Matrix Unbounded escrita por L R Rodrigues


Capítulo 1
Guerra


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic que escrevo sobre o filme. O personagem principal possui algumas semelhanças com o Neo, tanto de face quanto de corpo, com pequenas diferenças. Espero que gostem!!



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Diário:

"Você aceita a verdade?

É a pergunta que faço a você que está lendo este diário de um sobrevivente. Obviamente, não é um tipo fácil de pergunta. Mas reflita. Somente reflita com a resposta que tem em mente. Mesmo com um 'sim' ou um 'não' vastos pensamentos vem à tona.

A verdade sobre o que é a verdade... é que ela é ambígua.

Liberdade e aprisionamento. Andando juntos, como irmãos.

Eu digo, com toda a certeza, que vivencio um pesadelo. Em verdade, dois. Dois mundos caóticos.

Foi-me concedida uma missão. Que me faz jurar, todos os dias sombrios e noites em claro, conseguir fazer brilhar algum raio de esperança.

Não sei se é meu destino. Mas devo seguir nas linhas frontais.

Pois não há guerra que não possa ser terminada sem o ato de um salvador.

São as vidas que devo salvar.

Eu sou Noah. O Escolhido."

____// ________//___

Umas batidas na porta puderam ser ouvidas pelo principal grupo de combate às máquinas, intitulado de Esquadrão Anti-Sentinelas, onde não dependiam de capitães e/ou comandantes... pois os únicos e mais íntegros que restaram até a metade da guerra foram severamente sacrificados.

Mais batidas. Desta vez carregadas de um certo desespero.

Um dos membros abrira a porta. Estavam em uma sala secreta de um prédio abandonado.

Era Erik. Considerado um tanto atrapalhado, mas não desvalorizado.

– Pessoal! Elena foi capturada pelos Agentes! - exclamou ele, quase tropeçando logo ao entrar.

– Nós já temíamos isso. Eu o avisei desde o início que não deveria tê-la escolhido para essa missão. - disse Monroe, atual líder do grupo e crente à profecia.

– Seja mais específico, Erik. Para onde a levaram, chegou a ver? - perguntou Derrick, o qual tinha uma forte admiração e preocupação pela sequestrada.

– Infelizmente, não. - disse o garoto loiro, quase aos prantos.

– Não precisam mais se preocupar. Noah está a caminho. - disse Selina, segurando um telefone celular em um canto não muito perceptível da sala.

– Como sabe disso? - perguntou Monroe.

– Liguei para ele. Sabe a localização.

Voando supersonicamente em meio aos tons verdes da Matrix, estava Noah, o Predestinado, dirigindo-se em velocidade máxima ao lugar onde grande parte de Agentes se concentram, mantendo Elena em cativeiro. Entrando no edifício de forma barulhenta, Noah quebrara uma vidraça, fitando o Agente á sua frente e os códigos do sistema nos cacos de vidro que se lançavam no ar mediante ao impacto.

Desferira um pesado soco no adversário de terno preto, gravata e óculos escuros, o fazendo ser arrastado pela força brutal rasgando o chão. Outros três preparavam-se para impedir a passagem de Noah sacando armas de fogo. O jovem Escolhido mostrara a palma de sua mão direita, causando estranheza aos Agentes, que descarregaram suas pistolas.

As balas pararam à frente de Noah imediatamente, ficando suspensas no ar. Em vez de simplesmente deixa-las caírem no chão, Noah, com sua mão esquerda, concentrou uma energia estranha e invisível aos olhos dos Agentes. Com ela, Noah lançou as balas em direção aos seus algozes, logo atingindo-os.

Seguiu velozmente por um longo corredor que aparentemente levava até a cela onde Elena estava mantida. Um ensurdecedor alarme havia sido acionado. Porém, apesar de um pequeno período curvando-se ao extremo barulho, o herói continuou sua corrida.

Corredores e mais corredores. Justamente no último que realmente levava à prisão, Noah deparara-se com Agentes caminhando tranquilamente em sua direção, prontos para iniciar um ataque.

No exato momento em que Noah posiciona-se para lutar, o mesmo fora surpreendido por algo saindo do teto, quebrando parte do mesmo. Era Selina, sua fiel companheira, sempre demonstrando o apoio necessário quando o perigo, sempre iminente, ameaçava a vida de seus amigos. Seus longos cabelos pretos, amarrados em extenso rabo de cavalo, surgindo, foram animadores para Noah, pois via naquela entrada triunfal a ajuda inesperada, bastante característica de Selina.

Com seus fortes bastões prateados, a beça guerreira desferiu inúmeros golpes nos Agentes, não dando chance de Noah ajuda-la, mas não parecia necessário. Os enfraqueceu cravando as armas nos corpos, evidenciando o fato de Agentes ciborgues estarem gerenciando as atividades no prédio.

