O lado oculto - Herdeiro escrita por De La Rosa


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Época de provas e eu escrevendo haha.
Eu sei que ainda não aconteceu nenhuma ação ou algo tão chocante, mas a tempestade está vindo.



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– Cuidado! – gritou uma voz de repente. E então Casper foi atingido violentamente na cabeça por um objeto voador. Pontadas latejantes começaram a fervilhar da bola vermelha que crescera no alto de sua testa.

– Desculpa – disse uma menina de cabelo alaranjado que se aproximava apressadamente. Em seus calcanhares outra garota vinha sem ritmo algum na corrida e parou ao lado da amiga de cabelo cor de salsicha.

– Dessa vez ele voou bem longe! – ofegou com excitação a segunda garota, cujo cabelo castanho estava preso em uma trança comprida deslizando por suas costas rechonchudas.

– É, mas isso me custou uma asa...olha – falou a garota de cabelo alaranjado enquanto se abaixava para pegar o objeto metálico e cinzento da grama.

– Da para consertar? – perguntou a garota de cabelo castanho, que viu a amiga fazer um modesto sinal de positivo com a cabeça enquanto analisava minuciosamente o objeto em suas mãos, através de seus óculos tampa de garrafa. Casper olhava para ambas intrigado e com a mão acariciando a bola latejante em sua testa.

– Olá garotas – Disse Hanne com um sorriso.

– Ah, é. Oi – Disse a garota com o objeto estranho nas mãos. – Foi mal acertar você com o Rob – disse para Casper, que já não segurando mais a curiosidade...

– O que é essa coisa? – Quis saber Casper apontando para o objeto cinzento.

– Bem, essa “coisa” é o Rob – respondeu a garota.

– Você não está vendo que o Rob é um robô, ora essa. – Disse a outra garota de cabelo castanho sem paciência – Arabelle projetou tudo e estava testando – concluiu em um tom de quem sabe das coisas. A outra garota deu um cutucão na amiga com o cotovelo, lançando um olhar sem graça para os pés.

– Você é do primeiro ano e já projeta robôs? – exclamou Hanne surpresa – E você perdendo tempo com aquele skate velho – Disse com um olhar de censura para o irmão, que imediatamente fechou a cara para Hanne, provocando assim uma risada aguda e um pouco artificial da garota de trança.

– Sim, nós somos do primeiro ano – disse a garota de trança tomando a dianteira da amiga – Arabelle ficou de me mostrar os outros projetos dela. Nós duas somos da Fraternidade Solar Storm, embora eu seja da casa dos lobos e Arabelle é uma bruxa.

– Meia bruxa – corrigiu Arabelle a amiga.

– Ok, meia bruxa – respondeu impaciente a garota rechonchuda – de qualquer maneira você pode usar uma varinha.

Hanne desatou a rir enquanto Casper ainda olhava curioso para as mãos de Arabelle que segurava o robô chamado Rob com cuidado.

– Meu nome é Gaia. E o de vocês? – tornou a falar

– Eu me chamo Hanne e esse é meu irmão Casper, do primeiro ano. – disse abrindo um sorriso para Casper mesmo quando ele lançava para a irmã um olhar fulminante por estar falando dele para estranhos. Ele não tinha analisado a situação friamente para concluir se valia apena ou não ser amigo de uma bruxa e uma loba.

– Puxa! – exclamou Gaia com um gritinho – Você é do primeiro ano? – e então puxou o braço de Casper para ver a marca de sua Fraternidade. Ele tentou puxar o braço para si, mas já era tarde.

– Oh – disse surpresa – Silver Stone. A Fraternidade fundada pelos lobisomens. Meu irmão também está nela. – Casper sorrateiramente puxou o braço para esconder sua marca.

– Eu acho melhor a gente ir procurar meu quarto – disse Casper para Hanne.

– Não seja apressado, nós já vamos. Só preciso esperar meus amigos, lembra? – Disse sem nenhum pingo de pressa.

– Eu posso levar você até o prédio da Silver Stone, sei onde fica – acrescentou Gaia com os olhos brilhantes.

– Eu acho melhor n...

– Mas é claro que o Casper aceita – interrompeu Hanne o irmão, cujo lábio torceu em um sorriso para as garotas.

– Então vamos! – disse Gaia agarrando a mão de Casper com força, que precisou ser mais rápido que a garota para pegar a tempo a alça de sua mala.

– Nos vemos no jantar – disse Hanne aos risos acenando para o irmão que estava sendo praticamente arrastado por Gaia, que o puxava como um touro. Arabelle ia logo atrás seguindo os dois a uma distância segura.

De fato a academia estava entupida de alunos e familiares chorosos. Os alunos do primeiro ano eram os mais apressados, procurando seus quartos e olhando ansiosos para o pulso. A maioria dos outros alunos estavam sentados na grama aparada ou em bancos de madeira em formato de animais. O campus era cheio de árvores de todos os tamanhos, as faixas por onde as pessoas caminhavam eram feitas de pedregulho.

– Esse é o prédio principal onde acontece quase todas as aulas – disse Gaia como se fosse uma guia experiente acompanhada de turistas, enquanto gesticulava para o prédio do relógio que lembrava o Big Ben. O enorme prédio de cinco andares era branco gelo com janelas de vidro retangulares e de longe o maior e mais comprido prédio da Academia. Logo após o prédio do relógio, rodeado por um emaranhado de árvores se erguia uma construção metálica com a aparência de um vulcão prateado. Sua altura fazia as árvores parecerem minúsculas.

