Diário de um Felino escrita por Mitlestoe


Capítulo 3
Uma nova descoberta...e uma nova cama também!


Notas iniciais do capítulo

Reescrever é demais, a não ser se eu incluir meus mini-ataques de vergonha alheia de mim mesma: quanto erro, que horror e-e
Bem, revisei e corrigi tudinho, boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614920/chapter/3

Alice acorda comigo miando e puxando com as patas o seu cabelo, que pintou de azul recentemente, dando tchauzinho aos fios antes loiros.

Ao ver seu cabelo, lembrei de água, e o que mora na água? Quem pensou peixe, parabéns, temos um vencedor! Voltando, fiquei com fome e vontade de comer peixe. Então é claro que eu tentara acordar ela e pedir a sardinha que ela trouxe ontem ― Alice pensa que eu não vi a sardinha em cima da mesa, quase como se ela não soubesse que eu sempre dou um jeito de ver o que ela traz pra mim.

No fim de tanto barulho, ela acorda ―  mentira, o cérebro dela ainda não estava ligado, notei pelo jeito que caminhou meio bamba com o cobertor enrolado no corpo.

―  O que raios você quer, Tom? ―  perguntou, ainda sonolenta.

 Subo na mesa e sento perto das latinhas, miando e indicando com a cabeça.  

Ela pega uma e coloca na pia, depois me levanta e me coloca no chão. Olha para o lado procurando o abridor de latas, então se lembra que está na segunda gaveta. Pega-o, logo em seguida abrindo o recipiente metálico que guardava as minhas tão sonhadas sardinhas. Se vira pra mim e pergunta:

―  Você vai querer a sardinha amassada ou só sem os espinhos mesmo? Porque eu sinceramente não estou com cabeça pra amassar todo esse peixe  ― resmunga, me encarando ― Mie alto pra sardinha sem os espinhos, ou só abaixa as orelhas se quiser amassada.
Mio alto, indicando que quero a sardinha inteira, porém sem os espinhos. Seus olhos se arregalam e ela exclama:

― Então você entende o que eu falo? ― Olhou pros lados e depois falou mais baixo ― Se você contar um dos meus segredos pra algum de seus amigos gatos eu te corto o rabo fora hein, toma cuidado!
Então se vira pra sardinha e começa a tirar os espinhos.

Ao terminar, pega minha vasilha de comida e despeja a sardinha nela.   Depois, pega o leite na grande porta mágica, onde ela guarda toda a comida FORA DO MEU ALCANCE! Despeja o leite em uma outra vasilha, depositando-a no chão.

Me aproximo e começo a comer, enquanto ela liga o notebook e começa a jogar Five Night At Freddy’s. É um jogo americano muito macabro, onde você é o guarda e sobrevive por 5 noites, fugindo de animais eletrônicos que tem almas dentro.     

Ela verifica mais uma vez as câmeras de segurança, enquanto me aproximo e deito ao lado do notebook, observando o coelho roxo a matar mais uma vez...acho que o nome é Bonnie, não tenho certeza.

Depois de um tempo jogando, ela para e vira-se para a janela, prestando atenção no carro do vizinho, que todo dia fica fazendo barulho, logo de manhã. Então se vira pra mim e fala:

― Esses vizinhos são piores que você quando quer comida, Tom! Fica fazendo barulho dia e noite, parece que vai explodir se não receber um petisco, bicho louco! ― Resmunga, ainda encarando o carro, através da janela. Depois repara na minha cara enorme de quem comeu e não gostou, então começa a fazer carinho em minhas costas, e eu, aos poucos, caio no sono…

[...]

’’ Já se esqueceu da caixa, Thomas?’’ ’’ Vá busca-la enquanto há tempo, daqui alguns dias coloco outro gato na pista, e adeus pra sua chance!’’

― MRIAAAU!!! ― grito, assustando Alice e consequentemente a fazendo parar de prestar atenção no vizinho. Meu pelo se eriçou todinho, pareço agora um porco-espinho!

Alice tenta me acalmar, trazendo leite quente.

 Estava pensando sobre aquele sonho enquanto bebia meu leite... é melhor eu ir resgatar a minha caixa! Aproveitando que Alice foi no misterioso ’’banheiro’’, saio pela janela e começo a correr: preciso achar  o buraco novamente.
[...]