Após o advento do surgimento do Escolhido, os Agentes deram início à uma incansável produção de máquinas, logo quando o inevitável e catastrófico avanço tecnológico fez estourar uma guerra entre humanos e inteligências artificiais. Robôs combatentes, ciborgues assumindo o papel dos Agentes comuns, inclusive Sentinelas próprias para a Matrix foram criados. Em relação à este último, elas deveriam povoar diversos pontos da Matrix, tal como no mundo real.

Selina e Noah, de fato, conseguiram tirar Elena da cela. O terraço seria a escolha mais sábia para se escapar do prédio, e assim o fizeram. Estacionada neste mesmo ponto, estava o meio pelo qual Selina se dirigiu ao edifício. Uma nave bastante exército conflitante à rebelião de máquinas na Matrix.

– Onde conseguiu uma dessas? - perguntou Elena, andando apressadamente junto aos dois.

– Num confronto entre soldados do exército americano e sentinelas. Como todos eles morreram, fui sorrateiramente e surrupiei essa belezinha. - brincou Selina, sem se importar com a tragédia que havia presenciado.

Já na nave, trataram de se acomodar para fugir dali o mais rápido possível.

– Ótimo. Segurem-se! - disse ela, ativando os propulsores.

– Sinto a presença de Agentes. Parecem estar por toda parte. - alertou Noah, colocando os cintos de segurança.

– Sem problemas. Eu sabia que os Agentes ciborgues operavam nesse prédio. Estão sequestrando pessoas para converterem suas células em energia para as Sentinelas daqui. Ontem mesmo libertei vários sequestrados, e armei explosivos no prédio depois de burlar o sistema de segurança. Mas eles são ativados com esse detonador. Eu precisava que um de nós se voluntariasse a ser sequestrado de propósito e Elena se ofereceu. Combinamos isso ontem e fico feliz que tenha roubado uma parte de cubo, afinal foi isso que visávamos o tempo todo. - revelou Selina, enquanto a nave partia para longe do prédio.

– Monroe com certeza não vai gostar disso quando saber. Mas admito que estou impressionado. - disse Noah.

– É, foi bem esperto. - disse Elena, dando um sorriso que deixava esvair toda a falsa tensão utilizada.

Entretanto, a calmaria dos ânimos durou pouco tempo. No radar mostrava um ponto luminoso se aproximando da nave, porém, nenhum dos três pareceu perceberem. Tratava-se de um míssil, com potente força destrutiva, disparado por uma das criações dos Agentes.

– Droga, fomos atingidos! - exclamou Selina, mantendo seu polegar esquerdo firmemente no botão no detonador.

– Acho bom ativar as bombas, antes que venham atrás de nós. - apressou-se Elena.

A nave havia sido atingida na asa direita por um dos robôs combatentes, denominados pelos rebeldes de Mechannos. Selina apertara o botão, causando uma estridente explosão no prédio. Nenhum andar foi poupado. Era mais uma base de operações do inimigo aniquilada. A aeronave, porém, perdia sua altitude à medida que que o estrago se alastrava para próximo do motor. Um pouso forçado parecia impossível.

– Nós vamos cair, segurem-se! - avisou Selina.

A nave caíra de modo brusco, rodopiando diversas vezes, em uma rua deserta, onde podia-se ver inúmeros prédios de pequenas empresas, àquela altura tomadas pelos causadores daquele apocalipse tecnológico. O trio conseguiu se sair vivo, apesar da queda ter destroçado a lataria da nave quase que inteiramente, mesmo com as chamas consumindo boa parte da lateral.

– Estão bem? - perguntou Noah, ajudando Elena a se levantar.

– Sim. Mas... esse silêncio todo me preocupa. - disse Selina olhando atentamente para todos os lados de modo sério.

– Acho que tenho ideia do que seja. Vamos Elena, você precisa voltar. - disse Noah, pegando na mão esquerda de Elena e a conduzindo ao lugar onde ela deveria conseguir voltar e ser, finalmente, desconectada. A moça se acanhara com a atitude super-protetora. Mante-la distante do perigo e da zona de combate em virtude de sua inexperiência era tarefa obrigatória em qualquer missão que a mesma participasse. Nenhum tentáculo de Sentinela deveria tocar sua bela pele parda e feri-la.

Em uma cabine telefônica, Noah e Elena despediram-se. Ao colocar o telefone em seu ouvido, a moça despareceu, sendo desligada da Matrix em retorno ao mundo real. No exaro momento em que Noah precisaria correr para salvar Selina de um possível ataque, ele deparara-se com um homem asiático trajando um casaco branco, mas pigmentado com manchas vermelhas. O mesmo se arrastava na saída de um beco, passando a olhar fixamente para a figura de Noah, pouco a pouco se aproximando.