– Um estádio? – Disse Casper estreitando os olhos para ver a real altura da construção.

– Sim – Respondeu Gaia rapidamente – Me disseram que é para datas importantes e para o esporte oficial das Academias.

– Que esporte? – perguntou Arabelle arrumando os óculos com um dedo.

– Eu não sei quase nada sobre o esporte – resmungou Gaia, desanimada – Tudo que sei é que não é novidade alunos morrerem durante os jogos.

Casper e Arabelle congelaram parecendo dois bonecos de neve, brancos e imóveis. A garota estava com a boca aberta em uma pergunta que não saia e Casper estava certo de que qual fosse o esporte ele não iria participar.

– Ali ficam as duas quadras, uma para basquete e a outra para futebol – apontou na direção ao lado do estádio, apenas a quadra de futebol tinha uma pequena arquibancada nas laterais.

– Aquele ali não é o seu irmão? – murmurou Arabelle indicando um garoto que estava sentado na última fileira da arquibancada da quadra de futebol.

– É ele mesmo – guinchou Gaia após estreitar os olhos para olhá-lo. – Vamos lá falar com ele.

– Ele me parece ocupado – advertiu Casper.

– Não me parece – rebateu Gaia. – Vamos logo – disse nervosa

– Talvez em outro momento – acrescentou Casper

– O momento é agora, ora essa. Vocês são da mesma Fraternidade, precisam se conhecer.

Casper olhou receoso para o garoto distante. Fazer amigos era uma ótima ideia, mas a grande maioria daquelas pessoas eram feras em pele de cordeiro e aquele garoto só poderia ser um lobisomem. Isso lhe trouxe a lembrança do pesadelo da noite passada fazendo o local da pancada na testa voltar a latejar. Casper recuou um passo, mas Gaia pegou em sua mão e saiu o puxando pelo caminho. Arabelle tratou de vir trazendo sua mala com dificuldade.

Eles pararam em frente ao garoto que estava de cabeça baixa desenhando com um lápis minúsculo a figura de um lobo raivoso, em uma folha presa a uma prancheta.

– Outro lobo? – disse Gaia para o irmão.

O garoto deu uma ligeira olhada para os três e voltou a contornar o focinho do lobo. Ele tinha a cabeça raspada nas laterais e o que sobrara de cabelo era muito curto, o barbeiro de qualquer exercito aprovaria o corte.

– Quem são esses ai? – disse friamente.

– Essa é a garota que eu te apresentei mais cedo, Arabelle, lembra? – disse Gaia – E esse é Casper, também da Fraternidade Silver Stone.

Thor pareceu um pouco mais interessado agora, deu uma boa olhada em Casper que estava imóvel como o manequim de uma boutique qualquer.

– Você é vampiro? - perguntou Thor com rispidez, os olhos negros semicerrados.

– Não – gaguejou Casper – Não sou de nenhuma casa.

– Um humano! – disse Thor com um sorriso minúsculo no canto da boca. Casper sentiu sua cabeça rodopiar imaginando se essa informação lhe traria problemas. Ele não tinha certeza se ser um humano na Academia o colocaria em desvantagem perante aos outros alunos.

– É melhor continuar sendo humano – advertiu Thor – Vampiros não são nada confiáveis. Casper apenas assentiu com a cabeça.

– Vou deixar você desenhando em paz – disse Gaia para Thor. E Casper se sentiu aliviado, pois ele já tinha cogitado a ideia de talvez se associar aos vampiros, pois os lobisomens eram muito feios e peludos e isso lhe fazia lembrar-se do urso medonho que o vinha assustando.

– Meu irmão não gosta muito de vampiros. - informou Gaia quando eles já estavam longe o bastante de Thor.

Após as duas quadra seguia-se outro emaranhado de árvores e logo em seguida três prédios brancos com três andares cada.

– Esse primeiro é a Fraternidade Supernatural Tamers – gesticulou Gaia como uma guia experiente. O prédio tinha uma bandeira branca com o desenho de uma coruja marrom de asas abertas, hasteada no topo. – Esse segundo - continuou – Pertence a Fraternidade Solar Storm – A bandeira hasteada no topo era prateada, com o desenho de um morcego negro de cabeça para baixo. – E por último a Fraternidade Silver Stone, sua nova casa – disse Gaia com um sorriso.

Casper olhou para o prédio, embora fosse igual aos outros dois esse era o seu novo lar. As janelas de vidro lhe pareceram mais brilhosas. Casper sentiu uma palpitação no coração fazendo-o acelerar quando viu a bandeira da Silver Stone tremular lá no alto, ela era branca com o desenho de um lobo dourado e olhos vermelhos. Por ser o último prédio, a poucos metros começava uma floresta que se perdia de vista.

Está entregue – disse Arabelle que se mantivera calada por boa parte do tour.

– Vocês não vão entrar? – Perguntou Casper com ansiedade.

– Nós precisamos arrumar nosso quarto antes do jantar de recepção – disse Gaia

– Boa sorte com o Rob – falou Casper para Arabelle com um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam curtindo a história.



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