Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 15
Os Três Grandes.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Capitulo especial para a Bruna Alves, Bruninha sua linda, me mata do coração com essa recomendação tão fofa. Bruna é uma leitora que já me acompanha a um bom tempo, e sempre me diverte com seus comentários super engraçados, não poderia me sentir mais honrada do que estou por ter recomendado minha fic. Muito obrigada querida, o capítulo hoje é para você!
E, já vou avisar, podem começar a suspeitar da minha sanidade depois dele, mas juro, estava tudinho ai, desde o começo!
Espero que gostem!



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FELICITY

Sete anos atrás...

—Filha, pegou tudo? –minha mãe segura meu rosto entre suas mãos com delicadeza, seus olhos estavam vermelhos e ainda usávamos os vestidos pretos do enterro. Não conseguia falar, então apenas confirmo balançando a cabeça. –Vai ficar tudo bem meu amor, nós vamos ficar bem.

—Donna, estão prontas? –John chega perguntando, sem nem mesmo olhar em nossa direção, seus olhos estavam como os de minha mãe, como os meus devem estar se me olhar no espelho.

Queria vê-los uma última vez, mas não consigo. Thea segurou minha mão durante o enterro, Oliver me olhava de longe, mas não posso mais estar aqui, não posso me iludir que sou uma deles, por que não sou. Eles sempre serão os mais protegidos, os de sangue real, eu sou apenas uma garota sem um pai, sem nenhum protetor. Pego minha mala de rodinhas, com meus olhos vidrados no caminho, não olharia para trás, nem mesmo quando posso sentir seus olhos em mim, isso, seria apenas uma lembrança, preciso me acostumar.

O caminho para o aero porto é silencioso, mas não de uma forma desconfortável, só existia muita dor. Respirar era difícil, falar então, é uma tarefa impossível. John estacionou o carro e foi descarregar nossas malas, minha mãe desceu e veio abrir minha porta. Ela estendeu sua mão para mim, com um sorriso, que não posso descrever de outra forma se não encorajador.

—Vamos ficar bem. –repetiu mais uma vez me abraçando, senti apenas uma lágrima escorrer por minha face, mas tratei de secá-la rapidamente. –Dig, obrigada por tudo. –diz se virando para John que ainda não nos olhava nos olhos. –Sinto muito por sua perda. –ele assente.

—Mantenham contato. –é só o que diz, mas minha mãe o puxa para um abraço.

—Vamos ficar bem. –repete pela terceira vez. –Ainda somos o lar uns dos outros, você vai ficar bem. –fala quando se afastam, ele a olha com tanta dor que não posso mais ver isso, então começo a seguir em direção ao saguão.

—Espera. –sinto suas mãos em meus ombros me parando. Diggle é muito alto, preciso semicerrar os olhos por causa do sol, quando olho em sua direção. –Vou sentir sua falta, todos os dias. –naquele momento toda a força me esvaiu, só o que pude fazer foi pular em seus braços e me permitir chorar.

Agora...

Hoje entendo essa história de Lar, entendo o que minha mãe quis dizer com ela. Lar não é uma casa, não é um conjunto de quatro paredes onde você come e dorme todos os dias, lar não é aquilo que te obriga a adquirir uma hipoteca. Lar é a pessoa para quem você quer voltar após um longo dia de trabalho, ou quando perde o que tem de mais precioso no mundo, lar é quem você ama. Meu pai era o Lar da minha mãe, ela era o dele e tenho certeza agora de que Oliver é o meu.

Acordo cedo ainda deitada nos seus braços, ele já havia acordado, mas evitou de se mexer para não me acordar também. Não falamos sobre à noite anterior, não tem muito a ser dito a respeito, então nos levantamos, e cada um foi para seu respectivo banheiro fazer sua higiene matinal. Alguém deixou uma bandeja de café da manhã em meu quarto, comi mecanicamente e escolhi um vestido azul, de mangas cumpridas. Precisava passar uma impressão de seriedade após a primeira impressão que devo ter causado no príncipe. Escuto batidas na porta.

—Está pronta? –Dig pergunta após entrar.

—John, se lembra de quando nos levou ao aero porto, quando eu e minha mãe fomos embora? –pergunto calçando meu scarpin preto.

—Claro, foi um dia difícil para todos. –responde pensativo. –E hoje parece que estou o vivendo de novo.

—Isso ai. –concordo me levantando, coloco os óculos e caminho em direção a saída com ele.

THEA

Roy e eu estávamos parados lado a lado, de frente para o corpo de Clair, ligado a vários aparelhos que a mantinham viva, enquanto o médico nos explicava a cirurgia que viria a seguir. Eles julgaram que era melhor parar, e dar ao corpo dela uma chance de se fortalecer mais uma vez, então recomeçariam tudo. As próximas horas seriam críticas, o coração dela não estava muito forte, sua aparência também não era das mais animadoras, tudo nela gritava frágil. Agora era o momento em que precisaria ligar para meu irmão, algo que venho protelando desde ontem, mas ainda não encontrei a coragem necessária para fazer. Sua reunião começaria em minutos, quem sabe conte a ele nessa tarde?

