Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 17
Girls like girls...


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Mais um capítulo fresquinho saindo do forno! Espero que gostem!
Comentem! E tenham uma ótima leitura!
Ps: Gente eu não sei se vocês sabem, mas, Amanhã EBEP faz aniversário de 1 ano! UHUUUUUUU! Nem tô acreditando, e você? O tempo passou rápido! Enfim... Se acham que isso vai passar em branco estão enganados, logo mais vocês terão uma surprezinha, não só minha, mas também de outra autora cuja fic também fará aniversário logo logo, então, aguardem!!! huehuehue



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No capítulo anterior…

– O que tá havendo? – Perguntou Thiago, sem notar Ana, que também ainda não tinha notado sua chegada, até ouvir sua voz. Bia ao ver o Thiago e Cris de mãos dadas, ficou tensa, aproximando-se de Ana que ao ouvir a voz do garoto, abriu um enorme sorriso, o que deixou a todos com coração na mão, então, quando esta olhou em direção a porta, avistou a última coisa que passaria em sua cabeça: Thiago e Cris de mãos dadas. Estes ao darem de cara com a garota, ficaram sem reação, soltando as mãos.

– Oi Thiago. Oi Cris. – Cumprimentou Ana, os encarando, controlando-se para não expressar o que estava sentindo naquele momento. Então caminhou até a porta, onde Cris e Thiago ainda estavam, passando pelos dois, e saindo, orfanato afora, passando a chorar.

***

Enquanto isso…

Não demorou muito até que Vivi e Janu chegassem de carona com Maurício a cara de Hugo. Quando chegaram, Maurício saiu para comprar bebidas, deixando Hugo a sós com as garotas.

– Q-Querem alguma coisa pra beber? – Perguntou Hugo, nervoso.

– O Maurício já não foi comprar? – Lembrou Vivi.

– Ah, é… – Se tocou Maurício. – Querem comer alguma coisa então? – Perguntou, tentando ser gentil.

– Quero. – Disse Janu. – Vai lá fazer sanduíche pra gente. – Mandou. Hugo, assentiu, um tanto amedrontado, indo para a cozinha.

– Caramba Janaína… – Iniciou Vivi. – O menino não é seu escravo. – Afirmou.

– Ele se ofereceu, não? – Perguntou Janu, acendendo um beck. Vivi nada disse, então ambas passaram a fumar em silêncio.

– O que tá pegando entre você e aquele médico? – Perguntou Janu, deixando Vivi tensa.

– O quê? – Perguntou Vivi, fingindo-se de desentendida.

– Eu percebi a forma que você ficou quando ele se aproximou da gente. – Revelou Janu, dando um trago, passando o beck para Vivi.

– Nada não. – Mentiu Vivi. – É que foi ele que como tomou conta de mim quando eu fui pro hospital naquele dia. Agora ele fica pegando no meu pé, por causa das drogas. – Explicou, dando um trago.

– Hum… – Concluiu Janu. – Achei engraçado ele não ter falado nada pro seu pai, meio suspeito isso. – Completou, desconfiada.

– É, que eu pedi pra ele não falar, disse que o meu pai já tinha muitas preocupações, ele entendeu e guardou segredo. – Mentiu Vivi.

– E aí vocês treparam. – Completou Janu.

– Quê? Claro que não! – Negou Vivi. – De onde tirou isso?

– Fala sério Vivi, tá na cara que você fez alguma coisa em troca do silêncio do Fernando! – Afirmou Janu. – Todo mundo sabe que ele é fácil de ser subornado, principalmente por uma novinha. – Completou.

– Não fala besteira Janu. – Pediu Vivi, desconfiada.

– Tá, já vi que você não confia em mim. – Finalizou Janu.

– Mas não tem nad…

– Eu vi! – Exclamou Janu. – Vi quando você saiu da casa do Fernando de madrugada e depois pegou um ônibus. – Revelou, surpreendendo Vivi.

