Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 4
Starlling City


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Antes de falar sobre o capítulo, preciso encher de agradecimentos a Isaaa, uma leitora linda e mais um dia que recomendou Monarquia. Isaaa, você não tem ideia do quanto me deixou feliz por suas palavras, muito obrigada pelo carinho, isso significa demais para mim!
Espero que aceite esse capítulo como minha forma de dizer muito obrigada!
E quero agradecer também a galera que favoritou a fic, e quem tem comentado, galera, vcs me motivam a continuar!
Boa leitura!



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OLIVER

Sinto todo meu corpo ser balançado, e minha cabeça parece abrigar uma bomba relógio prestes a explodir. Abro meus olhos com dificuldade, vendo Diggle parado ao lado da minha cama, usando roupas normais, com meu travesseiro em uma mão e a coberta em outra. Seus olhos são puro tédio e reprovação, mas ele não diria nada até que eu lhe desse abertura, o que poderia render todo um dia sobre esse olhar.

—Que horas são? –pergunto com dificuldade, sentindo minha cabeça latejar.

—Cedo. –responde simplesmente, ele joga o travesseiro e cobertas para o lado e me oferece água e alguns comprimidos. Bebo sem reclamar, por que não tinha condições mesmo de fazer isso.

—Tenho alguma reunião agora? –não me lembrava de nada marcado para hoje.

—Não senhor, é sua folga e a minha também, mas acho que vai gostar de ir a um lugar, claro, se ainda conseguir manter seus olhos abertos! –provoca cheio de deboche, reviro meus olhos e saio da cama.

Tomo um banho rápido e visto uma calça caqui e blusa social branca, o dia parecia estar quente. Diggle me lança um olhar de reprovação a me ver e joga um par de Jeans e camisa e um moletom com capuz em minha direção. –Desde quando você é meu estilista? –pergunto sarcástico.

—Cala a boca e se veste! –tudo bem, anos pedindo para que ele me tratasse como uma pessoa normal, acho que não tenho o direito de reclamar agora. –E vai precisar disso! –me lança um boné preto.

—Onde vamos Dig? –coloco o boné e Dig o ajeita, o puxando mais para baixo de forma que tampasse meus olhos e o cubro com o capuz.

—Você precisa de um dia normal, ou vai acabar dando curto. –brinca indo em direção a saída comigo. Andamos por caminhos menos povoados do palácio, e percebo que John estava com seu carro pessoal, que era comum e nada chamativo. Ele dirige por um tempo, e paramos em uma praça, onde crianças brincavam e pessoas estavam sentadas em bancos, lendo livros ou simplesmente conversando umas com as outras.

Aquilo era engraçado, pois em meus vinte três anos, só tive certa privacidade quando fui para faculdade, e mesmo assim Stanford fica a léguas de Starlling, e minha segurança era moderada. Ver todas aquelas pessoas vivendo suas vidas, sem querer um pedaço meu, uma fotografia, ou me apresentar bebes que não conseguiria lembrar os nomes, era fascinante de uma forma muito esquisita.

—Essa é Starlling, Oliver. –diz Diggle ao meu lado, gesticulando para tudo ao nosso redor.

—Dedico minha vida a essas pessoas, mas nunca as vi dessa forma antes... –murmuro admirado. –São tão... Normais!

—Vem, vamos nos sentar em um lugar. –o sigo até um banco que ficava no meio do parque e nos dava a vista de tudo ao nosso redor. –Quando fui treinado para ser seu guarda costas, Alfred fazia planos de se aposentar e se mudar para uma casa muito próxima a esse parque. –ele começa a contar. –Nós nos sentávamos aqui nas quartas à noite, ele falava muito sobre você e Thea, às vezes da mesma forma que falava de Felicity.

—Alfred foi o melhor homem que conheci. –conto nostálgico.

—Ele se preocupava muito com você Oliver, não apenas por ser esse o trabalho dele. –olho para Dig, eu gosto de dividir lembranças de Alfred, mas não consigo entender o que ele queria por trás daquilo. –Me fez prometer que te protegeria, que seria seu amigo e lutaria por você. E por isso, vou esquecer que é meu príncipe, que deve ser o último a ter a palavra nesse momento, e vou conversar como seu amigo. –Dig passa a mão na face. –Se quiser podemos nos bater... –dou risada.