—Tem alguém da família dela a quem chamar? –o médico, perguntava enquanto meus olhos não se desviavam de Clair.

—Meu irmão é a família dela, ele não está na província, mas preciso que ela esteja viva quando ele chegar. –digo com a voz mais firme do que esperava.

—Faremos o que for possível alteza. Mas sugiro que o aconselhe a apressar sua volta. –acrescenta antes de se retirar.

—Você tem que melhorar Clair. –digo caminhando em sua direção, pego suas mãos quentes com a minha, isso deveria ser um bom sinal, mãos quentes são sempre bom sinal. –Ollie não é muito bom com a própria vida, ele precisa de você, por favor, sobreviva. Sei que está com saudades do Sr. Thompson, mas ele pode esperar até que Ollie volte... Estou implorando... –sinto uma lágrima escorrer por minha face, e imediatamente a mão de Roy está em meu ombro.

—Precisa ir para casa, tomar um banho e se trocar. –fala em voz baixa.

—Ela não pode ficar sozinha agora, Clair precisa saber que tem pessoas que se importam com ela aqui. –protesto com a voz embargada pelo choro que segurava.

—Ela sabe. Seu pai ligou Thea, eu expliquei tudo, mas ainda é a princesa, não pode ficar tanto tempo assim longe.

—Não sou, não deveria ser... –murmuro em voz baixa e Roy me gira para que possa me olhar nos olhos.

—Por quê? –não era confusão em sua face, ele parecia estar frustrado.

—Eu não sou filha do rei. –conto em um só fôlego. –Por isso fui internada, minha mãe teve um caso com Malcom, e eu descobri, ele me drogou, fez parecer que tentei me matar. –agora Roy me olhava de outra forma. –Então não sou uma princesa, e isso que vê em mim, pensa que é por que não me enxergo como sou, mas está errado, pois enxergo. Me enxergo exatamente como sou! –exclamo entre dentes.

—Thea... –diz meu nome baixinho. –Passou por tudo isso sozinha? Tem fingido a semanas que está tudo bem, convivido com esse monstro? –seu rosto se contorce em uma careta de nojo. –Agora tudo faz sentido... –pensa alto. –As ordens de seu irmão, a preocupação do rei...

—Não sou quem você pensa Roy. –o interrompo, segurando o choro e desvio meus olhos para a porta fechada, incapaz de o encarar. –Isso, não é por coragem, é medo.

—Estou feliz por não ser... E está enganada, é a pessoa mais corajosa que conheço. –sua mão toca minha face e um pequeno sorriso surge em seu rosto, fazendo meu coração falhar uma batida. Seguro sua mão em minha face e fecho meus olhos sentindo seu toque. Roy quase faz com que me sinta... Não, não é possível que seja isso.

—Obrigada por entender. –falo tirando sua mão de minha face e volto para junto de Clair.

—Tudo bem, vou resolver tudo com o rei, pedirei para mandarem uma muda de roupas para você e vou te conseguir um banheiro. Se quer ficar aqui, merece o mínimo de conforto. –ele toca meu ombro antes de sair, e fico o olhando admirada, depois desvio meus olhos para Clair.

—Era disso que estava falando não era? –pergunto temerosa a seu corpo inconsciente.

OLIVER

Chegamos a sala de reuniões do palácio de Gotham e Alfred nos guia a nossos assentos, alguns minutos mais tarde o Sr. Fox entra acompanhado do príncipe. Bruce segue em minha direção, mas algo estranho acontece, ele sorri, não para mim, ele sorri para Felicity. Olho para ela que parecia envergonhada a meu lado, só então me lembro da parte de seu monólogo na noite anterior onde me contou ter o conhecido, tento não revirar os olhos, ou demonstrar meu desconforto.

—Oliver. –diz estendendo sua mão em cumprimento.

—Bruce. –devolvo da mesma forma, apertando sua mão. –Parece que já conhece minha chefe de inteligência, Felicity Smoak. –o sorriso volta a seu rosto, e ele estende sua mão para ela, sorrindo mais uma vez, que corresponde. –E esse é John Diggle, meu chefe de segurança. –acrescento rapidamente para acabar com aquele contato físico entre eles.

—Sr. Diggle, ouvi falar muito a seu respeito. –comenta cumprimentando John. –Um dos melhores soldados que já apareceram.

—Obrigado, alteza. –responde profissional. –Tive um bom mestre.

—O pai da senhorita Smoak? –mais uma vez volta seu olhar para Felicity, e finjo uma tosse dessa vez.

—Exatamente. –diz John.

—Esse é Lúcios Fox, meu primeiro ministro. –apresenta formalmente e todos apertamos as mãos e voltamos a nos sentar.