Flashback on

Na noite em que os garotos beberam, e as garotas foram ao shopping…

Depois do shopping Bia foi para casa, separando-se de Vivi, Janu e Julieta que pegaram outro ônibus.

– Pensei que você ia comigo, Vivi. – Afirmou Bia, com cara de tacho.

– Foi mau amiga, vou lá pra Janu. – Desculpou-se Vivi. Então Bia pegou o ônibus para Santana, e As outras três o ônibus para a Vila.

Na casa de Janu…

– E aí, o que a gente vai fazer? – Perguntou Julieta.

– Pensei que você ia dormir. – Disse Janu.

– É impressão minha ou você tá me excluindo, de novo? – Perguntou Julieta.

– A gente foi com você pro shopping hoje. – Lembrou Janu.

– Para com isso Janu… – Pediu Vivi, rindo. – Porque nós três não vemos um filme? – Sugeriu.

– Eu topo! – Concordou Julieta. Janu revirou os olhos.

– Tá, não tem nada melhor pra fazer mesmo. – Topou Janu.

E assim…

Julieta escolheu um filme de comédia romântica tão chato, que tava dando sono em Vivi e em Janu.

– Esse filme é tão lindo. – Afirmou Julieta, assoando o nariz em um lenço. Janu revirou os olhos. Logo, a mesma passou a conversar com alguém por mensagem.

– Sabe, bateu um sono, vou dormir. – Afirmou Janu, dando uma desculpa para parar de ver o filme.

– Affê, sua chata, nunca ver um filme inteiro. – Bufou Julieta. Logo, Janu foi para o quarto e fechou a porta.

– Você não vai me abandonar, né Vivi?! – Perguntou Julieta, lançando um olhar fulminante à Vivi.

– N-Não… O filme tá da hora. – Mentiu Vivi.

– Ótimo! – Exclamou Julieta, animada. – Vou fazer pipoca pra gente, volto já! – Avisou, animada. Vivi assentiu.

Enquanto Julieta estava na cozinha, fazendo pipoca de micro-ondas, Vivi foi até o quarto, onde sem querer surpreendeu Janu se trocando, o que a deixou sem graça, porém, Janu a encarou, e sorriu de leve, enquanto vestia uma blusa. Vivi sorriu de volta, um tanto sem jeito.

– Por que tá vestindo roupa de sair? – Reparou Vivi.

– Vou ao parque fumar um com o Maucício. – Respondeu Janu. – Quer ir?

– Quero! – Respondeu Vivi. Nessa hora Janu passou a rir.

– Vai ficar querendo. – Disse a garota. Nessa hora, Maurício apareceu na Janela, logo, Janu a abriu, pulando em seus braços. Em seguida mostrou dedo do meio a Vivi, aos risos enquanto Maurício a carregava, deixando a amiga com cara de tacho.

Depois disso, Vivi decidiu sair para fumar um cigarro.

– Aonde vai Vivi? Eu já fiz a pipoca! – Disse Julieta, com uma bacia enorme cheia de pipocas.

– Vou fumar um cigarro aqui fora, e já volto. – Avisou, saindo da casa de Janu.

– Ok… – Concluiu Julieta, desanimada.

Fora…

Ao sair na rua, Vivi caminhou até a esquina perto do orfanato, onde acendeu um cigarro. Nessa hora avistou uma pessoa conhecida passando, então escondeu o cigarro nas costas.

– Boa noite dona Glória. – Disse ao ver a mulher rechonchuda se aproximar, Glorinha, a mãe de Janjão.

– Ah, boa noite Viviane. – Respondeu a mulher. – Não sabia que a senhorita fumava! – Reparou.

– Ah, é… Eu… – Vivi ficou desconcertada.

– Fica fria, eu também fumo, tem um aí sobrando? – Perguntou. Logo, Vivi lhe deu um de seus cigarros de menta, da marca LA, a mulher pegou o cigarro e acendeu com seu próprio isqueiro.