—Fala logo. –incentivo.

—Isso de acordar bêbado, usar o asilo como um posto de troca para poder ir a balada. –ele franze a testa, com o semblante confuso. –Isso não parece ser você. O cara que ficou por Clair na sexta passada, ou o que cuida das Smoak a distância por todos esses anos, Oliver, esse é você!

—Esse é o que você quer ver. –corrijo, olhando para uma garotinha que pulava nos braços do pai. –Eu tirei aquilo de Felicity. –aponto para a garota que gargalhava nos braços do homem, que olhava para ela como se fosse a coisa mais incrível do mundo. –Tirei o mesmo do seu sobrinho... –olho para minhas mãos em meu colo, me sentindo sujo.

—Não! Você não tirou, aqueles terroristas tiraram. Thea está viva por que a segurou.

—Alfred está morto por que a segurei. –revido, mas era como a escolha de Sophia, claro que na hora eu apenas agi por instinto, e meu primeiro instinto sempre foi proteger Thea, mas deveria ter a acalmado, conversado com ela, talvez se tivesse...

—Droga Oliver! –John parecia muito frustrado com ele mesmo. –Andy sabia qual era o dever dele, do mesmo jeito que eu sei qual é o meu.

—Sei me defender John. –murmuro sem olhar em sua direção, mas sou capaz de escutar sua risada divertida.

—Claro que é, me mostra isso quatro vezes por semana quando me vence no tatame. –sorrio de lado. –A coroa pode ser um fardo, mas só se você deixar que ela seja...

—Posso fazer muito mais bem, do que lamentar o que me tiram. –completo. –Alfred me dizia isso.

—É, eu sei. –assume Dig com um sorriso culpado. –Quando vi que meu método não adiantaria, tive de apelar para a lembrança das conversas que tínhamos em meu treinamento.

Passamos muito tempo em silencio, apenas observando as pessoas, havia certa graça naquilo. –Eu estava com raiva. –falo por fim, fazendo Dig me olhar atentamente. –Ontem à noite... Queria irritar Alfred, mostrar quem manda. –dou risada pela ironia da situação. –Não é engraçado, eu sei. –me antecipo quando Diggle me olha confuso. –A rainha me fez uma visita, para falar sobre os modos da Felicity durante a reunião, e eu me exaltei um pouco. –agora sim ele entende o que falava, vejo a empatia em seus olhos.

—Eufemismo? –pergunta com uma sobrancelha erguida.

—Ah sim, completamente! –confirmo e damos risada.

Diggle passa a olhar de forma constante seu relógio, eram por volta das nove horas da manhã e ele ficava mais agitado a cada segundo. Quando questionei se precisávamos ir embora, se apressou em dizer que não sairíamos de onde estávamos. Claro que eu não entedia o que estava acontecendo, e se fosse qualquer outro, estaria com certeza suspeitando de traição nesse momento.

Mas o motivo de suas intenções se tornam bem claras, assim que uma lourinha pequena e com generosas curvas, aparece na ponta do parque correndo, vestindo roupas de malhação. –Acho melhor correr se pretende alcançá-la. –aconselha com um sorriso divertido. –Vai! –grita ao perceber que não me movia. –E abaixe o boné!

Aceito, mais pela diversão de saber se Felicity me reconheceria, não por que Diggle me disse para fazer isso. Ela não era muito veloz, a alcanço sem dificuldade, e passo a correr a seu lado. Felicity me olha primeiro, claramente desconfortável pela companhia imposta, quando acelera o passo, faço o mesmo sem dificuldade, em poucos segundos só não estávamos apostando corrida, por que não era minha intenção ultrapassá-la. Ela apela na segunda volta, parando abruptamente com as mãos no joelho, tentando recuperar o fôlego. Paro a seu lado, nem um pouco cansado e a vejo olhar para meus jeans, com os olhos esbugalhados, vermelha de raiva, ou falta de ar, não sei direito.

—Qual é a sua? –pergunta sem fôlego. –Vigilantes do peso? –não consigo segurar a gargalhada, com tantas opções é claro que ela iria na mais absurda de todas.