 Com a respiração descompassada ― acho que perdi o jeito depois de tanto tempo que não saio direito daquela casa ― Começo a tirar os galhos e folhas que usei para encobrir a passagem para saleta, atravessando o túnel rapidamente e... Espere! Agora a sala é diferente! O teto é o mesmo, mas a porta que antes ficava na parede sumira! Uma mesa é a única mobília, e está com a caixa logo em cima de seu tampo, quase como se me convidasse a chegar mais perto.

 Subo na mesa e percebo que agora a caixa não tem nada escrito, tampouco um formato de pata na parte de trás. Pra falar a verdade, a caixa agora é transparente, ou melhor, tem espelhos no lugar da madeira que eu tinha visto na primeira vez! Isso é MUITO estranho... para ’’melhorar’’ a situação, eu não tenho reflexo! Ou seja, eu posso ver o que tem atrás de mim, o que é ainda pior, pois não tem nada! Nem parede, nem chão!

 Fico com medo do que possa acontecer se eu tocar na caixa, mas tento, e, de repente, quando eu encosto minha unha nela, tudo volta ao normal! É um tanto estranho, quase como se… Quase como se só eu pudesse ativar aquilo. Digamos que me senti muito bem com isso, não exatamente por me achar ’’único’’, mas por ter descoberto pelo menos algo daquela caixa.

 Vou levar isto até o fim, porque sinceramente, não sei se conseguirei dormir com aquilo na mente. Esconder a caixa em algum lugar que minha humana não encontre agora é prioridade, preciso definir esse local antes de chegar em casa.

[...]

O trajeto foi difícil: carregar aquela caixa com a boca me atrasou, pois a cada cinco metros eu precisava parar e descansar um pouco a boca. Seria tudo mais fácil se eu tivesse mãos…

A parte boa é que lembrei que embaixo da árvore daquele jardim improvisado, há alguns anos eu cavei um buraco. Talvez eu deva colocar a caixa lá, onde é mais seguro.

Minha humana está assistindo Animal Planet quando chego, e está passando ’’Meu Gato Endiabrado’’. Alice praticamente idolatra o cara que apresenta o programa, e eu fico de olho é nos brinquedos novos que os gatos ganham, as casinhas são as mais incríveis!

Minha humana se vira pra mim, que acabei de deitar do lado dela no sofá, e fala:

― Ei, Tom! Que tal se nós fossemos amanhã comprar uma nova cama pra você? Aquela ali ― ela aponta pra minha antiga caminha ― Está muito velha e gasta, não acha? Isso aí! Uma nova caminha! Será que você pode entrar na loja? ― se pergunta, olhando pro teto por um instante, como se pensasse ‘’Oh, maravilhoso Teto, conte-me seus segredos’’. Começo a rir mentalmente, ao passo que ela continua:

― Não sei... bem, depois nós vemos isso, não é? É, é sim! – ela fala esse ’’É, é sim’’ com uma voz um tanto forçada, enquanto faz carinho entre minhas orelhas. Isso sempre me acalma, quase como se fosse um tipo de suco de maracujá para gatos ― se bem que minha humana sempre diz que isso não funciona tão bem quanto parece.

[...]

No outro dia, ela me acorda e me leva até o carro, para podermos ir comprar a minha nova caminha.

Para a felicidade de minha humana, não fomos barrados na porta da Pet Shop. Entramos, e ela foi me levando entre os corredores, até que eu vi uma espécie de ’’prédio’’ felino, azul, com dois andares, e um lugar pra mim lixar e coçar as unhas e pelo, respectivamente.

Ando até lá e rodeio ela, procurando o preço, achei barato por ser cento e vinte e cinco reais, considerando que a maioria das outras camas é por volta de trezentos!

Ela percebe que eu gostei daquela, se aproxima e chama um dos vendedores:Compramos, ou melhor, ela comprou, aquela casinha magnifica!

[...]

 Quando chegamos em casa, ela coloca a cama nova em um cômodo que era mais ou menos do tamanho de um banheiro ― tragam o prêmio, eu já vi um. Se bem que nunca entrei, tenho medo daquela grande vasilha de porcelana, é gigante!

 Neste comodo aquecido é onde ficam os meus brinquedos, como aquelas varinhas com penas na ponta, ou os ratinhos de corda.

Ela me deixa lá, e sai, alegando que precisava de um copo de água urgentemente.

’’― Parece que eu engoli três quilos de areia de tanto que a minha garganta está seca!’’ foi o que disse. Entrei em minha nova casinha, feliz com meu novo lar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de um Felino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.