Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 7
Thea Queen


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Desculpe a demora para postar, mas estava ocupada com "I'm Happy", a one shot sobre o fim da temporada, que postei ontem. Mas estou de volta com capitulo novo, o próximo sai semana que vem.
Quero agradecer a todos os comentários, a quem favoritou e está acompanhando a fic, vocês são os melhores!
Espero que gostem do capítulo!



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THEA

Abro meus olhos e o mundo parece girar a meu redor, minha cabeça dói, sinto todo os meus músculos rígidos, como se não os movesse a um longo tempo. Foi um alívio ver o rosto de Tommy em minha frente, ele sorriu doce e fraternal como sempre, antes de pegar minha mão. Mas ainda precisava descobrir onde estava, e quando olho ao redor, percebo que não é a realidade, e sim mais um dos sonhos que vem me torturando a sete anos sem parar.

—Felicity? –uma mulher loura com um rosto bonito e infantil sorri para mim com os olhos brilhando. A cor do cabelo era diferente das dos outros sonhos, mas eu já devo estar perdendo a sanidade a essa altura.

—Sou eu. –ela se levanta, como se temesse que a expulsasse aos berros, o que não teria forças para fazer mesmo se quisesse. –Ela está falando, isso é um bom sinal não é? –pergunta baixinho para Tommy falando muito rápido, ele apenas balança a cabeça e confirma me olhando com um sorriso enorme, cheio de felicidade, que reflete no rosto de Felicity.

Um sentimento que desconheço a tanto tempo tomou conta de mim. Com seus olhos sobre meu rosto e as mãos de Tommy me segurando, pude mais uma vez me sentir segura, e a salvo. Esse sonho não é tão cruel quanto os outros, posso até mesmo sentir a pulsação de Tommy, ouvir com perfeição o choro baixo da minha melhor amiga desaparecida.

—Thea, preciso que me perdoe. –ela começa a dizer ainda parada a certa distância. –Eu nunca culpei vocês, nunca, nem mesmo por um momento... –agora ela falava muito mais rápido do que antes, exatamente como a verdadeira Felicity falaria, mas por que essa me pede perdão? O pai dela era a vítima, toda a família dela foi.

—Pode segurar minha mão? –minha voz sai fraca, assim como me sinto no momento, mas estendo minha mão livre para ela, que sorri com uma lágrima escorrendo por sua face. Sinto suas mãos frias na minha. –Eu fico feliz que tenha se afastado, não se desculpe. –ela parece surpresa. –Vou morrer aqui... –afirmo sentindo as lágrimas arderem em meus olhos, precisava me despedi, nem que seja apenas para o sonho, era minha oportunidade de dizer adeus.

—Não, você não vai! –diz com firmeza me interrompendo.

—Thea. –Tommy chama com carinho e viro meu rosto lentamente para o olhar. –Nós vamos levá-la para casa. –essas pessoas de sonhos são tão otimistas, isso me faz sorrir divertida.

—Tudo bem. –dou de ombros sorrindo, mas esse simples gesto me provoca dor, okay, não deveria estar sentindo dor...

—Vamos chamar Caitlin para a examinar. –Felicity parece se lembrar e estava prestes a soltar minha, mão, mas a seguro com toda força que possuo.

—Não, só mais um minuto. –fecho meus olhos me concentrando, tentando manter o sonho por mais tempo.

—Está tudo bem. –diz com a voz doce, abro meus olhos temerosa, mas ela ainda estava lá. –Vou apenas chamar uma médica, ela veio ajudar. –então se vira para Tommy e seu olhar se torna puro desgosto, da forma que Felicity sempre o olhou, o que me faz rir mais uma vez. –Oh, Darth Vader. –chama e ele se vira para ela com puro desagrado. –Parece que você vai precisar ir chamar Caitlin. –Tommy parece confuso por um momento antes de dar um beijo em minha mão e sair, mas não sem antes a olhar divertido, a deixando ainda mais impaciente.

—Precisa o perdoar. –afirmo sorrindo.

—Não tenho raiva dele. –dá de ombros. –Só o acho idiota.

—Pode ser divertido. –dou de ombros. –Poderia ter tido um último sonho pior. –ela me observa por alguns segundos, parecendo ter descoberto algo.

