O Rei de Nova Midgard: Sangue escrita por Xampz


Capítulo 10
IX


Notas iniciais do capítulo

Ignorante às dificuldades de seus cavaleiros, o Jovem Rei treina para dominar as artes antigas dos magos.



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Siegfried

As chamas crepitavam na lareira de seu quarto, no palácio do rei. Siegfried olhou para elas e tentou novamente. Com a palma da mão esticada, ele concentrava toda sua vontade na lareira. Mas o fogo se recusava a se mexer. Pela última semana ele havia conseguido esmigalhar uma grande rocha só com movimentos da seu punho, causar um pequeno tufão e separar as águas de um lago por alguns minutos; mas não conseguia nada com o fogo. A volta para a Cidade do Rei fora tranquila. Logo que chegou, perguntou sobre notícias dos Cavaleiros que mandou para oeste. Eles haviam parado em um vilarejo e cuidado dos aldeões, depois retomado a caçada. Siegfried se perguntava como estaria se saindo Aegir em sua primeira missão. Deveria parar de me preocupar com meu amigo. Agora ele é um Cavaleiro Real, e a sua vida só ficará mais perigosa. Desejava saber se estava fazendo a coisa certa enviando-o em uma missão tão importante. Se Wotan e Fafnir se juntarem, podemos não conseguir pará-los. A lareira continuava a crepitar, por mais que ele se esforçasse. Lembrou-se do treinamento com Ymir.

“Como pode ver, Vossa Graça” Dissera ele. “Eu me concentro no que a terra é, no que ela pode se transformar” Siegfried sentiu o chão tremer. “Terra vem do pó, e pro pó ela pode voltar” Ao dizer isso, sua mão se fechou e uma parte da terra se abriu. Certo, ele disse que o ar é puro inconsciente. Nem Ymir, nem Siegfried faziam qualquer movimento para manipular o ar. Exceto quando Ymir usou para cortar folhas de uma árvore, onde o ar tinha que fazer pressão. Água era emoção. Contanto que Siegfried estivesse calmo e concentrado, poderia facilmente dominar e manipular a água. Mas o fogo... Fogo era a vontade. Será que não tenho vontade o suficiente? Não conseguira nem mover o crepitar do fogo.

Ymir não tinha ido para as terras fluviais ainda. Siegfried disse que gostaria de treinar mais tempo com ele. O aprendiz aceitou de bom grado, mas o Jovem Rei sabia que não poderia segurá-lo por muito tempo. Assim que dominar o fogo, vou mandá-lo para as terras fluviais. Mandou chamar o aprendiz de mago. Ele ficara em um quarto perto do quarto do rei, caso ele quisesse consultá-lo. Estava ficando de noite e Siegfried temeu ter atrapalhado Ymir em algo, mas quando o aprendiz chegou, estava bem disposto a ajudar.

— Foi difícil para mim também – Começou ele. – Eu não sabia o que pensar ou o que fazer. Mas acabei vendo que os outros elementos influenciam no fogo. – Siegfried provavelmente não pareceu entender, pois Ymir continuou: – Terra é a concretização do pensamento, é a ação física. Fogo é como isso, mas mais geral. Você não pensa no fogo e no que o fogo pode queimar, mas simplesmente o controla. O pensamento não tão específico controla o fogo, não o inconsciente, como o ar. E por fim, as emoções influenciam na sua dominação do fogo, como a água. – Ele parou, como se tivesse dito demais, mas reuniu coragem e continuou. – O fogo é o mais destrutivo dos elementos justamente por isso.

— Acho que entendo o que está dizendo – Siegfried pensou um pouco. – Se eu ficar com raiva, posso controlar o fogo?

Ymir olhou para ele, tenso. – Pode manifestar a raiva no fogo, mas talvez não conseguirá controlá-lo.

— Entendo. Bem, obrigado pela ajuda, Ymir. Pode voltar para seu quarto.

Siegfried voltou a tentar, quando o aprendiz saiu. O crepitar das chamas não mudava, não importa quanta emoção botava nos movimentos. Estava sentindo saudade de seu pai, aflição por não entender as profecias de Loki, preocupação pelo reino, mas não raiva. Conseguiu uma coisa inédita, mas não era o que queria. Conseguiu apagar o fogo da lareira. Acho que minhas emoções são fracas. Passaram-se algumas horas até que desistiu. Desceu a Torre do Governante e chegou ao salão de jantar. Quebrou o jejum com pão recém-assado, vários tipos de carne temperada.  Quando subiu, estava de barriga cheia, mas seus pensamentos não saíam da lareira. Por que não posso controlar o fogo? Voltou a acendê-la e a tentar. Olhava fixamente para o fogo. O fogo dançava como se estivesse caçoando dele. Siegfried quase podia ouví-lo dizer “Desista reizinho, você não irá conseguir” Concentre-se! Pensou. O fogo continuava a dançar, sem mudar, sem subir pelos ares. As chamas olhavam para ele, riam dele. O chamavam de fraco, tolo, assustado.

— Pare de falar! – Gritou Siegfried.

Então, as chamas explodiram. Uma onda de fogo pulou da lareira e foi na direção de Siegfried, que desviou por pouco. Derreteram a estante e quase passaram pelo concreto. O que aconteceu aqui? Fiquei com raiva... Como ele imaginava, as chamas reagiram à sua raiva, mas não gostaria de ter se irritado a ponto de quase destruir seu quarto. Apesar disso, sua boca se abriu em um meio-sorriso. Gostei do fogo, pensou, com um ar sombrio.


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Notas finais do capítulo

Um dos capítulos mais curtos, descrevendo um dos primeiros momentos em que mostram Siegfried não como o controlado rei, mas sim como um ser humano como os outros.

"Encontraram Wotan Gerhadt no topo do vulcão."



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