– A senhora tem notícias do Janjão? – Perguntou Vivi. – Faz um tempão que ele não dá notícias.

– Ah sim, o João tá bem, continua morando com os avós. – Contou a mulher, tranquilamente. Esta parecia ter mudado com a ida do filho para Tocantins. – Ele até arrumou uma namoradinha, possessiva demais! – Acrescentou.

– Eita! Deve ser por isso que ele desativou as redes sociais. – Deduziu Vivi.

– Pois é, e eu to quase convencendo ele a voltar a morar aqui. – Disse a mulher.

– Sério? – Perguntou Vivi, feliz com a notícia. – Tomara que ele venha!

– Sim, tomara, sinto saudades do meu filhinho. – Afirmou a mulher, emocionada. – Fui muito dura com ele antes, mas agora as coisas mudaram. – Explicou. – A gente só dá valor quando perde, minha cara. – Concluiu suspirando. Vivi franziu o cenho e assentiu.

– Tendi. – Disse a garota. Logo, Glorinha tomou seu rumo, deixando Vivi tranquila. A garota fumava apreciando a solidão, quando quem passou foi André.

– Vivi? – Chamou o garoto, fazendo Vivi revirar os olhos.

– Não, a Xuxa. – Respondeu rudemente.

– O que faz aqui? – Perguntou André.

– Fumando, não tá vendo? – Laçou, dando outra patada no garoto. – Agora se me der licença, eu queria curtir meu momento de solidão. – Completou.

– Porque tá agindo desse jeito? Tá se fazendo de dificil, é? – Perguntou André. – Eu tenho certeza que você ainda quer voltar pra mim! – Afirmou.

– Tão iludido… – Disse Vivi. Nessa hora, o garoto a puxou pela cintura. – Me solta! – Exclamou a garota.

– Duvido que você resista a minha pegada. – Disse o garoto, tentando a beijar a força.

– Para André! – Gritou Vivi. – Seu ridículo! – Xingou.

– Solta ela! – Exclamou alguém, chegando de surpresa, Fernando. Este pegou o garoto pelo braço e o jogou no chão.

– Fernando?! – Exclamou Vivi, surpresa.

– Não se mete, cara! – Exclamou André, levantando-se. – O assunto é entre eu e a minha namorada! – Completou o garoto.

– EX- namorada! – Corrigiu Vivi.

– Escuta aqui cara, é melhor você parar de perturbar a garota e ir embora, antes que eu seja obrigado a tirar você daqui do meu jeito. – Ameaçou Fernando, calmamente.

– Babaca! – Xingou André, emburrado, indo embora. Houve silêncio entre Vivi e Fernando.

– Tá tudo bem, Vivi? – Perguntou o médico.

– Uhum. – Afirmou Vivi. – Valeu por me ajudar… – Agradeceu.

– Não tem de quê. – Disse o homem. Logo, ambos passaram a se encarar de outra forma.

***

– Por que você faz isso, garota? – Perguntou Fernando aos amassos com Vivi. – Eu posso ser preso, sabia? – Advertiu. Acontece que depois do ocorrido, ambos passaram a se provocar, até que Fernando propôs que a garota fosse a sua casa, Vivi concordou, resultando nisso.

– Eu não pedi pra tá aqui, tava só fumando na esquina. – Afirmou Vivi.

– Sei… – Disse Fernando, logo, Vivi aproximou-se do homem e o beijou novamente, dando início a uma sessão de amassos, que foi terminar no sofá. Quando a coisa foi esquentando, Vivi lembrou de uma coisa.

– Espera um momento. – Pediu a garota. – Você tem preservativo? – Perguntou.

– Preservativo? – Perguntou Fernando. – Tenho sim. – Afirmou, com um sorriso safado. – Já volto. – Avisou dando um selinho na garota, indo até o seu quarto em seguida. Nesse momento, Vivi acendeu outro cigarro. Foi quando a fixa caiu.

