–Aegis.- ouvi uma voz.- Droga, por que não funciona? Aegis.

Entrei na minha cela e aquele garoto com o chapéu de xerife estava com a minha pulseira.

–o que pensa que está fazendo!- eu sentir a raiva se espalhando pelo meu corpo.

O garoto se levantou assustado.

–Hãn...É que...

–Calado! Você entrou na minha cela e mexeu nas minhas coisas!- Eu me aproximei furiosamente do garoto.

–Calma, é que...

–Não quero ouvir explicações, quero que me devolva minha pulseira!

–Como você fez isso virar um escudo...?

–Devolve.

–Responde.

–Devolve.

–Responde.

–DEVOLVE!

–Responde.- ele disse calmamente.

Perdi a paciência e pulei em cima do garoto derrubando-o no chão. Rolamos no chão como uma briga de gatos selvagens.

Fiquei por cima dele e forcei os braços dele contra o chão.

–Você é forte. – ele disse franzindo a testa.

–Você roubou minha pulseira.

–Não roubei, só queria ver como você tinha transformado sua pulseira em um escudo. Só me mostra, é uma pulseira magica, ou foi feita por alguém?

Suspirei. Esse garoto era apenas curioso.

–O que vocês estão fazendo?

Olhei para a porta da minha cela e Nico estava nos olhando.

Levantei rapidamente.

–Nada. Tivemos apenas um pequeno problema.- eu disse.

–Hum...Ok, Então...Ér, tchau.- Nico disse indo embora.

–Tchau.

–Aegis.

–Não vai funcionar com você.- eu disse para o garoto. Puxei a pulseira da mão dele.- Aegis.

E a pulseira se transformou em escudo.

–Nossa! Onde você o achou?

–Eu não achei, eu...Deixa pra lá. Está satisfeito? Agora pode ir.- eu o empurrei até o lado de fora da cela.

–Sabe, acho que seremos grandes amigos, Thalia.- ele sorriu.

–É claro que seremos.- eu disse irônica. E fechei as grades da minha cela.

–Meu nome é Carl.

Fechei a cortina na cara dele e deitei na cama.

Estava morrendo de sono, fazia tempo que eu não me sentia segura como eu estava naquele lugar. Então dormir em poucos segundos.

–Thalia, Acorda!

Abri os olhos e era Nico.

–Como você entrou na minha cela?- perguntei.

–Não estava trancada. Vamos, está na hora do café.

Já tinha se passado a noite toda? Nossa.

Ele se virou e começou a ir embora.

Devo admitir que essas pessoas sabem mesmo como sobreviver, tem muitas pessoas aqui mas tem comida e agua suficiente para todas, são muito organizados e todos se ajudam nas tarefas.

–Depois do café poderemos ir embora.- Percy disse enquanto chegava com Annabeth.

–As pessoas daqui tem bastante armas e carregamento.- disse Annabeth.

–Seria para atacar alguém?- Nico perguntou.

–Não acho que essas pessoas fariam mal a alguém.- eu disse.

–Você tem razão.- disse uma mulher sentando-se na nossa mesa.- Nós não faríamos mal a ninguém, mas muitos fariam mal para nós. Temos armas para protegermos a prisão e as pessoas que estão nela. A proposito, meu nome é Maggie.

–Então não vão atacar ninguém?- Percy perguntou.

–Não, podem ficar tranquilos.

...

Estávamos arrumando nossas coisas.

Eles tinham nos dado, agua, comida, armamentos e tudo que precisaríamos na viajem.

–Eu não queria ir.- admiti.

–Mas temos que ir, temos que voltar pra Nova York e falar com os deuses.- Annabeth disse.

–Já estamos a dois anos andando por esse mundo, porque não poderemos ficar mais dois dias? Sinto-me segura aqui, as pessoas parecem boas. Em dois anos eu dormir de verdade.

Todos se entreolharam.

–Acho que podemos ficar mais dois dias, apenas para recuperar as forças, pode ser uma boa ideia.- Percy disse.

...

Já se passaram dois dias, hoje infelizmente vamos embora.

Nesses dois dias conhecemos quase todos os moradores da prisão, as pessoas ainda estão se recuperando de um surto de uma doença que se espalhou pela prisão, então estamos ajudamos em todos os afazeres. E entre tantas coisas eu arrumei um grande amigo, Carl.

...

Estávamos prontos para partir. Despedimo-nos de todos. Só faltava...

–Cadê o Hershel?- Percy perguntou.

