Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 23
Oliver e Felicity


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Então, eu estava com essa parte do capítulo pronta a algum tempo, e sei que costumam ser três narradores, mais um flashback, esse é o sistema de todos os capítulos, mas esse hoje está menor, com um narrador e meio, e um flashback. Por que não vai importar mais nada que escreva depois disso e não quero tirar de vocês, bom, vão entender depois que ler.
Ah, e quero agradecer a Juju lindinha, que me animou com uma mensagem linda!
Espero que gostem.



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THEA

Eu nunca me senti dessa forma, não antes de hoje. Já tive vários casos de uma noite, principalmente na época em que só conseguia suportar um dia inteiro depois de dois comprimidos, e uma boa viajem. Mas aqui, deitada no peito nu de Roy, eu me sinto muito melhor do que em um porre de LSD. Ele me observa, traçando desenhos circulares em meu braço, sinto meu rosto corar, mas não de vergonha, é como se todo o sangue em meu corpo estivesse fervente, só por tocá-lo.

—Não vale se arrepender! -escuto sua voz rouca dizer em tom de brincadeira.

—Não estou arrependida. -respondo convicta, me virando para ver seu rosto. -Estou muito longe disso. -sorrio para ele, que se curva para me beijar.

—Acho que é melhor não falarmos sobre isso com ninguém, até que o plano para pegar Malcom e os outros dê certo, não quero ter que deixar você com outro guarda, não agora como as coisas estão. -seu rosto fica sério, e posso ver o pavor passar por sua face.

—Eu acho um bom plano. -dou de ombros. -Não queria mesmo perder todos os meus privilégios.

FELICITY

Sete anos atrás...

—Não quero usar esse vestido. -Thea chega em minha casa e se joga em meu sofá parecendo uma boneca de porcelana, usando um vestido branco com um grande laço atrás vermelho. Seguro o riso, estava parecendo um versão chique da Alice no País das Maravilhas.

—Mas você está linda. -digo, pois sei que ela precisava de incentivo, mas então não me contenho e caio na gargalhada.

—Pareço um bolo de festa! -lamenta e a esse ponto já estou me dobrando de tanto rir.

—Felicity, meu amor, não faça isso! -minha mãe me repreende passando do seu quarto para ir a cozinha. -Você está linda Thea! -grita a distância.

—Obrigada Donna. -diz por educação.

Escutamos o barulho do elevador, e vemos Oliver e meu pai no monitor de segurança. Eles conversavam animados, e Oliver usava um fraque fino, e ao contrário de Thea, parecia estar totalmente à vontade dentro dele. Não tinha mesmo como não ficar, ele parecia ser um anjo de tão perfeito. Ajeito minha blusa azul de alcinhas como posso, e Thea me olha de lado, desconfiada.

—O que foi? -sussurro.

—O que está fazendo? -questiona quando passo a mão nos cabelos.

—Hum... Nada. -dou de ombros desviando meus olhos dela para a porta que se abria.

—Oi. -Oliver abre um sorriso largo, que não posso deixar de espelhar. -Boa noite Donna! -diz um pouquinho mais alto para minha mãe na cozinha ouvir.

—Oi querido! -ela responde, depois coloca a cabeça para fora da porta. -Uau! Você está lindo! -exclama e ele sorri tímido, ai como é lindinho, até parece que não sabe o quanto é bonito! “Que tipo de pensamento é esse?”

—Você está ótimo. -sussurro, com medo que se não dissesse nada, algo acabasse por escapar, mas aquilo parecia ser muita coisa para Oliver que sorri como se tivesse acabado de ganhar um grande prêmio. -Oi pai! -pulo no colo dele.

—Você já está grande demais para isso, princesa. -diz, mas me aperta em seus braços beijando meu rosto. -Thea, querida, sua mãe pediu que descesse, suas fotos serão as primeiras. -diz a minha amiga que bufa frustrada enquanto me coloca no chão.

—Claro, vou ser eternizada como esse enfeite de bolo! -sai murmurando, e damos risada já acostumados com o jeito da princesa de ser.

—Oliver te contou que vai ser o orador do discurso na conferência com Blue Vale? -meu pai conta orgulhoso e Oliver cora, como um criança que acabou de levar um grande elogio.

—Não! -dou um tapa no ombro do meu amigo sorrindo.

—Ai! -reclama esfregando o local, mas sei que não doeu nada.

—Não acredito que não me contou! -acuso.

