The Search escrita por Ene


Capítulo 2
Um


Notas iniciais do capítulo

Hey! Tivemos seis acompanhamentos e quatro comentário na fic ♥ Muitíssimo brigada ^^
Lembrando que a fic também está sendo postada no SocialSpirit, então, se preferir ler lá, segura o link:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-the-search-3474944
Boa leitura ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615226/chapter/2

Os passos de Amanda, para ela, eram muito mais altos do que o som estrondoso das buzinas. Corria pelas ruas do seu bairro sem se preocupar com o que estava ao redor dela e com o que estava ao redor do casaco ⅞ preto que esquentava o corpo de um homem evidentemente apressado. Não interessava quantos quilômetros teria que correr, andar ou rastejar, mas atrás de Nina, sua filha, Amanda iria.

Três quarteirões. E meio. Mais meio, completando quatro quarteirões. Amanda fixa o olhar no homem, sem se preocupar com os pedestres que gritavam, carros que buzinavam e com os buracos dos paralelepípedos soltos na rua. Inesperadamente, sua visão é cegada pelo brilho de dois faróis extremamente claros que se localizavam na frente de uma gigante peça de metal em cima de quatro rodas.

_________________________________________________________

— Mandy… Amanda, estou aqui… Ei, ela está se mexendo! Ajuda aqui! — exclama a voz de Thomas.

Estavam em um leito hospitalar. Paredes brancas, macas de metal com colchões brancos e macios, lençóis azuis, uma dúzia de armários cheios de objetos e remédios de primeiros socorros, mesas com materiais hospitalares… Tudo o que há em um típico hospital.

— Ela está acordando, se acalme — diz em uma voz alta a enfermeira do leito em que Amanda estava — Cátia, a menina acordou.

Uma mulher alta, de ombros estreitos e costas curvadas, que estava até então enchendo seringas com um líquido amarelado, vira-se.

— Oh, sim. Ei, Amanda, tá tudo bem.

— O que aconteceu? — Amanda abria lentamente os olhos. Falava com a voz embargada e rouca, quase que inexistente. Seus braços doíam, mas não tanto quanto sua perna esquerda; não conseguia esticar a cabeça para ver o que estava havendo. Seus tendões pareciam estar sendo puxados como tripas, e seus ossos pareciam desmontados. — Por que eu tô aqui?

— Agora você precisa descansar. Mais tarde lhe contaremos.

— Doutora, acho que é direito dela saber o que aconteceu… Posso contar? — diz Thomas enquanto limpa uma lágrima nas costas do pulso, passando-o em seguida na camisa clara amassada.

— Senhor Suchell, se não ficar em silêncio, será convidado a se retirar. — diz formalmente a enfermeira.

— Tudo bem, Margaret. Deixe o menino ficar. — diz a doutora Cátia repudiando a enfermeira com o olhar — Por favor, Thomas, conte.

Thomas limpa mais uma lágrima do rosto. Sua camisa não poderia estar mais amassada, suas pernas não poderiam estar mais cansadas, sua cabeça não poderia doer mais. Sentia que a qualquer momento sua garganta iria se romper e seu cérebro iria explodir; pelo menos, era isso o que desejava.

— Mandy, você foi atropelada por…

— Atropelada?! — fala Amanda em voz alta — Onde? Como assim? Onde a Nina tá?

A doutora volta a transferir o líquido para as seringas enquanto a enfermeira prepara um café.

— Calma, Mandy… — Thomas parece estar prestes a cair no choro mais uma vez — Nina desapareceu. Alguém levou ela embora… E você perseguiu o homem que fez isso. Mas só por quatro quarteirões. Quando atravessava a rua, um carro te atropelou e fugiu. Os paramédicos chegaram, e agora estamos aqui. Quebrou uma perna e têm cortes por todo o corpo, os mais profundos nos dois braços e na barriga.

Impotente. Idiota. Desarmada, frágil, inválida, fraca, esgotada. Essa mistura de adjetivos dançava uma valsa extremamente lenta na cabeça de Amanda. Pensar era muito difícil no momento, e só queria sair de lá.

— O que aconteceu com a Nina? — pede.

— Já dei os detalhes mais importantes para os policiais, mas eles querem te ouvir também. Disse que não era uma boa hora para conversar com você. Afinal, estava desmaiada. — responde Thomas com a voz cansada.

A vontade de sumir era muito grande, e vinha da parte de Amanda assim como da parte de Thomas.

— Quando vou poder sair daqui? — agora Amanda se dirigia à doutora. Estava com tanta dor nas pálpebras que nem chorar conseguia.

— Em algumas horas. Estávamos esperando você acordar para contar o que aconteceu. Agora só preciso te indicar os remédios e esperar o resultado do último exame.