– O que eu tô fazendo, meu Deus? – Perguntou, entrando em choque. Logo, antes que Fernando voltasse, a garota resolveu sair dalí o mais rápido possível.

– Peguei dois por garantia… – Disse o homem, chegando na sala, logo, notou que não havia mais ninguém lá, apenas a porta aberta.

Vivi pegou o primeiro ônibus que apareceu, não importava para onde, só queria sair dalí, imediatamente.

Logo, amanheceu…

– Ei menina, acorda! – Exclamou alguém, despertando Vivi, qe acabara dormindo no ônibus, era o cobrador. – Esse é o final da linha, não vai descer? – Perguntou.

– Onde eu tô? – Perguntou Vivi.

– Perto do aeroporto de São Paulo. – Avisou o homem.

– Caralho! – Exclamou Vivi. – Isso é longe demais do meu bairro! – Completou, correndo para fora do ônibus.

– Isso é o que dá beber demais… – Suspirou o cobrador.

Flashback off

– E foi isso que aconteceu, Janu… – Finalizou Vivi, após contar tudo para a garota.

– Quer dizer que você seduziu o médico no hospital pra ele guardar segredo, e depois ele quis te comer, daí você saiu fora… ? – Perguntou Janu, processando.

– Foi… – Confirmou Vivi. Janu ficou séria por alguns segundos, quando logo passou a rir compulsivamente da cara da amiga. – Para! Não tem graça… – Pediu a garota, envergonhada.

– Você se superou legal, hein! – Afirmou Janu, terminando de fumar seu beck. – Se fosse eu teria ido até o final, quele médico é um gostoso. – Acrescentou.

– Deixa o Mau ouvir isso… – Disse Vivi.

– Tô nem aí… – Disse Janu. – Ele não é meu dono. – Completou. Nessa hora, Hugo voltou da cozinha com dois sanduíches.

– Aqui… – Disse Hugo.

– Aê! O rango chegou! – Exclamou Janu.

– Nossa Hugo, esses sanduíches tão com uma cara ótima. – Afirmou Vivi. – São de quê? – Perguntou.

– Presunto, queijo e… – Antes que Hugo terminasse de dizer o que tinha no sanduíche, Maurício chegou com as bebidas.

– E aí galera, a vodka chegou! – Anunciou. Janu nem pensou duas vezes antes de largar o sanduíche na mesa de centro e agarrar a garrafa de vodka. – Vai com calma papudinha… – Brincou o rapaz. – Trouxe um refrigerante pra misturar, caso os fracos não aguentem beber pura. – Acrescentou, encarando Hugo, que ficou com cara de tacho. Logo, Janu, que havia tomado a vodka da mão de Maurício, abriu a garrafa, passando a beber no gargalo.

– Argh! – Exclamou, após sentir sua garganta queimando da vodka.

– Louca! – Exclamou Vivi, aos risos.

– Hugo, vai lá pegar uns copos pra gente. – Ordenou Maurício. Hugo apenas o encarou, ainda com cara de tacho. – Tá esperando o quê? – Perguntou o garoto. Então, Hugo assentiu, indo buscar os copos.

***

Após várias doses de vodka, todos estavam completamente bêbados, com exerção de Maurício, que não caía fácil com a bebida.

– Eu preciso de mais bebida… – Afirmou Janu, com uma típica voz de embriaguez.

– Você já tá bêbada demais. – Afirmou Vivi, que estava um pouco menos bêbada, pois havia misturado suas doses com refrigerante para acompanhar Hugo.

– Não tô, não. – Falou Janu, quase caindo. Logo, a mesma deitou-se no sofá com a cabeça apoiada nas pernas de Vivi, então, Vivi passou a acariciar seus cabelos, rindo da situação. Maurício observou em silêncio, dando um gole em seu copo de vodka.