—Serviço de proteção, senhora. –respondo tentando disfarçar minha voz, mas no mesmo segundo Felicity me olha de verdade dessa vez, se abaixa para ver embaixo de meu boné, como se fosse preciso se abaixar com a falta de altura dela, o que me faz rir ainda mais.

—Oliver? –sussurra como se minha identidade fosse segredo de estado.

—Sim. –sussurro de volta de forma dramática.

—O que está fazendo aqui? –ela olha em volta, quase apavorada. –Onde está Diggle? E se alguém tentar te ferir?

—Hey! –coloco minha mão em seu obro a fazendo olhar em meus olhos. –Diggle está bem ali. –aponto para Dig, que acena para a amiga que respira aliviada. –Quer dar uma volta? –Felicity olha para minha mão que continuava em seu ombro, depois para meus olhos e desvia o olhar rapidamente para Dig. –Se não quiser ir tudo bem... –falo inseguro a soltando.

—Não! –engulo em seco, me preparando para ir. –Quer dizer... –sinto uma pontada de esperança em meu peito a vendo se atrapalhar com as palavras. –Eu não diria não, o que significa que digo sim! –consegue pôr fim concluir seu raciocínio.

—Okay, vamos por aqui então, a não ser que queira correr mais uma vez. –provoco e ela empurra meu ombro de forma tão natural que sinto ter retrocedido sete anos.

Sete anos atrás...

Estava em meu quarto relendo “O Retrato de Dorian Gray” pelo que deve ser a milionésima vez, mas esse livro era o preferido de meu pai, de tanto ler acabou por ser o meu também. Distraído pela leitura me assusto quando o celular toca a meu lado. Vejo o número de Thea no visor, mas hoje deveria ser o baile delas, minha irmã e Felicity não falavam de outra coisa a meses.

—Oi Speed, algum problema? –pergunto imediatamente me levantando.

‘Não comigo, mas Felicity não está bem.’ a voz de minha irmã estava tremula. ‘Alfred está com você?’

—Não, o turno dele já acabou a algum tempo, Smith quem está de sobre aviso. Precisa que eu a busque? –com minha mão livre começo a calçar os sapatos, não era um trabalho fácil nessas condições.

‘Não, estamos voltando. Tudo estava um saco mesmo!’ Thea bufa brava.

—O que fizeram com ela? –minha voz sobe uma oitava, só existe uma coisa que faz minha irmã sair do sério, e isso é mexer com as pessoas que ela ame.

‘Não vou contar Ollie, é coisa dela.’ afirma categórica.

—Devo chamar Alfred? –questiono apavorado.

‘Não! Não é esse tipo de emergência.’

Thea desliga o celular e eu vou para a porta dos fundos do palácio esperar por elas. Me sento em um banco próximo a alguns arbustos de flores. Pouco mais de vinte minutos se passam até que as duas cheguem, Thea desce da limusine seguida por Felicity que se parecia com uma boneca Barbie, em um vestido rosa pink. Minha irmã passa o braço por seus ombros e só então percebo que Felicity chorava, me levanto imediatamente para ir ao encontro delas.

—O que aconteceu? –olho para Thea, que apenas passa a amiga para mim.

—Fique com ela aqui Oliver, vou lá dentro pegar um pouco de água, e um removedor de maquiagem, não é bom que Alfred e Donna a vejam dessa forma. –concordo guiando Felicity para o banco onde estava sozinho antes.

—Hey! –chamo puxando com gentileza seu rosto para que me olhasse nos olhos, uso meu lenço para limpar um pouco da maquiagem borrada em sua face, mesmo assim, ela ainda parecia uma boneca. –O que aconteceu?

—Você não vai querer saber. –diz imediatamente, corando em seguida.

—Claro que vou, sabe que suas histórias sãos as minhas preferidas, sempre. –isso a faz sorri, desviando os olhos dos meus com timidez.

—Eddie, meu acompanhante ao baile. –fala entre o choro sentido. –Nós estávamos dançando, e ele iria me beijar... –engulo em seco, não estava mesmo preparado para isso, mas resolvo não a interromper por medo de a fazer chorar ainda mais, só sei lidar com certa quantidade de choro sem entrar em pânico. –Mas um garoto que estava por perto, amigo dele, disse que ele estava comigo no baile só por que precisava melhorar suas notas. –seu choro se eleva um pouco.