Bruce e eu ocupávamos cada um, uma das pontas da mesa retangular de reuniões, enquanto eu era ladeado por Felicity e Diggle, ele tinha o Sr. Fox a sua direita. Por um momento, nós apenas nos olhamos, encaramos na verdade, não que tenha alguma aversão a ele, ou motivo para isso, não me importo com as antigas rixas, mas seus olhos se desviando para Felicity, era no mínimo um incomodo. Quase sou capaz de escutar a voz de meu pai em minha mente, me mandando desligar meus sentimentos pessoais durante uma transação importante de negócios, e é o que faço.

—Srta. Smoak, pode fazer a gentileza de mostrar o que temos? –pergunto a pegando de surpresa pela formalidade.

—Ah, claro! –ela se levanta, ligando seu tablet a grande tela da sala de reuniões, para que pudesse expor melhor os arquivos. –Encontramos diversas contas fantasmas, para onde a maior parte do dinheiro dos impostos de Starlling que são destinados a filantropia estavam sendo desviados. Contas difíceis de serem rastreadas, quase impossíveis na verdade. –diz, enquanto abre um documento após outro. –Mas tudo deixa um rastro, encontrei isso no final da trilha. –mostra uma conta em Blue Vale no nome de Harvey Dent. –Seu conselheiro chefe, alteza. –Bruce nem mesmo parece estar surpreso. –Acontece que esse não é o fim da linha. –mais uma dezena de contas são expostas. –Esse é, Malcom Merlin, conselheiro chefe Starlling. Meu pai encontrou isso, dias antes de morrer. Não, está errado... –respira fundo, antes de olhar diretamente para Bruce. –Dias antes de ser assassinado.

—Todos esses documentos foram registrados a sete anos, no atentado a minha província que teve como alvo incriminar a sua. –digo sério.

—Foi uma ação conjunta Oliver. –Bruce parece pensar alto, enquanto analisa os arquivos. –Gotham foi a primeira fase, não teriam tanto trabalho em um atentado se Starlling não fosse sofrer algo em seguida. Querem derrubar a monarquia dos dois reinos. –ele se levanta e vai em direção a Felicity. –Posso? –pergunta estendendo a mão para o tablet.

—Claro. –responde com a voz fraca, e sinto a mão de Diggle em meu ombro, devo estar com o semblante nada amigável.

—Tenho minhas próprias pesquisas para acrescentar. –diz e Felicity volta a se sentar a meu lado, para o bem de minha sanidade.

—Temos rastros recentes de desvios feitos em nossos impostos. –esclarece Fox ilustrando o que Bruce estava abrindo.

—Dessa vez direcionados para compra de armamentos pesados. –Bruce diz, e meu rosto perde toda a expressão, assim como o de todos na sala ao olhar para os documentos expostos. Não me admira que Gotham esteja decadente, somando tudo aquilo, eram quase doze bilhões desviados.

—Querem começar uma guerra, mas não sei qual motivo usariam ainda.

—Eu sei. –para surpresa de todos é John que se manifesta. –A princesa. –meus olhos e os de Felicity se encontram, ambos assustados quando entendemos seu raciocínio. –Ela foi internada a algum tempo, após ter supostamente tentado se matar.

—Tenho os documentos aqui. –Felicity se adianta pegando novamente o tablet e mostrando os rastros do médico de Thea, que mais uma vez acabavam em Harvey Dent.

—Somos as províncias mais fortes... Alguma coisa está fora de lugar... –penso vendo tudo aquilo.

—Tem razão. –acrescenta Bruce da mesma forma.

—Espera! –exclama Felicity se voltando para nós com um sorriso radiante. –A Suíça!

—Do que está falando? –John questiona confuso.

—As três grandes, é como na Mitologia Grega... –ergo uma sobrancelha a encarando. –Zeus, Poseidon e Hades... –tenta explicar, mas depois sacode a cabeça. - Esquece! O que quero dizer é que Metrópoles é Zeus, ele manipula seus irmãos, mas permanece intacto. John nos contou há algum tempo que o príncipe Clark precisou desfazer seu relacionamento com Lois Lane, ele se casou com a princesa de Themyscira, não parece coincidência que a província mais pacifica faça uma união política com a que possui o melhor exército.

—Mas não temos nenhuma prova, apesar de seu raciocínio fazer muito sentido. –Bruce pensa alto.

—Na verdade tem uma coisa. –Fox se levanta. –Uma coisa um tanto óbvia.

—O que? –Bruce e eu dizemos ao mesmo tempo.

—A empresa de quem as armas foram compradas. –Felicity imediatamente amplia um símbolo minúsculo impresso no fim do contrato, e agora estamos todos percebendo que a merda era muito maior do que pensávamos.

—Lex Corpss. –o nome escapa por meus lábios em um único sussurro.


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Notas finais do capítulo

É eu fiz isso...
Por favor, preciso que me digam o que acharam, pois estão ai a maioria das pontas soltas que deixei nos capítulos anteriores sendo amarradas. Então comentem!
Mais uma vez, obrigada Bruna. E obrigado a todos que recomendaram, estão lendo, comentando e favoritando a fic, sem palavras para expressar minha gratidão!
Bjnhos