Era um dos guardiões da Oráculo, o qual Noah viu uma única vez, no último encontro com a "Mãe do sistema".

– Eu conheço você... é o programador que acompanha a Oráculo. Está ferido!

– Não, tudo bem... ela quer vê-lo. Não... não se preocupe comigo. Ela... está o esperando. - aquelas foram suas últimas palavras, seguido do derradeiro suspiro que comovera Noah de imediato.

Quem fora o responsável por tal ato bárbaro? Eis a questão que Fez Noah pensar, mesmo desesperado ao correr para o local onde Selina estava para salva-la de um massivo ataque de Agentes (ciborgues). Uma multidão deles saía das portas de entrada dos principais prédios, de becos e lojas diversas. Hesitação não era o tipo de palavra que constava no dicionário de Selina. Ao sacar suas pistolas, atirou demasiadamente em todos os Agentes que corriam em sua direção ameaçando sua vida. Mais de cem, duzentos deles. A contagem pouco importava. As inúmeras cápsulas que caíam no chão denotava o intenso desespero, cada pedaço desta sensação em cada bala disparada.

Quando estava prestes a ser completamente cercada pelo exército de Agentes, ela pôde ver a sua salvação atravessando a vidraça de um prédio em um voo baixo. Noah, em uma fração de segundos, conseguira chegar perto de Selina, derrubando alguns Agentes facilmente. Pegou em sua cintura, já preparando para alçar voo, enquanto os Agentes estavam a poucos metros de alcance.

– Segure-se. - disse Noah.

– É, acho que estamos quites. - disse Selina, em sinal de agradecimento.

A força gerada pelo voo foi suficiente para derrubar vários Agentes ao mesmo tempo. Muitos deles pararam, descontentes, para observar a fuga de Noah e Selina. Um deles é avisado sobre o roubo cometido por Elena. A peça do artefato pelo qual os Agentes devem pôr em prática o objetivo final.

– Devemos informar o chefe. - disse um deles, enquanto outros que estavam mais distantes se retiravam calmamente.

Após todos já estarem desconectados da Matrix, um alerta é soado por Load, responsável pela monitoração durante as missões, sendo, portanto, o navegador do grupo.

– Hey, tripulação! Temos que abandonar o navio! As lulas assassinas estão vindo diretamente à nós!

No caminho para a fuga, a caminhada é intercalada por várias escondidas em escombros ou pilhas de metal retorcido.

– Por que não me contou sobre o plano de Selina? Sabe que Elena...

– Tudo bem, Monroe. Eu também não sabia, mas se eu fosse você, eu me importaria com o fato de que ela está viva. - disse Noah, enquanto olhava nas brechas do "castelo de metal" no qual estava escondido junto de Monroe, Derrick e Load, para saber se uma Sentinela estava à esperita.

–Tudo está saindo exatamente coo planejamos. Agora que finalmente temos uma peça do cubo, talvez torne-se mais fácil encontrar as que restam nas bases inoperantes. - disse Monroe, esperançoso.

Uma aterrorizante espécie de Sentinela vagava pelas proximidades dos esconderijos em que os heróis se encontravam. Também conhecida como Sentinela-Mãe, conseguem guardar outras convencionais, dando a impressão de estarem dando à luz a filhotes, além de um corpo mais largo e serem mais resistentes, apesar de lentas.

– Essa não. Sentinelas-Leviatãs por aqui. Essas coisas estão nos meus pesadelos todas as noites. - disse Load, com um semblante de medo.

Conseguindo, furtivamente, escaparem da ameça incessante das Sentinelas, o grupo deu prosseguimento, rumo à descoberta de uma nave pela qual possam renovar suas esperanças para continuarem a atrasar os planos do inimigo.

Surpreendendo a todos, Load fez alarde sobre uma curiosa descoberta.

– Pessoal! Venham ver isso aqui! Haha, não vão acreditar.

Todos correram para ver do que se tratava.

– I-isso é incrível. É a Nabucodonosor, a lendária nave do primeiro esquadrão rebelde contra as máquinas. - disse Selina, maravilhada com o que via.

– Monroe. - chamou Noah.

– Sim, Noah. O que foi? - perguntou ele, virando-se para seu pupilo.

– Foi péssimo termos perdido nossa nave, eu sei. Eu tinha algo importante a fazer. Então, eu espero que essa nave esteja funcionando, pois... eu preciso ver a Oráculo com urgência.

Diário:

"O tempo parecia não estar do nosso lado.

Eu sentia que consulta-la seria de suma importância naquele momento. "

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem, esse primeiro capítulo foi repleto de ação, mas, no que está por vir, tratarei de inserir mais interações entre os personagens e desdobramentos mais ágeis. Até o próximo capítulo!!