– Sabe, eu tô cansado! – Afirmou Hugo, com uma certa dificuldade na fala, devido a vodka.

– Vai dormir então. – Disse Maurício.

– Não vou, ainda são 18:00 da tarde! – Afirmou Hugo. – E eu não tô falando d-desse tipo de cansaço! Tô falando que tô cansado de ser tratado como capacho! – Desabafou o garoto.

– Do que você tá falando cara? – Perguntou Maurício.

– Eu sei que você só anda comigo porque eu sou retardado! – Afirmou Hugo.

– Para de falar merda cara! – Pediu Maurício. – Você tá bêbado! – Completou.

– Você anda comigo só porque ninguém mais quer ser seu amigo! – Lançou Hugo, e tinha uma certa verdade em suas palavras, o que irritou Maurício. De repente Hugo sentiu um embrulho em seu estômago e acabou vomitando em sua própria roupa. Maurício então revirou os olhos, e o ajudou a ir até o banheiro, deixando o garoto lá, fechou a porta e voltou para onde as garotas estavam.

– Quero mais bebida… – Murmurou Janu, ainda deitada. Então Maurício sorriu.

– Gata, eu não vou ter mais vodka aqui… – Iniciou. – Mas, tenho algo aqui que, com certeza, vai ser melhor. – Afirmou, com um sorriso malicioso no rosto.

– O quê? – Perguntou Janu. Logo, Maurício prontificou-se a mostrar o que estava escondido em seu bolso interno no moletom. Um saquinho contendo cocaína. Logo, Janu abriu um sorriso.

– Pó? – Perguntou Vivi. – Não! É melhor não Janu. – Alertou à amiga.

– Porque não Vivi? – Perguntou Maurício.

– Ela tá te devendo um absurdo em drogas, você quer terminar de endividar a garota? – Perguntou Vivi. Maurício riu, aproximando-se de Vivi, que o encarou irritada.

– Mas essa é por conta da casa, amorzinho. – Afirmou, apertando o queixo da mesma. – Vem Janu, vamo dá uma chegada lá no quarto do Hugo. – Chamou o garoto, puxando Janu, que levantou-se, logo o mesmo a agarrou, beijando seu pescoço, nessa hora, Janu encarou Vivi, com um olhar desgostoso, então seguiu Maurício até o quarto, deixando a amiga sozinha. Vivi, imaginando o que aconteceria, apenas acendeu um cigarro, passando a fumar, pensativa. Quando passou a ouvir gritos abafados e ofegantes de Janu vindos do quarto.

Logo, Hugo saiu do banheiro, zonzo. Vivi prontificou-se a ajudá-lo, guiando o garoto até o sofá.

– Tá tudo bem? – Perguntou.

– Eu acho que sim… – Afirmou Hugo, ainda zonzo.

– Vou pegar café pra você. – Disse Vivi, levantando-se. Esta foi até a cozinha, pegou café, e trouxe a Hugo, que bebeu com dificuldade.

– Odeio café. – Afirmou o mesmo.

– Vai fazer você melhorar. – Disse Vivi. De repente, enquanto bebia café, Hugo parou encarou Vivi por um tempo, o que a deixou desconfortável.

– Eu tô apaixonado por você. – Disse o garoto.

– Hã? – Perguntou Vivi, surpresa.

– Eu quero te beijar, Vivi. – Disse Hugo, aproximando seu rosto ao rosto da garota, que se afastou.

– Não! – Exclamou Vivi. Logo, Hugo fez um olhar deprimido. – Desculpa Hugo, é que…

– Tudo bem… Eu sei que você gosta dela. – Revelou Hugo, fazendo Vivi arregalar os olhos.

– D-Dela? – Perguntou Vivi.

– Sim, da sua amiga Janu. – Afirmou Hugo.

– De onde você tirou isso? – Perguntou Vivi.

