6 de Outubro de 2001, Kanagawa, Japão.

Takanori, Kouyou e Akira combinaram de se encontrarem no dia seguinte, quando já estariam de volta a Kanagawa, no apartamento de Akira.
Takanori sentia-se excitado, e ao mesmo tempo, tenso. Sentia-se mais alegre, com a nova banda, mas será que teria sido a escolha certa, largar o Mikoto assim, sem mais nem menos? Agora que pensava melhor no assunto, via que tinha sido bastante precipitado.

Mas, ao chegar ao apartamento de Akira e ver seus dois novos amigos sorrindo para ele, sentiu suas preocupações o deixarem. Não sabia por que já havia desenvolvido tanta afeição pelos ex-Karasu. Mas podia ver, pelo jeito que os dois o olhavam, que sentiam a mesma estranha afeição por ele também.

– Konichiwa!! – Disseram os dois, juntos.

– Konichiwa! – Respondeu Takanori. – E ai? Estão prontos para o primeiro dia da... nossa banda que ainda não tem nome? – Disse, arrancando risadas de seus companheiros.

– Claro! Já arrumei os instrumentos! –disse Akira, apontando para o interior de seu apartamento. – Você vai ficar ai fora, Taka-san? – Disse, risonho.

Takanori entrou, e viu que o apartamento de Akira era um verdadeiro estúdio. Lá, viu o baixo que usara no ultimo show do Karasu, e a guitarra de Kouyou, além de uma bateria, outra guitarra, um microfone e um teclado.

– Que música vamos tocar? – Perguntou Kouyou, olhando para Takanori, e depois para Akira.

– Gosta de Luna Sea, Takanori? – Akira olhou para o baterista, levantando as sobrancelhas.

– Gosto sim, mas não sei tocar nenhuma música na bateria...

– Então complicou. A maioria das músicas que eu e Kou tocamos são deles.

Takanori pensou por um momento, então disse timidamente.

– Bem... eu não sei tocar na bateria... mas sei cantar... – O baterista olhou para o chão, esperando a resposta do baixista.

– Você canta? – Kou indagou-o com o olhar – Ótimo! Vê se você conhece essa.

Os dois pegaram seus instrumentos, se posicionando em seus lugares.

– Qual, Kou? – Perguntou Akira.

– Rosier. – Respondeu o guitarrista, sorridente.

(N.A-Link da música: http://www.youtube.com/watch?v=M6QpDsXeE_I&feature=related)

Começaram a música, e logo na introdução, Takanori já reconheceu como uma de suas favoritas. Pegou o microfone, e limpou a garganta, ansioso. Deu uma olhada para Kouyou, e este já estava completamente tomado pela música, tocando com emoção.

Kagayaku koto sae wasureta machi wa
[NEON] no kouzui muyuubyou no mure
kusattayabou no fukidamari no naka
miageta yozora wo kirikizandeita [BIRU]

yume no nai kono sekai

Akira empolgava-se tocando seu baixo, até mais do que no show do Karasu. Sentia algo diferente quando tocava com Takanori no vocal. Mas não sabia o que podia ser.
Kouyou tocava com a mesma empolgação, ao mesmo tempo em que olhava de relance para Takanori, maravilhado com sua voz. Era potente, emocionante de se ouvir. Soava muito melhor do que a do vocalista do Karasu.

Yurete yurete ima kokoro ga nanimo shinjirarenai mama
saiteita no wa My Rosy Heart
yurete yurete kono sekai de ai suru koto mo dekinu mama
kanashii hodo azayakana hanabira no you ni

Takanori sentia-se tão bem que nem prestava mais atenção em Akira ou Kouyou. Estava fora de si, admirado com a força e a beleza de sua voz que saia dos amplificadores. Nunca imaginara como era maravilhoso cantar. Só cantava com a música, em casa, por pura diversão, então nunca tinha ouvido direito sua própria voz. Mas agora via o porquê de nunca ter se encaixado como baterista.

Os três dançavam ao ritmo da música, tocando maravilhosamente bem. Chegou o solo de Kou, que se postou em frente ao microfone, e tocou emitindo tal emoção que os outros dois quase não podiam tirar seus olhos do guitarrista.

Kouyou, durante o solo, sentia que podia dizer tudo o que quisesse com sua guitarra. Sentia a emoção que transmitia para Akira e Takanori. Sentia, mais do que nunca, ligado a música.

Ao fim do solo, Takanori voltou a seu lugar original, e continuou a canção, ainda mais emocionado depois do incrível solo do guitarrista.

kagayaku hoshi sae mienai tokai de
yozora ni owari wo sagashi motomete
kono yoru ni kazashita hosoi yubisaki
kotae wo sagashi motometeiru

Yurete yurete ima kokoro ga nanimo shinjirarenai mama
saiteita no wa My Rosy Heart
yurete yurete kono sekai de ai suru koto mo dekinu mama
hakanaku chitte yuku no ka hanabira no you ni
ROSIER aishita [KIMI] ni wa
ROSIER chikazukenai
ROSIER dakishimerarenai
ROSIER itoshi sugite

Quando acabou a música, os três encararam uns aos outros, ofegantes, sem saber o que dizer.

Até que no fim, Akira resolveu quebrar o silêncio.

– Ai... meu Deus... isso foi...

– Incrível! – Gritou Takanori, empolgado.

– Nunca me senti assim antes... – Kou disse, com um sorriso. – Caras... a gente tem que fazer isso mais vezes!

– Por que não tocamos outra? – Sugeriu Akira.

E assim passaram a tarde inteira, tocando praticamente seu repertório inteiro. Uma nova banda surgia, além de uma grande amizade...