Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 13
Clair Thompson.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Demorei um pouco com esse capítulo, mas estava tudo muito corrido, mas estou aqui agora. Quero agradecer a todos os comentários incríveis, e a galera que tem favoritado a fic, muito obrigada mesmo. Espero que curtam o capítulo de hoje.
Boa leitura!



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THEA

Estou ao que parecem horas sentada em minha cama, olhando minha melhor amiga e meu irmão discutirem em minha frente. Juro que os primeiros cinco minutos foram hilários, mas agora já cansou. Isso é trabalho do Diggle, não meu, de ficar bancando a Suíça deles. Tudo o que queria era saber a reação do meu pai com essa história toda, não ficar os vendo gritar.

—Eu não vou ficar no quarto ao lado do seu Oliver! –diz pela milionésima vez, ele já estava vermelho de raiva, Ollie não costuma ser contrariado, e geralmente não precisa falar mais de uma vez para que sua palavra seja ordem. –Posso muito bem ficar com Diggle. –automaticamente Felicity estremece com a ideia de voltar a ocupar seu antigo quarto e Ollie a olha de cima, vitorioso.

—Consegue entender que a ideia de te ter aqui não tem nada a ver com nós dois não é? –respiro fundo revirando meus olhos. –Não vou aparecer em seu quarto de madrugada enrolado em uma toalha! –esbraveja, e vejo o rosto de Felicity assumir uma expressão pensativa.

—Não parece em nada ruim na minha mente... –solta sem querer em tom de ofensa. Oliver bufa indo em direção a janela e eu seguro o riso. –A questão não é essa Oliver! –se recupera o fazendo olhar em sua direção novamente, ele para a centímetros dela a encarando.

—Não, não é! Nós dois sabemos qual é a questão de verdade, e quer saber? Não dou a mínima para os passos que vem tentando seguir em sua mente. Só me importo com sua segurança, e ao meu lado eu posso me certificar de que terá a melhor segurança que posso oferecer. –suspira, e acho que Ollie acabou de ganhar.

—Poderia ter feito como o papai, ordenado isso, poupando o tempo que perdi ouvindo vocês andarem em círculos. –digo fazendo com que os dois me olhassem bravos, o que só faz um sorriso largo aparecer em meu rosto, retiro o que disse, ainda é divertido.

—Ótimo! –diz o olhando furiosa novamente. –Vou buscar minhas malas, alteza! –faz uma reverencia cheia de ironia e sai pisando duro.

Ollie me olha com o semblante cansado, depois olha para a porta e sai apressado atrás de Felicity. Sorrio olhando para onde os dois saíram, eles conseguem ser o gelo e o fogo um do outro, ao mesmo tempo em que se acalmam e sabem sempre o que o outro precisa, conseguem se tirar do sério como ninguém mais no mundo. E chego a sentir um pouco de inveja disso, não existe muitos casais com essa sorte.

Não estou sendo amarga, simplesmente não sei de verdade o que o amor significa, e quase não tenho motivos para acreditar nele. Minha mãe deveria me amar, deveria me amar mais do que tudo no mundo, mas deixou que me levassem, tentou me tirar de seu caminho quando foi preciso. E meu pai, o que me criou, por que o biológico me mataria sem peso na consciência, mas o rei, ele me ama. Chegou a cogitar abolir a Monarquia só por mim, por que não suportou imaginar alguém querendo minha morte. Mas a verdade é que ele pensa que sou parte dele, por isso ama, pensa não ter escolhas. Não é esse o tipo de amor que meu irmão tem por Felicity, ele tem milhares de escolhas, qualquer mulher desse reino se atiraria a seus pés, pegaria o quarto ao lado do seu sem pensar duas vezes, e ainda assim ele quer a que resiste. Ele escolheu a que o faz lutar.

Sete anos atrás...

Os jardins da rainha eram nosso lugar preferido no castelo, Felicity e eu tiramos os sapatos e estávamos andando sobre a grama, enquanto cantávamos Grenade do Bruno Mars. Essa música estava na moda, e nós estávamos em um estilo coração partido ultimamente, sem nenhum motivo, ao menos no meu caso. Ronnie e Tommy estavam visitando Ollie, então ele andava ocupado com eles e Felicity não gostava muito de ser deixada de lado, apesar de não assumir.