– A forma que você olha pra ela. – Disse Hugo.

– Ai meu Deus, eu mereço! – Lamentou-se Vivi, com a mão na testa. – Eu não sou lésbica! – Exclamou.

– Não? – Perguntou Hugo. – Pois então me beija! – Provocou, aos risos. Nessa hora, Vivi revirou os olhos, então, por raiva da acusação, beijou o garoto na boca, que se assustou, pois não esperava que Vivi realmente fizesse isso.

– Satisfeito? – Perguntou Vivi, irritada, Hugo que estava em choque, apenas balançou a cabeça. De repente, ouviram o barulho de chaves girando na porta de entrada, seguido por alguém a abrindo, o que os deixou tensos.

– Vivi?! – Exclamou Ana, entrando em casa. A garota estava com olhos vermelhos e inchados, parecia ter chorando bastante.

– Ana?! – Exclamou Vivi. No mesmo instante Janu e Maurício saíram do quarto, e pela cara dos dois haviam cheirado pó, depois de uma sessão de sexo selvagem. Ana olhou em volta e viu uma zona na sala, copos de bebida, refrigerante, e uma garrafa de vodka vazia.

– Não sabia que vocês eram amigas deles… – Afirmou Ana.

– E o que você faz aqui? – Perguntou Vivi.

– Minha tia mora aqui… – Disse Ana. – Ela é madrasta do Hugo.

– Ah… Foi mau, se eu soubesse nem tinha vindo. – Disse Vivi.

– O papo tá bom galera, mas a gente já vai se mandar. – Disse Maurício, puxando Janu pelo braço, então os dois foram embora.

Vivi ficou para ajudar Ana a arrumar a sala, antes que sua tia e seu novo tio chegassem, e Hugo foi se deitar.

– Não sabia que você bebia… – Comentou Ana, em meio a fungados, enquanto pegava os copos.

– Só de vez em quando. – Disse Vivi, limpando a mesa.

– Ah… – Concluiu Ana. Houve silêncio.

– É… Ana, desculpa perguntar, mas… – Iniciou Vivi. – Tá tudo bem? – Perguntou, notando que algo estava errado.

– Sim, tudo ótimo! – Afirmou Ana. – Por que não estaria? Eu tô de volta! – Lembrou, com um sorriso forçado. Vivi nada disse, apenas deu de ombros, deixando isso pra lá.

– Bom, já tá tudo arrumado. – Finalizou Vivi. – Agora é melhor eu vazar, antes da sua tia chegar. – Afirmou.

– Beleza. – Concordou Ana. – Tchau. – Despediu-se.

– Tchau. – Respondeu Vivi, indo embora. Então Ana sentou-se no sofá apreciando a solidão, logo avistou a garrafa de vodka ao pé do móvel, percebendo que havia sobrado dois dedos, sem pensar duas vezes, a mesma direcionou a garrafa até a boca, bebendo o resto da bebida, sem nem fazer careta, olhando para o vazio, friamente.

***

No orfanato…

Todos jantavam calados.

– Nem acredito que a Aninha voltou! – Dizia Chico, animado. – Pena que não tava aqui quando ela veio. – Lamentou.

– Ainda bem que você não tava , padrinho. – Afirmou Teca.

– Porque diz isso, Teca? – Perguntou Ernestina.

– É que o clima foi meio tenso. – Disse Neco.

– Por quê? – Perguntou Chico. Nessa hora, Thiago que jantava na mesa com Cris, levantou-se e saiu da cozinha. Em seguida Cris saiu também, indo atrás do garoto.

– É uma história longa. – Disse Binho.

Cris seguiu Thiago até o pátio.

– Tá tudo bem? – Perguntou Cris.

– Não quero conversar agora. – Disse Thiago.

