Runaway escrita por Grace


Capítulo 11
Train


Notas iniciais do capítulo

Oi amores da minha vida!



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Tris

— Eu… Eu sou Divergente.

Quando Jennifer pronunciou essas palavras, foi como se eu tivesse tomado uma facada. O peso de tudo que Quatro tinha me contado e a gravidade do que estava acontecendo tomou conta de mim.

Eu respirei fundo.

“Tris, antigamente, a Audácia caçava e matava os Divergentes para evitar ter problemas. Nós, os Divergentes, não podemos ser controlados por simulações, como você bem sabe. Nós pensamos por nós mesmos, temos essa característica diferente. Podemos manipular simulações, até mesmo as mais reais, e você é a prova viva disso. Imagina só o perigo que representam os Divergentes da Audácia: somos capazes de resistir, de pensar, somos fortes o suficiente para lutar e ainda sabemos usar uma arma. Perigo eminente.

Agora, as coisas mudaram. Estão caçando os Divergentes como um favor a Erudição. Estamos virando cobaias. A Erudição está tentando chegar ao poder, querem tomar o governo da Abnegação, e para isso, eles precisam de Soldados. Eric, Max e o restante dos líderes concordaram em ceder os membros da Audácia para lutarem pela Erudição, desde que eles tenham a chance de governar também. Nem todos aqui ajudariam de livre e espontânea vontade. De acordo com os arquivos que eu consegui acessar, eles vão nos manipular para ajudar. Como vão usar manipulações, só existem algumas pessoas que oferecem perigo. Aqueles que não podem ser controlados. Os Divergentes.

Eles estão só esperando a segunda fase começar para mandar Divergentes pra lá e também estão revendo Iniciações passadas. Estão investigando tudo e todos. Essa mudança que ocorreu no processo de Iniciação, deve ter mudado por conta disso. Nunca foi tão brutal como é agora. Não tem sentido os Iniciados se espancarem até que um desmaie.

Perdemos totalmente o sentidos de ser Audácia. Era pra sermos corajosos, vencer e lidar com os medos e proteger os mais fracos. Eles vão nos fazer atacar os mais fracos, para que não tenham concorrência. Vão aniquilar a Abnegação simplesmente porque nossos líderes são corruptos o suficiente para querer o poder só para si. E nós, vamos virar fantoche nas mãos dos líderes da Audácia e da Erudição.

Eu consegui imprimir tudo o que eu achei. Quando sai da sala do Eric, ouvi um barulho. Não tinha como voltar e a sala do Max era a única que estava com fácil acesso. Tem um piso solto lá, debaixo do armário de fichas. Foi o melhor lugar que eu achei.

Quando achei que era seguro, deixei a sala, mas acabei encontrando Travis no caminho. Ele reagiu, tentou me segurar e pressionar o botão de alarme. Minha sorte é que as luzes estavam apagadas e ele não teve como me reconhecer. Acertei uma facada nele e sai correndo. Eu não sabia que que era Travis quem eu havia esfaqueado até Max nos falar”

Foi depois de ver Quatro tão instigado a fazer justiça e de compartilhar esse sentimento, que eu disse a ele que nós íamos lutar. Que se fosse necessário, nós tiraríamos os líderes do cargo a força. Nós não íamos virar fantoche da Erudição.

Encarei Jennifer, que ainda estava olhando para mim.

— Jennifer, nós precisamos conversar — Eu disse, mantendo o tom de vós estável para não assustá-la mais do que o necessário — Hoje a noite, às onze horas, se encontre comigo nos trilhos. Não é seguro falar sobre isso aqui e nem dentro da Audácia.

— Tris, eu estou com medo — Ela disse.

— Não precisa. Eu espero que a segunda fase não dure tempo o suficiente para que te descuram — Eu disse, e ela me encarou, esperando uma explicação. Eu não podia falar nada ainda.

Eu me levantei. Alguns guardas da Audácia se aproximavam de onde nós estávamos. Eles não podiam escutar nada do que nós falávamos. Jennifer pareceu notar a aproximação deles.

— Eu e Quatro vamos estar esperando. Vá sozinha — Nós duas começamos a fazer o caminho de volta para onde Quatro estava. Eu precisava dele. Jennifer precisava dele. Eu mal havia conseguido esconder minha divergência dois anos atrás. Sem ele seria impossível ajudá-la — Jennifer, hoje a noite você vai entender.

Me juntei a Quatro que já estava começando a reunir os Iniciados. Começamos a seguir para o trem. Notei que Jennifer conversava com os outros normalmente. Isso era bom. Ela precisava manter a calma.

— Tris — Quatro chamou. Notei que Anna prestava atenção na gente.

— Eu esqueci de trazer o seu moletom pra te devolver — Eu disse, disfarçando — Passa lá no meu quarto depois pra pegar.

— Ok, mas se quiser ficar com ele, pode ficar — Graças a Deus Quatro entendia as coisas rápido — Não to precisando — Ele deu de ombros.

Eu não podia arriscar a falar nada, principalmente com Anna por perto. Eu não confiava nem um pouco nela.

Quando chegamos no complexo, Quatro informou ao Iniciados que eles estavam dispensados por hoje. O grupo se espalhou, e quando todos já estavam fora de vista, nós dois voltamos ao trem, que era mais seguro, para conversas importantes, do que em qualquer lugar da Audácia.

Nos sentamos contra a parede do vagão. Ele me beijou e em seguida me abraçou.

— Você parece nervosa. Até um pouco perturbada — Ele falou, mexendo no meu cabelo — Foi algo que Jennifer te disse?

— Quatro — Joguei minhas pernas sobre ele e me sentei em seu colo. Ele me beijou lentamente, apoiando as mãos nas minhas costas. Minhas mãos estavam apoiadas em seu rosto, trazendo-o para mais perto de mim.

Ficamos assim por mais alguns instantes. Quando paramos de nos beijar, eu encostei meu rosto em seu peito.

— Jennifer escutou nossa conversa de mais cedo, e veio falar comigo porque está assustada. Ela é Divergente.

Quatro respirou fundo.

— Tris…

— Ela vai se encontrar conosco hoje a noite. Às onze. Marquei com ela nos trilho.

— Nós precisamos tomar o poder logo — Ele suspirou — Jennifer é uma, mas pode acontecer que tenham mais Divergentes no grupo de Iniciados, e aí, não vamos saber até que seja tarde demais.

— Quando voltarmos, eu vou falar com Tori — Eu o abracei — Posso falar com Christina e os outros também.

— Eu vou falar com os Divergentes que passaram por mim nos últimos anos.

— Tori é influente, assim como você. Se conseguirmos um bom número de pessoas para começar um levante, temos chance de vencer.

Ele fez um sinal positivo com a cabeça.

— De duas, uma. Ou estamos dando um tiro no pé, ou vamos conseguir fazer justiça.

— Bom, se esse for o caso, é por um bom motivo. É por justiça. Justiça acima da paz, certo?

— Justiça acima da paz — Ele confirmou.

Meia hora depois, nós voltávamos ao complexo da Audácia. Eu me dirigi para o estúdio de tatuagens de Tori, e Quatro foi atrás de alguns amigos.


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Notas finais do capítulo

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