—O que esse Eden disse? -erro o nome dele de propósito a fazendo dar um pequeno sorriso triste.

—Ele não disse nada, só me soltou e saiu... Me deixou no meio da pista de dança, sozinha! –passo meu braço por seus ombros, a deixando chorar em meu peito.

Aquilo era completamente absurdo para mim, Felicity é linda, e esse banana deveria se sentir com sorte por tê-la como acompanhante. Mas ela estava adiantada na escola, todos os garotos de sua sala tinham minha idade, o que a fez levar um dos colegas de sala de Thea ao baile, antes eu mesmo ter ido com ela. Faço uma nota mental de que faria exatamente isso da próxima vez.

—Ninguém nunca vai me beijar Oliver! –ela se afasta para me olhar nos olhos, e seu rosto era pura tristeza. –Sou como repelente para garotos.

—Gosta desse Ed-não-sei-o-que? –tiro meu braço dela para a olhar de frente.

—Não é esse o ponto...

—Confia nele? –interrompo seu discurso, antes que se inicie. –Pode dizer que tem alguma amizade com ele?

—Não e não, mas acho que não está me entendendo...

—Seu primeiro beijo precisa ser com alguém que confie Felicity, alguém que seja seu amigo. –a vejo respirar fundo, pronta para argumentar, mas me adianto e dou um beijo estalado em seus lábios. –Pronto! –digo a vendo me olhar abobada. –Não precisa mais se preocupar com o primeiro beijo, e quando te perguntarem como foi, pode dizer que foi como beijar um príncipe! –nos olhamos, e lentamente vejo um sorriso surgir em seus lábios.

—Ollie, precisei pegar lenços em seu quarto, não consegui encontrar os meus! –escutamos a voz de Thea e arrumamos nossas posturas com cara de quem acabou de aprontar.

Agora...

FELICITY

Ando lado a lado com Oliver que parecia estar absorto em mil coisas ao mesmo tempo. Seus olhos não paravam em lugar algum, era como se tudo a seu redor o encantasse, principalmente crianças brincando, ou pessoas comendo hot dogs de um carrinho. Percebo que ele nunca deve ter visto isso antes, ou deve ter comido algo assim. Então peço que me espere em um banco e compro dois, já que Dig estava do outro lado da praça ocupado fingindo ler um jornal.

—O que é isso? –pergunta estranhando quando o entrego o sanduíche.

—Isso meu amigo, é a comida preferida de todo cidadão de Starlling que se preze! –exagero no calor do momento. –Vá em frente! –incentivo me sentando a seu lado. Oliver morde um pedaço pequeno, ainda hesitante, mas assim que começa a mastigar, fecha seus olhos como se aquilo fosse a oitava maravilha do mundo.

—Hum! –resmunga de boca fechada, era educado demais para falar dessa forma, o que me faz rir antes de morder o meu hot dog. –Isso é muito bom! –vejo seu lindo rosto, sempre dono de feições controladas e treinadas, se abrir em um lindo sorriso, que quase me faz esquecer de como respirar.

—Que bom que gostou. –falo ainda mastigando de propósito, e Oliver sorri estendendo a mão em minha direção, fico estática com a aproximação, mas ele limpa algo no canto da minha boca.

—Geralmente tenho lenços, mas Dig me arrumou essa roupa! –gesticula para o jeans que usava.

—Me lembro de seus lenços... –solto por impulso, pensando no ultimo lenço dele que usei. Oliver parece pensar a mesma coisa, pois um sorriso tímido surge em seus lábios. –Me salvou naquela noite! –nem sei por que estava falando sobre isso, nós nunca falamos desse assunto antes.

—Do que exatamente? De ser boca virgem? –debocha dando risada.

—Obrigada por isso. –o surpreendo ao não dar corda para sua provocação.

—Olha quem está toda madura! –provoca mais uma vez, ele parecia com um animal doméstico que fica preso por tanto tempo que quando o dono o leva para passear, provavelmente será arrastado por ele em uma corrida frenética. –Se bem me lembro, você mesmo disse que eu não era seu tipo, que se fosse para escolher um príncipe, ficaria com o Willian!