– Você tá mexido com a volta da Ana, né? – Deduziu Cris. – É uma ironia do destino mesmo, quando a gente resolve namorar ela aparece e estraga tudo! – Afirmou. – Eu sabia, toda vez que tenho um pesadelo ele acontece! – Completou. – Você não vai falar nada Thiago? – Perguntou.

– O que você quer que eu fale? – Perguntou Thiago, alteando a voz. Nessa hora Cris se encolheu.

– Você disse que o passado não importava mais… – Lembrou a garota, num tom de voz manso. Nessa hora, Thiago a encarou.

– Cris… – Iniciou, controlando-se. – Eu só quero ficar um momento só, por favor respeite isso. – Disse.

– Ok. – Cedeu Cris. – Fique à vontade.

– Obrigado. – Finalizou Thiago. Então Cris se retirou, com lágrimas nos olhos. Logo, Thiago sentou-se ao banco, pensativo.

***

Não era muito tarde quando Vivi chegou em casa.

– Olha só, ela chegou a tempo do Jantar hoje! – Comemorou Shirley, que colocava a mesa, com ajuda de Cícero. Vivi esboçou um leve sorriso. O segredo para que ninguém notasse a bebedeira era sorris, assentir, e falar o mínimo possível, sempre funcionava.

– Tem algo estranho com você Vivi. – Percebeu Tati, que carregava Cicinho.

– Impressão sua. – Disse Vivi.

– Deixa sua irmã Tati. – Pediu Shirley. – Vem Vivi, vou colocar um prato pra você. – Chamou.

– Não, valeu Shirley, to sem fome, vou pro meu quarto. – Disse Vivi, caminhando até o quarto.

– Eu disse que tinha algo de errado. – Insistiu Tati.

Horas depois…

Vivi mexia no seu celular, quando se deparou com uma foto antiga, onde estavam Janu, ela, Cris, Bia e Pata, nessa hora a mesma sorriu, observando a foto. De repente veio em sua mente aquilo que Hugo tinha falado, sobre ela gostar de Janu, o que era um absurdo segundo ela… Ou não. Vivi respirou fundo, tentando tirar isso de sua mente, então, fechou a foto, colocando o celular no criado-mudo, em seguida deitou-se em sua cama, quando de repente ouviu o barulho de uma pedra na Janela. Típico clichê de filmes. Vivi aproximou-se da Janela, e viu que se tratava de Janu, logo percebeu que a garota não estava com uma cara muito boa.

E assim…

Vivi foi até a porta da entrada, e abriu, então, Janu entrou de uma vez dentro da casa da amiga, a abraçando. Vivi percebeu que a garota estava chorando.

– O que aconteceu? – Perguntou Vivi, sem entender.

– Eu discuti com o Maurício, e ele me bateu! – Contou Janu, chorando.

– Quê? – Perguntou Vivi, assustada. – Como foi isso Janu? – Perguntou, porém a garota não disse mais nada, apenas chorou no ombro da amiga. Vivi ficou sem saber o que fazer, então apenas a abraçou, acariciando seus cabelos, Janu se distanciou, ainda chorando, e Vivi passou a encara-la, então seus olhos se encontraram. Logo, Vivi enxugou uma das lágrimas que desciam nos olhos de Janu, que matinha os olhos fixos aos olhos da garota, então quando menos esperaram, seus lábios se uniram como um imã, dando início a um longo e desesperado beijo. Depois disso, Janu foi embora, e Vivi voltou ao seu quarto, perplexa.

Aquilo a deixou um tanto confusa, pois, quando pensava compreender as coisas, estava enganada, pois, a vida sempre a surpreendia com coisas novas.

Música tema Vivi e Janu


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Esse era um dos capítulo que eu queria fazer a muito tempo! Espero que tenham gostado e.e
Enfim, beijos e até o próximo capítulo!
Ps²: Ah, a propósito... Um passarinho me contou que hoje a Uma Turma tá aniversariando!!! Então, parabéns Turma *-* Dedico esse capítulo a você! :3