Renascendo das Cinzas escrita por Serena


Capítulo 4
Na Estrada


Notas iniciais do capítulo

Sugestão de música para o capítulo: Levels, do Avicii



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Estamos a 600km de Detroit num carro esporte fornecido (com muito custo) por Stark.

"Cuidado com os vidros"
"Não mude muito de marcha"
"Não arranhe a pintura"
Esses e outras trocentas ordens foram dadas pelo sempre gentil Tony, ao nos emprestar o maldito carro.
Steve me pede para dirigir e estabelecemos turnos.
Wanda se senta encolhida nos fundos e escreve num caderno.
Eu corro para pegar as chaves e fazer o primeiro turno, Steve é meio lento com os carros, "120km não é uma velocidade apropriada numa pista de 80km", "talvez no seu ponto de vista, no meu, isso quer dizer 55 minutos a menos na estrada", respondo quando ele implica com minha direção.
Agora já fazem umas 7h que estamos na estrada e Steve já está à procura de um lugar para passarmos a noite.
– Se passarmos pela próxima ponte, entraremos na rodovia 0-15, e tem um hotel a umas duas milhas.
– Ok.
– Pela manhã, eu assumo o resto do trajeto, tá legal?
– Hm...claro.
...
– Preciso três quartos individuais.
Eu resolvi pedir enquanto Wanda e Steve esperam no carro.
Não queria correr o risco de dividir o quarto com Wanda.
É egoísmo meu, mas nem ligo.
– Desculpe querida, mas são 23h, e o máximo que tenho é um único quarto com três camas.
Eu bufo para a mulher negra de uns 45 anos que me encara com deboche.
– Certo. Nossos nomes são Tristan Evans, Louise Evans e Christina Roxes.
Ela checa os nomes e me entrega a chave.
– Obrigada por escolher a Shermann.
Como se não fosse o único hotel próximo em pelo menos dez milhas.
Sorrio e saio para chamar os outros, e quando aproximo, eles estão conversando e rindo juntos.
Por algum motivo, isso me irrita.
Quando me aproximo, resolvou alfinetá-los:
– Bom, eu diria para os pombinhos pegarem um quarto, mas pelo visto teremos só um para nós três, e eu prefiro não entrar nesse fetiche.
Wanda enrubesce, e Steve me olha rudemente, incomodado com o meu comentário.
Seguimos para o quarto.
...
Assim que entramos, corro para a cama próxima da janela. Peguei um quarto no 1º andar, ou seja, posso facilmente quebrar a janela caso seja necessário uma saída de emergência.
Wanda entra no banheiro, e resolvo desarrumar minhas coisas, mas Steve aproveita que ela não pode ouvir para me repreender.
– Olha, não foi legal o que você falou mais cedo. Sobre eu e Wanda.
– Relaxa ai, soldado. Foi só pra descontrair.
– Ela não pareceu descontraída pra mim depois da sua piadinha.
Aquilo me machuca mais do que desejo. E retruco com um pouco de orgulho ferido.
– Eu só disse o que vi. Vocês dois estavam praticamente se engolindo. Só quis adiantar as coisas pra você. Acho que nós dois sabemos que você está um bom tempo vivendo uma fantasia com uma idosa.
– Por que você está envolvendo a Peggie nisso? Só para me ferir porque eu disse algo que te desagradou? Isso é muito...- ele se cala pois Wanda sai do banheiro usando seu pijama.
– Minha vez.
Eu digo entrando pela porta semi-aberta.
...
Está no meio da noite e me contorço na cama, desconfortável, e de repente não estou mais num quarto de hotel de estrada, mas num pátio de uma escola.
– Natalia! O que está fazendo ai, menina tola.
– Eu só queria pegá-lo- uma versão de uns 10 anos minha vira para a brava inspetora que me encara com fúria, e mostra um gatinho vira-lata em suas mãozinhas.
– E o que vai fazer com esse bichano nojento? Me dê ele aqui, agora.
Ela toma o gato com alguns protestos meus e o solta de qualquer jeito do outro lado da cerca.
– Ele não pertence a esse lugar, assim como você não pertence à lá fora, então não sei o que está fazendo aqui, sem permissão, por sinal. Agora entre já.
A cena se dissolve.
Agora sou eu com uns 16 anos, sentada em frente à uma penteadeira, num vestido caro e com olhos assustados.
Uma mulher está ao meu lado, e está me dizendo alguma coisa.
–...Veja essa pessoa que te encara no espelho Natalia. As roupas dela, te lembram uma garotinha frágil? Indefesa?