—Posso fazer isso ai com vocês? –escutamos a voz de Ronnie, que nos faz olhar em sua direção.

—Cansou de brincar com o Príncipe e o Darth Vader? –pergunta com ironia sem olhar em sua direção.

—Qual é Fel, não vem implicar comigo, nunca destruí nenhuma boneca sua! –Ronnie se defende com um sorriso carinhoso para ela.

—Vem logo Ronnie, Felicity está azeda hoje, não é sua culpa. –ela me lança um olhar mortal, mas devolvo um sorriso doce que a faz revirar os olhos.

Brincamos pelo resto da tarde, de várias coisas diferentes, por fim nos sentamos no pátio para descansar e Maria nos trouxe sucos de laranja e biscoitos. –Posso fazer uma pergunta? –Ronnie se vira para Felicity que a essa hora já havia perdido a marra a muito tempo.

—Claro. –dá de ombros concentrada em seu biscoito.

—Por que Ollie também não recebe um apelido legal, como Chewbacca? –nós damos risada de seu comentário.

—Não acho que ele precise de apelidos, quando quero o irritar só o chamo de alteza, ou finjo não escutar o que ele diz. Não que eu te chame de Luke para de irritar! –se apressa em acrescentar atrapalhada. –Mas o Darth Vader é!

—Do que estão falando? –nos surpreendemos com Tommy parado a nossa frente e Ollie a seu lado olhando incomodado para Felicity e Ronnie que sorriam um para o outro.

—Claro, vou te passar o relatório do meu dia. –Felicity murmura e Ronnie prende o riso.

—Ronnie, nós vamos jogar vídeo game, você vem ou quer brincar de boneca com elas?

—Tommy pega leve! –Ollie avisa.

—Na verdade eu vou ver um filme com elas na casa da Felicity.

—Vai o que? –Ollie pergunta olhando diretamente para Felicity que estava empenhada em o ignorar.

—Ver um film...

—Não estava perguntando a você Ronnie. – o interrompe ainda olhando para ela que o ignorava, eu murmuro desculpas para Ronnie, apesar dele já saber como Ollie não gosta que ele fique em cima de Felicity, então só dá de ombros com um sorriso brincando nos lábios. –Vão ver que filme? –ela continua em silencio como se não existisse ninguém a sua frente. Contrariado, Oliver olha em minha direção em busca de respostas.

—Meu primeiro amor. –respondo e posso ver a força que ele faz para não dizer que só assistimos ao mesmo filme.

—Podemos ver todos juntos na sala de cinema. –diz e Tommy o olha como se tivesse sofrido um derrame.

—Vai deixar de jogar para ver esse filme...

—Fica quieto Tommy! –Ronnie sussurra para ele, e pela primeira vez Felicity olha em direção de Ollie com um sorriso vencedor no rosto. Não sei se por fazer raiva em Tommy ou por descobrir que Ollie prefere sua companhia a dele.

—Vai ser legal! –diz e Ollie estende sua mão para ela a ajudando a se levantar.

Agora...

Não sei quanto tempo se passou, mas precisava esfriar minha cabeça, então tomo um banho depois de me despedir de Oliver e Felicity, e resolvo me sentar no jardim. É um bom lugar para pensar, e mesmo à noite ainda e o local mais bonito de todo o castelo. Bonito e silencioso, mesmo assim me sinto em meio a um furacão.

—Thea? –a voz de meu guarda costas me traz de volta de meus devaneios. –Pediu que te chamasse as sete horas. –fala ainda tímido, mas com um sorriso cordial nos lábios.

—Claro, o favor que Oliver pediu. –digo me levantando. –Vou pegar meu casaco e saímos...

—Já peguei. –Roy estendendo um casaco caqui em suas mãos. –Precisa de mais alguma coisa?

—Teria uma máquina do tempo? –ele me olha confuso e sorrio por isso. –Não sente falta de ser criança Roy? Sem problemas, sem responsabilidades... –respiro fundo olhando em volta enquanto ele me ajuda com o casaco. –E aquela certeza de que é especial. –sinto seu toque em meus ombros por um segundo, antes do tecido o cobrir, experimento algo que nunca senti antes, um revirar em meu estômago... Meu coração... Acelerado?