— Quanto tempo dura esse exame?

— 24 horas. Agora falta apenas uma, acho…

— Que horas são?! — exclama Amanda.

Cátia olha para a enfermeira, que checa o horário em seu relógio de pulso.

— Oito e meia da noite.

— Eu fiquei o dia inteiro aqui? — Amanda arregala os olhos.

Thomas põe as mãos na cabeça e puxa alguns fios de cabelo.

— Estamos aqui desde ontem.

_________________________________________________________

— Está confortável? — pede Thomas, afofando um travesseiro com as mãos.

— Sim… Muito obrigada, Thom. Não sei onde estaria sem você. — diz Amanda em um suspiro, aconchegando-se na cama de casal que ficava em seu quarto.

O quarto de Thomas e Amanda não era nada muito exuberante. Tinha paredes alaranjadas com alguns detalhes em branco; nas paredes, leves infiltrações partindo da parede onde, do outro lado, havia o banheiro, além de um par de quadros pendurados ao lado da porta de madeira. A lâmpada incandescente do teto não era coberta por lustre, e ao piscar, qualquer um poderia certificar-se de que deveria haver uma troca. O preenchimento do quarto se dava apenas pela cama de madeira, duas cabeceiras com um abajur sobre cada uma, um armário velho de cor branca e o berço onde Nina dormira quando era menor. Amanda chegou a cogitar a venda do berço, mas era um baú de memórias para ela e Thomas.

— Quer mais alguma coisa, Mandy?

— Um beijo.

Thomas aproxima seu rosto ao de Amanda. Olha para ela, mas seus olhos estão fechados. Gruda seus lábios nos dela, sentindo o perfume dos seus cabelos e o sabor indescritível, mas que poderia ser facilmente comparado às flores de primavera — jovens, prontas para servir cor e alegria. E era isso que o beijo de Amanda proporcionava a Thomas: cores, alegria, um toque doce e infantil de inocência e insegurança.

Sente em sua bochecha uma gota quente. Não era suor, não era chuva, mas era a lágrima dolorosa que Amanda derramava. Era amarga, era rude e cruel, e era muito diferente de todas as lágrimas que já havia derramado.

— Amanda… Tudo vai ficar bem. — diz Thomas, sem muita certeza de suas palavras.

Amanda engole em seco.

— Nina… Como vamos fazer pra achar ela? — pede com a voz pesarosa.

— Eu tive uma ideia, mas não acho que agora é uma boa hora para dizer.

Amanda larga a xícara de chá na cabeceira ao seu lado e fecha o rosto com as mãos — Não vamos fazer isso. Não vou usar aquele dinheiro imundo.

— É a nossa única saída.

Amanda desaba sobre as mãos. Seu coração se aperta em dor, seus órgãos contraem-se.

A dor de uma mãe só pode ser medida pela própria. Perder um filho, só de imaginar, é uma das piores coisas que poderia acontecer. Afinal, é metade de você.

Thomas olha para o teto e segura as lágrimas. Inspira e expira, desejando não ouvir as seguintes palavras de Amanda.

— Quanto tem? — pede com a voz baixa.

Um estranho silêncio cobre o ambiente. Tudo parece ter voltado ao passado, quando os problemas eram tão frequentes na família quanto a frequência do sol em cada manhã.

— Acho que cinquenta mil. Talvez tenha vinte, talvez trinta… Faz tempo que não falamos sobre isso.

— Você ‘tá certo, Thom. — diz Amanda, tirando as mãos do rosto e as colocando atrás da nuca. Agora sua voz é clara, suas lágrimas pousadas no cobertor já estão secas. — Não importa o dinheiro, não importa qualquer meio que vamos usar, precisamos encontrar a Nina. De qualquer jeito, de qualquer maneira, sob qualquer merda de circunstância… Nossa filha ‘tá em jogo.

— E nós não sabemos jogar. — completa Thomas, voltando seu olhar para baixo e olhando nos olhos de Amanda.

_________________________________________________________

“...quatro anos. O nome dela é Nina. Ela é minha vida. E está perdida.” a voz de Thomas ecoa pelo supermercado. Ao olhar para o monitor, Nicholas reconhece quem profere aquelas palavras em rede estadual. “...informação, por favor. A sua ajuda é de imensa importância.”

Rapidamente, Nicholas pega o celular do bolso e anota o número que piscava no comercial. Passa a mão trêmula pelo cabelo, parando na nuca; não podia acreditar. Nina. Nina era seu nome. E a última coisa que o homem do comercial era em relação a Nina, era o pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, nesse capítulo vocês tiveram uma breve apresentação ao Nicholas atual. E ele é lindo pq é o Nick Jonas. Te amo Nick Jonas.
Até a próxima o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Search" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.