Dou um suspiro teatral. –Ah William! –murmuro olhando para o céu ensolarado.

—Boa sorte, ele está casado e careca! –fala em meio ao riso.

—Hey! Não está completamente careca. Só calvo! –defendo em vão, tocando o alto da minha cabeça, onde a de William não existia mais cabelos. –E ainda tem aqueles braços... –tento demonstrar com minha mão livre o tamanho deles, mas Oliver apenas me olha nos olhos com tédio fingido, depois olha para o próprio braço me fazendo quase engasgar com minha comida. –É... Acabaram meus argumentos... –falo baixinho, mas sei que ele foi capaz de ouvir.

—Vai me perdoar um dia? –diz do nada e o olho confusa sem saber ao certo do que ele estava falando, seu rosto estava cheio de dor e desespero. –Por tudo o que aconteceu, por que não sei se posso me perdoar Felicity e não te culparia se não pudesse também...

—Oliver. –mudo o sanduíche de mão para tocar em seu braço. –Nunca pensei que fosse sua culpa. –digo com sinceridade o olhando nos olhos, depois engulo em seco. –Só não conseguia ver você sem me lembrar dele. Não por meu pai ter morrido para salvar sua vida, mas por você ser quem é.

—Como? Como ser quem eu sou? –vejo a confusão em seus olhos, e sorrio por sua inocência.

—Você me lembra ele. Às vezes quando fala, posso escutá-lo claramente, posso o ver em seus gestos, mesmo com toda essa educação... E nobreza que exala de você. –Oliver sorri quase aliviado. –Eu sinto tanta falta...

—Eu o idolatrava. –assume desviando seus olhos dos meus. –Era meu herói.

—Eu sei. O meu também. –falo triste.

—Uma vez ele me pegou roubando vinho da adega real. Era folga dele, e enganar o Smith chegava a ser brincadeira. –sorrio pensando na reação que papai teria a ver Oliver com algo alcoólico nas mãos. –Thommy e Ronnie passariam à noite no palácio, era uma espécie de festa, e queria ser mais adulto, eu não sei... –dá de ombros cheio de nostalgia na voz.

—O que ele fez? –pergunto curiosa.

—Não sei como me encontrou, mas em silencio tirou as garrafas de minhas mãos e as colocou, cada uma em seu lugar. Depois parou em minha frente de braços cruzados... Nunca tive tanto medo em minha vida antes! –dá risada como se estivesse revendo a cena em sua frente. –Acho que pedi desculpas em umas três línguas diferentes na hora do desespero!

—Meu pai era o melhor em fazer isso! –concordo pensando nas broncas que já levei, e em quão poucas palavras elas tinham.

—Disse que aquele era o dia de folga dele, então não precisava me tratar como um patrão ou alteza real. As palavras dele foram... –faz uma pausa limpando a garganta, e arruma sua postura como a de meu pai, aquilo enche meu coração de saudades. -A coroa pode ser um fardo, mas só se você deixar que ela seja. Pode fazer mais bem a seu povo, do que lamentar o que não pode ter devido a sua posição. –termina a imitação perfeita e posso sentir as lágrimas em meus olhos. –Depois disso voltei para meus convidados me sentindo a pior pessoa do mundo!

—A adega fica próxima ao elevador da parte onde morávamos. –conto e Oliver me olha sem entender. –Assim que meu pai conseguiu ver que estava tentando roubar seu próprio vinho, através das câmeras de segurança.

—Obrigado. –sorri com sinceridade, como se essa simples conclusão fosse o melhor presente do mundo.

—Só me promete que não vai deixar de existir também. –as palavras escapam de meus lábios, me encolho no banco em seguida, sem saber como reagir ao que acabei de fazer.

—Desde que prometa que não vai me tirar de sua vida mais uma vez. –sorrio para ele, e dou a maior mordida que posso em meu sanduíche.

—Acho justo. Trato feito! –respondo de boca cheia o fazendo gargalhar. Descobri que adoro esse som.


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Notas finais do capítulo

Ah! Primeiro beijo, passeio no parque, tudo muito lindo entre os dois... Bom, quem me acompanha sabe que nem tudo geralmente é o que parece ser.
Me contem o que acharam, quero saber a opinião de vocês!
Bjnhos