.

Flashback 2 off.

–Anya, eu estou te chamando a um tempão, não ouviu? -era Dressy pegando no meu braço.

–Vamos.

–Tchau família -gritei e entrei no banco de trás da BMW preta de Dan.

Eu acabei pegando no sono, fui acordada pela Dressy que avisou que paramos na parada de ônibus para comermos e irmos ao banheiro, confesso que não estava com muita vontade de descer, achando que era um muquifo; mas aquilo parecia mais um shopping com ônibus de viagem.

Eu e Dressy fomos direto ao banheiro, trocamos de roupa e nos arrumamos melhor:

Dressy:

Anya: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCIDfrc_TlcYCFUeegAodnS8Ivw&url=https%3A%2F%2Ftetiatete.wordpress.com%2F&ei=m9eAVcClKse8ggSd36D4Cw&bvm=bv.96041959,d.cWc&psig=AFQjCNHrsco-f1xhbNMHkq_OANaOUgCUbw&ust=1434593451061700 (o primeiro)

Quando saímos Daniel estava nos esperando. Sentamos em uma mesa mais afastada dos outros, primeiro Dan foi pegar um café enquanto eu e Dressy ficamos sentadas ali, olhando para os lados, era incrível como era lotado o local.

Dan chegou com um café e torradas para ele, então foi a minha vez e de Dressy. Dress se separou de mim em algum momento, eu não dei bola e quando cheguei a mesa ela já estava lá com uma coxinha gigante, um copo de café e um pedaço de bolo.

–Demorou.

–A fila pra essa coisinha aqui estava enorme -eu disse mostrando meu pedaço de pudim.

Eu tomei meu chocolate quente, enquanto comia meu pão com queijo assado, depois Dan e Dressy brigavam pelo seu pedaço de bolo (de brincadeira), enquanto eu terminava de tomar meu chocolate. Então comi a balinha que vinha junto (para quem nunca foi viajar de carro e parou nesses lugares, junto de todo café ou bebida doce, vem uma balinha no formato de uma roda que é de chocolate e dentro tem recheio de hortelã; ela serve para tirar o gosto de doce da boca e assim você pode aproveitar o sabor) para poder comer meu pedaço de pudim que não estava tão bom quanto eu esperava.

Depois eu, Dan e Dressy, fomos andar pela parte de lembrancinhas, tinha tudo quanto é coisa lá, eu optei por comprar presilhas de cabelo com penas coloridas para minha irmãzinha, um carrinho de corrida para meu irmão, uma camiseta do Ramones para minha irmã e um colar com uma estrela pequena no centro para minha mãe. A maioria do resto das coisas era muito cara, do tipo, cara mesmo. Encontrei Daniel e Dressy já no caixa, passamos nosso cartão para a caixa, pagamos e seguimos para a fila que graças a Deus não estava grande, entregamos o cartão ao segurança e saímos de lá.

No carro, eu fui na frente com Dan porque Dressy queria dormir, foi divertido, ele não me perguntou nada, apenas me pedia água de vez em quando e me deixava escolher as músicas que iam tocar no carro. Era umas seis da tarde, quando eu decidir pegar o carro, era uma estrada no meio do nada, Dan me disse que quase não passava carro ali, então eu avisei que ia dirigir de vagar e que ele podia dormir. Ele foi para o banco de trás com Dressy e eu dirigi o mais lentamente que podia considerando o medo de um leão sair do meio daquele matagal e o medo de não chegarmos a tempo no aeroporto. Sim, íamos viajar metade do caminho de carro e outra metade de avião, porque Dan ia deixar o carro com não sei quem e não sei a onde.

Quando deu umas oito horas, resolvi encostar o carro e pegar uma garrafa de sucos no porta malas, porque eu odeio água e porque eu precisava repor o açúcar no sangue, instantaneamente quando ia fechar o porta malas, senti uma mão em meu ombro, mas não dei tempo e usei meu poder para joga-lo longe; fechei o porta malas e entrei no carro de boa, então sai dali e fui embora dirigindo.

–Está tudo bem? Pode deixar que eu assumo agora -Dressy disse do banco de trás e eu encostei o carro.

–Só um idiota que tentou nos roubar, mas eu o mandei longe com os poderes -dei de ombros.

–O que? Você usou os poderes?

–Sim, não ouviu eu falando?

Dressy assumiu a direção e eu me sentei no banco do carona, acordamos Dan quando entramos na estrada da cidade e não sabíamos mais o caminho, ele assumiu o volante e eu passei pro banco de trás. Após deixar o carro na casa de um amigo do Dan, ele insistiu para nos levar até o aeroporto, então aceitamos e fomos; ao chegar lá, agradecemos e seguimos para a área de embarque, estávamos quase atrasados. Despachamos as malas, subimos a bordo do ônibus e entramos no avião, minha poltrona era de um lado do corredor e a de Dressy e Dan do outro.

Eu encostei minha cabeça no vidro, só faltava alguém chato sentar ao meu lado, por sorte um garoto de fones, calça jeans, coturnos e camisa de flanela sentou lendo revista. Eu permaneci em silencio, mas vi Dressy e Daniel cochichando na poltrona deles, dei de ombros e voltei a olhar para fora quando o avião levantou voo.

A aeromoça finalmente passou com os lanches e bebidas, vi Dressy e Daniel pegarem, enquanto a aeromoça os elogiava e eles sorriam.

–Hey, o lanche é de que? -o garoto ao meu lado perguntou a aeromoça, tirando seus fones de ouvido.

–É pão, com mel, maionese de limão, queijo, presunto defumado, cenoura e beterraba.

–Tem o que para beber?

–Coca, Pepsi, suco de limão, suco de maçã, água, vodca e whisky se você for de maior.

–Eu vou querer o pão e Pepsi.

–E para você senhorita? -a aeromoça perguntou e o garoto olhou para mim pela primeira vez.

–O mesmo -ela me serviu mas o garoto ainda não tinha tirado os olhos de mim.

–Sou Mason -ele sorriu, revelando um par de covinhas fofas.

–Sou Anya -sorri de volta, tímida.

–Lindo nome, assim como a dona -ele sorriu e piscou.

–Obrigada -agradeci corando violentamente.

Ele era bonitinho, principalmente de perto, não tinha aquela beleza estonteante e sobrenatural do Thyago ou do Dan, mas ele tinha lindos olhos azuis, pele branca com pequenas sardas, lábios bem definidos e era ruivo dos cabelos meio vermelhos, meio alaranjados e bagunçados. Ele notou que eu estava olhando fixamente, então bagunçou o cabelo com a mão direita e mordeu os lábios.

–Desculpe -respondi envergonhada e comecei a comer.

–Tudo bem -eu não olhei, mas notei um tom divertido em sua voz.

Nós comemos em silencio, eu resolvi tomar refrigerante e ele também estendeu sua mão, seus dedos acabaram tocando nos meus e eu retirei minha mão rapidamente.

–Desculpe -ele disse, mas eu não notei seu tom de voz de desculpas.

–Tudo bem -eu disse terminando de comer.

Assim que terminamos, a aeromoça passou recolhendo as coisas, eu peguei no sono um minuto depois e quando acordei, vi que ele estava de óculos escuros.

–Olá bela adormecida -ele me olhou através das lentes e sorriu.

–Dormi muito?

–Sim, nem pude aproveitar sua compania direito.

–Desculpe -eu respondi esfregando os olhos.

–Tudo bem, você fica linda dormindo.

–Obrigada, eu acho.