O lado oculto - Herdeiro escrita por De La Rosa


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Está sendo uma enorme aventura escrever essa história. Estou super animado!



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Com uma velocidade sobre-humana ele se atirou no chão, sua jaqueta de couro não o ajudou no impacto contra os estilhaços de madeira espalhados por toda parte. Conferiu se a arma ainda estava presa em sua coxa, restavam lhe apenas mais duas balas.

– Sinto cheiro de traidor! – Disse uma voz esganiçada em um tom cantante.

Lancelote se arrastou para trás de uma árvore velha e encostou as costas no tronco irregular.

– Merda. – Sussurrou para si mesmo quando percebeu que estava perdendo muito sangue. Além do tiro no abdômen ele tinha certeza que também havia sido atingido em alguma região perto do ombro direito.

– Eu estou decepcionada, Lance! – Disse uma voz feminina entre as árvores. – Sinceramente eu achei que você daria um pouco mais de trabalho.

– Eu adoro brincar de escondi – escondi. – Tornou a falar a voz esganiçada.

O som de passos se aproximando causou um certo disparo em seu coração. “Cadê o maldito reforço? ” Pensou olhando para o alto, a copa das árvores bloqueava quase que por completo a luz pálida da lua. Lancelote limpou a testa soada com as costas da mão, afastando uma mecha de cabelo.

Então o som de botas de couro pisando na grama cessou e um silêncio perturbador caiu sobre o ar. Um pio distante de uma coruja rompeu o silencio, ele sacou a arma, fechou os olhos e respirou fundo. Quando então Agnus saiu de trás de um emaranhado de arbustos, disparado em sua direção. “Imbecil” pensou Lancelote que com precisão acertou uma bala entre os olhos do meio vampiro, que tombou no chão com um baque surdo.

Uma gargalhada calorosa desatou seguida de palmas. – Bravo, Lance! – Disse a voz feminina entre risos prazerosos.

– Eu tenho um presentinho para você, querida. – Disse Lance esboçando um pequeno sorriso com o canto da boca. – Kate ainda se escondia, Lancelote teve a certeza de que ela estava se deslocando rapidamente ao seu redor, pois sua voz parecia vir de todas as direções.

– Presentinho? – Zombou dando outra gargalhada. – Uma arma humana com uma bala chega a ser ridículo até mesmo para você, querido. – Disse colocando mais sarcasmos na última palavra.

– Você se lembra dos velhos tempos, Kate?

– Não me interessa o passado – gritou com raiva – Estou aqui para cortar a cabeça do passado e queimá-lo.

– Sempre tão determinada – ofegou Lancelote. – Com certeza você foi uma das melhores alunas da academia.

Sua arma estava apontada para frente, com os olhos semicerrados e a visão embaçando um pouco mais a cada minuto, seus músculos pareciam pesar toneladas a cada movimento. Ele estava confiando apenas em seus ouvidos. Sabia que aquela bala comum não o salvaria, mas talvez pudesse atrasá-la.

– Cala a boca – vociferou – pare de falar bobagens, você é um traidor da causa. – Lancelote notou que sempre que Kate estava falando ela também estava se movendo para disfarçar sua localização. Ele apontou a arma para a esquerda, fechou os olhos e respirou fundo, sua mão passou pelo gatilho. Na outra direção Agnus se moveu involuntariamente, o tiro havia servido apenas para retardá-lo.

Quando de repente Kate apareceu em sua frente, por segundos ambos os olhares se cruzaram. O cabelo negro de Kate ainda estava em movimento, e então ela chutou a mão de Lancelote que jogou a arma para longe.

Agora, ela estava ali, parada em sua frente com uma mão na cintura e a outra segurando uma arma cinza com balas de prata pura. Então Lancelote sorriu.

– Eu vou arrancar esse sorriso maldito da sua boca. – Disse com frieza.

– Eu te amo, Kate. – Sussurrou Lancelote.

– Cala a boca, traidor! – Disse com uma raiva mortal, disparando outro tiro um pouco abaixo do coração de Lancelote.

Ele cuspiu sangue quase que imediatamente, seu suor era de um frio cortante, os olhos estavam como a nascente de um rio, lagrimas cortavam seu rosto com velocidade. O seu corpo parecia ser apenas algo que não lhe pertencia mais, a dor não era mais sentida e por nenhum momento ele parou de olhar para aqueles vividos pares de olhos azuis. Lancelote tomou folego para dizer:

– O fruto do nosso a..mor esta vi..vivo. - Gaguejou

– Não, não, não. – Disse Kate com descrença quando ela percebeu do que ele estava falando.
– Eu vou sugar cada gota de sangue desse fruto horroroso. - Ela disparou mais duas vezes contra Lancelote cujo corpo mal se moveu com os impactos seguidos. Kate prendeu a arma no cinto preso a sua cintura e em seguida pegou Lancelote pela jaqueta jeans e o levantou até a altura de seu rosto. Seu corpo quase sem vida pendeu para o lado, com um esforço doloroso e ardente ele abriu os olhos. Ela estava com o rosto rígido, uma sobrancelha arqueada, aqueles lábios finos em que outrora tocaram sua boca, esboçava um sorriso desdenhoso.
Lancelote não tinha mais forças para comtemplar tamanha beleza, seus olhos foram se fechando lentamente, como uma pessoa que gradativamente cai no sono. Seu coração já vagaroso e respiração descompassada. A escuridão o envolveu.


Um toque suave pressionou sua boca, eram lábios finos e familiares, então seu último esforço foi sorrir.

– Lady, Kathlen?. – Disse Agnus apressado.

– Sim, Agnus...

– O que vamos fazer agora que a nossa missão acabou? – Perguntou em um tom nervoso.
Após uma breve olhada na expressão serena do rosto de Lancelote, disse:

– Agora nós vamos procurar uma criatura horrorosa que eu coloquei no mundo. – Disse Kate com os dentes cerrados. – Pois saiba meu querido, Agnus. Essa missão acabou, mas a guerra se quer começou!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e obrigado pela leitura.



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