—Você é especial Thea. –sua voz tão próxima a meu ouvido faz com que todos os pelos de meu corpo se arrepiem.

FELICITY

Não contamos ao rei toda a história, Oliver hesitou e eu não iria contra, Thea não precisava ser exposta nesse momento. Então o rei não sabe que ela não é sua filha biológica. Depois de um chá da tarde com a família real, que pode ser caracterizado como um dos momentos mais incômodos de toda a minha vida, Thea me ajudou a arrumar o que precisaria e agora estou dentro de um jato, sentada de frente para Oliver que olhava para o nada, pensativo.

Precisamos dizer que estávamos em uma viajem romântica a Coast City, essa foi a parte divertida da confraternização com a realeza, ver a Rainha engasgar e parar de bancar a sogra simpática foi muito legal, Moira é a definição de passiva agressiva. Mas não poderíamos arriscar que nada chegasse aos ouvidos de Merlin. O Rei Robert estaria nos dando cobertura e Ronnie estaria trabalhando com Cisco para procurar algo incriminador nas gravações antigas das câmeras de segurança do palácio. Parecíamos estar muito perto do fim agora, e isso era mais assustador ainda.

—No que está pensando? –a voz de Oliver me desperta.

—No quarto ao lado do seu. –minto vendo um sorriso aparecer em seu rosto.

—Não era isso, mas vou entrar na pilha. –desdenha. –Preferiria que fosse o meu? –lá estava novamente aquele olhar capaz de me despir, preciso me lembrar que John estava na cabine nesse momento, para me manter sentadinha a sua frente.

—Com certeza! E aquela toalha... –olho sugestiva para seu rosto surpreso. –Prefiro sem ela. –seus olhos se estreitam me estudando, um leve rubor surge em seu rosto, e estou prestes a dar risada.

—Felicity...

—Sim?

—Não brinca com isso, não vai gostar se eu acreditar, ou pode gostar... Muito. –diz com a voz mais grave do que o normal. Okay, agora eu devo estar vermelha como um pimentão.

Me apresso em arrumar um desculpa para sair logo de sua frente, e o restante a viagem se passa com nós dois repassando os protocolos, nem nos atrevermos a olhar um para o outro. Um carro nos esperava no aero porto e entramos nele sem ninguém nos ver. Gotham não se parecia com Starlling como todos diziam, mesmo minha província escura e fria, não se compara a essa. A escuridão aqui assume um novo nível, existe concreto por toda parte, e neblina, muita neblina.

—Quem mora aqui, a Família Adams? –deixo escapar quando entramos em uma propriedade privada e posso ver o que parece ser o castelo. Oliver olha me censurando, mas consigo ver que pensava algo parecido com isso.

—O Sr. Fox disse que aqui é o lugar mais seguro para Oliver. –John diz.

—O príncipe sabe de nossa vinda?

—Não conhece a fama de Bruce? –Oliver responde, e um senhor que aparenta ter seus setenta anos abre a porta do carro para mim, me oferecendo a mão.

—Boa noite a todos, sou Alfred. –diz quando todos saímos do carro e estávamos parados em frente às portas principais do castelo. Sorrio educada, na verdade era seu nome, apesar de seu rosto sem expressão não poder ser mais diferente, chamar seu nome seria legal. –Em nome do patrão Bruce desejo a todos boas-vindas.

—Nós agradecemos a hospitalidade dele. –Oliver responde educado. –Esses são Felicity Smoak e John Diggle. –Alfred assente educado e nos cumprimenta.

—Vou mostrar os aposentos em que ficarão. –nós o seguimos para dentro do castelo, haviam fotos e pinturas de família por toda parte, junto a outras obras de artes. –Pela manhã falarão com o patrão Bruce. Esse é seu quarto alteza. –indica a Oliver uma porta dupla. –Esse é o seu Sr. Diggle e aquele o seu Srta. Smoak. –mais uma vez estava com o quarto ao lado de Oliver, vejo ele segurar um sorriso divertido por isso, e preciso me segurar para não revirar meus olhos.