A minha versão nega. A mulher continua:
– Então por que os olhos da menina me lembram uma órfã carente? Você quer que te achem assim? Que sintam dó, pena da pobre coitada que você na verdade é? Responda!
– N-n-ão.
– Então mude esse olhar. E trate de ser boazinha está noite. Esse é um jantar com pessoas muito importantes. E queremos que elas gostem de você, não queremos?
–Sim- eu respondo, e a moça volta a pentear meus cabelos.
A cena se dissolve de novo.
De repente, me deparo numa cena...improvável.
Estou numa casa típica do subúrbio americano e seguro uma xícara de chá.
De repente, Bruce Banner, com uns anos a mais, entra vestido num paletó e uma maleta.
Ele se aproxima de mim e me beija na bochecha, o que me faz recuar, devido à estranheza da situação.
– O que foi, querida?
– Onde estamos?
– Isso é uma piada, querida?
– Pare de me chamar de querida. Por que eu seria sua querida?
Ele ri.
– Ora, por que somos casados!
Ele pega a minha mão e mostra a aliança que eu não havia notado em meu dedo.
Eu dou um leve grito e acordo de volta no hotel, suada e desorientada.
Me levanto e amarro um robe em volta do meu corpo, antes de sair para a varanda do quarto.
Deixo a brisa fresca me invadir e pouco tempo depois, passos se aproximam.
– Não consegue dormir?
– Só tive um sonho ruim.
Wanda se aproxima.
– Eu perrrcebi. Tive uma certa perturbação dormindo. Acho que o seu sonho era uma conexão forte demais, então fui atraída até ele.
– E você viu alguma coisa?
– Na verdade não. Foi só uma sensação, sabe?
– Hm...Olha, desculpa pelo o que disse mais cedo.
Eu não quis te deixar sem graça.
– Mesmo?- ela me encara desconfiada.
– Eu estou tentando me desculpar, tá legal?
– Ok, mas não preciso ser telepáta pra ver que você fez isso para me provocar. Eu já percebi que você não gosta muito que se aproximem do Capitão.
– O quê?? Por que você acha isso? Que ridículo.
– Qualquer um com olhos pode ver.
– Olha se você está com medo que tenha que lidar com a concorrência, está olhando pra pessoa errada, pois eu nunca quis, e nem quero nada com Steven Rogers.
Ela me olha como se fosse de novo a garota de 16 anos, sendo coagida pela mulher. E quem é ela mesmo para me deixar assim?
– Escuta, eu não sei mesmo o que você, tão nova, acha que sabe sobre nós dois, mas deixa eu te dizer, nada aconteceu antes, nem agora, nem vai acontecer, então, se me der licença, eu vou voltar a dormir, porque pelo visto meu sonho não está parecendo tão irreal diante dessa cena.
...
Quando Steve me acordou para o café, eu mal tinha pregado os olhos. Aquela confusão de sonhos e a minha conversa com Maximoff me irritaram profundamente.
Mesmo assim levantei, e após o café, meu mau humor já estava melhor.
Com medo que eu roubasse o volante, Steve me pediu para fechar a conta ("você sabe que é complicado pra mim fazer essas coisas modernas", hm sei), enquanto ele e Wanda levavam o carro para abastecer.
Em meia hora estávamos já na estrada. A 80 quilômetros por hora.
...
– Wow...
Essa foi a primeira reação de Wanda quando chegamos em Detroit. Steve não estava muito diferente, mas se esforçou muito para não esboçar nada em voz alta.
Eu conhecia Detroit. Já havia vindo muitas vezes aqui, mas era diferente agora. Todas as outras vezes eu estava sob efeito da Viúva Negra. Então não havia muito que eu tenha visto.
Rapidamente afasto o pensamento e resolvo contar para os dois o que vinha mantendo desde que saímos.
– Bom, eu tenho que dizer umas coisas pra vocês, que eu ainda não tinha permissão.
Steve arqueja, protestando.
– Ah não Natasha! Você sabe o que eu penso de "compartimentação" numa missão.
– Compartimentalação?? - estrila Wanda.
Ignoro.
– Não é nada disso. É só que eu conheço alguém que está com a SHIELD daqui. E bom, ela...
– Então é uma mulher? - Steve me interrompe.
– Sim, mas não é qualquer pessoa. É Bárbara Morse, ou a Harpia, como ela é conhecida.
Uma antiga amiga, e também é ex namorada do Clin-..., er, Gavião Arqueiro.


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