Nesses dias Percy passou muito tempo conversando com o Papai Noel, que depois eu descobri que se chamava Hershel.

–Ele e Michonne já deviam ter voltado.- Rick disse.

–Melhor irmos.- avisou Nico.

–Obrigado por tudo.- Percy agradeceu Rick com um aperto de mão.

Dei um abraço em Carl.

–Tchau, amigo.- ri.

–Foi um prazer te conhecer.- ele disse com um sorriso meio triste.

Pelo que pude ver de Carl, ele sabia que seria a ultima vez que nos veríamos.

–É, você é um garoto legal.

Antes de ele falar qualquer coisa ouvimos o barulho de algo explodindo.

Pegamos nossas armas e corremos para a cerca.

–Rick! Venha até aqui. Precisamos conversar.- Gritou um homem do lado de fora da cerca.

Ele estava em cima de um tanque de guerra, e usava um tapa olho. Ele tinha uns seis carros e varias pessoas armadas.

–O Governador.- ouvi alguém dizer.

–Não é comigo! Tem um conselho agora, eles comandam esse lugar!- Rick gritou de volta.

–Hershel está no conselho?- Governador perguntou e uma mulher tirou o velho do carro.- Enquanto a Michonne?- um homem tirou Michonne do carro.- Ela está no conselho também?

–Eu não tomo mais as decisões!- Rick disse.

–Mas hoje vai tomar decisões Rick. Desça até aqui e... Vamos conversar.- o governador disse.

Hershel e Michonne estavam ajoelhados no chão, e ao lado deles duas pessoas armadas e logo atrás um tanque de guerra.

Rick trocou uma conversa silenciosa com Darly, se virou para Cal e disse.

–Ei, nós vamos resolver isso.- e saiu.

–Se a coisa ficar feia, todo mundo para o ônibus, avisem os outros.- Disse Daryl.

Rick estava falando com o Governador, mas não dava para ouvir daquela distancia.

Daryl começou a passar metralhadoras para todos.

Ouvi três barulhos de tiro, mas o Governador apenas tinha matado dois zumbis.

–O Governador quer tomar a prisão.- disse Maggie.- Eles querem que nós saiamos até o por do sol.

–Temos que fazer alguma coisa.- Carl disse com a arma apontada para as pessoas do governador.

–Deixa com seu pai.- disse Daryl.

–Eles só estão conversando, podíamos matar o govenador agora.

–Quarenta metros.- calculou Daryl.

–Eu atiro bem, posso acabar com isso agora.

Carl queria matar uma pessoa? Ele só tem catorze anos. Esse apocalipse zumbi está transformando os mortais, todo esse tempo que passei lá fora eu percebi isso, mas o mundo não era pra ser assim, esse tipo de pensamento, atitudes, não são para mortais.

–Vai começar uma confusão maior ainda, tem que confiar nele.- Daryl disse.

–Não vamos sair.- ouvi Rick dizer.- Se tentar forçar vamos resistir. Como você disse, os tiros vão atrair mais deles pra cá.- Rick se referiu as zumbis. – Vão quebrar as cercas e sem as cercas esse lugar é inútil. Agora, podemos viver todos na prisão, ou nenhum de nós vai.

Olhei pela lente de pontaria e vi o Governador desce furioso do tanque, um homem se aproximou dando-lhe uma espada, Katana, que Michonne usa.

O governador pegou a espada e colocou no pescoço de Hershel.

–Não.- Beth e Maggie filhas de Heshel disseram.

–É isso que você quer? É isso que qualquer um de vocês querem?- Rick peguntou para o grupo do governador.

–Queremos o que vocês tem.- disse o homem no tanque.- E ponto final. É hora de cair fora.

Eu estava atordoada, eles vão entrar em guerra? Que absurdo!

Eu queria muito ficar na prisão, mas depois disso. Preciso ir para o Olimpo, não posso deixar o resto das pessoas se matarem.

–Agora abaixem suas armas, entrem por aqueles portões e será um de nós.- Rick disse.- Vamos esquecer tudo isso, e ninguém mais vai morrer. Todos os que estão vivos até agora. Todos que chegaram até aqui, fizemos todos os tipos de coisas para ficarmos vivos. Mas ainda podemos voltar, não estamos tão perdidos. Ainda podemos voltar... Eu sei...Nós podemos mudar.

O Governador tirou lentamente a lamina do pescoço de Hershel. Pensei que tinha acabado, que o discurso de Rick tinha tocado o coração dele, mas o Governador levantou a espada e com um golpe cortou o pescoço de Hershel quase o decapitando-o.