—Acha que isso é um sonho? –semicerra os olhos me encarando com cuidado. –Você parece muito com quem está pensando estar sonhando, mas na verdade não está. Sabe que não está, não sabe?

—Isso não importa, pode continuar a tagarelar, sinto falta disso. –fecho meus olhos respirando fundo.

—Thea, não é um sonho! –exclama alarmada. –Precisa acreditar nisso, pois fará um exame agora que pode te tirar daqui. –ela olha para os lados, como se quisesse se certificar de que estamos a sós. –Não é seguro para você. –sussurra baixinho.

—Você é real? –questiono assustada me sentando na cama e a olhando confusa, minha cabeça parece girar por um segundo. Felicity assente dando um passo para trás, ela ainda esperava ser expulsa. –Por que voltou? –nesse momento sou tomada por um pânico imenso, agora ela estava ao alcance de todos, como Oliver pode ser tão ingênuo e mandar logo ela para me tirar desse lugar?

—Desculpe. –fala chorando e começando a andar em direção a porta.

—Não! –a chamo de volta, sei que não é o certo, mas se ela está nisso, não sei a afastar a esse ponto seria a melhor escolha. –Não quero que você vá. –falo e ela se apressa em minha direção, sem que perceba como, seus braços já estão à minha volta. Deito minha cabeça em seu ombro e sinto a dela no meu, não sentia o quão sozinha estive até esse momento. Dou um beijo em seu ombro e volto a em encostar lá, chorando baixinho. Minha melhor amiga ecoava meu choro, mas era um choro diferente, não o que me acostumei nos últimos anos, dessa vez chorava de alegria.

Sete anos atrás...

Estava sentada na janela do meu quarto, onde podia ver o de Felicity, ela também estava na janela do dela, mas ao contrário de mim, só olhava para as flores no jardim. O vestido preto que usava a deixava ainda mais branca, aliso meu próprio vestido da mesma cor e continuo a observar, enquanto ela chorava em silencio. Posso ouvir ele chegando, não preciso nem mesmo me virar para saber de quem se trata.

—Foi vê-la? –pergunto baixinho e sinto a mão de Oliver em meu ombro.

—Eu tentei, mas Donna disse que ela estava dormindo. –olho para ele e seus olhos estavam vermelhos, parecia ter passado à noite em claro, mas seu terno fúnebre era impecável. –Depois se desculpou. –um sorriso triste surge em seus lábios.

—Donna nunca foi boa em mentir. –dou de ombros e volto a olhá-la, Ollie para a meu lado e passa a fazer o mesmo.

—Felicity também não. –acrescenta a olhando com carinho.

Isso tem sido uma tortura para mim, Fel é minha melhor amiga e está passando pela pior fase da vida dela. Mas não consigo imaginar como isso está sendo para Ollie. Ela não é só a melhor amiga dele, os dois apesar de serem completamente diferentes, são... Ele sempre soube o que fazer por ela, até quando eu mesma não sabia. E agora precisamos assistir seu sofrimento de longe.

—Alfred morreu. –falo baixinho segurando a mão de Ollie.

—Eu sei Speed, sinto muito. –sussurra de volta.

Fecho meus olhos me lembrando do terrorista sacando a arma para atirar nele pelas costas, os braços de Ollie me seguravam com tanta força que mal pude acreditar que um garoto de dezesseis anos possuía. Eu me desesperei, tentei correr em sua direção, o avisar do que aconteceria, mas ao invés de se virar, Alfred correu até mim, ele queria me proteger, mas minha vida nunca esteve em risco, o homem parecia querer matá-lo, não a meu irmão e eu.

—O que vamos fazer? –pergunto chorando baixinho.

—Vamos esperar. Dar espaço a ela. –sim, aquilo estava doendo muito mais nele.

Existem protocolos que nós da realeza precisamos seguir em funerais. O pior deles é que não choramos em público, não devemos demonstrar fraqueza. A guarda real estava a postos para a última homenagem a Andrew Diggle e Alfred Smoak, enquanto eles apontavam as armas para o céu e atiravam, do outro lado Felicity tinha os olhos cheios de lágrimas, fixos no caixão do pai, enquanto Carlie e Donna seguravam as mãos uma da outra como se quisessem se manter inteiras.