—Não é grande coisa assim. -murmura e meu pai bufa, enquanto eu reviro meus olhos.

—É uma coisa enorme! -corrijo. -Quero que me conte tudo, cada detalhe! -pego sua mão o levando para o sofá.

Oliver começa a narrar o que diria em seu discurso, e eu presto atenção em cada palavra, encantada. Meu pai que estava sentado na poltrona nos observava com os olhos brilhando. -Acha que algum deles já se deu conta? -escuto minha mãe dizer lhe entregando uma cerveja, enquanto ele lhe puxa para se sentar em seu colo.

—Acho que não. -responde nos assistindo. -Mas não vai demorar muito até que um deles perceba.

Agora...

Oliver caminhava a minha frente, com suas mãos inquietas, como se estivesse a ponto de sair correndo. Paramos no jardim, que é meu lugar preferido do castelo, ele respira fundo olhando em volta, antes de se voltar para mim. Tento esboçar um sorriso para ele, pois se precisa mesmo partir, aquilo deve ser o melhor para sua segurança, não posso ser egoísta e querer que ele fique a meu lado. Ele pega minha mão e me guia para um dos bancos, onde me sento, mas ele continua a andar de um lado a outro.

—Está tudo bem Oliver. -falo fazendo com que olhe surpreso em minha direção, sinto meus olhos se encherem de lágrimas e um nó terrível se formar em minha garganta. -Se precisa ir, eu entendo. -ele me olha confuso.

—Ir para onde?

—Embora, para algum lugar a salvo. -explico. -Não é por isso que me chamou aqui? -agora eu sou quem está confusa. -Para se despedir.

—O que? -ele olha ao redor, e um sorriso surge em seu rosto. -Não!

—Oh! -exclamo, me recompondo emocionalmente. -Então pare de ficar andando de um lado a outro ai na minha frente, já está me deixando tonta!

—Depois do que aconteceu a sete anos. -ele se senta a meu lado, olhando para a janela do meu antigo quarto. -Eu me sentava aqui, sempre que algo bom, ou ruim acontecia, quando estava feliz, ou muito frustrado. Me sentava neste banco, e conversava com você. -suspira, com os olhos cheios de emoção. -Por que não sei como passar um dia da minha vida sem falar com você Felicity, eu não sou bom sem te ter na minha vida...

—Oliver! -sussurro pegando sua mão, e ele me dá um pequeno sorriso olhando para nossas mãos entrelaçadas.

—E não quero mais me afastar, ou permitir que você se afaste. -ele se levanta mais uma vez, e tenho um surto de compreensão, que faz meu coração bater tão rápido que temo que escape por minha boca. -Não pense que isso é uma jogada política, por que nunca houve uma escolha para mim, não sei nem mesmo dizer quando comecei a amar você, isso faz parte de quem sou, parte de quem você é. Somos Oliver e Felicity, e quero que sempre seja assim. -ele se ajoelha a minha frente tirando uma caixinha de seu bolso. -Clair me deu isso, disse que queria que fosse seu. -não me lembro mais como respirar quando ele abre e posso ver um lindo anel de diamantes, era perfeito. -Por favor, me deixe ser seu marido? -diz cheio de insegurança na voz. -Por que não existe nada nesse mundo que eu queira mais.

Eu não sei o que dizer, só esse sentimento que toma conta de mim nesse momento. Estou tão feliz que poderia sair saltitando por todo esse palácio, mas existe algo sobre casamentos, a noiva não entra só, ela geralmente é entregue pelo homem que mais a amou no mundo, para o segundo homem que promete diante de Deus que a amará e cuidará dela em todos os momentos. Nesse momento, quando estava a ponto de responder que não sabia se seria capaz de caminhar por uma igreja enorme sozinha, vejo John surgir em uma das portas, ele me abre um sorriso e assente para mim, me encorajando. Então entendo, eu não estava só, eu nunca estive.

—É claro que eu deixo! -sorrio fraco antes de ter seus braços em volta de mim, me abraçando e girando no ar. -Eu te amo. -sussurro baixinho no ouvido de Oliver, olhando para John que sorria à distância, aquelas palavras também eram para ele.


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Notas finais do capítulo

Capitulo menor que o habitual, mas queria que vcs tivessem isso, o momento em que eles ficam juntos, antes de qualquer outra coisa acontecer. O próximo capítulo já volta para os moldes anteriores, não deixem de comentar e dizer o que acharam!
Bjnhos