Alfred nos deixa à vontade para nos acomodarmos, vou direto para meu quarto, ignorando os comentários de Oliver a respeito de alguma porta de conexão... Não dei confiança. Apenas entrei no maior banheiro que já tive acesso e preparei um banho, por que Deus sabe que mereço depois de todo esse drama em que minha vida se transformou.

THEA

Oliver disse que sextas-feiras para ele são especiais, por causa desse lugar. Não vejo nada de diferente nele enquanto entro, me parece um asilo como qualquer outro. Uma mulher afro americana muito sorridente vem em minha direção. E para minha surpresa seus braços me envolvem sem nenhuma cerimônia.

—Alteza, é um prazer! –diz alegre quando nos afastamos e forço um sorriso educado apesar de meu desconforto. –Sou Marry, o príncipe Oliver me ligou para falar sobre sua visita, Clair vai adorar te conhecer!

—Estou ansiosa para conhecê-la também!

Marry me apresenta aos moradores enquanto andamos em direção ao quarto de Clair. Roy nos seguia interessado, paramos por vezes para conversar com algumas pessoas que contavam histórias de meu irmão. A forma como falavam dele, era como se fossem seus amigos íntimos, nesse momento entendi por que era tão especial para Ollie. Mas não estava preparada para o que vi no momento em que Marry abriu uma porta simples de madeira. Uma senhora estava sentada em uma poltrona, com uma postura elegante e um cateter em seu braço, com o que parecia ser soro, ela sorri ao nos ver, seus olhos eram de um azul nebuloso, mas havia algo a mais naquele rosto, Clair Thompson parece saber das coisas.

—Boa noite Sra. Thompson. –cumprimento sorrindo. –Sou Thea...

—Irmã do Príncipe Oliver, eu sei alteza. –interrompe com um sorriso surpreendentemente bonito em seu rosto castigado pela idade. –me levantaria e faria uma reverencia, mas...

—Eu entendo. –ela olha para Roy parado a porta com curiosidade. –Ah claro, esse é o Sr. Harper, ou Roy se preferir, ele prefere! –brinco e os dois sorriem.

—Estou feliz por estar aqui princesa, muito feliz. –Clair suspira sonhadora.

—Por quê? –questiono confusa.

—O príncipe disse que só faltaria a uma visita quando tivesse uma mulher tão fascinante quanto eu para dividir sua noite de sexta... Ele é muito lisonjeiro com suas palavras e deve ser um ótimo mentiroso! –brinca. – Mas suponho que a Srta. Smoak foi a escolhida.

—Foi sim. –digo com um sorriso tão largo quanto o dela. –Eles viajaram juntos essa tarde.

—Formam um belo casal, eles me lembram de como era com meu marido, meu Jorge, ele me olhava daquela forma... –por alguns momentos seus olhos se perdem no nada, como se estivesse lembrando de algo. –Sinto falta dele a cada segundo.

—Imagino. –olho para ela admirada.

—Já olhou para alguém dessa forma alteza, ou foi olhada?

—Que forma?

—Com adoração, como se tudo ao redor deixasse de existir... Como se suas roupas pudessem desaparecer. –pisca sugestiva.

—Não, na verdade não. –tento esconder a tristeza em minha voz, mas Clair parece olhar além de mim.

—Acho que a resposta certa é que ainda não percebeu como te olham. –comenta com um sorriso carinhoso. –Sabe criança, existem coisas tão obvias que não conseguimos enxergar. Com Jorge foi dessa forma, ele estava ali, ao meu lado, mas precisei de o ver com outra para perceber que o amava.

—E o que fez?

—Ora! Peguei o que era meu. –dou risada. –Não é tão complicado afinal, isso não é um filme romântico.

—Tem razão, não é mesmo um filme... –mas sou interrompida quando Clair leva as mãos a garganta e seus olhos parecem perder o foco, me levanto imediatamente indo a seu auxílio. –Clair! Clair!

—Precisamos de ajuda! –Roy grita.


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Notas finais do capítulo

Bom, eles estão em Gotham, sei que vocês queriam mesmo era ver o Bruce, me desculpe por isso, mas ele está já no inicio do próximo capítulo. E tem Clair, pois é...
Galera, me deixe saber se gostaram, me digam o que esperam agora, quero muito mesmo saber, então, comentem!
Bjnhos