John Diggle, era um jovem que acabará de entrar na guarda, ele seria o próximo Alfred, era o que todos empregados diziam. Ele foi quem recolheu as bandeiras dos caixões e as entregou as viúvas, sendo uma delas sua cunhada. Vejo Felicity precisar se equilibrar por um momento na mãe, mas ninguém mais parecia ver isso. Segundo o protocolo eu deveria permanecer quietinha ao lado do príncipe herdeiro, mas quem se importa com protocolos? Saio em direção aos Smoak, paro ao lado de Felicity e seguro sua mão, ela aperta a minha de volta, então as lágrimas que ela segurava começam a escorrer por sua face.

Agora...

FELICITY

Caitlin fez todos os exames necessários para tirar Thea daquele lugar, ela parecia feliz, mas ao mesmo tempo, algo em seus olhos me fazia pensar que muitas coisas a incomodavam. Não sei o porquê de Moira a colocar aqui, mas apostaria todos meus salários mais minha coleção de Dr. Who, que essa é a resposta de um milhão. Caitlin nos pediu para não a questionar no momento, que isso poderia a deixar perturbada, já que segundo ela, foi um milagre Thea sair dessa sem sequelas. Mas eu ainda precisava de mais uma garantia, no caso de Thea precisar de segurança.

“Felicity?” sorrio só de escutar sua voz.

—Iris, o que acha de uma exclusiva com a princesa?

Obviamente Iris não publicaria uma matéria sobre a rainha tentar tornar a própria filha um vegetal. Só precisávamos de garantir que isso não aconteceria novamente. Dr. Wells entregou a Iris a receita falsa, a deu todos os dados que precisava, e se Thea corresse o risco de ser internada novamente, usaríamos isso como trunfo. Sei o perigo que estávamos correndo, mas dessa vez mesmo o Darth Vader me deu razão.

—Oi. –estava levando Iris até a porta quando Tommy reaparece com Dig e várias sacolas com os nossos lanches.

—Oi. –ela responde corada. O que estava acontecendo ali?

—Não nos vemos a muito tempo... –Darth Vader começa a dizer.

—Vocês se conhecem de onde? –pergunto olhando de um para o outro confusa.

—Hum. –Tommy tosse desconfortável e Iris se vira em minha direção com um sorriso amarelo no rosto. –Lembra daquela festa a fantasia que fomos em Stanford? –ah droga! Ignorei isso por tanto tempo, e logo agora parece que todos querem se lembrar dessa maldita festa.

—Lembro sim. –respondo passando a mão em meus cabelos.

—Ele era o Sherlock Homes. –ela franze o cenho apontando para Tommy.

—Ah que grande, imensa merda! –o xingamento escapa por meus lábios quando começo a me lembrar da noite anterior.

—Não vai me dizer que ela estava na festa? –pergunta a Iris apontando em minha direção, que a essa altura já estava começando a ver as coisas girarem ao meu redor.

—Felicity foi com uma fantasia estranha de uma super heroína que ninguém que não fosse um nerd iria conhecer. –é a vez do rosto de Tommy ficar branco. –Hit Woman eu acho.

—Hit Girl. –respondemos os dois ao mesmo tempo e nos olhamos com os olhos a ponto de pular das órbitas. –Você é a Hit Girl? –questiona, mas a resposta era irrelevante, minha falta de expressão era suficiente. Tommy se dobra de tanto rir da situação e Iris parece estar boiando em tudo o que está acontecendo. –Ah meu Deus! –exclama em meio ao riso.

—O que está acontecendo com ele? –Iris parece genuinamente preocupada.

—Nada. Só é um idiota. –me imagino arrancando sua cabeça em câmera lenta enquanto o olho.

—A única garota que conseguiu fazer Ollie parar de falar em você, foi você! –pronto, virei piada desse retardado. Vou bater nele!

—Licença. –Thea aparece ao lado de Ronnie que a apoiava, me desviando do meu plano maligno. –Iris?

—Sim alteza. –diz formal.

—Por favor, me chame de Thea. –pede sorrindo simpática. –Teria mais vinte minutos para falar comigo, a sós?

—Claro. –Iris se adianta em direção a ela, me deixando sozinha com o pequeno Merlin. Agora vou matar essa peste!

OLIVER

Andava de um lado a outro em meu quarto, esperando que eles chegassem. Não deveria demorar tanto assim. Preciso me conter para não ligar para ninguém, mas como que por telepatia, escuto meu celular tocando, era mensagem de texto da Thea. Saio correndo em direção a entrada principal, e a vejo entrando com Felicity, John, Tommy e Caitlin a seu lado. Minha irmã estava mais magra, parecia frágil, mas estava aqui, isso era o importante no final.

—Speed. –murmuro a abraçando com cuidado. –Me perdoa, deveria ter feito isso antes. –sussurro baixinho em seu ouvido, me sentindo mais tranquilo pôr a ter em meus braços.

—Shiii! Está tudo bem. –ela sorri para me tranquilizar. Deixo meu braço sobre seus ombros para que ela não se afaste e olho para os outros.

—Obrigado. –respiro fundo com um pequeno sorriso. –A todos vocês!

—Não por isso. –responde Tommy se inclinando para dar um beijo no rosto de Thea. –Preciso ir agora, se cuida Speed.

—Obrigada Tommy. –fala com carinho para ele.

Tommy caminha em direção a Felicity com um sorriso divertido nos lábios. O olhar dela se torna mortal para ele, mas como meu amigo nunca muda, se inclina com a intenção de beijar o rosto dela também. –Sai da minha frente Merlin, ou juro que solto para toda a internet que você tinha um cobertor favorito até seus doze anos! –ele se afasta no mesmo momento e escuto a risada de Thea a meu lado.

—Vocês precisam superar isso. –falo.

—Eu acho divertido. -acrescenta Thea sorrindo. Olho para ela admirado por um momento, me sentindo feliz por ouvir esse som mais uma vez.

—Foi bom te ver, Felicity. –fala apenas dando dois passos para trás antes de se despedir de John e Caitlin. Ela não responde, apenas desvia seu olhar do dele.

—Acho que o caso do Arqueiro deve ter sido único mesmo. –John fala parecendo pensar sozinho. Mas o rosto de Felicity perde a cor, o que me faz ficar apreensivo. –Você sabe se defender de idiotas. –ela força uma risada que mesmo Dig percebe se virando em sua direção.

—Thea, você deve descansar. –Caitlin fala rapidamente para livrar a amiga de problemas.

—Ah, claro. –minha irmã concorda e fica na ponta dos pés para beijar meu rosto e sopra um beijo em direção a Felicity. –Sr. Diggle, pode me acompanhar? –John se vê sem escolha, eu apenas aceno para ele, o que o faz seguir caminho com Thea.

—Vou ir com eles, para orientar... –Caitlin se enrolar, já andando em direção aos dois.

Felicity e eu os olhamos desaparecer pelo corredor, sem saber ao certo o que dizer um ao outro, ela parecia mal conseguir me olhar nos olhos. –Obrigado pelo que fez por Thea. –digo para romper o silencio, e seus olhos encontram os meus, cheios de brilho, e algo mais que não sei dizer o que é.

—Faria qualquer coisa por ela. –responde simplesmente, mas a forma que me olhava, era como se estivesse me estudando com cuidado.

—O que aconteceu? –não sou a melhor pessoa do mundo em adivinhações, mas sou muito bom em saber quando as coisas estão erradas com Felicity, é quase uma espécie de dom, com o qual nasci.

—Sabe aquela amiga minha da história que contei? –pergunta semicerrando os olhos.

—A enfermeira sexy. –respondo e Felicity solta o ar pela boca como se estivesse incapaz de falar.

—Ela e Tommy se “conhecem”. –faz aspas no ar, e dou risada, Tommy consegue irritar Felicity mesmo sem saber que está a irritando.

—Isso não é novidade, ele “conhece” muitas mulheres.

—Conhece sim. –agora ela me olhava séria. –Até a Hit Girl. –tudo o que consegui pensar nesse momento foi: “fudeu”.


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Notas finais do capítulo

FUDEU! Hahaha
Então, me contem o que acharam okay, me digam como esperam a reação de Felicity e a de Oliver, vou adorar saber!
Nos vemos em breve!
Bjnhos